O Arquivo
Público da Laguna, criado pela Lei nº 1047, de 30 de agosto de 2004, situado na
chamada Casa Candemil, está se perdendo.
O estado dele
e da citada edificação onde está situado é deplorável, uma vergonha, e não vem de hoje. Atravessa
várias administrações. Descaso é pouco com nossa cultura e história.
Abaixo, imagens tristes, mas reais da atual situação do Arquivo Público da Laguna, em fotos que fiz semana passada. Vejam se não é uma vergonha, um atentado contra nossa história e cultura:
Na verdade o acervo de documentos históricos, livros, jornais, certidões, atas, processos da comarca, etc. está depositado num péssimo local, conforme os técnicos.
Prédio úmido, mofado, com goteiras, mesmo depois de restaurado. Não há calefação, desumidificadores. As luminárias estão queimadas. Prateleiras abarrotadas e despencando, caixas amontoadas, documentos no chão, empilhamentos prejudiciais, cupim, ratos, baratas, traças... O assoalho está podre e com buracos.
Além disso, há muitos documentos que somente deveriam ser consultados por pesquisadores, com cuidados apropriados, uso de luvas, máscaras, óculos, etc. Há que se fazer primeiramente uma completa higienização e com funcionários especializados contratados.
Em muitas ocasiões, em administrações passadas, a Casa Candemil serviu somente como uma espécie de desterro, onde pra lá eram mandados funcionários da prefeitura que se tornavam politicamente inconvenientes. Ou para abrigar indicados políticos de vereadores, sem nenhuma formação na área.
De que adianta cantar em versos e prosas nossa cultura, promover seminários e semanas culturais, se o básico, o necessário não é feito? Precisamos salvar urgentemente nosso Arquivo Público Municipal.
Eis um ótimo assunto e problema a ser abordado na 1ª Conferencia Municipal de Cultura que será realizada na Laguna, nesta semana, dias 9 e 10, no auditório da Udesc.
Eis um ótimo assunto e problema a ser abordado na 1ª Conferencia Municipal de Cultura que será realizada na Laguna, nesta semana, dias 9 e 10, no auditório da Udesc.
Em maio de
2010, portanto há mais de três anos, reportagem de Marco Antônio Mendes, com imagens de Adeilson Silvério, da
Unisul TV, já mostrava o descaso com a nossa história.
Veja:
No mesmo ano
e mês abordei neste Blog a situação do Arquivo. Desde então nada mudou. Para
ler:
O novo
endereço do Arquivo que não se concretizou
Em
janeiro deste ano foi divulgado no site da prefeitura e jornais da região que o
Arquivo Público teria um novo endereço.
Para
isso o prefeito Everaldo dos Santos esteve reunido com o secretário de
Desenvolvimento Regional da Laguna Nazil Bento Júnior, solicitando a
disponibilização do prédio onde funcionava o Departamento Estadual de Trânsito
e Segurança Viária (DETRAN), na rua Santo Antônio, para instalação do Arquivo
Público Municipal.
Da
reunião participaram, além do prefeito e do secretário da SDR, o então
presidente da Fundação Lagunense de Cultura Antônio Cláudio Ramos; a chefe do
escritório técnico do Iphan de nossa cidade arquiteta Ana Paula Cittadin; o procurador
jurídico do município Vanderlei Scopel e o secretário-adjunto de Planejamento arquiteto
Leonardo Fernandes Pascoal (hoje presidente da Fundação Lagunense de Cultura).
Na
ocasião o prefeito Everaldo frisou indignado que “Documentos históricos não podem ficar como estão”.
O
então presidente da Fundação, Antônio Claúdio, declarou que se trata de uma medida
em caráter emergencial. “Registro do
século 17 no meio do cupim e da umidade, é lamentável”.
Já
para a chefe do escritório técnico do Iphan, arquiteta Ana Paula Cittadin, era
necessária a mudança urgente do acervo.
“Estamos muito preocupados com o péssimo estado de conservação dos documentos
históricos. Pretendemos fazer a mudança o mais rápido possível para que não se
perca nenhum documento”.
Pois os documentos continuam se perdendo, devido à umidade, traças, cupim, ratos, baratas e incúria das nossas autoridades.
Mudança
da prefeitura alterou os planos
Em
abril, com a mudança da prefeitura para vários endereços, as instalações do
prédio do DETRAN, já cedido pelo estado, foi ocupado não pelo Arquivo Público
Municipal e sim pela secretaria de Educação e Esportes do município, que se
mudou do antigo Fórum, onde primeiramente foi alocada.
Sobre
o acervo do Arquivo Público desde então não se falou mais nada. E passaram-se
os meses, já estamos em agosto.
Uma
caiação externa nas paredes da Casa Candemil está sendo efetuada, mas a grande riqueza
da Casa, que é o seu acervo, continua em estado deplorável, se perdendo. Como diz o ditado: "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento".
As fotos não mentem.
As fotos não mentem.
Até
quando esta situação prefeito Everaldo dos Santos?
***
P S: Sabe-se que dos vinte projetos
apresentados pela prefeitura da Laguna ao Programa de Aceleração de Crescimento
Cidades Históricas, o badalado PAC, está incluído R$ 375 mil para execução da
obra de restauração do arquivo público Casa Candemil.
Mas
até o momento não foram divulgados pelo governo federal quais os projetos contemplados
da lista dos vinte enviados. Pode até não acontecer. E pergunto: o acervo também está
incluído no projeto? Ou os R$ 375 mil são somente para realização das obras
físicas?
De última hora: esta semana, em medidas paliativas da
Fundação Lagunense de Cultura, algumas tábuas/barrotes do assoalho da Casa
Candemil estão sendo trocados e por conta disso, armários foram deslocados, com
caixas de documentos espalhados pelo local.
Bato
mais uma vez na mesma tecla e apelo ao prefeito Everaldo dos Santos: o Arquivo
Público Municipal precisa de mais atenção e urgentemente ser instalado em outro endereço, mais
condizente com nossa história e com a memória da Laguna, de seus antepassados e
do Brasil.
Nossa história e mossas tradições estão se perdendo aqui, lá e acolá.
ResponderExcluirÉ um absurdo o que acontece com nosso arquivo publico municipal.
é um absurdo não apoiar e consequente afastar a Bandinha Maluca e o Boi de Mamão do nosso carnaval.
É um absurdo as proibições aos blocos tradicionais do Magalhães (Bloco da Pracinha e Bloco do Barulho)
É um absurdo o pouco caso com Bandas Centenárias que temos em nossa Cidade.
Enfim são tantos absurdos...
Um povo não vive sem que sua história seja preservada e passada para as futuras gerações.
Um povo tambem não vive se suas tradições culturais forem sufocadas por pessoas que não dão a mínima para tal fato.
Lamentável...
Valmir li a sua matéria e vi a reportagem da UNISUL TV acima linkada. O arquivo público da nossa cidade só é visto como algo importante por quem valoriza a memória.Hoje estive na UDESC no evento que seria a 1ª Conferencia Municipal de Cultura. A reunião com tal finalidade aconteceu mas não houve quorum suficiente para ser caracterizada como conferência.Gostei muito do que ouvi por lá, porém precisamos que mais pessoas queiram pensar a cultura como um bem que depende de gestão competente. Este seu artigo merece compartilhamentos. Abraço. Fatima Barreto.
ResponderExcluirNunca esta máxima foi tão verdadeira
ResponderExcluir"UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM PASSADO E SEM FUTURO"
são tantas lástimas Valmir que a cada dia ficamos mais pobres.
forte abraço
Nunca esta máxima foi tão verdadeira
ResponderExcluir"UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM PASSADO E SEM FUTURO"
são tantas lástimas Valmir que a cada dia ficamos mais pobres.
forte abraço