segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Via Gastronômica: Para os moradores restam as perturbações. E sobram as xepas, o fim de feira

   Pode ser festa e diversão para alguns que ao fim e ao cabo vão para suas casas descansar no silêncio e dormir o sono dos justos.
  Pode ser festa e diversão para os que só se preocupam consigo, com seu divertimento, com sua felicidade. 
  Pode ser festa para os que, em seus egoísmos e insensibilidades, costumam dizer que se fod... o próximo, os enfermos, os idosos, os incomodados. 
   Pode ser festa para os que não respeitam nem cumprem as leis. Se sentem protegidos, imunes.
  Pode ser festa para quem no fim das noites, nas madrugadas, vão contar as moedas do lucro, ao custo do sofrimento de muitos.
Foto desta manhã de segunda-feira (18/11/2024).
  Para os moradores da Praça República Juliana (de Anita) e seu entorno, ao fim das festas na chamada Via Gastronômica resta somente a perturbação, a incomodação, o lixo, o mijo, resta a xepa da feira, a conta a pagar.
  E o problema não é sazonal. É permanente, o ano todo.

 As fotos enviadas ao Blog por moradores da Praça não mentem
  Vias públicas e calçadas fechadas, lixos amontoados nos canteiros e se esparramando pelas poucas lixeiras, fedor do chorume escorrendo e do mijo pelas ruas e calçadas, pelas esquinas e portas das casas de moradores, perturbação do sossego alheio com enormes caixas de som em alto volume e durante muitas horas.



  Potentes caixas de som que são instaladas por volta do meio-dia de um domingo e tocam em alto volume, ininterruptamente até às 21, 22 horas.
Enormes e potentes caixas de som.

  Com um agravante:
  Um bar finaliza a batucada nesse horário depois de muitas horas e em seguida o som alto inicia em outro estabelecimento da praça, prolongando-se até por volta da meia-noite, uma hora da manhã.
 Uma verdadeira poluição sonora. Um verdadeiro abuso! Um caos!
  Isso num domingo!

  Da finalidade da criação da via gastronômica não parece existir mais nada, virou um local de shows, de zoeira, de barulho, sem horários definidos, onde o que mais interessa parece ser única e exclusivamente a venda de bebidas. 
   Não era essa a proposta, é óbvio.
  Vias públicas e calçadas fechadas, sons que estremecem as paredes de velhas casas geminadas tombadas. Alô, alô Iphan!
  As poucas lixeiras são insuficientes para receber o lixo (restos de comida, garrafas, copos...) que se esparrama pelo leito da praça e será recolhido somente na segunda-feira à noite. Se não houver atraso.

  Calhas e bancos quebrados, floreiras, vegetações e canteiros pisoteados. Alô, alô Fundação do Meio Ambiente (Flama).
  Veículos estacionados em cima da praça e de calçadas. Alô, alô Polícia Militar.
Veículos estacionados sobre a Praça República Juliana.
  Vale tudo?
  
  Eis o retrato absurdo de uma cidade que se diz turística. E tem gente que defende, que acha normal.
  Aliás, o conceito de cidade turística é a que possui estrutura mínima e que minimiza o impacto no dia a dia dos moradores permanentes.
  Gestores da Laguna desconhecem esse conceito de turismo onde não deve e nem pode existir o vale tudo!
  Para os moradores da Praça República Juliana e seu entorno, a chamada Via Gastronômica, criada na gestão do ex-prefeito Mauro Candemil, sem uma Audiência Pública, sem qualquer tipo de discussão e regularização e, como vemos, sem maiores fiscalizações, tornou-se motivo de perturbação de sossego. 
  Os moradores incomodados, durante e no final das festas colhem somente os restolhos e sobram as xepas do fim de feira. 
  Cadê as autoridades do município? 
  Até quando?

Dia do Músico será comemorado com Concerto pela União dos Artistas

 
   Sociedade Musical União dos Artistas anunciando para o próximo dia 23 de novembro (sábado), a partir das 20h no Cine Teatro Mussi, um Concerto em homenagem ao Dia do Músico.
Evento gratuito.
Por ordem de chegada. 
Ingressos limitados.

   A Sociedade Musical União dos Artistas é a mais antiga do estado e uma das mais antigas do Brasil.
Ainda em fins de julho deste ano, a Banda recebeu da Fundação Catarinense de Cultura e do Conselho Estadual de Cultura, o Certificado de Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina.


sábado, 16 de novembro de 2024

Documentário: Sociedade Musical União dos Artistas: um legado de músicos negros para Laguna

   Professor do Centro de Educação de Jovens e Adultos - Ceja da Laguna, Tiego Rocha Rebello juntamente com seus alunos da disciplina de História produziram um ótimo documentário dentro do Projeto LAGUNÁFRICA. 
Na programação do Projeto realizada semana passada aconteceram diversas palestras, entre elas:

- “União Operária: um reduto destinado à população negra da Laguna”; com o presidente do clube, André Felipe Rosa;

- “O legado da resistência de uma Educação na Escola Mista da Carioca”, com a palestrante professora Claudete Nascimento, bisneta da professora Júlia Nascimento;
 
- “Capoeira: Símbolo de resistência e identidade de um povo ao estímulo de condicionamento físico”, com o professor e capoeirista Lobo;

- “Mostra Cultural” e “Mostra de Trabalhos e Comidas Típicas”.

O encerramento foi com o documentário “Sociedade Musical União dos Artistas: um legado de músicos negros para Laguna”.
   Convidado a falar sobre o tema, participei de uma roda de conversa na sede da Banda União, com o professor Tiego e alunos e que foi inserida no Documentário produzido.
Presidente da Banda Musical União dos Artistas Giovani Cardoso, professor  Tiego Rocha Rebello, alunos Jair da Silva Lima, Luciane Elvira Flores Luciano e Zilda Felizardo, juntamente com Valmir Guedes Júnior (camisa amarela).

  O interesse dos alunos pelo tema escravidão se deu por conta das aulas que tiveram, focadas em documentos voltados para a conquista da liberdade, como cartas de alforria, processos-crimes, testamentos, inventários...
   Em uma das aulas foram lidos os seguintes capítulos de meu livro sobre a Banda União dos Artistas:
 
-“Uma Sociedade Musical Abolicionista”; 
-“Uma festa abolicionista na Laguna antes da Abolição”; 
-“As comemorações em nossa cidade pela assinatura da Lei Áurea”.
 
   Além de abordar outras nuances sobre a escravidão em nossa região.
   Penso que o encontro foi engrandecedor, afinal é um tema que merece maiores pesquisas e estudos.       Fatos relacionados à escravidão precisam ser amplamente conhecidos.
  A abolição do regime escravocrata foi uma conquista de muita gente, de abolicionistas e também da resistência negra.
   Padre Leonir Dall’Alba, que foi um pesquisador incansável e trouxe inúmeras informações em suas obras, sublinha que:
   “Os descendentes dos escravos têm direito de saber a valiosa contribuição que seus ancestrais deram à implantação da civilização portuguesa nas terras do meridião brasileiro”.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Músicos da Capital visitaram Laguna

   Alunos e professores músicos do Espaço Cultural Wagner Segura, de Florianópolis, estiveram em nossa cidade fazendo um tour.


   Situado no bairro Santa Mônica, o Espaço Cultural Wagner Segura é um ambiente de formação para arte, cultura e promoção de bem-estar, mantido por seu fundador Wagner Segura.
   O grupo visitou, além de tradicionais pontos turísticos da cidade juliana, a sede da Sociedade Musical União dos Artistas.
   Convidado, lá estive para conversar um pouco sobre a história da nossa centenária Banda, baseado no livro que escrevi e lançado em 2022, “Sociedade Musical União dos Artistas -Atravessando os séculos”.
   Presença também de músicos e diretores da Banda União dos Artistas que acompanharam a conversa, entre eles o presidente Giovani Cardoso, Marion Rodrigues Cardoso, João Carlos Nunes, o presidente de honra Sidnei Soccas Ribeiro e o maestro Renato Fernandes Vicente.
   Público inteligente, atento ao desenrolar das histórias musicais da Laguna.
  Graças à intermediação feita pelo poeta Dinovaldo (Dino) Gilioli lá de Florianópolis que o encontro foi possível, a quem agradeço pela lembrança.
  Espero que tenha cumprido a missão e possa ter repassado algumas páginas de história da centenária banda musical, a mais antiga de Santa Catarina e uma das mais antigas do Brasil.
   Fotos: João Carlos Nunes

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Faleceu aos 86 anos, Manoel da Costa, o Lelé

Faleceu no início desta madrugada no Hospital Senhor Bom Jesus dos Passos de nossa cidade, onde estava internado, Manoel da Costa, o Lelé, aos 86 anos, verdureiro no Mercado Público durante décadas.

Manoel da Costa, o Lelé e a icônica placa de seu Box. Foto: Valmir Guedes Jr.

    Deixa três filhas: Rosilane, Rosimar e Rosângela. A esposa Elza da Silva já é falecida.
  Nascido no Ribeirão Grande em 30 de agosto de 1938, Lelé desde criança já ajudava seu pai na agricultura.
Depois, vinha em canoas vender produtos hortifrutigranjeiros no centro da cidade.
  Com a inauguração do Mercado Público em 1958 pelo prefeito Walmor de Oliveira, passou a ocupar o Box 11 que vai atravessar 56 anos.
  Com a desocupação do local, passou a comercializar num imóvel alugado no Largo do Rosário, até o fechamento do estabelecimento.
  Ainda na última segunda-feira (11) o visitei e aos seus familiares em seu quarto 216 em nosso hospital. Foi nosso adeus.
   É assim que vou me lembrar do Lelé, envolvido com suas verduras, hortaliças e frutas, sempre dando dicas e receitas, contando causos. Essa imagem é que fica em nossas lembranças.
   Sentimentos aos familiares e amigos.

Velório acontece na Sala Mortuária Bom Jesus da Funerária Gomsan e féretro sairá às 15 horas para o Cemitério de Ribeirão Grande.

    Em 8 de agosto de 2019, o entrevistei e publiquei uma matéria aqui no Blog  sobre sua trajetória.
Para lê-la, basta clicar Aqui

  

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Histórias de eleições que se perderam no tempo (IV)

 
Meu voto é para o Juarez
Eleições de 1986. A cédula eleitoral era ainda em papel e o eleitor ao votar tinha que escrever o nome do candidato e/ou seu número.
Já o candidato quando de sua inscrição, registrava no Cartório Eleitoral, além de seu nome e/ou sobrenome, um apelido se por ventura existisse.
Enfim, como poderia aparecer na cédula para que o voto fosse considerado válido pela Justiça Eleitoral.
Era candidato por Laguna e região sul, o lagunense Juarez Fonseca de Medeiros, de tradicional família, pessoa de caráter ilibado. Havia sido presidente da Comcap e secretário do Trabalho na gestão do prefeito de Florianópolis e depois governador Esperidião Amin. Um nome forte à Assembleia Legislativa.
Seu partido era o PDS, antiga Arena.
Abertas as urnas, Juarez Fonseca de Medeiros recebeu na Laguna 3.680 votos, enquanto em todo o estado foram 8.539 votos. Uma ótima votação, mas que não lhe garantiu a cadeira.
Aí se descobriu que muitos eleitores querendo votar em Juarez Fonseca de Medeiros, escreveram na cédula eleitoral somente o primeiro nome “Juarez”.
Como o candidato antecipadamente não registrou no Cartório Eleitoral somente seu primeiro nome, todos os votos recebidos assim foram contados, somados para outro candidato, Juarez Furtado (MDB), lá do Oeste de Santa Catarina que havia se antecipado e feito esse tipo de registro.
E assim Laguna não elegeu mais uma vez um filho da terra.
Para finalizar a história, percebendo o filão do resultado, um esperto cabo eleitoral da nossa cidade dias após o pleito telegrafou para o Juarez lá do Oeste dizendo:
“Deputado fiz um bom trabalho aqui em Laguna e região sul. Espero que V. Excia. tenha ficado satisfeito com os votos que lhe arranjei. Em fevereiro lhe procuro na Assembleia para conversamos. PT saudações”.
 
Força na peruca
Eleições de 1994. O atual prefeito eleito de Balneário, Leonel Pavan era então candidato a deputado federal.
Leonel já havia sido prefeito de Balneário Camboriú com grande êxito, tendo estadualizado seu nome com amplas matérias na imprensa.
Aliás, mostrando seu cabedal político na região, sua filha no último dia 6 de outubro deste ano foi eleita prefeita daquele município do nosso litoral.
Mas voltemos a 1994. Seus correligionários do PDT aqui na Laguna prepararam um jantar festivo nas dependências do Ravena Hotel, que tinha no proprietário Nico Chede uma das lideranças do partido em nossa cidade.
Era mês de outubro e o nosso vento nordestão soprava toda sua força, levantando poeira, sacudindo os galhos das árvores, uivando pelas frestas e frinchas.
Pavan possuía à época uma vasta cabeleira, um longo e conhecido penteado que lembrava muito o ator francês Gerard Depardieu. Era uma senhora juba.
Tão logo desceu do automóvel no estacionamento do hotel, recebeu a primeira lufada de vento.
O enorme penteado se desmantelou, se desmanchou no ar. Parecia um espanador.
Outro sopro de rebojo do nordestão levantou, baixou e depois torceu os cabelos.
Não havia pente que botasse os fios novamente no lugar.
Seus assessores se desesperavam. Como chegar assim no evento? O que não iam dizer? Como resolver essa encrenca?
-Temos mais alguns minutos, vamos pensar, disse um deles.
E logo encontraram a solução. Rapidamente levaram o candidato a uma farmácia das proximidades.
Pouco depois Pavan chegava novamente ao hotel.
Entrou no saguão com todos os fios no lugar, cabelos devidamente penteados e que ganharam até um brilho diferente.
O nordestão tentou novamente desmanchar o penteado, mas não teve êxito.
Qual foi a solução? Dois vidros de laquê derramados diretamente no cocoruto do candidato.
Os cabelos ficaram lisinhos, lisinhos. E firmes.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

II° Festival Literário da Laguna

A Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina – Seccional Laguna realiza nesta sexta e sábado, 25 e 26 de outubro o II° Festival Literário da Laguna, com uma programação diversificada no Clube Blondin e no Cine Teatro Mussi.
O evento contará com a primeira Feira de Livros, o II° Fórum de História e Literatura, além do III° Encontro de Contadores de Histórias, lançamentos de obras, exposições de artesanato e apresentações culturais, reunindo escritores, acadêmicos e artistas de diversas regiões.
“O festival é um convite para imergir no universo literário e cultural, promovendo diálogos entre a literatura e a história, com destaque para a participação de grupos culturais locais, como o Mestre Zé do Boi com o tradicional Boi-de-Mamão e o Grupo Épico Fortes Guerreiras”, explica a coordenadora do Festival, a professora Karmensita Almeida da Rocha Cardoso, da Academia Brasileira de Letras Seccional Laguna.
Além de lançamentos de livros, exposições de artesanato e apresentações culturais.
Durante os dois dias, o público poderá participar de discussões literárias, conferir um grupo regional de novos membros da ALBSC e apreciar performances artísticas locais.
 

Programação


25 de outubro - Sexta-feira (Clube Blondin e Cine Teatro Mussi)
.

9h: Abertura ao público com a Iª Feira de Livros e exposições de arte, artesanato e literatura.

10h: Cerimônia de abertura oficial do II° Festival Literário, com apresentações culturais, incluindo o Quarteto de Metais e a Casa da Dindinha, de Ribeirão Pequeno.

13h30: Circuito de Lançamento de Livros. As autoras Crisiane Bez Batti, Vivian Garcia Selig e Vanere Rocha iniciam os lançamentos, seguidos por uma apresentação de dança do ventre.
     15h30: Novo bloco de lançamentos com as autoras Sissa Moroso, Sandra Regina Lodetti e Maria de Fátima Ribeiro Espíndola.
     16h30: Apresentação cultural do tradicional Boi de Mamão com Mestre Zé do Boi.

      17h: Mais lançamentos de livros, incluindo obras de J. Machado, Dioni Fernandes Virtuoso e Angela Antônio.

Os Dragões Brincam no Quintal
      Neste dia 25 no Clube Blondin, José Genário Machado vai lançar seu livro de contos “Os Dragões Brincam no Quintal”, pela Versiprosaeditora.
       O autor trabalhou um ano na criação desta obra onde colocou muito de si.

     19h: No Cine Teatro Mussi, o II° Fórum de História e Literatura terá início com a mediação de Rafael Bicca e apresentações culturais do Grupo Épico Fortes Guerreiras.

Entre os temas envolvidos pertencem à memória ferroviária, à festa de Santo Antônio e à história literária brasileira.


26 de outubro - Sábado (Clube Blondin)

9h: Reabertura ao público com a continuação da Feira de Livros e exposições.

14h: III Encontro ALBSC de Contadores de Histórias, com apresentações culturais que exaltam os aspectos históricos e turísticos de Laguna. 

Haverá coreografias de dança interpretadas por Larissa de Souza Silva e Stéfani Costa Souza, além da posse de novos membros do núcleo infanto-juvenil de contadores de histórias.

17h: Encontro de Presidentes das Seccionais das Academias de Letras do Brasil de Santa Catarina.

19h: Cerimônia de Posse Regional Amurel de Novos Membros da ALBSC, encerrando o festival com apresentações culturais da Banda Musical União dos Artistas e do Grupo Épico Fortes Guerreiras.


Para mais informações e atualizações, o perfil oficial da ALBSC no Instagram (@albsc_laguna) estará disponível com novidades.

 

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Ana Gondin promove tarde de autógrafos

 
A Escola de Educação Básica Ana Gondin, situada no bairro Magalhães, convida para uma tarde de autógrafos dos livros escritos pelos alunos da Educação Especial através do Projeto “Representatividade na Literatura”.
É um Projeto em que alunos com transtornos (autista, cadeirante, TDHA, dislexia e deficiência intelectual), escreveram seus livros autorais.
O evento acontece no próximo dia 31 de outubro (quinta-feira) às 15h na Biblioteca da Escola.
Cobertura fotográfica de Elvis Palma.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

FOTO-RETRÔ

 
Árbitros da Liga Lagunense de Futebol em 1995:
Da esquerda p/direita: Andrei, Francisco Egídio Cidade, David e Edson Idalêncio.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

A Barca, no olhar do chargista Ed Carlos

 
A edição impressa do jornal Agora Laguna, edição n° 7, que circulou na última quarta-feira (16), trouxe como ilustração colorida em página inteira a tradicional “Barca dos Derrotados”.
O desenho é do chargista Ed Carlos Santana, baseado no conjunto de quadrinhas rimadas de minha autoria e publicadas aqui no Blog e que tanto sucesso fez, com milhares de acessos. 
O jornal também estampou, em duas páginas internas, a totalidade dos versos.
(Clique no desenho para ampliá-lo).

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Histórias de eleições que se perderam no tempo (III)

 
Como o clima e o noticiário continua político, com vários municípios do Brasil se preparando para o segundo turno.
Como as atenções agora na Laguna se voltam para os preparativos de transição e nomes para o novo secretariado já começam a ser ventilados nos bastidores, continuamos com nossas histórias da política lagunense de outrora. 

O Perú do prefeito
Era praxe antigamente, nos dias que antecediam o Natal, o prefeito da Laguna receber muitos presentes em seu gabinete.
  Eram correligionários, simpatizantes, amigos e conhecidos, principalmente do interior do município, que vinham trazer um mimo.
Presenteavam com o que podiam oferecer, às vezes na dificuldade, mas sempre presentes dados de coração.
Eram peixes, quilos de camarão e carne de siri, bolos, frutas, verduras, ovos, galinhas...
De butuca na cena, o cunhado de um prefeito, vendo aquela abundância de presentes diários chegando, não perdeu tempo e se postou em frente ao Mercado Público. A prefeitura, é bom lembrar, nessa época funcionava no andar superior do prédio.

Ali mesmo, aos pés da escadaria, o cunhado se oferecia para ser o intermediário, alegando que o prefeito andava muito ocupado, em reunião, e não ia poder recebê-los tão cedo.
Como o pessoal já o conhecia como parente, entregava os presentes na confiança, recomendando que ele não esquecesse de informar ao prefeito quem tinha trazido:
-Olha, essa galinha e essa cuca é para entregar para o prefeito hein? E diga que fui eu quem trouxe.
-Deixe comigo, pode deixar que entrego para ele hoje mesmo e digo que o presente é da senhora, dona Mariquinha.
-Seu Maneca, não se preocupe, vou entregar direitinho esses ovos e a galinha na casa dele hoje à noite mesmo.

E com isso o cunhado do prefeito montou um cardápio farto e variado em sua casa, com a mulher e filharada passando bem nos almoços, cafés e jantares do mês de dezembro. 
Afinal, nunca tomaram tanta gemada, nunca comeram tanto risoto e bolo e pão caseiro e omelete e camarão ensopado e chuparam tanta laranja crava, além de deliciosas e suculentas melancias.
No fundo do quintal de sua casa, no bairro Lagoa Preta, hoje Navegantes, o cunhado do prefeito montou até um galinheiro onde tinha de tudo: galo, galinha caipira, carijó, poedeira, pescoço pelado.
Só de pintinhos passava de cinquenta.
Tudo presentes destinados ao prefeito e que, sorrateiramente, haviam mudado de endereço.
No dia do Natal, sua irmã, mulher do prefeito passou em sua casa para deixar uns brinquedinhos para os sobrinhos.
A visita era para ser à tarde, como sempre fazia, mas desta vez se adiantou e chegou bem na hora do almoço, da ceia.
Surpresa!
Quando chegou e entrou se deparou com todos à mesa saboreando uma robusta ave assada.
Como conhecia seu irmão de outros carnavais e natais, logo ligou as coisas e boquiaberta exclamou:
 -Peraí, esse eu conheço, esse é o Perú do prefeito!
Ali estava a explicação porque o prefeito ainda  não havia recebido para o Natal,  como todo ano, o presente do seu Zeca de Bem lá do Ribeirão. 

Deu na cabeça
Eleições de 1976 na Laguna, os comícios se sucediam nos bairros e localidades, sempre concorridos.
Eram nessas reuniões que os candidatos eram ouvidos e apresentados ao eleitorado.
Momento do chamado corpo-a-corpo, dos abraços e apertos de mão, das promessas e dos cafezinhos nas casas dos correligionários, dos cabos eleitorais, dos compadres e comadres.
Era também quando se distribuíam os famosos “santinhos” com as fotos e números dos candidatos.
Época em que nem se sonhava com internet e redes sociais.
As gráficas trabalhavam a mil na confecção dos papelotes que eram entregues pelos candidatos na esperança de conquistar o voto.
Um dos que mais se esmeraram na época na entrega do seu “santinho” foi o candidato a vereador pela Arena Heitor Parente Júnior.
Em todo canto da cidade sua foto e número de candidato estampados no pequeno papel era encontrado. Enfiado por debaixo das soleiras, em cima dos balcões dos bares, cafés, barbearias, nas caixinhas postais, nos para-brisas dos carros.
Nos álbuns de colecionadores sua figurinha era considerada “cherne”, como então se dizia.
A eleição era na segunda-feira, 15 de novembro, feriado.
No sábado, 13, certamente de tanto ver por semanas o número 2.120 (cachorro) estampado em milhares de “santinhos” do Heitor, o pessoal descarregou esse número na chamada "Loteria Popular", também chamada “do poste”.
Pois à noite o milhar deu na cabeça. Muita gente passou o fim de semana prolongado comemorando, gastando, feliz.
Menos o candidato que não jogou, recebeu 205 votos e não foi eleito.

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

FOTO-RETRÔ

 

Nas comemorações pelo aniversário da Sociedade Recreativa 3 de Maio, em 1997, presenças dos ex-presidentes do tradicional Clube do Magalhães: 
Ivan Souza (Zinga), Prezalino Lopes e Francisco de Assis Soares, este último prefeito da Laguna na década de 1970.
Em pé, e continua entre nós, o presidente na época da sociedade, Jayson Vieira Domiciano.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Barca atravessa fronteiras (ou seria rios?)

 
O post da Barca também foi publicado, com muito sucesso, pela Rede de Comunicação Sul Brasil em suas plataformas digitais.

Agradeço ao jornalista e radialista Ricard Fernandes pela consideração, ele que faz um ótimo trabalho na comunicação do Sul do Estado, tendo como base a cidade de Tubarão, onde reside.
Ricard já esteve à frente dos microfones aqui na Laguna, onde militou durante muitos anos com seus programas nas Rádio Garibaldi e Difusora, onde deixou muitos amigos, além de ter sido proprietário e editado o Jornal A Verdade que marcou época.
Para acessar aqui

A BARCA PELAS VOZES DO SENADINHO

 

O ótimo Programa Senadinho, apresentado por André Luiz, Luiz Cláudio Abreu, Rafael Bicca e Elvis Palma finalizou na noite de ontem (8/10) a temporada de entrevistas e comentários políticos com a leitura da “Barca dos Derrotados”.
Os quatro deram um show de interpretação, descontraídos e bem-humorados, o que valorizou sobremaneira os versos em quadras.
Pelo destaque dado aos despretensiosos versos da Barca confesso que fico lisonjeado e agradecido.
 Aliás, parabenizo o Portal de Notícias Agora Laguna pela cobertura das eleições, sempre imparcial, dando oportunidade a todos os candidatos à prefeitura.
E pelo surgimento corajoso desse mais novo rebento, o impresso Jornal Agora Laguna, um marco em nossa comunicação, área que necessitava mesmo de uma oxigenação.
Quem não participou dos debates destas eleições de 2024, por tática e/ou salto alto, perdeu a chance democrática de apresentar suas propostas e dialogar com os adversários políticos. 
Seja para o bem ou para o mal.
Participar de debates é consideração com a imprensa e principalmente com o eleitor e que todos os candidatos deveriam ter como prioridade, respeito e até obrigatoriedade.
A não participação do candidato por estratégias políticas de assessores que muitas vezes se deixam levar por raivinhas, ciúmes e invejas, acabam se mostrando táticas burras, uma espada de dois gumes, como se diz.
E que têm que ser revistas para os próximos pleitos por candidatos que se acham ungidos, eleitos por antecipação.



segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Quem emBARCA na BARCA 2024?

 


Quem emBARCA na Barca 2024?
Autor dos Versos (Quadrinhas): Valmir Guedes Júnior
Desenho da Barca: Marega

Atenção:
Barca com lotação esgotada!
Todos os tripulantes e passageiros 2024 estão a bordo.

A Barca está no cais
Pintada e embandeirada
Toda pronta pra partir
Levando a marujada

A embarcação é bonita
Revestida nos costados
Traz seu nome bem na frente
A "Barca dos Derrotados”

Passou 6 de outubro
Por todos tão esperado
Muitos não se conformam
É com o triste resultado

A Barca está lotada
Na Lagoa quase afunda
Nela vai gente bonita
E também cara-de-bunda

Foram cinco candidatos
Querendo a tal prefeitura
Só um ganhou a parada
Ficaram quatro na amargura

Candemil todo prosa
Cantou vitória primeiro
Ficou no meio do caminho
É um velho marinheiro

Mauro de comandante
Lembrava os tempos do LIC
Pesado como um trator
Levou o MDB a pique

Mauro Vargas Candemil
Pensando ser o tal
Vai esperar a Barca
No porto da Capital

 A combativa Deise
Se atrasou para a viagem
Deve estar lá na Figueira
Aplicando a maquiagem

Empresário Adilson Paulino
Passou um mês na Europa
Diz que vai voltar pra lá
E desta vez não tem mais volta

A Barca já está pronta
Com vela e motor revisados
Célio diz que vai recorrer
E sobe com Nauro abraçados
 
O empresário Nasser Rabah
Dizia ter muita tarimba
A Barca vai deixá-lo sozinho
No cais do porto da Zimba
 
Lukinhas que é do Farol
Estava todo faceiro
Foi escolhido pra Barca
Na função de faroleiro

 Professor Boca reúne a turma
E quer todo mundo um atleta
Nilsinho Coelho vai pra esteira
E Matheus Cazeca pra bicicleta

Babalú saiu do estaleiro
E fiscal da Barca foi eleita
Confere a entrada de todos
Qualquer coisa ela peita
 
Na turma da cozinha vai
Um mestre-cuca cozinheiro
O Waldyzinho está pronto
No preparo do tempero

O Vanildo chegou logo
Ao Disk, ninguém precisou ligar
Trouxe frango bem assado
Para a turma se esbaldar

Fábio Cereja vem apressado
Porque trabalha o dia inteiro
Na Barca será nomeado
Como Mestre-Confeiteiro

A candidata Cristiane Belmiro
É Bolera renomada
Traz dez bolos pro café
E uma torta confeitada

A Barca vai fazer
Um pit-stop na marra
Pra pegar o Jairinho do Porto
E a Gerusa Card na Barra

Com roupinhas de grumetes

Sobem as mulheres a bordo

São as elegantes “barquetes”

Desfilando a bombordo

 

 Sibelle Effting as recepciona

E organiza um bailete

Sobem no barco a Cristina Vieira

A Márcinha Barreto e a Valdety

Keli Oliveira, Fran e Deisinha 
Estão todas no convés
Mais Thaís Lima  e Danielle Martins
Eita! Que esse baile está dez

 Fernanda Nobre, Fabiana, Nígia, Dirlene e Custódia 

Gastaram foi muito sapato
São passageiras da Barca
Junto com a Cintia Honorato

A Barca tem salão de beleza
E Isamara comanda com sucesso
Pra turma feminina e seu visu
Faz escova, mechas, luzes e reflexo
 
Soraia Wust, Dani Lopes e Iane
Vão as três todas em pé
Além de segurarem no colo
Os gatos da Maria José 
 
Nádia Tasso vem trazendo
Sua bandeira da Solpra
Sozinha e em silêncio
Vai sentada na popa

 Rosinete não se elegeu
Não é fácil, eu concordo
Na Barca vai servir
Como enfermeira de bordo

A doutora Chris Nunes
É a psicóloga da Barca
Quem não passar na consulta
Fica em terra e não embarca

Pache é médico da Barca
Vai receitar muito Doril
Aos enjoados do mar
O remédio é o Plazil

Jadson Fretta trouxe seu Bloco
Costela de Eva & Adão
Será uma grande festa na Barca
Com muito samba e pé no chão

Do Bloco Skentaí
Já chegou Kiko Leal
Com isso a Barca virou
Um alegre carnaval

Na fila da grande Barca
Está o irmão Luizinho
Logo atrás e falando alto
O Serginho Turco e o Marcelinho

Já subiram no convés
Celhinha e a Karlinha
Antes delas já estavam
O Kleitinho e o Cezinha

Sobem na Barca mais quatro
É o Ninha e o Nino
Mais a Zeza e o Zezo
Querem saber qual destino

Marcelo Vargas e Vitor Serafim
São pescadores guerreiros
Na Barca também serão
Dois ótimos marinheiros

Pastor Gladi reúne os fiéis 
E põe todo mundo a orar
Pede proteção a Jesus
Pra viagem em alto-mar

Everaldo de Tequilas
Queria ser vereador
Será ecônomo na Barca
E Gustavo Damiani o vendedor

Silvio, Ed. e Alzira
É tudo bom professor
Mas o eleitor lagunense
Não deu o devido valor

Havia mais professores
Em busca de uma vaguinha
Lisa Bucci, Dani Godinho e Fabrício
Seguem todos pra Barquinha
 
Léo de Bem é agricultor
Cuida de plantação
Ainda procura os votos da Madre
E também do Ribeirão

Zelindro, Rodrigo, Egidio, Jaison e Daniel
 São cinco atentos vigilantes
Eles fazem a segurança da Barca
E também dos tripulantes

A secretária da Barca
É a Laurinda Morena
Com a turma do PDT reunida
Lá do convés ela acena

Claudemir que é o Mingo
É um ótimo carpinteiro
Sobe na Barca indagando
Qual será o roteiro

Quem é do mar não enjoa
Diz o adágio popular
Por isso o Kfouri Neto
Já reservou seu lugar
 
Chega o André Foguinho
Sua votação foi mal
Traz um molinete nas mãos
E vai pescar marimbau

Samuka que é Samuel
Na carga é bom motorista
Dirige o guindaste da Barca
Ou então vira maquinista

É preciso muita tinta
Para a Barca conservar
Ilson Correto se oferece
Para o serviço empreitar

 Denise, Maricelia e Rudinete
Começam na Barca a cantar:
“Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar
Eu tirava uns votinhos do fundo do mar”

E o Trio Parada Dura continua:
“A Barca virou por deixar ela virar
Foi por causa do Celinho
Que não soube remar”

O candidato Freddy Amândio
Queria na Câmara sentar
Já comprou até banquinho
Pra na Barca viajar

Everaldo que é liso
Como bagre ensaboado
Teve seu dia de bobeira
Entrou em barco furado

Com os votos do bairro Progresso
Patrick da Nega se achava eleito
Terminada a apuração dos votos
Tomou uma invertida de jeito

 Gustavo Santos conversava
Com todo mundo na rua
Ficou em silêncio depois
Com a verdade nua e crua

Os pescadores Marcelo e Licério
Na Barca ficavam a falar:
-Gente, vamos embora
-Pra nunca mais voltar

O candidato Diego Baron
Chega apressado num bote
Quer entrar logo na Barca
Pra pegar um camarote

Lá vem o Eurico
Metido a gostosão
Mas o povo todo sabe
Que perdeu a eleição

A Gestora Rosane Duarte
É pessoa de fino trato
Sendo filha de portuário
Já conhece bem um barco

Na grande fila do cais
Está a Pati do Bizorro
Também ela aguarda a vez
De entrar no emBARCAdouro

Regina Cardoso e Roberto Rodrigues
São filiados ao Republicano
Depois deles sobe na Barca
Márcio dos Santos que é Tucano

Quando a Barca apitou
O povo reunido sorria
Ao ver a Andréia Cascaes
Com a “Rede” pra pescaria

Nossa Barca é bem eclética
Mas indaga de onde a turma veio
Adriana do Carmo é de Guarulhos
E Luciane Teixeira de Esteio
 
Felippe May é de Braço do Norte
Professor Gesso de Floripa
Eliz Veronez de Nova Veneza
Todos os três apoiaram o Crippa
 
Adriano Gaúcho é de Cruz Alta
Sônia Oliveira é Carioca
Escolheram Laguna pra morar
E pelo jeito não tem mais volta

Lá da Cabeçuda
Chegou mais um tripulante
Se chama Ary Barreiros
E embarcou como aspirante

Sobe na escada da Barca
O Nonô do Bananal
Resmunga e vai se queixando
Que sua votação foi mal

Tem ainda Rodinei Machado
Empresário renomado
Terá que dar mais desconto
Pra aumentar o faturado

Em cima da Cesta da Gávea
Lezo olha o horizonte
Ele busca bem ao longe
Os votos de ontem-ontem

Cléber Siqueira já chegou
Sem conversar com ninguém
Diz que tem enjoos no mar
E o balanço não faz bem

Tomaselli não esperava
Mas a surpresa sempre vem
O eleitor do Magalhães
Não o elegeu também

Quem também sobe na Barca
Logo após a última corrida
É o motorista Rodrigo Uber
Que se apressa pra partida


Zoppellaro também perdeu
Mas com isso eu concordo
Afinal a tripulação da Barca
Precisa de dentista a bordo

Santo Antônio sempre ajuda
Qualquer Barca a navegar
Marco Antônio vai pedindo
Para um porto atracar

Zenonzinho Neto é engenheiro
Competente e diplomado
Mas se não chegar a tempo
Vai ter que seguir a nado

 

Peterson Nascimento
Fala em problemas de causa e efeito
E se a Laguna não der jeito
A culpa é do prefeito

 

Gilberto Pinho grava um vídeo
E aconselha o pense e repense
De cima do passadiço da Barca
Grita bem alto: Lagunense!

E quando a noite vier
E muita saudade chegar
Maurício Oliveira o poeta
Para a turma irá declamar

Com 30 votos na mochila
Sobe o Neném Madalena
Reclama muito o coitado
Mas o eleitor não teve pena

Depressa chega o Rabinho
Não sabe onde sentar
Procura um lugar lá no meio
Pra tentar se enfiar

Júlia Guedes, Sibele, Sandro e Bigode 
Com Píter, Barzan, Vanderlei e Michel Bento estão comovidos
Do cais se despedem dos amigos da Barca falando:
-Não fomos, mas poderíamos ter ido

Fotógrafa oficial da Barca

É a Grasi Vieira

mandou todo mundo sorrir

e clicou a turma inteira


Tripulação reunida

Muita gente fazendo farra
Se na Barra a Barca virar
Todo mundo se agarra

A Barca está de saída
Não sabemos onde vai
Mas o povo reunido
Grita em coro: Só Levai!

Pula a Barca na Boca da Barra
Mas logo navega serena
Tem gente que até se agarrou
No mastro liso da Mezena
 
Aos passageiros da Barca

Bom descanso e regresso

E que no ano de 2028

Todos tenham mais sucesso!


Boa Viagem!


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Histórico da origem da Barca

    Há quem afirme que a ideia da "Barca dos Derrotados" teria começado em 1950, aqui na Laguna, no programa "Picadeiro Político", apresentado por Nelson Almeida, um dos fundadores da Rádio Difusora.
Depois das eleições daquele ano, Nelson teria dado funções numa fictícia Barca aos candidatos não eleitos, enquanto ao fundo o sonoplasta tocava demorado apito naval de despedida. 
Desde então, sempre após as eleições em nossa cidade, o pessoal costuma dizer que os não eleitos vão pegar a Barca.
Evidentemente, deduzo que a expressão é por ser a nossa cidade marítima, portuária. 
E despedidas no cais do nosso porto sempre foram constantes, gravadas em nossas memórias afetivas, sentimentais, atravessando gerações.
Mas a história da barca para os que não se elegem, também é conhecida em Imbituba, Itajaí e Florianópolis, onde teria chegado mais tarde, oriunda daqui, e também se tornado tradição.

Os desenhos e os versos

Depois surgiram os desenhos. Quem muito se utilizou dessa técnica em nossa cidade foi o saudoso jornalista Richard Calil Bulos, o Xaxá. Ele recortava as carinhas dos santinhos, desenhava os bonequinhos em seu estilo naif e os colava numa grande ilustração de um barco. 
A arte pop virava até capa de jornal!!! 
Heitor Parente (pai), já falecido, nas décadas de 70/80 surgiu com os versinhos. Umas quadrinhas tipo pé-quebrado, mas sempre rimadas. Depois o repentista e trovador Pião Catarinense continuou por alguns anos.
O igualmente saudoso Munir Soares em suas colunas dos jornais, em seu tradicional estilo, também trazia sua barca desde meados da década de 70. Um sucesso!
Nas eleições de 2016 e 2020 andei me aventurando com as quadrinhas rimadas. Cria daqui, copia dali, altera acolá. O pessoal gostou.
Os novos versos desta eleição do ano de 2024 estão publicadas acima. Abrangem todos os candidatos. 
É bom lembrar que foram cinco à prefeitura com seus vices e mais de uma centena a vereador.

Uma mera brincadeira

E a Barca é isso. Uma brincadeira, claro. Um pouco de humor nesses tempos sisudos e de polarização que estamos vivendo. 
São versos sem qualquer tipo de ofensa aos candidatos.
Ao final, desejamos a todos eles parabéns pela participação democrática e sucesso no próximo pleito. 
Que tenham muito mais votos e consigam se eleger no futuro.
Para não entrar na Barca.