29 agosto 2014
26 agosto 2014
A todos os mentirosos, dos mais variados graus, inclusive de parentesco:
“Mentiram-me ontem e
hoje mentem novamente,
Mentem de corpo e
alma, completamente.
E mentem de maneira
tão pungente
Que acho que mentem
sinceramente.
Mentem, sobretudo, impunemente
Constroem um país de
mentira - diariamente”.Mentem, sobretudo, impunemente
(Afonso Romano de Sant'Anna)
23 agosto 2014
22 agosto 2014
Nota de falecimento+
Faleceu às 6h30m da
manhã de hoje, no Hospital Socimed, em Tubarão, vítima de infarto, o promotor
aposentado lagunense Ennio Ezequiel de Oliveira, aos 92 anos.
Viúvo, e com
familiares e amigos em nossa cidade, deixa os filhos Ennio, Nilza, Érida Janini,
João e Evandro e mais 10 netos.
Dr. Ennio, membro da Associação Catarinense do Ministério Público, OAB /SC 102 (jubilado) colaborou
com inúmeros jornais na região, inclusive em meu extinto Jornal Tribuna
Lagunense, onde assinava uma coluna versando sobre os mais variados assuntos de
interesse dos leitores e da Laguna. Utilizava o pseudônimo CASTELAR, como ficou mais conhecido. Jornal O Correio em algumas edições mais recentes, vinha reproduzindo vários de seus escritos.
Sentimentos aos
familiares e amigos.
20 agosto 2014
Até 28 de agosto Adilson Barros expõe no Espaço Cultural Richard Calil Bulos
Até o dia 28 de agosto vindouro, as obras do escultor, pintor e restaurador Adilson Barros estarão expostas nosso Espaço Cultural Richar Calil Bulos – Chachá.
A exposição conta com alguns móveis
restaurados, diversas esculturas e pinturas, muitas delas representando pés,
que são uma peculiaridade do artista.
PÉS DE
BARROS
Por Suyan de Melo
“Adilson
de Barros Machado nasceu em Laguna, no verão de 1966, tendo se iniciado como
autodidata na arte desde os seis anos, quando fazia imagens de santos com a
argila vermelha de seu próprio quintal. Já com dez anos, passou a esculpir arte
sacra em madeira, utilizando um martelo como marreta e uma chave de fenda como
formão. Já na adolescência e juventude, tendo trabalhado com o pintor Artur
Cook na oficina de serigrafia deste, acabou por adotá-lo também como mestre no
ofício da pintura. Paralelamente, conheceu de perto o trabalho do artista João
Rodrigues, o Mestre Portuga, que o inspirou a adentrar no barroco, esculpindo
em madeira. Barros viria a trabalhar por dois anos no ateliê de Portuga.
Na
sequência, Barros passou por uma fase bastante efusiva em seu processo
criativo, trabalhando em paralelo com as técnicas mais diversas de que
dispunha, para, posteriormente, decidir-se pela escultura e entalhe em madeira
como foco principal.
Adilson, que teve incursões no teatro e na literatura, possui especial predileção temática por pés, seja esculpindo-os em madeira e pedra, seja desenhando-os em grafite, ou ainda pintando-os em tinta acrílica sobre tela. Porém, seja qual for a plataforma, uma constante se destaca: seus pés nunca possuem pares, e nunca se repetem.
Adilson, que teve incursões no teatro e na literatura, possui especial predileção temática por pés, seja esculpindo-os em madeira e pedra, seja desenhando-os em grafite, ou ainda pintando-os em tinta acrílica sobre tela. Porém, seja qual for a plataforma, uma constante se destaca: seus pés nunca possuem pares, e nunca se repetem.
Perguntado
sobre a dita fixação, explica que começou a fazer pés no projeto do SESC
chamado Pretexto III, como uma referência crítica ao mau uso dos pés, no
sentido “dos grandes que não sabem caminhar sem pisar nos pequenos”, primeiro
inspirado a fazer pés de pedra, passando depois a dar-lhes vida em outros
materiais.
Além
dos pés, Barros também destaca sua predileção no afazer artístico, por rostos,
anatomias, movimentos e detalhes em geral.
Aproximadamente
em 1998, passou a trabalhar sua arte também a partir de materiais coletados na
natureza, especialmente na praia.
Especificamente neste processo criativo com tais materiais, costumava coletar objetos como conchas, cordas e tocos de madeira, após fotografá-los in locu, fotografando também, nestas ocasiões, resíduos como esqueletos de peixes e outros.
Quando perguntado sobre o porquê de fazer o que faz, responde que porque tem o seu dom, algo talvez ligado à mediunidade, além de ser seu refúgio da turbulência dos dias, embora se frustre quando vê sua obra se deteriorando ou quando pensa sobre a deterioração da arte em geral.
Atualmente
trabalha com madeira, criando colunas, molduras e carrancas, estas últimas
mesclando barroco e arte moderna, com incidência especial de figuras africanas,
além de cerâmica, com o que se poderia chamar de “carrancas oníricas e outras
figuras imaginárias”, e grafite, com desenhos e caricaturas”.
Horário de visitação da exposição:
Sábado e domingo das 9h às 17h
Segunda a sexta-feira das 14h às 18h
Entrada gratuita.
Local: Espaço Cultural Chachá.
Rua Voluntário Fermiano, 42- Centro
17 agosto 2014
A história do Rock Laguna 1, 2 e 3
Na década de 80, o rock nacional vivia seu
período de maior glória. Dezenas de bandas surgiam pelo país.
O gênero, que apareceu na década de 50 nos Estados
Unidos, atravessou os anos.
Dizem os especialistas que quem gravou o primeiro
rock no Brasil foi Nora Ney, cantora de samba-canção. "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets (trilha do filme Sementes da Violência), em
outubro de 1955, para a versão
brasileira do filme.
O rock atravessou a década de
60 no Brasil, com a Jovem Guarda. Na década de 70 surgem os ícones Rita Lee,
Lobão, Raul Seixas, entre outros em seus
variados estilos, inclusive os chamados rock rural e o hard progressivo.
No Rio de Janeiro, no verão
de 1975 foi organizado o pioneiro festival de rock no Brasil, o "Hollywood Rock", com patrocínio da Cia
Souza Cruz.
Na década de 80 o rock se
popularizou de vez no país. Surgiram bandas em São Paulo, Brasília, Bahia, Rio
de Janeiro e em outros estados. Algumas delas cultuadas pelos fãs até hoje. E
muitas ainda em atividade.
Enfim, não vou me estender
sobre a história do rock no Brasil, até porque há muito material em livros,
inclusive na internet. O objetivo deste texto é falar sobre a história do Rock
Laguna.
Para quem se interessar sobre
o rock no Brasil de 1955 a 1984, e de 1985 a 2000, basta clicar em:
Em janeiro de 1985 acontece o Rock in Rio, o
maior concerto da história do rock, com um público estimado em 1 milhão e meio
de pessoas, realizado na Barra da Tijuca. Veio artista de todo o mundo e contou
com bandas internacionais e brasileiras, algumas iniciantes.
O rock entrou na ordem do dia e ganhou
manchetes e matérias em toda mídia.
O Rock
Laguna 1
No ano seguinte, 1986, embalado pelo sucesso
do Rio de Janeiro, o empresário tubaronense Evaldo Marcos, dono da Cosmos
Produções, apoiado por um grupo de patrocinadores, propôs aos administradores
do município da Laguna (prefeito João Gualberto Pereira, vice Rogério
Wendhausem – 1983-1988), a realização de um Festival de Rock a ser realizado em
nossa cidade, nos mesmo moldes do que foi feito na Cidade Maravilhosa. Guardadas
as devidas proporções, evidentemente.
A Prefeitura da Laguna apoiou o evento com a
cessão do local, o Estádio Municipal do Laguna Esporte Clube – LEC, mais tarde
batizado de Estádio Municipal João Batista Wendhausen Moraes, em homenagem ao vereador
lagunense, morto prematuramente.
Secretário municipal de Cultura, Turismo e
Esporte, Hézio Heleodoro de Souza dizia que havia interesse que o evento entrasse
para o calendário turístico da cidade.
Assim, o Rock Laguna 1 foi marcado para sua
realização nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro de 1987.
A divulgação se iniciou por todo o Brasil e
principalmente nos estados do sul. Assim como, à medida que iam sendo contratados,
os nomes das bandas, cantores e cantoras do rock nacional.
Na primeira noite, uma sexta-feira, a partir
das 21 horas se apresentaram as bandas “Camisa de Vênus”, com seu rock
agressivo; na sequência as meninas do “Sempre Livre” com seu som romântico;
depois fechou a noite o “Grupo Tubarão”, som pesado que fez a plateia delirar.
Na noite seguinte, sábado, “Encaixe Postal”,
“Ave de Rapina”, “Kromo”, “Expresso”, “Inteligence”, “Engenheiros do Havaí” e
“Titãs”.
Os Titãs fizeram o grandioso show de abertura.
No domingo ventava forte e chovia e os shows
foram transferidos para a noite seguinte, segunda-feira, a partir das 20 horas.
O encerramento do Rock Laguna 1, foi com
“KM-7”, “Zero” e “Lobão”.
Lobão abriu o espetáculo e o público cantou
todas as músicas.
No final, com o frio que fazia no local, Lobão
subiu novamente ao palco e juntamente com o Grupo Zero cantaram “Me chama”, de sua autoria.
- "Chove
lá fora e aqui tá tanto frio...”.
O Rock Laguna 1 foi sucesso absoluto, com um
público estimado em 15 mil pessoas por noite.
Divulgação da Laguna a nível nacional. A Rede Bandeirantes
de Televisão, por exemplo, noticiou a promoção em seu noticiário.
Rock
Laguna 2
Em 1988, o empresário Evaldo
Marcos promoveu novamente o evento.
O Rock Laguna 2, aconteceu nas
noites de 5, 6 e 8 (sexta-feira, sábado e segunda-feira) de fevereiro, no mesmo local do ano anterior.
As apresentações marcadas para
domingo, dia 7, por causa da chuva, tiveram que ser transferidas para
segunda-feira, repetindo assim, coincidentemente, o acontecido no ano anterior.
Na primeira noite se apresentaram as
bandas “Vício Difícil”, “TNT”, “Taranatiriça”, “Garotos da Rua” e “Titãs”.
Os Titãs foram o destaque,
encerrando o show com muito rock. Banda Taranatiriça também não decepcionou.
No sábado, com um grande público e
agito, a banda lagunense “Ave de Rapina”, “Tubarão”, “Celso Blues Boy”, “Kid Abelha”
e “Ultraje a Rigor”.
O Kid Abelha empolgou a plateia
que cantou e dançou na voz e figurino da
vocalista Paulinha.
O
lagunense Fernando Faria, o filho do Tuba, não tem?, postou também no You Tube,
duas gravações feitas pelo seu primo Eduardo Caruso de Castro Faria, da
apresentação do Kid Abelha no Rock Laguna 2, em 1988. 4m42s de duração em "Lágrimas de Chuva" e 3m41s em "Nada tanto assim". Histórico.
O Ultraje a Rigor levou o público
feminino ao delírio quando o vocalista Roger na apresentação de uma canção do
primeiro álbum, de maior sucesso, e tema de abertura da novela Brega &
Chique, tirou a camisa e baixou as calças, mostrando a cueca na cor azul.
- Pelado, pelado, nu com a mão no bolso...
(...)
Indecente
É você ter que ficar
Despido de cultura
Daí não tem jeito
Quando a coisa fica dura
Sem roupa, sem saúde
Sem casa, tudo é tão imoral
A barriga pelada
É que é a vergonha nacional
(...)
É você ter que ficar
Despido de cultura
Daí não tem jeito
Quando a coisa fica dura
Sem roupa, sem saúde
Sem casa, tudo é tão imoral
A barriga pelada
É que é a vergonha nacional
(...)
Fernando
Faria também postou, gravado pelo seu primo Eduardo, a apresentação de “Ciúme”,
do Ultraje a Rigor. São 4m35s., um dos seus maiores sucessos.
Os shows previstos para domingo e
realizados somente na noite de segunda-feira, trouxeram “Nenhum de Nós”, “Defalla”,
“Eggo Tripp”, “Heróis da Resistência” e “Tim Maia”.
Na banda Eggo Tripp o destaque do
baterista Pedro Gil, filho de Gilberto Gil. No Heróis da Resistência, Leoni,
ex-Kid Abelha fez um excelente vocal e performance corporal.
A apresentação de Tim Maia
decepcionou. Não cantou integralmente sequer uma música. Reclamava de tudo. Dos
músicos de sua banda Vitória Régia, do som. Entre uma interrupção e outra
cantou sucessos de seu repertório: “Primavera”, “Você”, “Dia de Santo Reis”,
“Um Dia de Domingo”.
Mas se não fosse assim, não seria
o grande Tim Maia, não é verdade? Acreditava-se que ele nem vinha para a
apresentação, como já havia acontecido inúmeras vezes em sua carreira.
Ainda na segunda-feira à tarde,
antes do show, Tim Maia foi visto no centro histórico da Laguna comprando uma
camiseta com dizeres sobre a cidade, na Loja Lapa Confecções. Tamanho EG, off course.
Johnny Bass postou este vídeo no You Tube, feito pela RBS TVSC, onde Cacau Menezes entrevista Tim Maia no Ravena Cassino Hotel e Paulinha Toller do Kib Abelha, momentos antes de subir ao palco.
O fim de semana na Laguna foi movimentado.
A cidade recebeu milhares de fãs provenientes da região sul do país. Mas veio
gente de outros estados, como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Rock Laguna 3
Dez anos depois, em
1998, nas noites de quinta, sexta-feira e sábado, 5, 6 e 7 de fevereiro, foi
realizado pelo mesmo empresário Evaldo Marcos, em sua terceira versão, o Rock Laguna
3.
O prefeito era João
Gualberto Pereira, e vice Rogério Wendhausen, eleitos em 1996, os mesmo
administradores da Laguna quando da realização dos dois primeiros eventos.
Uma espécie de
revival.
Na quinta-feira, a
banda Os Titãs, com o show “Acústico”, foi o destaque.
De acordo com a
produção, 4 mil pessoas estiveram presentes.
Na sexta-feira, a
roqueira paulistana Rita Lee agitou a plateia.
Antes, Stonkas Y Congas, de Florianópolis se
apresentou. O público de cerca de 2 mil pessoas, se abrigava numa lona que foi
montada sobre o gramado do estádio municipal.
Logo em seguida a banda
Imigrant, cover de Led Zeppelin e Pink Floyd, levantou
o pessoal, num esquenta para a grande atração da noite.
A apresentação da
maior roqueira brasileira, com o show “Santa Rita de Sampa”, começou exatamente
à uma hora da manhã, conforme exigência e durou 1h e 15m.
Rita foi toda
simpática e cativou o público logo no início quando exclamou: “Laguna, você me dá água
na boca!”.
A banda da Rita Lee era formada
por Roberto de Carvalho (guitarra), Beto Lee (guitarra), Lee Marcucci (baixo),
Paulo Zinner (bateria), Maurício Gasperini (vocal, violão e percussão e teclado)
e PG Cecheto (teclado).
No dia seguinte, no hotel, quando da partida de Rita Lee e banda para Florianópolis para o voo para São Paulo, consegui conversar alguns minutos com a maior roqueira do Brasil, que também autografou um CD com seus maiores sucessos. Fotógrafo André Luis Bacha registrou o momento.
No dia seguinte, no hotel, quando da partida de Rita Lee e banda para Florianópolis para o voo para São Paulo, consegui conversar alguns minutos com a maior roqueira do Brasil, que também autografou um CD com seus maiores sucessos. Fotógrafo André Luis Bacha registrou o momento.
No sábado, a banda
Planet Hemp, criada pelo Marcelo D2 e Skunk em 1993, no Rio de Janeiro, se apresentou
com seu rap rock. Apresentou vários sucessos de seus dois discos “Usuário”
(pelo qual ganhou o Disco de Ouro) e “Os cães ladram mas a caravana não para”,
como “Legalize já” e “Queimando tudo”.
Pequeno
público
O público esperado decepcionou durante o Rock
Laguna 3. Não passou de 4 mil pagantes, num local idealizado para receber 10
mil pessoas.
Diversos fatores contribuíram para isso.
Primeiro dez anos tinham se passado da última
realização e o rock brasileiro já não tinha o mesmo boom musical dos anos 80. Outros
gêneros musicais tinham surgido, como o Axé.
Conhecidas bandas de rock tinham ficado pelo
caminho. E faltou também maior divulgação do evento.
Sobre o pequeno público presente comparado aos
dois Rock Laguna da década de 80, o próprio empresário e produtor Evaldo Marcos
reconhecia que “Os tempos eram outros. As bandas antes não circulavam tanto
pelo país. Hoje, no interior, há muitos shows", comentou Evaldo à imprensa
na época.
Enfim, o Rock Laguna marcou época e até hoje é lembrado pelos fãs.
14 agosto 2014
O imponderável em nossas vidas
O ser
humano procura não compreender sua incapacidade de determinar o seu futuro.
Ainda que eu
pense, tenho comigo no íntimo, que nascemos com um prazo de validade, como um produto, uma mercadoria que vence em determinada data, muitas circunstâncias, milhares
delas fogem ao nosso domínio.
Não é assim leitor? Louco daquele que quer controlar todos os vetores e fatores, inclusive a sua própria vida e a de outras pessoas.
E é o que mais a gente presencia por aí.
Não é assim leitor? Louco daquele que quer controlar todos os vetores e fatores, inclusive a sua própria vida e a de outras pessoas.
E é o que mais a gente presencia por aí.
Alguém
é dono da história e do futuro? Não se diz que os dias vindouros só a Ele pertencem?
Pois
é... Bem por isso quando leio ou ouço cálculos, previsões políticas, acertos nos
bastidores para daqui a quatro, oito, doze, vinte anos, fico imaginando sempre
que no meio do caminho tem o destino traçado, os atalhos, os chamados carmas e as surpresas
que nunca entram nas avaliações. Ajustes são necessários, mas quem pensa neles?
Vide
o acidente aéreo ontem que vitimou o candidato Eduardo Campos e a morte em 1985
do candidato eleito a presidente, Tancredo Neves.
A
verdade é que vivemos como se fossemos eternos nesta passagem terrena. Matusaléns individuais e únicos em nossos
pensamentos e desejos.
Expostos
a realidade inexorável da morte, negamos, fugimos e nem queremos pensar ou
falar sobre ela. Cruz, credo! Xô!
Mas nossa vez também chegará, cada um ao seu tempo e momento, na horizontal, braços cruzados sobre o peito, dedos entrelaçados, numa caixa de madeira envernizada. Mas quem pensa nisso?
Ora, ponderamos sim, mas somente naqueles breves momentos de um velório, quando entre uma oração e outra por quem se vai, uma conversa aqui e ali com familiares e amigos, falamos sobre vaidade, orgulho e a finitude da vida. Além dos bens amealhados que nada levamos.
Meditemos naqueles tristes minutos para logo após, já na rua ou no dia seguinte esquecermos de tudo e continuarmos na luta de nossas trajetórias. Cometendo os mesmos erros, descuidando muitas vezes da saúde, presos nas teias de inúmeros vícios, mergulhados nos desamores e falhos em nossa maneira de ser.
Meditemos naqueles tristes minutos para logo após, já na rua ou no dia seguinte esquecermos de tudo e continuarmos na luta de nossas trajetórias. Cometendo os mesmos erros, descuidando muitas vezes da saúde, presos nas teias de inúmeros vícios, mergulhados nos desamores e falhos em nossa maneira de ser.
Dizem os especialistas que não pensar na morte é um mecanismo
de defesa, de autopreservação do organismo mental para não sucumbirmos. Do contrário, como
seria?
O
jornalista e teatrólogo Nelson Rodrigues, na década de 50 e 60, criou a figura
do Sobrenatural de Almeida para referir-se quando algo inimaginável,
inesperado, acontecia nas partidas de futebol.
Não vale somente para o esporte, convenhamos. O também chamado imponderável, o acaso, sempre teima em se
intrometer em nossas vidas.
Para reflexão:
PENSA NA TUA MORTE
Por Oscar Quiroga
“Ainda que te pareça mórbido, pensa em tua morte, pois
isso atualizará a consciência de que teu tempo é limitado e que teus sonhos
enormes precisam ser encaixados nesse tempo, e se por ventura não couberem,
então terás de pensar na tua existência com resultados póstumos, para as
futuras gerações receberem o que tu plantares.
Pensa na tua morte para recuperares o ânimo e te
envolveres com garra na construção de teu destino.
Pensa na tua morte para evitar deixar assuntos para
depois, para que as coisas lindas que tens para dizer serem ditas, pensa na
morte para reconheceres teu verdadeiro alcance, não te valorizando
excessivamente nem tampouco diminuindo tua importância.
Pensa na tua morte, enfim, para melhor aproveitar a vida. O que haveria de mórbido nisso? Mórbido é morrer um pouco a cada dia sem desfrutar o que é de teu merecimento”.
Pensa na tua morte, enfim, para melhor aproveitar a vida. O que haveria de mórbido nisso? Mórbido é morrer um pouco a cada dia sem desfrutar o que é de teu merecimento”.
13 agosto 2014
Nota de falecimento++
Faleceu
ontem à noite em Florianópolis, no Hospital Universitário (HU), onde estava internado, Otto Siqueira, aos 80 anos.
Foi
jogador do Barriga Verde F.C., funcionário da empresa Indústria e Captura de Pescado -Incape e o último empregado do Cine Teatro Mussi, onde foi de bilheteiro a gerente, fazendo de tudo um pouco, respirando e vivendo cinema, durante mais de 40 anos,
Quando da solenidade da venda do Cine Mussi, em 27/03/2009, ao ser entrevistado, "Seu" Otto disse que de suas lembranças das telas restaram os seus filmes prediletos: O Vento Levou, Casablanca e Marcelinho, Pão e Vinho. “Filmes eram um acontecimento na cidade. A gente passava um novo filme todos os dias. O público colocava a sua melhor roupa para ver seus artistas prediletos”, lembrou.
Quando da solenidade da venda do Cine Mussi, em 27/03/2009, ao ser entrevistado, "Seu" Otto disse que de suas lembranças das telas restaram os seus filmes prediletos: O Vento Levou, Casablanca e Marcelinho, Pão e Vinho. “Filmes eram um acontecimento na cidade. A gente passava um novo filme todos os dias. O público colocava a sua melhor roupa para ver seus artistas prediletos”, lembrou.
Deixa
a esposa Maria Amélia e os filhos Sônia, Jackson, Gizilaine(Gigi) e Janine.
Corpo está sendo velado na sala mortuária da funerária Santo Antônio dos Anjos (ex-Cine Roma), sepultamento às 16 horas desta quarta-feira.
Sentimentos aos
familiares e amigos.
Corpo está sendo velado na sala mortuária da funerária Santo Antônio dos Anjos (ex-Cine Roma), sepultamento às 16 horas desta quarta-feira.
12 agosto 2014
Jornais lagunenses estudantis O Diálogo e O Corujão
Lá pelo ano de 1976, quando da
criação do Centro Cívico Brito Peixoto, no então Conjunto Educacional Almirante
Lamego - Ceal, o sempre lembrado professor Emídio Padilha me chamou a um canto do
então corredor de pisos vermelho-ladrinhados da tradicional Instituição de Ensino
e me intimou a ser o primeiro presidente do Centro.
Estávamos em plena ditadura, com os
estudantes brasileiros ameaçados pelo temido decreto-lei nº 477, de 26/02/1969,
que os proibia justamente de manifestações políticas e de pensamento.
As eleições para o Centro Cívico,
apesar disso tudo, eram diretas. O presidente do Centro tinha que ser escolhido
pelos alunos e professores, em votação.
Em princípio não aceitei o convite,
argumentei que não havia tempo, era aluno em dois turnos. Pela manhã do Curso
Científico do Ceal; e à noite do Colégio Comercial Lagunense - CCL, em Ciências
Contábeis.
Não o convenci. Argumentou que meu
nome era sua indicação e pela minha eleição ia trabalhar.
Fiquei de pensar. Dias depois aceitei
o desafio.
Logo em seguida a
eleição. Ganhei por grande diferença do outro candidato.
Mãos à obra. Junto com uma
diretoria formada, encetamos campanhas do quilo, de agasalhos. Organizamos as
solenidades em comemoração à Batalha do Riachuelo, onde diversas autoridades do
município eram convidadas; o Desfile Cívico de Sete de Setembro, entre outros
eventos.
Foi um aprendizado, antes de qualquer
coisa.
Busquei os alunos Manoel Marques, o
Sérgio Hilzenderger, o Marcos Bez Birollo e juntos lançamos o jornal estudantil O Diálogo, de grande sucesso.
O pessoal de hoje, acostumado com as
tecnologias de i-pod, i-pad, MP3, facilidades do Word, do Excel, computador,
xerox colorida, impressora, scanner, as multifuncionais da vida, não tem nem
ideia de como era difícil fazer um jornal. Gráfica naquela época nem pensar.
Quando tento explicar à gurizada –
aos poucos que ainda querem ouvir porque a maioria não está nem aí - os métodos
que então utilizávamos e que hoje soam jurássicos, a nova geração fica olhando pasma,
como se fossemos de outro mundo, de uma galáxia distantes anos-luz. De outro
tempo e espaço sideral.
No fim e ao cabo, acho que já somos
mesmo dinossauros. Mas não faz tanto tempo assim meu Deus!, “meros” trinta e
oito anos atrás, mas tudo parece tão distante, de outra encarnação.
Vejamos o método: a matriz stencil
(ou carbono) era introduzida no cilindro da máquina de escrever. Tinha-se que
datilografar (sim, sim, a gente datilografava, não digitava) com a pequena
alavanca da máquina, um dispositivo manual em ponto neutro, isso é, sem estar
na fita vermelha ou preta.
Não se podia errar, já que não dava
para enxergar as letras que iam sendo grafadas. Feito isso o carbono era
passado com todo cuidado para uma máquina chamada mimeógrafo a álcool. Quem
fazia esse trabalho com toda a paciência que é lhe é peculiar, era o Gariba.
Os dedos ficavam sempre sujos, não
tinha jeito. Ia-se rodando a manivela e introduzindo o papel com toda calma.
De vez em quando se completava com
álcool o pequeno depósito (tanque) da máquina. Consumia que era uma coisa. Parecia
carro Maverik de oito cilindros. Um litro era pouco.
Depois as folhas eram colocadas para
secarem. Não se podia expô-las ao sol, porque aí as letras sumiam como num
passe de mágica. Depois se agrupavam as quatro folhas que formavam as oito
páginas do jornal, grampeava-se e pronto! Era só distribuir aos estudantes.
Uma trabalheira de se levar uma tarde
inteira. Mas era tão bom em nossos sonhos de mudanças, transformações...
As resmas de papel eu consegui na
Livraria do Juca, um apoio logístico em troca de um pequeno anúncio, afinal estudantes
sem grana.
O saudoso Juca, bom coração, cedeu
para as feituras das edições as resmas mais os carbonos necessários. E com esse
material produzimos uns oito números que fizeram o maior sucesso, principalmente
entre o público feminino.
Não ficou sequer um exemplar do
jornal O Diálogo para provar a história, mesmo porque a tinta azul das folhas no
mimeógrafo a álcool sumia com o passar dos dias e claridade. Pior do que os
extratos de banco de hoje em dia.
No ano seguinte, 1977, com o jornal
matutino já extinto há muito, inventei de lançar no Colégio Comercial Lagunense
– CCL, um outro jornal.
Surgiu O
Corujão porque as aulas eram no período noturno. Criativo e
sugestivo não? Hehehe.
Só que desta vez os exemplares eram comercializados a
dois cruzeiros, porque o pessoal da noite tinha poder aquisitivo, trabalhava e
tal. Foi um sucesso de vendas. Seu Rui Martins era quem rodava o semanário no mimeógrafo.
Mas o jornal, infelizmente, foi somente até o número 3. A edição de nº 4, já impressa e pronta para distribuir, foi proibida de circular
pela direção do Colégio, porque tecia algumas críticas, pequenos comentários
que desagradaram algumas pessoas.
Morria ali, como tantos outros por
esse Brasil, mais um órgão de imprensa estudantil.
Hoje posso dizer que foi meu primeiro
contato com a censura à imprensa, quando aprendi precocemente que quem detém
autoridade – eleito ou não – não suporta ser questionado em seus atos.
Aprendi nada, cabeça dura que sou,
tanto que continuo questionando até hoje.
Pois semana passada – veja só! -
abrindo o baú físico e memorial, descobri entre meus guardados, numa pasta bem
fechada, entre cartolinas, as 3 edições do Jornal O
Corujão. Não sei explicar como resistiram,
intactas, após quase 40 anos às mudanças, às transformações da minha vida e ao
tempo, se mantendo com a mesma aparência como foram produzidas. Da edição nº 4, não sobrou um só exemplar.
E para que fique registrado neste
Blog, reproduzo aqui os ditos 3 exemplares, com alguns pequenos comentários. Para
ampliar basta clicar sobre eles, vocês sabem:
Capa da edição de nº 1, 18 de abril de 1977. O Jornal Corujão vinha pela rua, chegando e assustando o pessoal. Quanta pretensão. |
Página 3 com o Lá & Cá. Quadrinhas, curiosidades, mensagens... |
Estória de um louco, um texto de Manoel Marques e que já havia sido publicado no extinto jornal O Diálogo. Pequeno texto saudando mais uma edição e outro intitulado CALAMIDADE PRIVADA dando um "pau" na falta de sanitários para os alunos. O jornal começava a incomodar. |
Momento do humor, com palavras cruzadas e desenhos. |
A coluna Fofocolândia com 2 notinhas sobre professores, Elói Matos e Carlos Araújo Horn, e um texto sobre a união de turmas. E mais uma "Estória de um louco", de Manoel Marques. |
O Expediente do Jornal e um texto meu sobre o vestibular. |
Edição nº 3, de 02/05/1977. No desenho de Marcos Bez Birollo, o carrasco lendo o jornal indaga ao condenado à guilhotina qual seu último desejo. - Tenha piedade, deixe-me ler O Corujão também, só um pouquinho!", responde ele. |
Mensagem sobre o verdadeiro amigo; e as diferenças entre o homem e a mulher. Quanto romantismo... |
Uma nova coluna surge. Qual é o grilo? Novamente desenho de Marcos Birollo. E mais uma estória de um louco, de Manoel Marques, cuja autoria não é destacada. |
Surge a vaquinha, com suas "Barbaridades"; um texto meu sobre "A curriola" e a promessa de uma turma (série) de Contabilidade em lançar um outro jornal no Colégio. Pau nas criaturas invejosas e hipócritas. |
Palavras cruzadas, quadrinho e piadas. |
Página 6 e a coluna que fez o maior sucesso "Umas qui outras"; e comparações sobre "O homem ideal tem que ter" e o "Quem dá mais?", as duas escritas por uma tal de Maria, que simplesmente não lembro qual era a aluna. O homem ideal tem que ter o nariz do Nelson Matos? Quem dá mais pelo olhar penetrante do Carlinhos Horn? Penetrante? hummmmmm. Eu hein? |
Surge a tão aguardada página de "Esportes". Resultados do campeonato citatino (sic) de futebol; a nominata da nova diretoria da Liga Atlética Lagunense - LAL. Presidente: Valdemar Manoel de Souza. Na junta disciplinar: João Carlos Silveira e Munir Soares, entre outros. |
O Expediente do jornal e um texto "Pausa para meditação". |
10 agosto 2014
Nota de falecimento +
Faleceu na noite/madrugada deste sábado em Florianópolis,
no Hospital Universitário – HU, onde estava internada com insuficiência
respiratória (pneumonia), transferida em caráter de urgência da Laguna, Cleide Maria Ungaretti Branco, aos 49
anos, filha da dª Sony e do seu Branco.
Deixa as filhas Luana e Mayara.
Deixa as filhas Luana e Mayara.
Corpo está sendo
velado em nossa cidade, na sala mortuária da funerária Santo Antônio dos Anjos
(ex-Cine Roma), avenida Colombo Machado
Salles, e sepultamento ocorre neste domingo, às 17 horas.
Sentimentos aos
familiares e amigos.
08 agosto 2014
Três cliques para o fim de semana
Um bom de fim de semana a todos os leitores e
fiquem com três cliques feitos pelas lentes do meu tio Loureiro Pacheco da Lapa, especialmente para o Blog.
A primeira foto mostra o Balneário Mar Grosso
visto de um ângulo não tão comum, lá da Ilha dos Lobos.