Até o dia 28 de agosto vindouro, as obras do escultor, pintor e restaurador Adilson Barros estarão expostas nosso Espaço Cultural Richar Calil Bulos – Chachá.
A exposição conta com alguns móveis
restaurados, diversas esculturas e pinturas, muitas delas representando pés,
que são uma peculiaridade do artista.
PÉS DE
BARROS
Por Suyan de Melo
“Adilson
de Barros Machado nasceu em Laguna, no verão de 1966, tendo se iniciado como
autodidata na arte desde os seis anos, quando fazia imagens de santos com a
argila vermelha de seu próprio quintal. Já com dez anos, passou a esculpir arte
sacra em madeira, utilizando um martelo como marreta e uma chave de fenda como
formão. Já na adolescência e juventude, tendo trabalhado com o pintor Artur
Cook na oficina de serigrafia deste, acabou por adotá-lo também como mestre no
ofício da pintura. Paralelamente, conheceu de perto o trabalho do artista João
Rodrigues, o Mestre Portuga, que o inspirou a adentrar no barroco, esculpindo
em madeira. Barros viria a trabalhar por dois anos no ateliê de Portuga.
Na
sequência, Barros passou por uma fase bastante efusiva em seu processo
criativo, trabalhando em paralelo com as técnicas mais diversas de que
dispunha, para, posteriormente, decidir-se pela escultura e entalhe em madeira
como foco principal.
Adilson, que teve incursões no teatro e na literatura, possui especial predileção temática por pés, seja esculpindo-os em madeira e pedra, seja desenhando-os em grafite, ou ainda pintando-os em tinta acrílica sobre tela. Porém, seja qual for a plataforma, uma constante se destaca: seus pés nunca possuem pares, e nunca se repetem.
Adilson, que teve incursões no teatro e na literatura, possui especial predileção temática por pés, seja esculpindo-os em madeira e pedra, seja desenhando-os em grafite, ou ainda pintando-os em tinta acrílica sobre tela. Porém, seja qual for a plataforma, uma constante se destaca: seus pés nunca possuem pares, e nunca se repetem.
Perguntado
sobre a dita fixação, explica que começou a fazer pés no projeto do SESC
chamado Pretexto III, como uma referência crítica ao mau uso dos pés, no
sentido “dos grandes que não sabem caminhar sem pisar nos pequenos”, primeiro
inspirado a fazer pés de pedra, passando depois a dar-lhes vida em outros
materiais.
Além
dos pés, Barros também destaca sua predileção no afazer artístico, por rostos,
anatomias, movimentos e detalhes em geral.
Aproximadamente
em 1998, passou a trabalhar sua arte também a partir de materiais coletados na
natureza, especialmente na praia.
Especificamente neste processo criativo com tais materiais, costumava coletar objetos como conchas, cordas e tocos de madeira, após fotografá-los in locu, fotografando também, nestas ocasiões, resíduos como esqueletos de peixes e outros.
Quando perguntado sobre o porquê de fazer o que faz, responde que porque tem o seu dom, algo talvez ligado à mediunidade, além de ser seu refúgio da turbulência dos dias, embora se frustre quando vê sua obra se deteriorando ou quando pensa sobre a deterioração da arte em geral.
Atualmente
trabalha com madeira, criando colunas, molduras e carrancas, estas últimas
mesclando barroco e arte moderna, com incidência especial de figuras africanas,
além de cerâmica, com o que se poderia chamar de “carrancas oníricas e outras
figuras imaginárias”, e grafite, com desenhos e caricaturas”.
Horário de visitação da exposição:
Sábado e domingo das 9h às 17h
Segunda a sexta-feira das 14h às 18h
Entrada gratuita.
Local: Espaço Cultural Chachá.
Rua Voluntário Fermiano, 42- Centro
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