O Centro
Cultural e Social Santo Antônio dos Anjos completou 41 anos de existência.
Foi inaugurado
em 30 de abril de 1982 no lugar e sobre os escombros do antigo Teatro 7 de
Setembro que pegou fogo em 1968. (Ver matéria abaixo).
Essa grandiosa
obra traduziu os esforços de alguns poucos, tendo à frente como baluarte o saudoso
e dinâmico maestro e padre Antônio Gerônimo Herdt, então vigário da nossa
Paróquia.
A inauguração
Pontualmente às
20h30m daquela noite de sexta-feira 30 de abril de 1982, o governador do estado
Antônio Carlos Konder Reis e D. Anselmo Pietrulla, Bispo da Diocese de Tubarão,
desataram a fita inaugural à porta do Centro Cultural e Social Santo Antônio
dos Anjos.
Em seguida Pietrulla
procedeu as bênçãos das instalações comportando mil lugares, palco e várias
salas no andar superior destinadas às atividades culturais e sociais.
Usaram da
palavra Rogério Wendhausen, presidente da Associação Comercial e Industrial da
Laguna, que destacou os esforços e trabalhos do idealizador padre Herdt.
Em seguida o
comerciante João Feuser, Provedor da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo
Antônio dos Anjos fez entrega de um cartão de prata ao referido sacerdote como
demonstração de apreço e admiração.
Logo após
discursou o padre Herdt que, emocionado, historiou a construção da obra,
destacando as contribuições do ex-governador Jorge Bornhausen e do atual
Antônio Carlos Konder Reis.
Por fim falou o
governador Konder Reis que demonstrou a sua satisfação de achar-se novamente na
Laguna, enumerando as oportunidades em que aqui esteve.
Além disso
relatou os convênios que estava assinando, como o recapeamento asfáltico do
bairro Mar Grosso até à avenida João Pessoa, no bairro Magalhães; Hospital de
Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos e o próprio Centro Cultural e Social que
recebeu o valor de CR$ 4 milhões de cruzeiros.
Apresentações
artísticas
Fim das
cerimônias, teve lugar as apresentações artísticas no palco.
Entre elas
destacaram-se o seresteiro lagunense Manoel Silva, sua voz e seu violão, que
cantou sucessos do denominado Baile da Saudade.
Regional do
Zizinho mostrou diversos números musicais, sendo também muito aplaudido. A seguir o bailado Vida e Morte pelas
alunas do então Conjunto Educacional (hoje Escola Básica) Almirante Lamego
(Ceal), sob orientação da professora Sandra Magalhães.
Houve ainda
declamação de poemas pelo jovem ator e teatrólogo Jairo Barcelos.
O consagrado
Coral Santo Antônio dos Anjos, regido pelo padre e maestro Antônio Herdt apresentou
várias canções de seu repertório entre elas Verdes Campos de Minha Terra
Natal, Boi de Mamão, La Montanara e Hallelujah de Haendel.
Com o Hino da
Laguna o Coral finalizou a festa e fechou a noite que foi prestigiada por
grande público e inúmeras autoridades municipais.
O Teatro 7 de Setembro
Em 7 de setembro
de 1855, numa festiva solenidade foi posta a pedra fundamental da construção da
primeira casa de espetáculos de nossa cidade.
Recebeu a
denominação do próprio dia do evento, evidentemente em homenagem à data
comemorativa à Independência do Brasil, então em seus 67 anos.
Já sua
inauguração se deu três anos depois, realizando-se o primeiro espetáculo em 10 de outubro de 1858.
Diz Saul Ulysséa em seu livro "A Laguna de 1880" que o prédio era...
"De regular altura, com platibanda
sem enfeites, tendo na frente uma escadaria de tijolos em pé, sem revestimento,
de cinco degraus. O piso ao alto da escadaria de cerca de dois metros de
largura em toda frente do prédio, não era calçado.
Com um pequeno saguão na frente e
pequena plateia, provida de bancos com um corredor de cerca de um metro no
centro e dois laterais mais estreitos. Duas frisas aos lados, mais altas que a
plateia e uma galeria ao alto em toda volta, provida toda ela de bancos em três
planos. Junto à ribalta um pequeno espaço de cerca de dois metros e meio".
Saliente-se, bem
por isso, que a nossa Laguna nesse ano já tinha uma casa de espetáculos com
cerca de 400 lugares, com dois camarotes e uma galeria ao alto em toda volta
com bancos em três planos.
Convenhamos, um
luxo para a época.
Passou por amplas reformas e ampliações efetuadas ao longo dos anos. Ali também
funcionou alguns cinemas, entre eles o Central, que marcou época.
Foi também palco
de comícios políticos, recepções, bailes, almoços, jantares, apresentações
teatrais de grupos locais e de outras localidades.
Acima foto em 7 de junho de 1950 do palco do Teatro 7 de Setembro, onde também
funcionava o Cinema Central, na Praça Vidal Ramos.
É um raro registro do interior do local.
Mostra uma cena da apresentação do Grupo Dramático João Caetano, de
nossa cidade, da encenação em três atos da comédia "O Pivete",
escrita por Luiz Iglésias.
Iglésias era ator, letrista, compositor, escritor, dramaturgo,
roteirista, ator, produtor e diretor. Nascido no Rio de Janeiro em 1905 e
falecido em 1963. Foi casado com a atriz Eva Todor.
Um incêndio
destruiu o Teatro
O prédio do antigo teatro pegou fogo em 1968, mas mesmo restando apenas
quatro paredes em pé foi utilizado seu interior para as quermesses da Festa de
Santo Antônio dos Anjos e também para Festivais de Chope e até casamentos.
Em fins da década de 1970 foi derrubado o que restava do imóvel e em 30
de abril de 1982, sobre seus escombros e em seu lugar, como visto anteriormente, foi inaugurado o Centro
Cultural e Social Santo Antônio dos Anjos que desde então tantos serviços presta à
população lagunense.
Valmir, obrigado pela referência ao meu pai na apresentação que fez quando da inauguração do Centro Cultural. Não tinha esse registro por aqui. Naquela época, Manoel Silva estava prestes a completar, no próximo dia 20 de maio, 69 anos, coincidentemente, a idade que hoje tenho. Bom relembrar, pelo teu resgate, fatos como estes, e os idos tempos do Cine Central e o empreendedorismo cultural da nossa Laguna de outrora. Abraço
ResponderExcluirDesconhecia esse teatro. Valmir sempre trazendo nossa história. 👏👏😁
ResponderExcluirValmir... suas reportagens sempre que possível acompanhadas de fotos, nos fazem "voltar no tempo"... quase sempre de um passado muito agradável e que nos marcou para sempre. O Cine Central era uma opção mais atraente em termos de preço, ao Cine Mussi que era no meu tempo um cinema confortável e com a tecnologia da época. Assim, o Central era excelente para assistir os faroeste e outros "seriados", tão comuns e desejados no início dos anos.
ResponderExcluirGrande abraço do Adolfo Bez Filho - Joinville / SC.