Há quem sonhe que está voando. Há quem sonhe com pessoas falecidas, um lugar desconhecido. Há quem sonhe que ganhou as eleições, sonhe com o passarinho azul. Sonhe que está perdido. Há quem sonhe com sexo. Há quem sonhe com um bicho, um número e por isso arrisca um palpite em bilhetes de loterias. Enfim, sonhos existem de todos os tipos, alguns tão assustadores que se tornam pesadelos.
Mas há também quem sonhe com tesouros. Melhor dizendo, com locais de localizações de tesouros escondidos. Já pensou leitor, sonhar com um velho mapa que mostra o local exato, com o famoso X assinalado no papel como a gente vê em filmes, onde se encontra enterrado um baú cheio de moedas de ouro? Dobrões de prata, pedras preciosas? Diamantes?
Um Mapa de tesouro
Dizem que teve gente aqui na Laguna que sonhou tesouros e que ficou rica por conta do achado. Ficou rica e depois pobre com a maldição que se abateu sobre si e sua família. O motivo? Ganância. Dizem os entendidos que ao se encontrar um tesouro deve-se deixar no próprio local uma parte da riqueza descoberta. O gesto seria para satisfazer o fantasma, o espírito do proprietário, do guardião da riqueza e que estaria de sentinela, atravessando os séculos. É o que dizem.
Os dois tesouros do Farol de Santa Marta Contam os nossos historiadores sobre dois tesouros escondidos na região do Farol de Santa Marta, na Laguna. Um deles enterrado por marinheiros espanhóis cujo navio naufragou. E outro pelos jesuítas em fuga, depois do Marquês de Pombal expulsá-los do Brasil. Sobre o primeiro tesouro já publiquei Aqui. Sobre o segundo, contarei em breve. Mas hoje o tema é sobre um terceiro tesouro, este encontrado em cidade vizinha a nossa e noticiado pela imprensa.
O tesouro de Imaruí: moedas de ouro e prata Um baú de tesouro foi verdadeiramente encontrado em nossa região e o fato foi noticiado pelos jornais, dentre eles o Semanário lagunense O Albor e o jornal A Nação, de Blumenau.
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Um Mapa de tesouro |
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Jornal A Nação de 5 de março de 1963 |
O sonhador veio lá do Rio Grande do Sul, trouxe um amigo para ajudá-lo a escavar e no lugar exato mostrado no sonho encontrou um baú cheio de moedas de ouro e prata.
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Jornal O Albor de 9 de março de 1963. |
Foi lá em Imaruí e aconteceu na década de 1960.
Vamos a história.
Em março de 1963 a imprensa divulgou que um alfaiate de nome Darcy Prado, residente em Porto Alegre, havia sonhado com um tesouro enterrado em terras catarinenses. No sonho apareceu também a sua exata localização.
Acompanhado de um amigo de nome Nery José Cândido veio para o sul do estado, precisamente para o município de Imaruí.
Pela madrugada, num terreno situado na vizinha localidade (os jornais não detalham o local), escavaram sob uma pedra assinalada com uma cruz.
Encontraram um pequeno baú e ao seu lado, junto com as escavações, encontraram também uma caveira e um punhal.
Ao abrirem o baú encontraram 80 moedas de ouro datadas de 1822 (réis), período de D. Pedro I, além de 140 moedas antiquíssimas de prata.
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Cara e coroa de uma moeda de ouro de 4 mil réis de 1822. |
Em seguida, de posse do tesouro, os dois amigos retornaram ao Rio Grande do Sul, onde mandariam avaliar as moedas que deveriam valer milhões.
Dos dois amigos nada mais se soube, nem foi noticiado.
E aí ficam as nossas indagações:
Que tesouro seria esse? Quem o enterrou e quando? Quem seria o proprietário? Em terras de quem e por que foi enterrado? Ficaram milionários com o achado?
Enfrentaram maldições?
Em 1822 já não tínhamos mais piratas em nossos mares.
E por que a localização exata do baú com o tesouro surgiu no sonho do alfaiate gaúcho que morava quilômetros distante da região?
Não existe tempo e distâncias para os sonhos?
Afinal, como cantava Dalton, ninguém vai sonhar nossos sonhos.
Alguém de vidas passadas teria aparecido em sonho e mostrado o local do tesouro?
Um guia espiritual orientou?
Ou seria ele mesmo o sonhador que havia escondido as moedas e sonhou com o local porque estava reencarnado, vivendo nova vida?
O que você acha leitor?
