terça-feira, 29 de junho de 2021

Foto-Retrô

 
22 de Agosto de 1970. Confraternização (churrascada) no Morro da Glória do time de Futebol de Campo do Clube Atlético Cultural Olímpico (C.A.C.O.), pela conquista do Título Lagunense de Futebol Amador.
Da esquerda p/direita: Ataliba Lopes, (?), Nilton (genro do Rodolfo Michels), Aroldo Fretta, Luiz (goleiro), Rogério Rollin (Bolinha), do Banco do Brasil, (de jaqueta escura), Sérgio Barbosa de Castro (braços levantados), Eduardo Luiz Schiefler Lopes (Piston),  Nelson Gomes Mattos,  Idalino Zanetti (de bigode), Rogério Siqueira, Luiz Paulo da Fonseca Carneiro e Batista Abrahão.
Agachados: Manoel Silva, sua voz e seu violão, Cabinho (filho do Cabo Mário), Djalma Búrigo, Décio Cabral, Márcio Westphal (batendo palmas) e Volnei Fretta (deitado na frente).
Velhos tempos... Belos dias...

PS: Você conhece quem está ao lado do Ataliba Lopes, em primeiro plano, cantando?


quarta-feira, 23 de junho de 2021

Foto-Retrô

 Laguna Esporte Clube - LEC em 1982


Numa partida em casa com o Juventus F.C. de Jaraguá do Sul, em 7 de setembro de 1982, o goleiro Manga jogou para o L.E.C., que ganhou de 2 X 0, gols de Anu e Chireia. O jogador convidado havia sido Garrincha, mas por problemas de saúde não pode viajar.
Em pé: Almir Alves (Anu), Roxo, Nem Chede, Manga, Jackson Calazans e Itamir.
Agachados: Chico, Nortinho Luchina, Chireia, Beto Laguna, Ferrugem e Serginho Iru.
Bons tempos.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Foto-Retrô

 

TEP – Turma da Esquina do Paulista

O time de futebol TEP -Turma da Esquina do Paulista, fez história no futebol de campo amador da Laguna na década de 1970.
Formado por jovens que se reuniam na esquina da rua Custódio Bessa com a avenida João Pessoa, no Magalhães, onde existia um armazém/bar do "seu" Paulista, como era conhecido.
A turma ali se agrupava para conversar, tocar violão, cantar e paquerar as alunas do Colégio Stella Maris, quando das saídas das aulas.
Mizinho Cidade de Souza e Décio Cabral juntos com outros amigos resolveram formar um time.
Muitos bailes no Clube 3 de Maio foram promovidos pelo TEP para aquisição de materiais esportivos, como calções, camisetas e chuteiras.
Foram campeões de vários Torneios, principalmente os realizados no campinho do Magalhães, Praça Polidoro Santiago.

 Na primeira foto, uma das formações do TEP:
Ageu, Marinho Cabral, Nilson Algarves (goleiro), Randal, Décio Cabral, Mizinho Cidade de Souza, Paulista (dono do armazém/bar) e Caíco.
Agachados: Sérgio, Edmundo Ungaretti Branco, Hamilton de Bem (Abelha), Hélio, Ricardo Ribeiro e Tião.

Neste segundo registro:
Nilton, Marinho Cabral, Mizinho Cidade de Souza, Nilson Algarves, Décio Cabral, Mi, Randal, Odilon e Bada.
Agachados: Caíco, Hélio, Joãozinho Matos, Márcio Carneiro, Hamilton de Bem (Abelha), Cláudio e Ricardo Ribeiro. 
Fotos/acervo: Mizinho Cidade de Souza.

PS: Observe a torre da nova igreja Nª Sª dos Navegantes ainda sendo construída.

terça-feira, 15 de junho de 2021

Faleceu Gelson Luiz de Souza +

 
Faleceu nesta terça-feira (15/06), em Tubarão, o advogado Gelson Luiz de Souza, aos 59 anos.
Na semana passada Gelson havia passado por intervenção cirúrgica no estômago e recuperava-se em sua residência no Mar Grosso. Teve complicações, foi internado novamente e não resistiu.
Gelson Luiz de Souza.
Filho de Nelson (Dedinho) João de Souza e Selma, Gelson foi funcionário do Fórum de nossa cidade e Procurador-Geral do município da Laguna entre os anos de 2005 a 2012. 
Em 2012 foi nomeado chefe do Núcleo de Operação e Manutenção do Porto da Laguna. Atualmente ocupava o cargo de Assessor Jurídico da Fundação Lagunense do Meio Ambiente (Flama).
Seu pai, Nelson João de Souza, faleceu em 13 de setembro de 2020.
Prefeitura decretou três dias de luto em todo o Paço Municipal.
Corpo será velado na Capela Mortuária Nª Sª Auxiliadora no bairro Progresso a partir das 8 horas desta quarta-feira (16) e sepultamento ocorrerá às 11 horas no Cemitério da Cruz.
Sentimentos aos familiares e amigos, em especial a sua mãe Selma, aos irmãos Ronaldo Luiz, Nelson Magno, Paulo Roberto, Magda Regina e Sayonara, e a esposa Rosane Silva, filhos e netos.

Foto-Retrô

 
Esperança Futebol Clube (Morro)
1985. Em uma das últimas partidas no campinho de futebol do Magalhães, antes do local virar praça, o Esperança Futebol Clube, time do morro. Da esquerda p/direita: Zé Enrilha, Dante, Pelé, Vero, Carlinhos Perna, Marechal, Ivori e Vavo. Agachados: Quico, Sebinho, Cid, Zé Nelinho e Lei.


segunda-feira, 14 de junho de 2021

O adeus ao músico Ricardo Fiúza Brandl

 
Sepultado em nossa cidade neste domingo (13/06), o músico Ricardo Fiúza Brandl, aos 85 anos.
Ricardo é filho de Ignácio Otto Brandl e Jacyra Fiúza Brandl.
Durante muitos anos foi integrante do Conjunto Jazz Lagunense e Conjunto Melódico Ravena. Neste último foi um dos fundadores em 1957, juntamente com Álvaro Alano, Hélio Dias e Newton Careca.
Conjunto Melódico Ravena nos áureos tempos. Da esquerda p/ direita: Custódio Ezequiel, Mauro Camilo, Álvaro Alano, Hélio Dias, Jairo Siqueira, Emanuel Maiato (Duca), Orgel Ávila e Ricardo Fiúza Brandl, no Clube Congresso Lagunense.
O Conjunto animou memoráveis bailes por Laguna e todo o sul do estado, inclusive com apresentações em programas de televisão.

O Conjunto Jazz Lagunense em 12 de junho de 1957. Entre os músicos, em pé:  no acordeon, Mauro Camilo, (?), Antônio Maria, (?), Ricardo Fiúza Brandl. Sentados: (?) Pedro Maria (Rabecão), João Mendes,  Hermógenes Maria dos Santos, Hélio Dias, Luiz Carlos Ambrozini, e o croonner Aliatar da Silva Barreiros.

Ricardo foi também representante (fiscal) em nossa cidade do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) e funcionário do Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina S.A. (Inco).
Ricardo Brandl e seu inseparável violino.
A Sociedade Musical Carlos Gomes fez uma homenagem ao músico, defronte à Funerária Santo Antônio dos Anjos, onde seu corpo foi velado.
Sentimentos aos familiares e amigos.

***
A título de informação, o Hino do Coral Santo Antônio dos Anjos é de autoria de Archimedes de Castro Faria (Letra) e música do maestro Acácio Santana.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

O menino perdido no Mar Grosso

 
Quando a história a seguir aconteceu, a Praia do Mar Grosso na Laguna não era, evidentemente, o que é hoje. Era ainda chamada de Arrabalde do Mar Grosso.
Enormes dunas de areia compunham o cenário e se espalhavam com sua vegetação rasteira por toda aquela extensão.
Casas somente algumas situadas nas encostas do morro perto das pedras do Iró. E era só.
O Mar Grosso na década de 1920. No canto do morro, nas proximidades das pedras do Iró, as poucas casas de veraneio das famílias abastadas da Laguna.
Além disso, existiam pequenas lagoas, principalmente nas proximidades das encostas do morro pelo lado sul, já quase no Magalhães.
Numa delas, de maior porte, em suas águas escuras e profundas habitavam jacarés de papo amarelo, de vários tamanhos. Bem por isso o local foi conhecido popularmente como Lagoa Preta. Hoje a região é denominada Bairro Navegantes.
Era usual naquela época o fogão a lenha com o combustível sendo adquirido em feixes nas canoas que aportavam nas Docas ao lado do Mercado Público, no centro da cidade.
Os menos afortunados retiravam dos morros que circundam a cidade a sua lenha, através do recolhimento de galhos secos caídos e do corte proibitivo de árvores, sem nenhuma preocupação com preservação ambiental. 

A esperança nas cinzas das horas
Dona Maria Mercedes era mulher humilde, trabalhadora. Lavava roupas para fora nas águas da fonte da Toca da Camila, no Magalhães, arrabalde onde morava.
Em algumas tardes percorria as trilhas das matas em busca do combustível oriundo da natureza para fazer o fogo e preparar a comida para sua família.
O marido Antônio era pescador, sempre envolto com redes, barcos, viagens e histórias do mar. Neste dia, por exemplo, estava pescando, embarcado lá pras bandas do Farol de Santa Marta. Retornaria no dia seguinte.
Dª Maria Mercedes tinha como único filho o José, menino de seis anos, seu maior tesouro. Complicações no parto a impediram de novos rebentos.
Mas Maria precisava trabalhar para completar a renda da família. A pescaria do Antônio era incerta. Às vezes rendia e em outras ocasiões não dava nem pra comida do dia-a-dia. 
Certa tarde, como vez ou outra fazia, deixou seu filho aos cuidados de uma vizinha e subiu o morro em busca de lenha.
Ia cantando velhas canções, sem reclamar da vida e pensando: Fazer o quê? Importante é ter saúde para trabalhar e seguir em frente. Se Deus Nosso Senhor Jesus Cristo quiser um dia tudo isso melhora.
- E ele há de querer! Exclamava.
As horas passaram rápido, nem se apercebeu. Concentrada no afazer, demorava-se. 

O desaparecimento
Fugindo aos olhos não tão atentos da vizinha, envolvida nos trabalhos da casa, o franzino Zezinho, como era chamado, decidiu ir ao encontro da mãe. Devia estar por perto, pensou. Pensou coisas de criança. Foi.
Saiu caminhando por uma trilha rente ao morro. Sempre chamando pela mãe, entrou numa vereda, outra vereda, mas eram tantos os caminhos... Confundiu-se. Subiu e desceu cômoros. Já ia longe do ponto de partida a criança.
O sol já se punha no fim de tarde quando Maria Mercedes retornou. Trazia às costas, nos ombros, um grande feixe com o produto recolhido.
Na cerca da vizinha chamou:
Zezinho? Onde tu estás Zezinho? Vem... Joséé...
Não obteve resposta. A vizinha cuidadora não sabia explicar. Ele estava ali, no quintal agora há pouco, brincando com umas pedrinhas, imitando bichos.
A mãe se desespera. Sai pela vizinhança perguntando:
- Viram o meu filho Zezinho por aí? O Zezinho está aí? Cadê o Zezinho, meu Deus?
Ninguém tinha visto. Anoitece. Os homens ficam condoídos da situação da pobre mãe angustiada que chorava sem parar. Montam turmas e com lampiões nas mãos saem a procurar.
Na foto de 1915 à direita, a Capela Nossa Senhora dos Navegantes, no Magalhães. à esquerda galpões dos funcionários que trabalhavam na retirada de pedras do morro da Lagoa Preta para construção do Molhe Norte. Note-se os enormes cômoros em direção à Lagoa Santo Antônio dos Anjos.
Dividem-se. Um grupo vai em direção ao Molhe Norte que está sendo construído com pedras retiradas à Pedreira da Lagoa Preta. Este pessoal vai seguir depois pela praia; outra turma margeia a encosta do morro; e um terceiro grupo segue pelas trilhas, circundando a grande e profunda Lagoa com seus animais de olhares noturnos, jacarés de bocas grandes, famintos. Deus-me-livre!
Ficam de se encontrar no caminho que vai pelo morro. Uma turma ao chegar espera a outra. Dali em diante é a pequena Praia do Iró e em sua continuação a extensa e solitária Praia do Gi, o menino não poderia ter ido tão longe, todos concordam.
Passam distantes de uma conhecida pedra na encosta do morro da Lagoa Preta, onde o povo contava, diz o historiador Saul Ulysséa em seu livro "Laguna de 1880", que existia um defunto seco que aparecia à noite. Caminham murmurando:

Por Laguna!
Por São Jesus!
Passo aqui
Sem levar cruz!

Lendas e mistérios de uma cidade. Verdade? Mentira? Pelo sim, pelo não, muitas pessoas evitavam caminhar por ali no período noturno.
Apressaram os passos.
- Zezinho? Zééééée???

O estranho hóspede
João Guimarães Cabral era um homem abastado. Rico comerciante em nossa cidade, sócio-proprietário da firma Cabral & Irmão. Mais tarde será prefeito da Laguna, no final da década de 1920.
Mas ainda estamos em 20 de novembro de 1913, quando se passa a nossa história.
Com os primeiros calores do verão era usual que algumas famílias que possuíam casas na – então chamada - praia de banhos do Mar Grosso, para lá se dirigissem.
Passavam dias, às vezes uma temporada toda. Era uma viagem em carroças levando toda a família, empregados e mantimentos, atravessando o morro pela rua Voluntário Benevides, a antiga rua dos Andradas, como algumas pessoas ainda a denominavam, certamente saudosas da Monarquia.
No canto do Morro das pedra do Iró, as primeiras casas de veraneio do Mar Grosso.
Para passar a temporada do lado de lá se despediam de vizinhos aqui no centro. Era como se fossem para outra cidade.
Eram poucas casas no Mar Grosso, maioria situada na encosta do Morro em direção à Praia do Iró.
Ali o juiz de Direito da Comarca Manoel Fonseca Galvão tinha casa, assim como o administrador da Mesa de Rendas Francisco Maria da Silva, o comendador João de Sousa Guimarães, entre outros poucos.
Mais para perto do caminho do morro possuía também sua casa, João Guimarães Cabral.
Era por volta das 8 da noite e o casal Cabral tinha ido ao entardecer visitar nas imediações outro morador, o sr. Júlio Régis. Visita rápida. Uma criada de confiança ficou tomando conta de suas filhinhas.
No período da curta ausência do casal apareceu uma criança, um menino pedindo para passar a noite.
A criada com as crianças a recebeu. Ela disse chamar-se José, Zezinho, como sua mãe a chamava. Entrou e ficou encolhido, acocorado num canto da sala.
Quando o casal Cabral chegou soube do ocorrido e do hóspede. Indagaram pelos fatos. O menino narrou que saiu em busca de sua mãe que se chamava Maria e que tinha se perdido no caminho. Morava no Magalhães. Pensou em pedir ajuda na primeira casa que encontrou, já era noite.
Narrava calmo o acontecido.
Deram-lhe comida, prepararam uma cama e minutos depois José dormia sossegadamente.
Já o casal estava preocupado e se indagava como uma criança se perdeu àquela hora da noite, estava tão calma, não chorava ou chamava por sua mãe e ninguém a tinha procurado.
Dormiram tarde, já pensando nas providências a tomar no dia seguinte.
Já passava da meia-noite quando ouviram vozes e alguém chamando ao longe:
- José? José? Zezinho?
Abriram a porta e deram com um grupo de uns vinte homens, tendo à frente Luiz Costa, morador do Magalhães, conhecido de vista de Guimarães Cabral.
Este que parecia ser o líder deles explicou que estavam procurando uma criança que havia se perdido de sua mãe que estava desesperada, chorando muito.
- Sim, sim o menino está aqui, são e salvo, respondeu o dono da casa.
Foi um alívio.
- Graças a Deus! exclamaram todos ao mesmo tempo.
Acordaram o menino que foi levado no colo, numa viagem de volta até onde morava.
Imaginem a felicidade da mãe, ao recebê-lo são e salvo, em sua humilde casa no Magalhães.
No dia seguinte a história foi contada em detalhes nos estabelecimentos comerciais, nos armazéns, barbearias, boticas e casas de moradia de nossa cidade.
O sucedido mereceu até registro no jornal O Albor de 23 de novembro de 1913.
Na primeira missa dali a alguns dias realizada com a inauguração da pequena Capela de Nª Sª dos Navegantes, no Magalhães, em 25 de dezembro de 1913, a história do menino perdido e encontrado foi citado pelo padre que pediu orações e agradeceu a Deus.
Dona Mercedes com o marido Antônio e o filho Zezinho estavam presentes para agradecer, com muita fé.
Muitos demonstraram admiração pelo modo de agir da criança, sempre calma, completamente sozinha pela praia, à noite, mas tendo o discernimento de pedir ajuda. E como pode ter caminhado tanto!
Um anjo da guarda com certeza a protegeu e a guiou, diziam os mais fervorosos.
E durante muitos anos na Laguna se contou às crianças antes de fazê-las dormir, a história do menino perdido do Mar Grosso. Até que gerações se sucederam e desapareceram todos os personagens desse acontecimento, transformando-se em poeira dos tempos.

Mas ficou o registro numa pequena nota perdida no rodapé de um velho jornal empoeirado e do qual resgatamos a história para os nossos leitores, com os nomes reais dos personagens, acrescida por algumas licenças poéticas deste autor.