Muita coisa na Laguna é comentada, cochichada e murmurada pelas
esquinas, bares e casas, vocês sabem.
Desde a situação de novos ricos, subitamente endinheirados e ostentando
posses conseguidas ninguém sabe como, passando por preferências sexuais e pequenos
escândalos, tipos brigas e flagrantes de toda ordem.
Pois ainda há gente por aqui que fica estupefato com separações,
com divórcios, que sempre acontecerão no mundo. Quem foi o primeiro? Quem será
o último?
Seria bom que todo amor fosse infinito, como cantava o
poeta, mas ele mesmo já fazia o adendo da exceção: enquanto durasse.
Imaturidade, decepção, possessão, ciúme e finitude são as
principais causas dos desenlaces amorosos.
Finitude sim! Porque já dizia Machado de Assis: “se gasta o ferro com o uso, quanto mais o
amor”.
Nem todo mundo acerta na primeira tentativa, às vezes outras são necessárias.
Não em busca de um príncipe encantado, da princesa dos sonhos,
como muitos ainda procuram em vão, mas o(a) companheiro(a) que possa dividir a
realidade, a conversa, os sonhos e decepções de trajetórias de vidas.
Quem é
culpado de quê?
Se mais um casal se separa, como aconteceu há pouco por aqui, com
um conhecido político, é assunto para um mês. Um absurdo! E dá-lhe conversas
mexeriqueiras procurando sempre nas entrelinhas um motivo, um culpado pelo fim
da relação.
E assim...e assado que o assunto vai longe. E dão exemplos e citam
fatos acontecidos, presenciados. Verdadeiros verdugos, cruéis, malditos.
E logo dão o veredicto, juízes da moral e bons costumes,
condenando um deles (ou os dois) ao martírio. Preconceituosos ainda, em pleno século
XXI, lançam suas pragas e peçonhas, esquecendo da realidade de suas casas, de
suas famílias, de seus filhos e netos. Freud explica.
Pela bola
sete
Sei de muitos casais aqui na Laguna, dezenas - e tenho certeza leitor, que você também sabe - que estão pela bola
sete em suas relações. E há muito tempo insistem em seus casamentos falidos,
que já foram para o espaço ou para a caçapa, para ficarmos no figurativo.
Escrevi casais erroneamente. Nem mais casais são. Um ajuntamento
pode ser. Nem isso. Sim, porque se cada um dos chamados cônjuges vive somente a
sua vida, egoísta, mesquinha, em camas separadas, sem sexo há muitos anos (ou até com outros parceiros), isso
pode ser tudo, menos um casal vivendo a dois.
Isso é partilha? Felicidade? Amor?
Muitos não se separam, dizem, por causa dos filhos, pelo
patrimônio adquirido ou não, por falta de outra pessoa em suas vidas. Cada um
sabe de si e onde dói o calo.
Contudo vivem se queixando por aí, lastimando seus destinos, suas agruras
do dia a dia, falando mal do outro, doentes sem aceitar suas doenças, amargos
em suas dores, descrentes da vida, depressivos em suas existências.
Outros não dizem de suas realidades, enganam-se, tolos, mas seus olhos,
espelhos de toda alma, não mentem.
E o tempo passando. Ou como diria o mesmo Machado de Assis: “O tempo não passa. Nós é que passamos.
Matamos o tempo; o tempo nos enterra”.
Acordarão essa pessoas algum dia? Não sei, ninguém sabe. Cada um
deve conhecer a sua dor e procurar insistentemente o seu remédio.
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