Houve um tempo, cada vez
mais distante para nós que o vivemos, em que os bailes eram ansiosamente aguardados.
Cada clube da Laguna agendava suas
atrações para o decorrer do ano. Tudo combinado entre eles, até mesmo para não haver
choques de datas.
A turma que frequentava caprichava
no visu (hoje se diria look) e no perfume. Os aromas transmitiam o cheiro de uma geração.
Para elas tubinho preto e minissaia
eram obrigatórios. Não se entrava de calça jeans e tênis. Era tudo no social.
Alguns metiam (epa!) até uma
gravata, que sempre nos atrapalhava na hora de se fazer os nós.
Tempos de engraxar os sapatos aos sábados, ou dar um lustre nos cascos, como também se dizia.
Muitos ensaiavam as danças na sala
de casa, para fazer bonito na hora H.
Entenda-se como H o momento em que
se tirava o broto para dançar.
Não vão pensar outra coisa.
Mesmo porque "outra coisa" naqueles verdes anos era muito difícil. Mas nunca impossível, claro.
Os hormônios borbulhavam, vocês entendem.
Ensaiava-se os passos com as amigas,
com a irmã, irmão e até com pai e mãe, se estes fossem mais liberais.
E a gente dançava muuuito. Como dançávamos e cantávamos!
Felizes, de rostos colados, abraçadinhos, sussurrando e propondo antes, como na canção do Tavito que diz:
- Muito prazer, vamos dançar, que eu vou falar no seu ouvido, coisas que vão fazer você tremer dentro do vestido.
Na maioria das vezes a cantada não dava certo. Quase sempre não colava.
Então, como se diz hoje, a gente flopava.
Com um pouco de sorte se podia arrasar. Ou na gíria atual, lacrar.
Peraí! Falei lá em cima em Broto? Sim, sim, era uma expressão
da década de 60, mas a gente ainda a usava em 70 e 80.
Também chamávamos de
mina, boy, gato e gata, pão e bofe.
Eram as paqueras.
Hoje se diz crush.
Todo mundo atrás de um crush
para chamar de seu, para um date.
Atualmente o pessoal "vem de ZAP", tá cheio de "contatinhos" e caprichando na sua bio do Insta.
Os eventos eram denominados de Baile
de Aniversário, Vermelho & Branco, do Champagne, das Flores, da Primavera...
No Clube 3 de Maio, no bairro
Magalhães, o tradicional Baile do Comerciário acontecia sempre no mês de
outubro.
Era o maior sucesso. Muita gente
se conheceu nessas ocasiões, namorou e depois se casou. Bem verdade que também houve separações no correr dos anos e da vida. Faz parte.
As fotos acima são de um Baile do
Comerciário no começo da década de 1990, no Clube 3 de Maio, animação musical do Conjunto Jardim Suspenso; e a do Baile de Aniversário do Clube Blondin em 1987.
Bons tempos.
Bem assim. E dançava-se agarradinho, dizendo e ouvindo palavras carinhosas no ouvido. Hummmm
ResponderExcluirEra muito bom mesmo.
ResponderExcluirQuando os bailes eram anunciados, as mesas mais procuradas para reserva eram as “mesas de pista”.
Quanto aos perfumes, houve uma época em que o mais procurado era um da Avon, chamado “Toque de Amor”.
Todas usavam.
Ai, ai fiz uma viagem, deu saudade. Ficamos nós com nossas lembranças.
ResponderExcluirDireto do túnel do tempo... Nostalgia pura!!! Tempo bom que não volta mais.
ResponderExcluirTempo bom. Dançar abraçadinhos.
ResponderExcluirOs aromas transmitiam o cheiro de uma geração". Lindo isso Valmir. É poesia.
ResponderExcluirAcho eu que os melhores bailes eram no 3 de Maio. Lotava o clube, pessoal vinha de longe. Vinha gente de Tubarão, Capivari, Imbituba. Era sempre sucesso.
Os bailes no Anita também arrasaram.
ResponderExcluirGostei da atualização das gírias, vou passar a usar. Hehehe
Valmir, e lá vem à mente o chavão que fala de recordação e de vida, o tal do recordar é viver e, de quebra, os versos da canção do RC, velhos tempos, belos dias. Abraço
ResponderExcluirA foto do Blondin mostra como era a nossa dança. A menina enlaçava teu pescoço e tú a cintura dela, puxando de leve pra não assustar. Eita
ResponderExcluirValeu! Boas lembranças dos grandes bailes e da terrinha amada.
ResponderExcluirAmei o texto.
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