31 dezembro 2020
30 dezembro 2020
Faleceu o professor Zezinho Pacífico
Faleceu nesta madrugada em Criciúma,
onde estava internado há alguns dias, o professor José (Zezinho) dos Santos Pacífico,
aos 63 anos.
Deixa esposa, a professora Marilda Alexandre Rebelo, quatro filhos (do seu casamento com Vanira, falecida em 2016) e cinco netos.
Sentimentos aos amigos, seus alunos e familiares.
Foi professor da rede municipal e estadual de Ensino, nascido, criado e morador do bairro Magalhães.
Zezinho sempre foi presença constante em nossos encontros de ex-alunos do Ceal. Nas últimas reuniões sempre de máquina fotográfica em punho clicando todo mundo.
Bom papo, alegre, calmo era amigo de todos. Vai fazer falta e deixar saudades.
Velório nesta manhã de quarta-feira (30), das 9 às 11 horas na Capela Mortuária Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Magalhães.
Sepultamento no Cemitério da Cruz.
21 dezembro 2020
Parece que foi ontem
“Não
sei se a gente tem saudade daquilo que realmente viveu, ou daquilo que pensou
ter vivido, ou daquilo que desejou viver. A memória seleciona e idealiza”.
(Do
personagem Pedro, no livro “Aos meus amigos”, de Maria Adelaide Amaral).
Pois
é! Vez ou outra mergulho no túnel do tempo e passo a folhear minhas páginas da
memória.
Isso
acontece de repente e penso que sucede com todo mundo. Basta um nome, uma voz,
um trecho de uma canção no rádio, a cena de um filme, uma rua, um local, um canto qualquer, o
sabor de uma comida, o título de um livro, o nome de um amigo da
adolescência... uma fotografia...
Que
a memória seleciona e idealiza acontecimentos, não tenho dúvida. E é melhor que assim seja. Já pensaram nossa memória somente gravando funestos fatos, imagens
desagradáveis, lembranças amargas do que aconteceu conosco? Bem por isso nossa tendência em sempre melhorar as lembranças dos fatos que, muitas vezes, não foram assim tão bons.
Até
para nossa sobrevivência psicológica é melhor dessa maneira, não achas? Deus é sábio.
Por outro lado
há quem diga que lagunense já nasce saudosista e que desde a mais tenra idade
se acostuma a ouvir suspiros nostálgicos de seus pais que relembram o passado
glorioso da “terra do já teve” e que hoje pouco tem.
Pois deve ser
uma variação, um mezzo a mezzo dessa tradicional melancolia que “contagiou” amigo meu e o motivou
a pedir-me que relembrasse e escrevesse algo sobre a “nossa” Laguna de 40 e
poucos anos atrás, palco então de nossa juventude.
Obviamente, e
como deve estar ocorrendo com o leitor nesse momento, retruquei que os acontecimentos
de meados de 1970 não estão tão longe assim, ao menos no padrão do calendário
lagunense onde memórias de acontecimentos costumam ser centenárias.
Para
consolidar meu argumento, puxei pela memória, rebusquei exemplares do jornal
“Semanário de Notícias” daqueles anos, relembrei fatos, locais e nomes e... mudei de ideia.
Laguna possuía tantas atrações e festas. A
vida era bem mais descontraída. Talvez até continue sendo, mas como lá se vão
mais de quatro décadas e os cabelos também vão embora ou branqueiam, aparecem estranhos ruídos no esqueleto, esquisitas dores gerais e a miopia
surge, a ótica talvez seja outra, não sei bem.
Parece que foi
ontem realmente, mas quantos já se foram, tantas ausências...
Às vezes me
pergunto quantos outros caminhos poderíamos ter trilhado já que frequentávamos “a mesma praça e o mesmo banco do jardim...”.
Mas, enfim,
com tantos problemas assolando nosso mundo, país, estado e cidade. Com essa pandemia
de vírus e notícias alarmantes de novas mutações, esse distanciamento e isolamento social que mudaram o planeta e parecem não ter fim, faço uma pausa e me entrego ao devaneio, à nostalgia e a
um breve retrospecto daqueles verdes anos aqui na Laguna onde:
A cantora Fafá
de Belém se apresentava no Clube dos Cem (hoje Praia Clube), no Mar Grosso. O bar Toca da Bruxa,
do Walmor Crippa servia a “bira mais ouriçada do pedaço”, como então se dizia no linguajar da época.
A boate do Laguna Tourist Hotel (Gaiola de Ouro) era a “coqueluche” da juventude. Os mais variados shows com grandes artistas do Brasil no auge de suas carreiras. Veja:
No anúncio publicado no jornal Semanário de Notícias de 10 de janeiro de 1976, os shows programados para a Boate do Laguna Tourist Hotel. Só estrelas da nossa Música Popular Brasileira. |
A
apresentadora de televisão Lolita Rodrigues (Programa Almoço com as Estrelas, com seu marido Aírton pela Tupy) participava da Comissão Julgadora
do carnaval das nossas Escolas de Samba.
As Sociedades Recreativas Anita Garibaldi, no
Campo de Fora e 3 de Maio no Magalhães anunciavam quase que semanalmente bailes com o conjunto de Imbituba, The Claytons. Sucesso, os dois clubes sempre lotados.
Lembro de uma performance do Claytons com a música Time do Pink Floyd do álbum The Dark Side Of The Moon recém-lançado ali por 1973/74. Foi um show. Parou o Clube Anita.
Os tradicionais
bailes nos Clubes 3 de Maio, Blondin e Congresso eram aguardados ansiosamente o
ano inteiro.
Baile no Clube Blondin atraía sempre um ótimo público, que ainda dançava coladinho e agarradinho. Ai, ai. |
Os saudosos
Abelardo Bullos, Richard Calil Bullos, Ruben Ulysséa, Archimedes de Castro Faria, Munir Soares e Sílvio Silveira,
este último com sua coluna “Folha Seca” sobre futebol, colaboravam com o
“Semanário de Notícias”, juntamente com o mestre Agenor dos Santos Bessa que facilmente ainda encontrava alguém que merecesse o título de sua concorrida coluna
“Para Quem Eu Tiro o Meu Chapéu".
A moda era
frequentar o restaurante Peralta, ali na “Paixão”, onde Jairo Duarte, aos
sábados, preparava suculentas “dobradinhas” e feijoadas.
Na
política o jovem vereador oposicionista José Paulo Rebelo (MDB) destacava-se na Câmara com seus inflamados
discursos da tribuna, enquanto Mário José Remor e João Gualberto Pereira em
1977, eleitos prefeito e vice de nossa cidade em novembro do ano anterior, iniciavam a sempre lembrada gestão.
Em 1978, Laguna participava do Programa de Gincana Cidade X Cidade, de Sílvio Santos, que mostrou nossa cidade para todo o Brasil. Uma vitrine turística e um sucesso de audiência. Disputamos com as cidades paulistas Tupã, Caçapava e Jacareí. Íamos até São Paulo torcer no Teatro Manoel da Nóbrega na Vila Mariana, viajando em quase duas dezenas de ônibus..
Faz tempo. O
ex-prefeito da Laguna Saul Baião com a esposa Sônia ainda frequentavam o restaurante Nice, do seu Rodolfo Michels, saboreando o prato mais famoso da casa, a maionese de camarão, preparada pela dona Marina.
A famigerada
CODISC prometia a usina de álcool na Estiva.
Era anunciado
que Laguna teria uma faculdade, sonho realizado somente décadas depois.
Uma área na
entrada da cidade era reservada pelo governo do estado para instalação de
indústrias. Ficou conhecida como área (Distrito) do butiá, em nome sugerido jocosamente pelo
colunista Munir Soares.
Novas placas
de sinalização eram colocadas pela cidade e no bairro Magalhães acontecia o 3º
festival de chope.
O bancário
Munir Soares, nos sábados à tarde, reunia a gurizada, organizando campeonatos e torneios infanto-juvenis no Ginásio de Esportes Bertholdo Werner (chamado por nós de ginásio coberto, inaugurado em
1975). Participei jogando pela equipe Santé.
NosUmsábados à noite o palco era o mesmo para o campeonato citadino de futebol de salão, de célebres partidas entre as
equipes Romer, Anita, Congresso, Blondin, Iate Clube e Candemil. Além do
Benfica de Imbituba. Arquibancadas lotadas. Era programaço!
Aos domingos
íamos para o campinho do Magalhães (Praça Polidoro Santhiago) acompanhar as
partidas de futebol entre Caxias, Tupy, Portuguesa, América, TEP, entre tantos outros
times. E chupar laranjas e beber água na compartilhada caneca de alumínio no
poço do quintal da dona Adalgisa.
Jairo Ulysséa
Baião, Amélia Baungarten Baião, Elisabeth Mussi, Natércia Faria Ferreira, Elza
Nascimento, Norma Bascherotto, Cleusa Horn Araújo, Maria de Lourdes Barros, Ronaldo Pinho Carneiro,
Sérgio Martins Nacif e Maria Isabel, Adib Abrahão Massih, Emílio Padilha, Maria
da Penha Silveira Pinho, Márcio José Rodrigues, José Paulo Arantes e Rosangêla
Cunha formavam a equipe de professores dos cursos Científico e Integrado
(Núcleo Comum), do CEAL. TIMAÇO !!
Praticamente todos
nós alunos que partíamos para os disputados vestibulares nas faculdades e universidades do país obtínhamos êxito.
Sem falar em
todos os outros e ótimos professores daquele estabelecimento escolar nos demais
cursos, Núcleo Comum (Integrado), Análise Química, Magistério...
Além dos professores do Colégio Comercial Lagunense (CCL), com seus noturnos cursos técnicos e concorridas formaturas no palco do Cine Teatro Mussi. Daria um livro só com histórias desses dois colégios, seus funcionários, alunos e professores.
Solenidade de formatura do CCL. Concorrida, com plateia lotada no Cine Teatro Mussi. Muita gente conhecida. |
Mas isso foi lá
por volta de 1977... faz muito, muito tempo...
Carlos Araújo Horn
arrendava o Cine Roma das irmãs Bianchini (Zita e Eliane), as sessões no Cine
Mussi aos sábados e domingos eram concorridíssimas, quantos namoros ali
iniciados... juras de amor eterno, mão na mão... beijos roubados...
Antes uma pipoca no carrinho Princesa do Sul, do seu Santos.
Dar um rolê no
Jardim Calheiros da Graça era de praxe, não sem antes passar na Miscelânia da rua XV de Novembro para
saborear um sorvete de uva, butiá ou côco. Quem sabe um chocolate? Vai um Prestígio,
um Lacta, Lollo ou um pirulito Zorro ou de bola? Uma Menta? Quem sabe só um chiclete ping-pong? Ou Adams? Uma bala azedinha ou Chita?
Uma chegada na lanchonete Vip's para o X Salada também era ritual.
Tempos das
calças Lee, US Top, jaquetas jeans ou de couro, calça boca-de-sino, floridas batas, saias indianas, tamanquinhos de madeira, sapato Cavalo de Aço. Um look meio hippie e ainda seguindo à moda dos anos 60.
O radialista João Manoel Vicente já dizia as suas (e nossas
verdades) no comentário do dia, e junto com Jorge Luiz de Miranda como repórter, formavam dupla imbatível no Grande Jornal Falado Garibaldi.
Aos domingos
os almoços das famílias lagunenses eram ao som de Manoel Silva e seu violão, em seu programa no rádio "O Seresteiro
Canta".
1975, 76, 77, 78...
bons tempos talvez meu amigo que provocou essas recordações, esse saudosismo
fora de hora neste fim de ano. Fatos que a bem da verdade não interessam a quase ninguém, a não ser aos
personagens que viveram à época.
São muitas outras recordações - e já me estendo em demasia neste post -, que nossas retinas e mentes ainda guardam. Imagens e
lembranças que parecem tão distantes, mas que são revividas em cada página de
nossa memória cada vez que a folheamos.
Já dizia um
poeta: “O tempo foi algo que inventaram para que as coisas não acontecessem
todas de uma vez”.
Parece que foi
ontem realmente, mas o relógio da nossa Matriz estava parado (como está nos
dias atuais), quem sabe em vã tentativa de segurar os ponteiros, de fixar uma
época, de parar um tempo que não volta.
Não volta
nunca mais...
17 dezembro 2020
Faleceu Teresa Soares da Silva
Faleceu agora à tarde
em Tubarão, no Hospital Nossa Senhora da Conceição, onde estava internada, por complicações do coronavírus, Teresa Soares da Silva, aos 88 anos, viúva de Raimundo Lucas da Silva, ele falecido em 16 de agosto deste ano.
Professora aposentada,
de tradicional família da Laguna, irmã das saudosas senhoras Hilda Soares Bicca, Sílvia Soares Alcântara, e de Wilmar Soares, dona Teresa foi coralista do Coral Santo Antônio dos Anjos. Juntamente com o marido, era
muita querida, presença constante nas promoções sociais e beneficentes de nossa
cidade, em especial os eventos promovidos pelos Grupos da Terceira Idade.
Sentimentos aos amigos
e familiares.
Faleceu o professor Jairo Baião
Faleceu
no começo desta tarde, em Florianópolis, no Hospital SOS Cárdio, onde estava
internado por complicações do coronavírus, o nosso eterno professor e diretor Jairo Ulysséa Baião, aos 94 anos. Nasceu na Laguna em 13 de fevereiro de 1926.
Sentimentos
aos familiares e amigos.
Jairo Ulysséa Baião
era filho de Sylvia Ulysséa Baião e Antônio José Baião.
Casado há 63 anos com a educadora Amélia Baumgarten
Baião, com quem teve os filhos Sílvia, Maurício, Antônio José e Vera; os netos Pedro, Bárbara, Flávio, Gabriel, Anita, Amélia, Leonardo e Maria Clara e a bisneta Catarina.
Jairo Baião fez o
curso primário no Colégio Stella Maris e o Ginasial no Ginásio Lagunense. Cursou
o Científico no Colégio São Bento, no Rio de Janeiro; e Colégio Catarinense, em
Florianópolis.
Formou-se em Direito
pela Universidade Federal de Santa Catarina; e Letras na então Fessc, hoje
Unisul.
Especializou-se em
Português, Literatura Portuguesa e Inglês.
No Colégio Comercial
Lagunense (CCL), se formou em Técnico de Contabilidade.
Foi professor de
Geografia, Latim, Inglês, Francês e Português no Ginásio Lagunense; de Inglês
no Colégio Comercial Lagunense e Português e Inglês no Conjunto Educacional
Almirante Lamego, tradicional estabelecimento escolar onde foi diretor por
muitos anos.
Ministrou aulas no Colégio
Stella Maris, Jerônimo Coelho e na Unisul (Inglês e Literatura inglesa).
Membro da Irmandade Santo Antônio dos Anjos.
Foi membro do Conselho
Estadual de Educação.
Foi meu professor de
português no Científico do Ceal; e de inglês no Colégio Comercial Lagunense (CCL).
Me chamava de Sérgio, o ano letivo todo. Dizia que eu não tinha cara de Valmir. Fazia essa troca de nomes com muitos alunos.
Deixa muitas
histórias e lembranças em todos nós, seus discípulos, de muitas gerações. Professor que me deixou muitos ensinamentos em suas aulas de português e inglês. Aliás, aulas concorridíssimas.
Grande inteligência, senso de organização, seriedade, honestidade, fé e apreciador de música clássica e sacra.
Deixa também saudades em todos nós.
16 dezembro 2020
Foto-Retrô
Em 1976 o
Lions Clube da Laguna, através de seus leões e domadoras, participou em Brusque
de convenção realizada naquela cidade promovida pelos Distritos L-10 e
L-23.
Na foto
podemos destacar as presenças, entre outros, de Nelson Gomes Mattos, Leandro José (Juca) Crippa, Vinicius Uliano, João Batista Bassi Filho, Antônio Joaquim de Castro Faria (Tuba), José Carlos Natividade (Buju), Carlos
Araújo Horn, Joselino Alves de Oliveira e Sérgio Martins Nacif.
10 dezembro 2020
Balaio de Gato: um sucesso!
O
escrachado programa Balaio de Gato, pela Rádio Difusora, das 13 às 14 horas, de
segunda às sextas-feiras vem fazendo o maior sucesso.
É uma mistura
de sorteios de prêmios, muito humor, ironias, estranhos sons de sonoplastia, conversas e risos com ouvintes, além de músicas cantadas num coral super desafinado. Minha nossa!
André Luis o
apresenta e coordena, juntamente com os personagens Alemão (Luiz Cláudio Abreu), Nini (será o Vânio
Santos?), Jack e DJ Bebeto (Chapô).
Nesses sisudos
tempos que estamos vivendo, com seus isolamentos e distanciamentos sociais, o
programa é um alento pra muita gente ligadinha sempre no horário. O telefone não para e há muito recado deixado pelo Whats e Face.
E também o programa quebra
alguns tabus na Laguna, a começar pelo seu horário de apresentação.
Como dizia uma
antiga coluna da Revista Seleções: Rir é o melhor remédio.
E humor, antes de mais nada, conforme conceito, é um estilo de vida e, dizem os especialistas, melhora a nossa resposta imunológica.
A “tchurma” da Balaiada não é fácil e segura bem o Balaio, com suas tiradas e risos.
Sucesso a
todos eles! E um abraço aos seus ouvintes.