Luiz Felipe
Remor faleceu na Laguna aos 58 anos no último dia 7 de março, vítima da Covid-19. (Ver post aqui).
Um choque para
sua família, amigos e a todos que conviveram com ele.
Uma morte
repentina que enlutou a comunidade lagunense onde era bastante conhecido e exerceu
diversos cargos públicos.
Ontem,
passados dez dias do triste acontecimento, sua querida mãe, professora
aposentada Hilta Garcia Remor, residente lá em São José, na Grande
Florianópolis, postou em sua rede social uma emocionante carta de desabafo, a título de despedida.
São palavras
simples de uma mãe, tristes, mas vindas do fundo d' alma, escritas na dor do
coração e da aflição, entre lágrimas derramadas.
Mas trazem o
lenitivo da fé e esperança, tão necessárias a cada um de nós e a todos que
perderam e estão perdendo seus entes queridos e amigos.
Tomo a
liberdade de aqui reproduzir a carta da dª Hilta porque mais do que seu
testemunho de genitora, são palavras de fé, compreensão e esperança na
espiritualidade, tão necessárias neste momento que estamos passando, com tantas
vidas perdidas a cada dia.
Perdi um
filho, meu filho amado
“Gente, vocês não imaginam perder alguém da sua
família, aconteceu comigo e meus outros filhos.
Dia 7 de março, às 10 horas, meu filho mais
velho, Luiz Felipe Remor, deixou este mundo, indo para junto de Deus.
Entendo que estamos emprestados aqui na terra,
mas é um sofrimento sem ele junto de nós.
Felipe esteve me visitando, ficando de
sexta-feira até segunda.
Queria me abraçar, mas não deixei, por causa da
Covid-19, então ele me respondeu que havia feito o teste e deu negativo.
Na noite de sábado, seu irmão Benito esteve aqui,
riram bastante e pediram pizzas. Segunda-feira passou na praia para pegar um
botijão de gás. Minha nora Ana esposa de Gustavo conversaram e riram bastante
com ele, foi tudo maravilhoso e foi para Laguna cidade onde nasceu e morava.
Sua irmã Bee Scott que mora em São Paulo falava
com ele todos os dias e no dia que foi internado, foi para ela que ele ligou.
Após sua saída de Florianópolis, depois de uma
semana contou-me que estava com Covid-19, mas se tratando com o médico, tomando
o tal kit covid-19, mesmo assim falava que a qualquer hora o hospital não teria
lugar nem pra rico nem pra pobre.
Ele comentava comigo que não tinha lugar no
hospital. Rezei muito aos céus para a cura de meu filho e do mundo inteiro,
porém não consegui.
Quando recebi a notícia de sua partida e fiquei
reclusa, minhas noras estavam comigo neste momento, passei dias não querendo
falar com ninguém, só queria pensar nele, questionar sua partida.
Hoje entendo os desígnios de Deus, seu ciclo na
Terra havia terminado.
Sei que estamos na Terra de passagem, mas o
egoísmo é mais forte para o coração de uma mãe!
Queria-o vivo, fizemos sete dias de Evangelho
no lar, minha filha é espírita e eu católica, mas o que importa é acreditar em
Deus e as mensagens que lemos me confortou bastante, me fazendo mudar o
pensamento e desejar que ele esteja com os espíritos iluminados e seja bem
recebido.
Todos temos a nossa hora! É a única certeza
dessa vida!
Ainda tenho muito que aprender e agradeço a
todos que me mandaram lindas mensagens, confortando-me e a todos os meus filhos.
Perdi um filho. Meu filho amado. Perda e luto”.
Hilta
Garcia Remor
Meu abraço de mãe sofrida para outra! Compartilho a sua dor. Que a serenidade a ajude passar por este momento extremamente difícil.
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