Foi pioneiro do carnaval de rua com seu comércio na Praça Vidal Ramos. Defronte à residência do “seu” Lino Mattos instalou sua Kombi 62 incrementada, da Pepsi. Super iluminada. Servia bebidas, refri, água mineral e cachorro-quente. O ano? 1977. Dois anos antes, quando tudo começou, tinha se instalado defronte ao Clube 3 de Maio, a convite do saudoso presidente daquela sociedade, Ivan Souza, o Zinga.
Lagunense, tinha retornado a terra natal, depois de anos trabalhando em Porto Alegre.
Na Praça da Matriz reinava o silêncio, enquanto aguardava-se o desfile carnavalesco.
Um empresário do Rio de Janeiro de passagem pela cidade sugeriu: Por que não um som, para quebrar a monotonia enquanto as escolas de samba não vinham?
Foi a Tubarão comprar um toca-discos “três e um” na Loja Hermes Macedo. Começo da noite seguinte ligou o aparelho e o pessoal foi chegando atraído pela novidade. Música de carnaval, ainda em fita-cassete. Depois outros copiaram a ideia. Vendia-se muito, ganhava-se um bom dinheiro, lembra.
Anos depois, o prefeito Nelson Abrahão Netto contratou o Som do Cassiano. E o carnaval de rua da Laguna nunca mais foi o mesmo.
Sidnei Cândido Costa continua por aí. Já foi três vezes candidato a vereador. Sempre pelo PDT. Não se elegeu, mas fez muitos amigos. Valeu a experiência.
Na noite de quarta-feira, primeira do pré-carnaval e como faz anualmente, instalou seus apetrechos numa Kombi, estacionada na esquina da rua Raulino Horn com Barão do Rio Branco. Vendeu sua conhecida Belina, após quinze anos.
É conhecido de muitos foliões e tem freguesia certa. Ao seu lado, fazendo companhia, o cachorrinho Roliço late confirmando as informações, testemunha ocular e auditiva.
Bom papo, Sidnei é um arquivo ambulante da memória da folia lagunense. Memória periférica que na maioria das vezes não chega aos jornais e rádios. São páginas e páginas de carnavais que passaram e que ficaram na história e nos livros de nossas memórias cada vez que os folheamos.
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