Fiz esta foto quando fui entrevistado há alguns anos, no antigo estúdio da Rádio Garibaldi, emissora que João fundou, de propriedade do então deputado e ex-prefeito da Laguna Valmor de Oliveira. |
Deixa os filhos Júlio Cesar Vicente, Aurora de Oliveira Remor, João Manoel Vicente Filho (Jango), Jacqueline de Oliveira Vicente Bittencourt, Maria Manoela Reis Vicente e esposa Glória Reis Vicente.
Sentimentos aos amigos e familiares.
Corpo está sendo velado na sala mortuária da funerária Santo Antônio dos Anjos (ex-Cine Roma) e sepultamento vai ocorrer amanhã, sábado, às 9 horas.
***
João
Manoel Vicente
João
Manoel Vicente nasceu em 30 de outubro de 1931. Filho de Manoel João Vicente e
Maria Heleodora Machado, João começou a trabalhar cedo, sonhando em seguir a
carreira militar.
Trabalhou
no SESI, em Criciúma, chegando à chefia do escritório.
Depois, já
funcionário público federal, foi encarregado administrativo do Serviço de
Medicina Social do então INAMPS na Laguna, com seu ato de nomeação assinado
pelo então presidente Jango.
Na
década de 50, paralelamente a sua ocupação principal, começou a substituir os
locutores titulares da Rádio Difusora quando esses se ausentavam por poucos
minutos para um café ou outros afazeres. Às vezes essas substituições levavam
horas, e lá ficava João lendo as notícias e prestando informações aos ouvintes.
Tomou gosto pela comunicação.
Tanto
que em 1959 sugestionou para que o deputado Valmor de Oliveira criasse um fato
novo na cidade, fundando uma nova rádio, o que de fato aconteceu, com o
surgimento da Rádio Garibaldi.
João
tornou-se assim, além do primeiro locutor e repórter da emissora, o seu diretor.
E foram
inúmeras reportagens, entrevistas e programas ao longo desses anos.
Um dos
mais famosos e com enorme audiência foi o Grande Jornal Falado Garibaldi,
apresentado sempre às 12 horas. Seu aguardado comentário do dia, com o bordão “A verdade deve ser dita e alguém deve
dizê-la”, alcançava repercussão na comunidade, sempre defendendo os
interesses do povo lagunense.
Depois
veio o programa Show do Rádio, apresentado diariamente (menos aos
domingos) das 7h às 9h, um misto de programa jornalístico, informativo e
musical. E quem de nós não tomou o café da manhã ouvindo a hora certa logo após o seu conhecido "Para quem vai viajar, trabalhar ou estudar"?
E mais tarde o programa Cidadania, aos sábados pelo Rádio Difusora, onde se aposentou
dos microfones.
Mas João, além do rádio e dos afazeres no
INAMPS, sempre arranjou tempo para participar da vida política, esportiva e
social da cidade.
Tornou-se uma figura distinta e ao mesmo tempo
popular na Laguna, o que lhe possibilitou por duas vezes vencer as eleições
para uma cadeira na Câmara de Vereadores da Laguna, pelo então Movimento
Democrático Brasileiro – MDB, onde foi secretário da mesa diretora. Exerceu
também os cargos de assessor de Imprensa da Câmara, assessor e chefe de
gabinete da prefeitura.
Foi candidato à Assembleia Legislativa de SC,
recebendo expressiva votação sendo o candidato mais votado no município, depois
de Valmor de Oliveira.
Durante quinze anos jogou no Barriga Verde
Futebol Clube, da Laguna, além do Atlético Operário, de Criciúma. Foi também
secretário da Liga Lagunense de Futebol, à época presidida por Nildo Ulysséa.
Envolveu-se também com o carnaval, sendo
presidente ou orador de várias entidades carnavalescas e clubes.
Em 1970, junto com José Lino de Oliveira,
levou a Escola de Samba Vila Isabel para uma turnê por quinze dias pela
Argentina.
Foi um dos fundadores da hoje extinta Escola
de Samba Os Bem Amados, agremiação que revolucionou o carnaval lagunense, em
brilho e evolução.
Também fez parte da diretoria da Escola de
Samba Os Democratas.
Dentre os prêmios que João Manoel Vicente recebeu,
destacam-se Expressão Jornalística, Troféu Prensa, em 2007, Amigo da Polícia
Militar de Santa Catarina, Amigo da Marinha e Troféu Anita Garibaldi.
***
Meus primeiros escritos, feitos aos 14 anos, foram lidos pelo João Vicente em seu programa da Rádio Garibaldi, lá por meados da década de 70. Depois, no início de 2000, colaborei durante seis meses com uma coluna semanal, às segundas-feiras, que era lida por ele, o que muito me orgulhava.
Muitas ocasiões, munido de caneta e papel, fui até o Jardim Calheiros da Graça pela manhã cedo, onde ele sempre cumpria um ritual de ir até ao altar de Santo Antônio dos Anjos orar e depois sentar-se nos bancos da nossa maior praça. Indaguei e anotei muita coisa. Sobre o rádio, carnaval, política... Espero usar esses apontamentos um dia.
Adeus João, eis um grande lutador por essa terra que se vai.
***
Adeus meu amigo
Tive a honra de ser entrevistado pelo João inúmeras vezes. Bate papo, conversa entre amigos. Sobre tudo. Livros, política, Laguna e seus problemas, o que sempre foi o assunto preponderante. Em seus últimos programas - Cidadania - aos sábados pela Rádio Difusora, participei ao seu lado e ao seu convite, algumas vezes, também como entrevistador. Um gesto de simpatia que me deixou marcas de agradecimento.Meus primeiros escritos, feitos aos 14 anos, foram lidos pelo João Vicente em seu programa da Rádio Garibaldi, lá por meados da década de 70. Depois, no início de 2000, colaborei durante seis meses com uma coluna semanal, às segundas-feiras, que era lida por ele, o que muito me orgulhava.
Muitas ocasiões, munido de caneta e papel, fui até o Jardim Calheiros da Graça pela manhã cedo, onde ele sempre cumpria um ritual de ir até ao altar de Santo Antônio dos Anjos orar e depois sentar-se nos bancos da nossa maior praça. Indaguei e anotei muita coisa. Sobre o rádio, carnaval, política... Espero usar esses apontamentos um dia.
Adeus João, eis um grande lutador por essa terra que se vai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário