Com as ausências
este ano das nossas centenárias bandas musicais União dos Artistas e Carlos
Gomes na Festa em honra a Santo Antônio dos Anjos, mais uma vez quebra-se uma
tradição na Laguna.
Um absurdo que se comete, um disparate, em minha opinião.
Carta aberta
impõe condições
Esta semana uma
carta aberta com cinco páginas foi divulgada à população.
Nela membros da Paróquia (Pároco e Vigário
Paroquial), das duas Irmandades (Santo Antônio e Senhor dos Passos), Festeiros
2023 e Coordenação de Canto Pastoral listam mais de vinte termos, os chamados Considerandos
(virou moda isso) sobre a participação nas festividades das duas centenárias
bandas.
Um dos termos diz
que “após inúmeras conversas e reuniões, não se encontrou consenso entre os
interesses e desejos dos emitentes desta carta e os seus destinatários” (as
duas bandas”).
Resumindo a
história
Resumindo a
história ao nosso leitor: o que a Paróquia quer é o uso de som mais
potente através de utilização de caminhão com caixas de som, vozes, violão e
guitarra. Um trio elétrico.
E que apenas uma
das bandas participe na transladação e outra na procissão. Tudo isso
intercalado com paradas com orações e repertórios de músicas populares, “a
serem escolhidos em conjunto pela banda que participará e o grupo musical da
paróquia”.
Bandas
esclarecem
Na sexta-feira
as duas bandas, através de seus presidentes, lançaram uma Nota de
Esclarecimento dizendo que “não se sentem confortáveis com algumas exigências
que foram impostas às apresentações durante a procissão e transladação, como
acontece todos os anos”.
Afirmam que
carro de som (trio elétrico) e os grupos de canto são fatores que prejudicam demais a execução
das bandas, por causa da acústica, do chamado delay (retorno) que faz
com que cantores e bandas atravessem.
Além do mais as
bandas se queixam do aumento do percurso.
Este ano de 2023
a saída da Transladação será da igreja Santa Terezinha no Mar Grosso se
tornando inviável por questões físicas já que muitos músicos são idosos,
crianças e jovens, muitos carregando pesados instrumentos.
Por fim os
presidentes das duas bandas dizem que “diante da proposta indecorosa e
sem direito à réplica, não participarão da transladação e procissão de Santo
Antônio dos Anjos”.
Alterações já
vem desde 2018
Mais uma vez quebra-se tradições de uma festa que remonta aos séculos.
A primeira mudança
deu-se em 2018 quando alterou-se o trajeto da transladação com a saída sendo
efetuada da igreja do Portinho e no ano seguinte da igreja Santa Terezinha no
Mar Grosso, ampliando assim o circuito em alguns quilômetros.
Tradicionalmente,
como sabemos todos nós, as saídas se davam em alternâncias anuais da igreja
Nossa Senhora Auxiliadora (bairro Progresso) ou da igreja Nossa Senhora dos
Navegantes (bairro Magalhães).
Além do mais a
implantação da chamada “cordinha de segurança” ao redor do andor de Santo Antônio
dos Anjos em sua Transladação provocou várias reclamações.
Acabou-se também
o coquetel na Casa Paroquial às autoridades e convidados.
E o fim da
reserva de cadeiras na igreja para autoridades. Com exceção do governador e
prefeito com suas respectivas esposas.
Antigamente não
se quebravam tradições
Antigamente nada
disso ocorreria porque a comunidade católica de nossa cidade era maior, mais
forte, presencial e tradicionalista.
Nem padres, nem
provedores, nem festeiros ousavam alterar certos ritos, costumes, horários,
locais, porque logo vinham as críticas e cobranças da comunidade.
Não havia iluminados com ideias mirabolantes, estapafúrdias e suas vozes esganiçadas gritando ordens a todo momento. Aliás, esses nem se criavam.
Patrimônio histórico imaterial
Se a festa do
padroeiro fosse declarada patrimônio imaterial à exemplo da tradicional Festa
do Nosso Senhor dos Passos em Florianópolis e no município de São José, nada disso estaria
acontecendo.
Isso porque lá
na capital até o trajeto está registrado em lei não podendo ele sofrer
alterações ao capricho momentâneo de autoridades eclesiásticas ou laicas.
Penso que o
motivo para essa troca de bandas por caminhões (trio elétrico?) é incoerente. A não ser que seja mera vaidade e desejo de alguns em deixar marcada sua passagem.
Vejamos: quando no passado o número de fiéis acompanhando procissões e transladações era bem maior, o som
emanado pelas duas bandas lagunenses servia em alto e bom tom. Todo mundo ouvia
e ficava satisfeito.
Na história
católica da Laguna não há registros de reclamações quanto a isso.
Agora que o
número de fiéis decaiu - e muito -, a ponto da Igreja fazer campanhas
para aumentar o rebanho, lança-se mão de poderosos caminhões com som para
ampliar os cânticos visando chegar mais longe.
Será que agindo
assim conseguirá conquistar novos adeptos ou trará de volta os fiéis que
estão afastados? O volume do som é o grande agregador ou catalisador?
Deus terá problemas auditivos?
Será mais um "Laguna já teve"?
A participação das
centenárias bandas da Laguna em procissões e transladação será coisa do
passado? Entrará também para o rol do "Laguna já teve"?
Um absurdo o que se comete com essa decisão, em minha opinião.
Lamento o silêncio da comunidade católica quanto a esse disparate e com a concordância, o sim senhor, o amém de muita gente, inclusive de autoridades ligadas à cultura e história.
O que diz o Iphan? O que diz a Fundação Lagunense de Cultura?
O que dizem as chamadas forças vivas da Laguna? Ou estão todas mortas?
Atualizando: Em reunião acontecida na segunda-feira (15), a paróquia voltou atrás e as bandas retornam a participar da Transladação e Procissão de Santo Antônio dos Anjos.
Leia aqui
Cada vez pior. Só falta proibir o Santo de sair da igreja também.
ResponderExcluirRealmente um descaso com as nossas bandas!!!
ResponderExcluirO Santo não é mais a atração principal!!!
Isso mesmo caro jornalista um absurdo e mais uma vez acabam com uma tradição e diga-se de mais de 200 anos pois há registros da primeira banda musical do início de 1800.
ResponderExcluirInvocam até o Concílio Vaticano lI para quebrar esta tradição como que cumprem o que foi decidido neste Concílio!
Absurdo isso. Onde já se viu. É o que dar botar gente despreparada como provedor. Me admira os padres
ResponderExcluirAcho também um absurdo, alijar as Bandas da linda tradição.
ResponderExcluirLamentavelmente Laguna ficará conhecida mesmo como a cidade do ja teve. Esta festa tradicional tinha que ser modificada por pessoas que nunca curtiram está festa como nós lagunenses tradicionais que anualmentente se deslocam de suas residências pra dar força a nossa tradição. Substituir as bandas por este trio elétrico com aquele senhor berrando feito louco em cima, realmente ficou ridículo. Eu pessoalmente não entendo nada no ano passado, mas persistir no erro é muita burrice. ACORDA LAGUNA!!!
ResponderExcluirMaria Luisa Nicolazzi Gallo
Até a festa do nosso padroeiro Santo Antônio vai acabar ? Que coisa mais sem graça caminhão de som numa procissão tão linda! Mais uma vez cidade do que já teve. Isso por causa de alguns ditadores da igreja que estão se achando donos. Estão afastando os poucos católicos que ainda tem.
ResponderExcluirCaminhão de som? Trio elétrico!!! Vai ter abadá, no lugar da lembrancinha.....Quem sabe?
ResponderExcluirÉ, meu Caro Amigo, Escritor e Jornalista, não esperava viver, para assistir a tamanha insensatez . Ora, o que querem fazer com a Nossa Laguna? Desmontá-la de vez? "Chega ! Deu ! Chega destas mazelas e picuinhas.
ResponderExcluirVerdade! Á quem está mudança beneficia? Ao Santo Antônio e a comunidade é que não! Lamentável!
ResponderExcluirComeçou com a mudança ,de número de casais festeiros,todos já sabem quem são ,pároco e provedor
ResponderExcluirSe o provedor quer ser cantor quem sabe inscrevemos ele no The Voice
ResponderExcluirVamos colocar ele lá the Voice kides
ExcluirPenso que um caminhão de som na procissão de Santo Antônio vai mostrar as modernidades da tecnologia e um certo poder de logística além de entrar na onda de show para impressionar. Em contrapartida deixamos de apresentar o que faz o diferencial artístico das centenarias bandas lagunenses. Sou totalmente contrária porque nada se compara ao valor artístico das execuções das nossas bandas União e C. Gomes. Abraço da Ma.de Fátima Barreto Michels
ResponderExcluirQue tristeza, a imagem do santo e as duas bandas é que fazem a diferença nas procissões. Sem as bandas, quebra-se uma tradição secular, que a meu ver, vai tirar o brilho da festa religiosa. Fiquei triste com a notícia.
ResponderExcluirSaudades do padre Toninho. Com ele essa gente não se criava.
ResponderExcluirQue tal a gente boicotar a festa deste ano? Não compre rifas, não consuma, não vá as novenas. Reze pra Santo Antônio em casa ou vá a igreja durante o dia.
ResponderExcluirE não compre lembrancinhas.
Além do mais vão receber 60 mil da prefeitura. Nosso dinheiro. Queremos ver a prestação de contas.
ExcluirQuem vai tirar a nota? Quem vai dar o recibo? A paróquia da matriz? Do mar grosso? O coral?
Infelizmente o modismo quebra as tradições.
ResponderExcluirSó está faltando, a partir dos anos seguintes, fundarem a Escola de Samba da Festa de Santo Antônio. Eliminem as bandas e soltem os Trios Elétricos.
ResponderExcluirFica apergunta : por onde anda a comunidade católica? Ou vocês também não têm mais voz, nem vez ?
ResponderExcluirParabéns pela Matéria, laguna precisa manter a tradição cultural VIVA, a Igreja precisa se dar ao respeito para ser Respeitada. Existe um ditador ali dentro, onde todos mantém continência.
ResponderExcluirTudo começou desde os tempos em que os festejos eram realizados no centro do jardim e depois foram levados para dentro de casa. Assim como as bandas não podem participar da tradição, que se afastem do das novenas..
ResponderExcluirRecuaram hoje. Mas só foi por pressão. O povo não sabe a força que tem. Pegou muito mal. Tinha gente se afastando da igreja e outros que iam boicotar a festa.
ResponderExcluir