Histórico
Dalmo, chamado carinhosamente pelos amigos mais chegados e
familiares como “Bolão”, nasceu na Laguna, em 12 de novembro de 1932. Sua mãe Anna Mendes Faísca, teve oito filhos. Além de Dalmo, Carlos e Lélia (já falecidos), Nilton, Eloisa, Helena, Cidália e Marilú.
Dalmo era
torcedor do Botafogo. Foi Topógrafo, herdando assim a profissão de seu pai
Antônio Faísca.
Trabalhou na hoje extinta Companhia de Distritos Industriais de
Santa Catarina – Codisc.
Pesquisador, possuía um vasto acervo de fotografias da Laguna antiga, herdado de seu progenitor, além de anotações e outros registros da cidade que
obteve ao longo da vida.
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Dalmo Faísca, no Barriga Verde em 1956. |
Foi jogador na posição de goleiro de vários times de futebol
de Santa Catarina, entre eles o Palmerinha, Grêmio Cidade Azul, Olímpico, de Blumenau, Urussanga e Ouro
Preto, de Criciúma.
Em 1964 foi o arqueiro do Metropol em campeonato daquele ano.
Além, é claro, do nosso Barriga Verde, time de futebol fundado em 4 de dezembro
de 1930 no salão da Sociedade Recreativa União Operária.
Anos depois, terá estádio próprio, o Nereu Ramos, de célebres partidas, onde hoje estão situados o prédio e o Ginásio de Esportes da Udesc, inaugurados em 1975.
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Barriga Verde F.C. 1952 |
Após ter ingressado no Barriga Verde F.C. em 1949, aos 17
anos, onde jogou por um ano, transferiu-se para o Flamengo F.C. de nossa
cidade onde ficou por seis meses e disputou o Campeonato de 1950.
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Vestindo as cores do Barriga Verde F.C. em 1951, com Luiz Figueiró e Darci Corrêa. |
Findo um semestre retornou em definitivo ao seu time de
coração, o Barriga Verde, onde finalizou sua carreira.
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Álbum de Figurinha "Balas Esportivas", de 1951. |
Em 1951 teve seu desenho (Fig. 34) estampado no Álbum de Figurinhas “Balas
Esportivas”, que trazia os craques de vários times que disputavam o Campeonato
da Liga Tubaronense de Desportos.
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Goleiro Dalmo Faísca. Figurinha n° 34 |
Rápida entrevista
Há alguns anos, o encontrei sentado num banco da Praça República Juliana, nas proximidades da casa onde morou seus pais e ainda moram suas irmãs Eloísa e Cidália.
Dalmo meditava e olhava o infinito, mergulhado nas lembranças.
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Dalmo Faísca na Praça República Juliana. Foto: Valmir Guedes Júnior |
Fiz sua foto, pedi licença e sentei junto a ele para conversarmos. Queria gravar a entrevista, mas não aceitou dizendo que o aparelho o inibiria. Só se a conversa fosse mais tarde, por telefone. Tinha um compromisso dali a pouco. Conversamos por cerca de meia-hora.
Puxei pelo papel e caneta, fui indagando e anotando rapidamente algumas respostas dele.
Ficamos de marcar uma nova data para continuar a conversa, mas pouco tempo depois ele adoeceu e não saiu mais de casa.
Para Dalmo, a melhor escalação do Periquito Verde, como era
chamado carinhosamente o Barriga Verde, foi a do campeonato de 1952, com Dalmo,
Luiz e Darci; Badu, Walmor e Elcio; Carioca, Almiro, Walfrido, Biguá e Eutálio.
Dalmo dizia que os melhores atacantes que ele conheceu em
seu tempo, foram esses três em cada posição:
Ponta direita:
Carioca, Filhinho e Xuxu
Meia-direita:
Giovani, Ernani e Lázaro
Centroavante:
Pinto, João Júlio e Boca
Meia esquerda:
Harley, Médinho e Didi
Ponta esquerda:
Norzinho, Quesco e Eutálio.
Dalmo lembrou, orgulhoso: “Numa penalidade máxima, nunca fui para um
canto e a bola para outro. Se assim procedesse, ficaria com vergonha de encarar
meus colegas no vestuário”.
Quanta diferença de hoje, hein leitor? Onde jogadores
derrotados após um jogo de decisão saem sorrindo e após a derrota vão comemorar
em baladas.
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Dalmo Faísca no Barriga Verde F.C. em 1955. |
Recebeu convite para ir para o Olaria do RJ
Em 1953 o Barriga Verde o emprestou para jogar pela
Seleção de Tubarão contra o Olaria F.C. do Rio de Janeiro.
O jogo foi no Campo do Hercílio Luz, inaugurando as
arquibancadas do estádio.
A Seleção de Tubarão formou com Dalmo, Adir e Enízio;
Jaci, Bigode e São Martinho; Lourinho, Didi, Boca, Mangueira e Norzinho.
A Seleção de Tubarão venceu o Olaria em 4 X 2 em jogo
histórico.
Após o jogo, já no Hotel Progresso, no centro da cidade
Azul, o centroavante Maxwel do Olaria, convidou Dalmo para seguir com eles
para o Rio de Janeiro. Teria vaga garantida no time.
Se tivesse ido para o Olaria naquela ocasião, bem provável
que sua carreira futebolística teria sido bem outra, com toda sua capacidade e técnica como goleiro.
Dalmo declinou do convite e preferiu seguir jogando no Barriga
Verde até o fim de carreira esportiva e morar na Laguna que tanto amava, onde agora faleceu.