17 setembro 2025

Morre Terson dos Santos, Rei Momo do Carnaval lagunense por mais de duas décadas

 
Faleceu Terson Ubirajara Menezes dos Santos, aos 76 anos, Rei Momo do carnaval lagunense por mais de duas décadas.
Velório acontece nesta quinta-feira (18) das 8h às 15h na sala mortuária Pérola da Funerária Cristo Rei, com cortejo logo após para o Crematório São Mateus, em Capivari de Baixo.
Sentimentos aos familiares e amigos.
 

Terson Ubirajara Menezes dos Santos, Rei Momo do carnaval lagunense por mais de vinte anos. Carnaval de 1998. Foto: Valmir Guedes Júnior


Natural do Rio Grande do Sul, torcedor do Internacional, Terson Ubirajara Menezes dos Santos veio para Laguna em meados da década de 1970.
Foi casado com Ana Maria Silveira e da união tiveram os filhos Rodrigo, Anamares, Tatiana e Pedro Paulo.
De fácil trato, boa conversa, Terson logo conquistou inúmeras amizades, passando a residir no bairro Magalhães.
Com sua experiência profissional em escritório e contabilidade, tendo trabalhado em estabelecimento bancário, logo foi contratado pela Zilmar Indústria e Comércio de Arroz S.A.
Já na gestão do prefeito Mário José Remor (1977-1982) começou a trabalhar na prefeitura no departamento de tributos e fiscalização. Vai se aposentar como servidor público da administração municipal no início da década de 2000.
Foi tesoureiro do Sindicato dos Servidores Públicos do Município da Laguna em várias gestões.
De 1978 a 2001 foi Rei Momo do carnaval lagunense, sempre conduzindo com maestria o cetro em forma de chave da cidade e a coroa. Com seus mais de 170 quilos e 1m83cm de altura, encarnou como ninguém a figura rechonchuda da mitologia grega.
A partir de 2002 o Rei Momo passou a ser Anderson Passos da Rocha, o Rochinha.
Terson fez par com inúmeras rainhas do carnaval lagunense a quem sempre soube conduzir com respeito, educação e samba no pé. 
Lembro de alguns nomes: Jane Ungaretti, Michelle (1995), Gisele Barreiros (1996), Gisele  Pavanatti Soares (1998), Daniela Souza Sebastião (2000) e Kelly Caroline Dornelles (2001).

16 setembro 2025

Nos tempos do chuvisco na Laguna

      Jornal Agora Laguna, em sua valiosa seção Retalhos Históricos da Laguna, traz em sua edição de nº 31, de 11 de setembro de 2025, importante recuperação histórica dos tempos em que os primeiros sinais de televisão chegaram em nossa cidade.

O técnico de rádios e televisores Valmir Guedes em sua oficina na Laguna em 1974. Foto: Loureiro Pacheco Lapa. Acervo: Álbum de família/Jornal Agora Laguna edição nº 31 de 11 de setembro de 2025.


A matéria traz uma foto feita em 1974 por meu tio-materno fotógrafo Loureiro Pacheco Lapa, vendo-se meu pai Valmir Guedes postado em sua oficina de consertos de rádios e televisores, situada na rua 13 de maio esquina com a então Praça da Bandeira (hoje República Juliana), palco de muitas lembranças de toda uma infância e juventude.
Meu pai sempre lembrava que os primeiros aparelhos em nossa cidade foram adquiridos no comércio de Porto Alegre pelo farmacêutico Cid Cecconi Costa (Farmácia Santo Antônio) e pelo comerciante Salun Jorge Nacif. Marca Admiral. Custavam uma fortuna, no início.

As antenas "espinhas-de-peixe"

Meu pai logo foi chamado para ajustar as válvulas nos soquetes. Os aparelhos da capital gaúcha chegaram aqui todos desregulados. 
As antenas eram montadas na ponta de dois canos de ferro emendados e soldados pelo seu Itamar "Pilão" ou seu Camilo, ali na Roseta (hoje bairro Progresso). Mas havia quem usasse altos e prosaicos bambus.
A partir de 1965, com enormes antenas chamadas “espinhas-de-peixe” e as primeiras repetidoras instaladas captando o sinal da TV Piratini Canal 5, retransmitindo a Tupi dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, a novidade da televisão chegou na Laguna e virou uma “coqueluche”, como então se dizia na gíria da época.

Marcas de televisores e os desenhos e séries

Algumas marcas de aparelhos de TV daquela época: Semp, Invictus, Empire Bonanza, Colorado RQ (Reserva de Qualidade), TV ABC Canarinho - A voz de ouro, Teleotto, GE Máscara Negra, Admiral e Telefunken.
Logo surgiu a figura do televizinho. Mas as imagens eram horríveis, em preto & branco e cheias de chuviscos.
Mas quantos desenhos! Tom & Jerry, Os Flintstones, Manda-Chuva, Pernalonga, Os Jetsons, Popeye, Tartaruga Touché, O Papa-Léguas, Zé Colmeia, Pepe Legal, Olho Vivo e Faro Fino, Corrida Maluca com o Dick Vigarista e o Muttley, Scooby-Doo Cadê Você e Jonny Quest. 
as séries: Perdidos no Espaço, Viagem ao Fundo do Mar, Jornada nas Estrelas, Terra de Gigantes, Vigilante Rodoviário, Batman, Rin-Tin-Tin, Agente 86, Zorro, Daniel Boone, Túnel do Tempo, A Feiticeira, Jeannie é um Gênio...

Aparelho Colorado RQ (Reserva de Qualidade) com pés de palito, assoalho encerado.

Foi num aparelho de TV marca Empire Bonanza, pés de palitos, tipo o Colorado RQ da foto acima, e que meu pai levou dois meses para sozinho montar, que assisti ao homem pisar na lua em 20 de julho de 1969. Neil Armstrong, seu pulinho e pegada da bota na areia. Imagens icônicas que entraram para a história da humanidade.
Foi um acontecimento que marcou toda uma geração, principalmente nós que ainda éramos crianças. E a pequena sala lá de casa, na rua Voluntário Benevides, na subida para o Morro da Glória ficou lotada de amiguinhos para presenciar as históricas imagens.
Muitos nem acreditando no que viam. Alguns duvidam até hoje.

Instalação e manutenção das repetidoras

Não podemos esquecer de pioneiros que colaboraram para que o sonho lagunense da instalação de repetidoras de TV se tornasse realidade.
Saudoso Carlos Cordeiro Horn, que manjava tudo de eletrônica, e todo o pessoal da Associação Comercial, entre eles Mário José Remor e do Rotary Clube da Laguna da época. Campanha para arrecadação de fundos foi efetuada.
Foi uma luta a instalação e manutenção das repetidoras lá nos altos do Morro da Glória. Nas noites de chuva e do tradicional vento nordeste jogando maresia e salitre o sistema pifava constantemente. 
Ou faltava energia elétrica, o que era constante na época, e tudo desligava e era preciso lá subir para religar o sistema. Quando faltava o sinal era um Deus-nos-acuda de reclamações.
 Muitas vezes meu pai e o técnico Antônio dos Santos, acompanharam Carlos Cordeiro Horn aos altos do Morro. Usavam um jipe cedido pela prefeitura ou um fusca do próprio Mário José Remor, à noite, com chuva e vento. 
Paulinho Remor, irmão de Mário, mais jovem e ágil era o escolhido democraticamente para subir nas torres.

Pioneiras lojas de televisores  e as novelas

As pioneiras lojas lagunenses a comercializarem aparelhos de TV foram a M. J. Remor e a Galeria Gigante. Lojas Fretta logo a seguir também passou a vender os aparelhos.
Meu pai era o técnico contratado da primeira loja e o jovem Lourival Tomaz Antônio se desdobrava nas vendas na Galeria Gigante. 
Depois veio o sinal da TV Gaúcha, canal 12, retransmitindo a programação da TV Globo. 
E as novelas? Ahh... as novelas. Direito de Nascer, Beto Rockfeller, O Bofe, Antônio Maria, Simplesmente Maria, Meu Pé de Laranja Lima, Selva de Pedra, Cavalo de Aço, Escrava Isaura, O Bem Amado, Irmãos Coragem, O Astro (Quem matou Salomão Hayalla?)... 
E os programas? Flávio Cavalcanti e seu bordão: Um Instante Maestro!, J. Silvestre e "O Céu é o Limite", Família Trapo, A Praça é Nossa, com Manoel de Nóbrega. 
E o Ringue Doze, também chamado telecatch, favorito da rapaziada, com suas lutas livres ensaiadas. 
Mas a gente acreditava. Para nós eram os heróis e vilões. E eles existiam, acreditem.
A voadora e a tesoura do Ted Boy Marino (hoje diríamos que ele era do bem) no Barba Roxa ou no El Duende (os dois do mal). Leopardo, Fantomas, La Múmia, Verdugo... 
Família reunida, todo mundo na sala, sentados nos sofás, olhos vidrados e hipnotizados nas cenas das telas de tubos de aparelhos valvulados.

No Blondin um televisor sobre duas mesas

Lembro-me do primeiro televisor com transmissão de imagens em cores na Laguna. Foi colocado sobre duas mesas sobrepostas no Clube Blondin para os jogos da Copa da Independência ou Mini Copa, como também foi denominada, em 1972. Cadeiras espalhadas, salão lotado. Uma festa.
A seleção brasileira na final ganhou de Portugal por 1 X 0, gol de Jairzinho aos 44 minutos do segundo tempo. Haja coração, como diria Galvão Bueno anos depois. Todo mundo saiu para rua, Praça Vidal Ramos e Jardim Calheiros da Graça para comemorar.
Quem não podia comprar o aparelho que custava três vezes mais do que o que captava as imagens em preto & branco, disfarçava com um plástico colorido, degradê, instalado defronte à tela. Lembra disso? Uma empulhação. Mas vendeu muito esse acessório. O inventor ficou rico.

Mas a história da chegada dos sinais de televisão em nossa cidade é longa e o jornal Agora Laguna, através do jovem jornalista Luiz Cláudio Abreu, uma alma antiga apaixonado por histórias e memórias, vai contar mais um pouco nos próximos dias, inclusive com entrevistas e um documentário com audiovisual caprichado.

06 setembro 2025

A Vila da Laguna em 1822 parabenizou D. Pedro pelo “Dia do Fico”

         
Meses antes da Independência do Brasil em 7 de Setembro de 1822, vereadores da Laguna parabenizaram Dom Pedro pelo Dia do Fico.
 
Foi em 9 de janeiro de 1822, como aprendemos nos livros, que o então Príncipe Regente D. Pedro declarou publicamente que permaneceria no Brasil, desafiando a ordem da Corte Portuguesa  que exigia seu retorno a Portugal. O Dia do Fico, como ficou conhecido, foi um  acontecimento que entrou para o calendário da nossa história.
Já com o título de Dom Pedro I será aclamado como primeiro Imperador do Brasil em 12 de outubro de 1822.
   Dia do Fico em 9 de janeiro de 1822. Dom Pedro aclamado no Paço Real no Rio de Janeiro pela decisão de ficar no Brasil. Pintura J. B. Debret
A famosa frase pronunciada da sacada do Paço Real, depois Paço Imperial após a Independência, deu nome ao evento: Dia do Fico.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. 

Vereadores da Laguna parabenizam D. Pedro
Em 3 de fevereiro, portanto algumas semanas depois do “Dia do Fico”, a Câmara de Vereadores da Vila da Laguna enviou ofício endereçado ao Príncipe Regente D. Pedro parabenizando pelo ato.
Além dos vereadores, o documento (1) contém assinaturas de outras autoridades da Laguna, entre elas seu capitão-mor, os vigários, juiz ordinário, sargento-mor e escrivão.
Vejam o teor do documento, em que só atualizei a gramática:

“Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna 

Senhor. A fala com que V. A. R. (2) se dignou proferir nesta Corte – Como é para bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto, diga ao povo que fico – com estas Augustas palavras anunciou e fixou V. A. R. a paz, e felicidade perpétua neste vasto Reino do Brasil, foi atalhar os males e perigos que estávamos sacrificados com a ida de V. A. R. para Portugal, foi finalmente rasgar o véu de melancólicas ideias dos ânimos já abatidos, e sucumbidos a milhares de desgraças.

É impossível, Senhor, descrever o júbilo e prazer que se apoderou de nossos corações com esta notícia nesta pequena porção de habitantes desta Vila; uns e outros são testemunhas de tantos regozijos.

Por estes tão gloriosos motivos é que esta Câmara, e mais autoridades representativas deste Povo, como órgão do mesmo vão por meio desta felicitar-se e congratular-se com V. A. R.

Dignando-se a acolher os nossos votos mais agradecidos e sinceros, de servidão, respeito e obediência a V. A. R.

A preciosa vida de V. A. R. Deus a conserve por muitos anos, Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna em vereança de 3 de fevereiro de 1822 – O juiz Ordinário Albino José da Rosa, o vereador Antônio de Souza Pereira, o vereador José Gomes de Carvalho, o vereador Miguel Marques Rabello, o procurador José Pinto de Magalhães, Pedro Pires Salgado, capitão-mor, o vigário da Vara Manoel Fernandes Cruz, o vigário da Igreja Jerônimo Francisco Coelho (3), o sargento-mor José Joaquim de Magalhães Fontoura, o escrivão Rafael Mendes de Carvalho".




1) Esse histórico documento lagunense foi reproduzida pelo jornal Gazeta do Rio de Janeiro de 17 de agosto de 1822.
2) V. A. R. é a abreviatura de Vossa Alteza Real.
3) De acordo com Norberto Ulysséa Ungaretti, esse vigário era tio e homônimo do fundador da imprensa catarinense. (Laguna, um pouco do passado, pág. 54).

 Em 1826, portanto quatro anos depois desses fatos, D. Pedro I em viagem ao sul do país passará por Laguna e aqui pernoitará, assistirá missa, atravessará o canal da Barra, continuando a viagem, como já relatei em matéria publicada no ano de 2012 AQUI neste Blog.

05 setembro 2025

FOTO-RETRÔ

 

Associação dos Escoteiros da Laguna. Ano 1958.

Laguna já teve vários Grupos de Escoteiros. O primeiro, com o nome de Escola de Escoteiros da Laguna foi criado em 1917 por iniciativa de Rennê Rollin. Nos anos 30 cessou suas atividades.
A década de 30 nem tinha terminado e surgiu outro grupo, a Associação dos Escoteiros da Laguna, entidade que durou até a década de 1960.
Na foto acima, de 1958, na então Praça da Bandeira (hoje República Juliana), da esquerda p/direita, os escoteiros Afonso Prates, Cacaio Carneiro, Lupércio Freitas, Edi Bascherotto e Sérgio Faraco.

02 setembro 2025

Da série: Laguna já teve

 Casas Pernambucanas 

Jornal Correio do Sul 22 de julho de 1934
Em 23 de julho de 1932, um sábado, era inaugurada na Laguna uma filial das Casas Pernambucanas, sendo gerente Norberto Fatio. Banda Musical Carlos Gomes abrilhantou o ato.
À época a empresa varejista já tinha 514 filiais espalhadas pelo Brasil, empregando 56 mil pessoas. Eram 6 fábricas no estado de Pernambuco e 3 fábricas no estado da Paraíba.
Em 1970 terá 700 filiais.
Foi fundada em 1908 no Recife pelo sueco Herman Theodor Lundgren.
A empresa trabalhava com três seções: Atacado, Chic e Varejo.
Vendia riscados, brins, chitas, gabardines, colchas, cobertores, casimira, tricoline, flanelas...
Em sua publicidade publicada no jornal Correio do Sul de 22 de julho de 1934, a empresa afirmava: "dispomos do mais sortido e maior estoque da Laguna".
Jornal O Albor de 24 de julho de 1932
A filial lagunense primeiramente era situada na rua Raulino nº 30. Um ano depois mudou-se para a rua Gustavo Richard  nº132, de propriedade de João (Joca) Nunes Neto, que ao lado tinha sua casa comercial. Seus filhos Francisco Carlos Cabral Nunes e Luiz Cabral Nunes ali também trabalharão.
Uma disputa entre herdeiros das Casas Pernambucanas nas décadas de 70 e 80, provocou o fechamento de muitas filiais, entre elas a filial da Laguna.
Em seu lugar na rua Gustavo Richard, tempos depois, a partir de 1975, funcionará a Casa dos Presentes, do jovem Sérgio Castro.
Mais tarde a Tako Papelaria ali também será instalada. Hoje no local funcionam duas lojas de moda feminina, a Tok de Energia e  a TD Jeans.
Ainda hoje as Casas Pernambucanas continua presente em 15 estados do Brasil, com 500 lojas e 14 mil funcionários.
E quem não lembra do icônico reclame, como então se chamava a publicidade e criado em 1962 por Heitor Carillo e que virou bordão da marca: 
"Quem bate? É o frio. Não adianta bater, que eu não deixo você entrar, as Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar..."

28 agosto 2025

Faleceu Marianto Fernandes +

 
Cidade acordou mais triste com a notícia do falecimento em Hospital de Tubarão de Marianto Fernandes, aos 86 anos.
Marianto Fernandes
Cerimônia de velório ocorre das 8 horas às 16 h desta quinta-feira (28), na Sala Mortuária Santo Antônio da Casa Funerária Gomsan.      Féretro às 16h para o Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo Antônio dos Anjos.
Sentimentos à esposa Marilda Lopes (Dida), filhos Mariane e Fernando (Mego) e netos Gustavo, Fernanda, Gabriel e Cecilia.
"Adeus, avô querido! Levaremos sempre conosco sua sabedoria e ensinamentos valiosos! Te amo eternamente!", postou seu neto Gustavo numa rede social.
Marianto Fernandes era filho de Oscalino Fernandes e Maria de Lourdes Bessa.
Antiga placa do Ponto de Táxi onde trabalhou e que leva o nome de seu pai. (com um R inexistente). Ano 1974
Marianto trabalhou no Banco Indústria e Comércio (Inco). Mais tarde assumiu como motorista de táxi (chofer de praça, como se chamava), no Ponto de Táxi que leva o nome de seu progenitor Oscalino Fernandes, ali em frente ao Cine Teatro Mussi.

16 agosto 2025

Documentário sobre o Carnaval da Laguna

 

Na 43ª Semana Cultural da Laguna realizada em Julho deste ano, o documentário "Carnavais que Contam Laguna" sobre o carnaval das Escolas de Samba de nossa cidade foi apresentado na tela do Cine Teatro Mussi.
No áudio-visual importantes personagens da nossa maior festa deram seus importantes depoimentos.
Entre eles: Cristian Pavanate Soares, Janice dos Reis, Joel dos Reis, Thiago Laurindo, Júlio César Silva, João (Dão) Souza Júnior, Cláudia F. Sabino, Cida Milezzi, Fátima (Fafá) Regina Marçal, Anderson S. Teodoro, Arnaldo Júnior, Giselle Pavanate Soares, Admar Córdova e Ronaldo P. Vargas.
A direção e edição é de Bruno Matos. Produção: Jheniffer Andrade. Iluminação: Emerson Carneiro. Designer: João Antônio.
Eis um áudio-visual que merece ser assistido pelas novas gerações, além de ser reproduzido pelos órgãos ligados ao carnaval, à educação e à cultura do nosso município, principalmente nas escolas.


06 agosto 2025

FOTO-RETRÔ

 

Ano 1964. Escola Básica Ana Gondin, Magalhães – Laguna. As ótimas e inteligentes Professoras Selma Reis Machado, Henriette Grandemagne Viancin, Rosária Martins da Rosa e Nilza Luz Guedes. Atravessaram gerações ministrando aulas, inclusive em outros estabelecimentos escolares. Selma, Henriete e Nilza são falecidas, de saudosas memórias.


05 agosto 2025

Centenárias Sinfonias - Documentário sobre as centenárias Bandas da Laguna

 

No ano passado foi realizado um excelente documentário intitulado Centenárias Sinfonias - Um tributo às nossas duas Bandas Musicais. 
Convidado, participei como entrevistado, juntamente com maestros e músicos.
O filme, com cerca de trinta minutos, foi lançado na noite de 16 de abril de 2025 e mostrado ao público num telão defronte à Livraria Coruja Buraqueira, na Praça República Juliana. E no mês passado foi postado no YouTube.
Em abril o documentário na Praça República Juliana.
A partir do resgate da história das bandas sinfônicas Sociedade Musical União dos Artistas - SMUA e Sociedade Musical Carlos Gomes - SMCG da Laguna, o filme fala sobre patrimônio, música, formação musical e histórias da Laguna.
O documentário celebra a presença destas duas importantes instituições, conhecidas dos lagunenses desde 1860 (SMUA) e de 1882 (SMCG), que marcam presença em festividades religiosas, procissões e concertos de fim de ano.
O filme aborda não só a história das instituições, que constam entre as mais antigas Bandas Civis em atividade no Brasil, mas também sobre aspectos e personagens marcantes destas, como a presença majoritariamente negra na SMUA no início e metade do século XX e o trabalho de formação e profissionalização que as duas instituições realizam para a carreira de musicista.
O argumento e a direção geral é de SRael Libertu Andrade. Operação de Câmeras nas apresentações: Vanessa Cargnin. Operação de áudio nas entrevistas: Jhander de Souza David. Produção: Djin Samsa. Edição e montagem: Gustavo Avohai. Designer: Aline Kroth. Interpretação de Libras: Badebue Tradução e Interpretação.
O Projeto do documentário foi aprovado pelo Edital Lei Paulo Gustavo - Laguna/2023, executado pela Fundação Lagunense de Cultura, através de recursos do Governo Federal.


04 agosto 2025

Destaques da 43ª Semana Cultural

    Nesta 43ª Semana Cultural da Laguna realizada em dez dias, listo quatro atrações que foram destaques do evento, todas elas realizadas no palco do Cine Teatro Mussi. Parabéns a todos os músicos, maestros e organizadores. Foi um sucesso.:

Camerata Florianópolis


Opus 4


Ave de Rapina

Sociedade Musical Carlos Gomes


31 julho 2025

FOTO-RETRÔ

 

Time de Basquete do Clube Blondin - Década de 1970: Waldir Moraes, Nicodemos Nunes, Tuffi Remor Mattar e Haroldo Machado Pinho (Pancho). Ricardo Zambrano, Jackson (Jacó) de Oliveira e Antônio Carlos Wilke. (Clique na foto para ampliá-la).


29 julho 2025

PARABÉNS LAGUNA PELOS SEUS 349 ANOS!

 

O Vicentista Domingos de Brito Peixoto, fundador da Laguna em 1676. Nossa homenagem.

Domingos de Brito Peixoto – Este, indiscutivelmente, é o nome do pioneiro vicentista ligado à fundação e ao povoamento de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Ele e seu filho Francisco são considerados, da mesma forma, aqueles que impeliram o avanço português em direção ao território do atual Rio Grande do Sul, ao contrário dos bandeirantes, que depredaram a região no começo daquele século.
Assim como Manoel Lourenço de Andrade, em São Francisco e Francisco Dias Velho na Ilha, formavam uma geração de paulistas que vinha para fundar póvoas, expandir o território, criar alternativas econômicas. Nenhum dos três, por sinal, figura na história das inúmeras bandeiras que percorreram o Brasil em busca de índios ou pedras preciosas. Mas foram os três, sem dúvida, que contribuíram para ocupação definitiva de Santa Catarina e expansão para o Rio Grande”.

(Mosimann, João Carlos. Catarinenses, Gênese e História. Edição do autor -2010. (Pág. 111). Prêmio do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2009 – Fundação Catarinense de Cultura).

04 março 2025

FOTO-RETRÔ - CARNAVAL PARTE 4 (FINAL)

   Para encerrar nesta terça-feira nossa série sobre o carnaval de outrora, encontro em meus arquivos uma foto datada de 1962, da rua Raulino Horn, onde eram realizados o pré-carnaval e a continuação do desfile oficial. A "Rua do Carnaval" como era então denominada. 

Carnaval da Laguna em 1962 -Rua Raulino Horn. Tema da ornamentação: Xangai ou Shanghai. Acervo: Valmir Guedes Júnior.

   Note a ornamentação (e tínhamos ornamentação, ao contrário de hoje) cujo tema naquele ano era Shangai. Perceba as tradicionais cordinhas para separar o público. Lembrando que o sentido do tráfego era inverso ao de hoje.
   À esquerda, uma parte da placa da Instaladora Rádio Elétrica, do seu Aliatar Barreiros; em seguida a placa circular, tradicional, da Galeria Gigante.
   À direita, o restaurante Brasília, que não lembro (nem podia, tinha dois anos de idade), mas que ficava ao lado do Café Tupi, e onde mais tarde vai se instalar a Panificadora Imperatriz, de Archimedes de Castro Faria.

A passarela sobre a rua Raulino Horn

   Bem no meio da via vemos uma passarela suspensa. É sobre ela que quero falar.
   A ideia foi do gerente da Rádio Garibaldi, saudoso radialista João Manoel Vicente.
   Há muitos anos ele me contou numa conversa que naquele ano da década de 1960 criou um fato novo para disputar a audiência com a coirmã e concorrente, a Rádio Difusora.

    A mais antiga estava instalada na esquina da Praça Vidal Ramos, entre as ruas Duque de Caxias e XV de Novembro e, por isso mesmo, melhor posicionada nas transmissões da folia.
   A Rádio Garibaldi, cujo proprietário era o ex-prefeito da Laguna e naquele ano já deputado estadual Walmor de Oliveira, tinha seus estúdios (veja a placa luminosa sobre a marquise) instalados sobre a sinuca do Macuco (ao lado do restaurante e bar Monte Carlo). 
   No local hoje funciona a loja By Chelo Surf Shop. Observem à direita a corneta (boca de ferro) sobre a marquise. Eram as nossas "caixas de som" de outrora..
   João Vicente criou então essa passarela suspensa de um lado ao outro da rua, com os locutores (radialistas) e comentaristas da emissora postados numa posição superior para a transmissão do desfile.
   Uma novidade, um luxo!


O trajeto do desfile

   O desfile oficial começava no início da rua Conselheiro Jerônimo Coelho (com formação na rua Oswaldo Rodrigues Cabral), contornava o Jardim Calheiros da Graça, descia pela estreita XV de Novembro e virava à direita na Raulino Horn, terminando (dispersão) na Praça da Bandeira, hoje Praça República Juliana.
   Ufa!... e isso tudo era feito sem desafinar, sem “atravessar” o samba, com carros alegóricos desviando de galhos e fios, e passistas sambando sobre paralelepípedos.
   Já o pré era no sentido inverso, começando na Praça da Bandeira (hoje República Juliana) e virando à esquerda na XV de Novembro com dispersão na Praça Vidal Ramos.


03 março 2025

FOTOS-RETRÔ - CARNAVAL - PARTE 3

   Continuando nossa série, alguns registros de jovens foliões e foliãs de carnavais passados.    
   Alguns personagens são até fáceis de identificar, suas fisionomias quase não se alteraram ou mudaram muito pouco. Outros nem tanto.
   Mas para conhecê-los a gente conta com os leitores deste Blog, sempre tão atentos aos mínimos detalhes. 
   E quem sabe alguns deles, participantes, ao se identificarem nas fotos, possam citar os nomes de colegas, em carnavais de outrora que ficaram na saudade. 
   Vai neste post também duas fotos de arquibancadas postadas na rua Conselheiro Jerônimo Coelho, a passarela de carnaval. Uma de um bloquinho de casais e outra do público. 
   Clique nas fotos para ampliá-las.

Ano 1973. Bloco das lindas Pintoras no Clube Congresso Lagunense. Em pé, da esquerda p/direita:
 Jaqueline Alcântara, Cleide Ungaretti Branco, Marcília Soccas, Rosana Novi (Reichmann), Maria Antônia Gomes Amboni, Maria José Gomes Amboni, Lisdelize Barreiros (Meira), Gizi Siqueira (Mafra) e Fernanda Mussi. 

Agachadas: Luzana de Carvalho (Kamers), Edelweiss Simas de Aguiar, Carmen Lúcia Laranjeira, Suelena da Silva Rollin, Julita da Silva Barreiros (Guedes) e Liliane Willemann (Ungaretti). 

   Diz a Julita que todas as meninas adentraram ao salão cantando a canção de Sérgio Sampaio de grande sucesso na época: "Eu quero é botar, meu bloco na rua/Brincar, botar pra gemer"...



Bloco das Jovens Floristas em meados da década de 1960, ano de 1967, com a Bandeira do Cordão Carnavalesco Bola Preta, no Obelisco da Praça Almirante Lamego (hoje Praça União dos Artistas), no Campo de Fora. 

   Entre as componentes, Amélia Izabel Silva, Sônia Carpes (Lameira), Tânia Alves, Magali Nicolazzi (Bez), Rosa Maria Ungaretti Branco, Viviane Crippa, Janete Speck (Pereira), Maria Lúcia Rollin, Marilúcia Schiefler Lopes (Joaquim), Sônia Candemil de Oliveira, Glorinha Bessa Haberbeck, as irmãs Elen Menezes e Elis Schneider. 

   Quem mais? Quem mais?



   Década de 60. Cordão Carnavalesco Bola Preta Infantil, junto ao Obelisco do bairro Campo de Fora. 

   Entre os meninos estão Jorge Mussi, Ismael, Adolfo Veiga Silva, Dagoberto da Silva Martins, José Paulo Silva, Fred Crippa, Zezé, Franja, Júlio Teixeira, Júlio Marcondes.


   Década de 60. Em arquibancada montada entre o Clube Blondin e o Banco do Brasil, um Bloco animado de casais. 

   Entre os componentes, na primeira fila, Maria Salete Remor e Munir Soares de Souza, Liane Laranjeira com o marido, Maria Amélia e Otto Siqueira. Lá em cima, na frente do rapaz de sombreiro, Nilza Luz e César Guedes. Reconhece mais alguém?

   Na arquibancada, década de 60, sentadinhos aguardando o desfile, reconheço o seu Benjamin Nicolazzi (de gorro) e o médico e ex-prefeito da Laguna Dr. Paulo Carneiro, logo atrás. 

   No centro da foto, separados por pequena cerca, imagino que sejam os jurados. E bandeirolas a enfeitar o local. Mas o povo se divertia.


01 março 2025

FOTOS-RETRÔ - CARNAVAL - PARTE 2

   Anos finais da década de 1990, precisamente em 1998 e 1999.  As turmas da chamada Terceira Idade se destacavam no Bailes de Carnaval realizados no Clube Blondin e depois, pelo estado precário do prédio, passaram para o Clube Congresso Lagunense.

Ano 1999 - o Bloco das Melindrosas. Frente do Clube Blondin.

   Cada ano era uma fantasia diferente e luxuosa com o pessoal se divertindo a valer em seus organizados bloquinhos, com direito às entradas triunfais no salão ao som de tradicionais marchinhas. Um luxo!

Ano 1999 - O Bloco do Sesc (da Toalha). Clube Blondin.


Ano 1999 - Bloco das Espanholas. Frente do Clube Blondin.

   

Ano 1999 - Bloco da Rede Feminina. Hall de entrada do Clube Blondin. Observe, na parede a galeria de fotos dos ex-presidentes da Sociedade e as placas em bronze que desapareceram.

1998 - Bloco das Ciganas. Clube Congresso Lagunense.

   Maria de Lourdes Simas, Roselir Andrade (Nena),  Teresinha Cardoso de Souza, Telma Oliveira Bacha, Zulma Sant’Anna, Dª Belinha, Maria Amélia Barbosa Siqueira, Maria José Maurício, Emery Massih, Tânia, Sony Ungaretti Branco, Sônia Crippa, Maria Odécia Moraes, Márcia Pigozzi, Zezé de Souza, Nadir Carneiro Mendes, Benta Marçal, Marilanda Felício, Rute Zabot, Didi Rita, Toninha Casagrande, Maria Garcia Costa (Vênus), Léa, Norma Zapelini, Lourena Pacheco Guedes (minha mãe) e tantas outras que esbanjavam alegria mantendo uma tradição na Laguna que se perdeu no tempo. 

   Muitas já partiram e ficaram na saudade e lembranças em familiares e amigos e deixaram suas alegrias e participações.

   Se encontrou nas fotos? Reconhece algum familiar? Alguém? 

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28 fevereiro 2025

Faleceu a dª Tidí, aos 96 anos

   Faleceu nesta manhã, aos 96 anos, Alcides de Jesus Andrade, mais conhecida como Tidí.
   Moradora da Praça República Juliana, dª Tidí representou o ser humano querido e bondoso e que a todos tratava com educação e carinho.
   Foi verdadeiramente, na acepção da palavra, uma guerreira.

Henrique Abrahão Netto (Coca) e Alcides de Jesus Andrade (Tidí). Foto: Valmir Guedes Jr.

   Foi o anjo da guarda da maioria dos membros da família Netto e desde a infância e juventude deles, dª Tidí zelou por eles e os prezou muito. Bem por isso o amor que todos eles tinham por ela a quem chamavam de vó.
   Há muitos anos, em 12 de dezembro de 1995 para ser exato, a fotografei em sua casa ao lado do seu querido Henrique Abrahão Netto, o Coca, que estava de aniversário neste dia, e falecido em abril de 2023 e a quem dedicava especial atenção. É a foto estampada acima e é assim que sempre vou lembrar dos dois. 
   A Cerimônia de velório, ocorre entre às 18:00h e 23:00h de hoje (28/2), na Sala Mortuária Santo Antônio da Casa Funerária Gomsan, reiniciando às 08:00h deste sábado (01/03), saindo féretro às 10:00 hs para o Cemitério da Cruz. 
   Sentimentos a todos os familiares e amigos.


27 fevereiro 2025

FOTOS-RETRÔ - CARNAVAL - NA PAREDE DA MEMÓRIA - PARTE 1

   A partir desta quinta-feira (27) e até terça-feira da semana que vem publicarei algumas fotos dos nossos carnavais do passado.
   

   São registros, alguns raros, que mostram pessoas, espaços e ornamentações que marcaram época e que ficaram na memória e na saudade de muitos de nós que vivemos e/ou presenciamos aqueles momentos.

   Década de 1970. A foto mostra o radialista Walmor Silva da Rádio Garibaldi em cima do tablado de madeira montado na rua Conselheiro Jerônimo Coelho, transmitindo e buscando entrevistar a professora Siniria Maria dos Santos Souza, eterna Porta-Bandeira e Nilton Aguiar da Costa Mestre-Sala da Escola de Samba Vila Isabel. 

   Considerado até hoje por muitos foliões e por membros da velha guarda das nossas Escolas de Samba, como João (Dão) Souza Júnior e o radialista João Carlos Wilke, como a melhor dupla neste quesito ao longo da história do carnaval lagunense. Assino embaixo. 

   Realmente, o porte da professora Siniria, sua maneira elegante e sorridente em conduzir o pavilhão da Escola e o samba no pé do saudoso Nilton, com seus mil rodopios, salamaleques e sua alegria, cativando a todos. Eram sempre muito aplaudidos.

   Ornamentação

   A ornamentação das passarelas do nosso carnaval, rua Jerônimo Coelho, Raulino Horn e XV de Novembro era simples, de plásticos coloridos cobrindo losangos e quadrados de sarrafos de madeira com lâmpadas em seus interiores. Ornamentação simples, mas existiam. 
   Hoje, não há mais ornamentação.
   Os holofotes eram diminutos, também simples, sem a potência comparada com os watts das lâmpadas de hoje com seus leds e spots. Não havia a chamada iluminação de cena. 

   Ano 1974, gestão de Francisco de Assis Soares. Rua XV de Novembro, que ainda não era calçadão e aceitava veículos, com sua ornamentação simples. Os fuscas dominavam o cenário e, observem, já haviam surfistas na área. 

   À esquerda, a porta de entrada onde ficavam os fornos da Panificadora Imperatriz. À direita, a icônica Miscelânea.

   Mas as centenas de lâmpadas cumpriam suas finalidades e iluminavam a fantasia da passista, realçavam o estandarte da Escola e faziam brilhar os instrumentos musicais da bateria.

   Fiz esta foto com minha pequena Kodak Instamatic 54X, no carnaval de 1982. Posicionei-me defronte ao Clube Congresso. Passavam vinte minutos do meio-dia, como assinala o relógio da matriz. 

   Já não havia mais o tablado, a chamada passarela em madeira, como se pode observar. 

   À direita, defronte ao Banco do Brasil, o palanque reservado às autoridades e jurados. As arquibancadas metálicas para o público estavam lá. Uma novidade. No meio delas à esquerda e também à direita, no meio da foto, as cabines abertas para as duas rádios, Difusora e Garibaldi. 

   Sem falar na ornamentação da rua Jerônimo Coelho em caixas de madeira forradas de plástico com desenhos, dependuradas em fios de arame. E os simplórios holofotes instalados em postes de eucalipto.

   Tudo parecia mais simples, mas o carnaval da Laguna era considerado o melhor do estado e, em alguns momentos, o terceiro melhor do país.
   Para cá se dirigiam turistas de toda Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, Paraná e da Argentina.
   Vinham em busca do carnaval famoso, das apresentações das Escolas de Samba, da alegria contagiante de um povo alegre, fraterno e anfitrião por excelência e que sabia brincar e se divertir.
   O Mar Grosso? Bem... o Mar Grosso era para banho de mar, era só praia. 

   E como o sol não parecia o mesmo de hoje, usava-se o óleo Cenoura & Bronze ou o creme Rayito de Sol para acelerar o bronzeamento.

   Rua Conselheiro Jerônimo Coelho. Passarela do carnaval, com seu tablado elevado em madeira, onde os Blocos (e depois as Escolas de Samba) passavam e se apresentavam. 

   Ao fundo, o palacete de João Tomaz de Souza. Edificação que em 1968 foi derrubada para construção daquele feioso caixote do Banco do Brasil, num dos maiores erros arquitetônicos que se produziu no Centro Histórico da Laguna. 

   O carrinho de pipoca, claro, também era tradicional. Lá no alto do Morro da Glória, a torre repetidora da TV Piratini (TV Tupi) já se fazia presente.

   Havia simplórios palanques, bancos de madeira e cadeiras em fórmica tomadas emprestadas às cozinhas. Eram postados desde cedo ao longo das calçadas das vias. E amarrados aos postes e uns aos outros para ninguém levar ou trocar de lugar. 

   Todo mundo em busca de um melhor ângulo. Quanto mais perto do palanque oficial, melhor. Era ali que se davam as apresentações.

   Ano 1978, gestão de Mário José Remor. Mais uma vez a rua Conselheiro Jerônimo Coelho iluminada, ornamentada e lotada com um público aguardando as Escolas de Samba. 

   Observem a ornamentação e a iluminação simples, mas que clareava muito bem. As crianças sentadas no meio-fio, a tradicional cordinha separando o público estava lá e o palanque pequeno e simples ao fundo destinado às autoridades.

   Crianças se sentavam nos meios-fios das ruas e se contentavam com um mero saquinho de pipoca. Algumas famílias levavam água da Carioca e garrafa térmica com café e lanches em caixas de isopor (os coolers de hoje) para atravessarem à noite.
   E tudo era tão demorado... Varava-se a madrugada.
   Os tempos eram outros, evidentemente, mas felizes são os que o viveram. Pelo menos tem o que contar. 
   Se é que ainda há quem queira ouvir essas histórias, mergulhados que estamos todos nós nas telas fosforescentes e hipnotizantes de celulares.
   Tudo isso passou, como tudo passa, e hoje são imagens e lembranças que fazem parte de um passado nas folhas do livro da memória, cada vez que o folheamos.