Como há gente mal educada, interesseira e ingrata no mundo meu Deus!
Numa matéria sobre a antiga rodoviária, publicada há alguns meses, com
texto de pesquisa, lembranças e fotos, recebi dois dias depois e-mail de um sujeito que
nunca vi mais magro nem mais obeso, com a seguinte ordem: “Me mande essas fotos em alta resolução e uma
relação de todas as empresas de transportes de passageiros da Laguna ao longo
dos anos”.
Assim, nesses termos, telegráfico, mandão, como se eu fosse empregado dele, ganhando
para isso. Só não mandei o sujeito pra aquele lugar porque sou educado, mas seu
e-mail foi direto pra lixeira, é óbvio. Nem dei resposta. Tá pensando o quê? Mas deveria ter
perguntado: e na bufunfa, não vai nada?
Fins do ano passado recebi um telefonema. Outro sujeito queria saber detalhes de
uma matéria histórica que eu havia publicado, já que ele até então ignorava que uma personagem tivesse passado por nossa cidade. Se identificou como pesquisador/historiador no Rio
Grande do Sul, o sotaque não negava. Conversei alguns minutos mas logo percebi que o que interessava
na verdade era as fontes das minhas pesquisas e um detalhe da história que
eu havia abordado.
Passado um tempo, leio num livro posteriormente publicado (teria sido o autor o tal pesquisador ao telefone “disfalçado”?), um resumo da mesma história que publiquei, com outras palavras e fotos, é
lógico. Sobre as fontes, bibliografia? Nadicas de nada, como se o sujeito tivesse descoberto a
pólvora e fosse pioneiro na pesquisa.
Há pouco tempo estava pesquisando na internet quando descobri um texto
sobre o escotismo na Laguna. Era muito bem elaborado, com fotos, pesquisas e
entrevistas. Interessante e rico, tive que reconhecer.
Logo percebi como fonte maior do trabalho, o nosso historiador e
pesquisador Antônio Carlos Marega, só ele poderia deter tantas informações
sobre o assunto.
Não deu outra. Era um TCC, em arquivo PDF. Imprimi duas vias e levei uma
delas ao Marega, tendo a certeza absoluta que ele não deveria ter sido
contemplado – no mínimo - com uma cópia final do trabalho, pelo aluno universitário. Dito e feito.
Quer dizer. O sujeito vem a tua casa, é bem recebido, entrevista, usa o
teu tempo, a tua memória, chupa dezenas, centenas de dados e fotos e bem por
isso tira um dez no trabalho de conclusão de curso, muitas vezes com louvor e
estrelinha, e depois simplesmente te esquece. Nem se dá ao luxo de trazer uma
cópia do resultado final para servir a futuros outros pesquisadores. Ingratidão é pouco.
Marega diz que nem liga mais pra isso, já está acostumado (Duvido), mas
que hoje filtra melhor as solicitações que lhe chegam. Hã, hã...
Outra vez um aluno da Udesc-Laguna me solicitou uns dados sobre determinado
assunto da cidade. Buscando ajudar – este meu coração mole, sempre ele - gratuitamente
fiz um apanhado de umas dez folhas. Entreguei e até hoje não soube do resultado,
não recebi nenhum retorno. Quando o encontro na rua está sempre com pressa ou
monossilábico.
Mas, como diz o mocorongo, não há de ser nada não gavião, dor de barriga
não dá uma vez só.
Digo isso porque muitas vezes vou longe em busca de uma foto, de uma
entrevista, em busca de detalhes de nomes e datas, consultando velhos jornais, engolindo ácaros, cheirando mofo em arquivos empoeirados. Não é egoismo não em entregar os dados, mas um reconhecimento é bom e eu gosto.
O que eu vejo hoje em dia
são alunos que querem tudo muito mastigadinho. É a geração da pressa, prato-pronto, vapt-vupt, (acostumados com os Googles da vida) como se alguém tivesse obrigação de
fornecer dados ou escrever gratuitamente. Há quem se passa e abusa.
Aviso: Não sou professor, não sou
funcionário da prefeitura, não ganho pra isso, se faço pesquisas e escrevo é
porque sou curioso e gostio.., como dizia um antigo personagem humorístico da TV, sempre levando
bordoada e adorando, masoquista.
Pode até ser sem dinheiro, mas nunca sem "abraços, e beijinhos e carinhos ser ter fim". Hehehe.
Pode até ser sem dinheiro, mas nunca sem "abraços, e beijinhos e carinhos ser ter fim". Hehehe.
Há algum tempo, numa exposição realizada de banners de fotografias da Laguna e de sua
gente, constatei inúmeras fotos copiadas aqui do Blog, fotos de minha autoria e
de outros conhecidos fotógrafos da cidade. Foram copiadas e ampliadas na maior cara de pau, sem licença, sem
solicitação, na mão grande.
Quando fiz ver ao responsável pela exposição a falta de, pelo menos, o crédito nas fotos, o sujeito me
respondeu de má vontade que a exposição era em nome da Laguna e que o crédito ele acertava
outra hora.
O ignorantão entendeu que o crédito a que me havia referido era o vil
metal e não o nome do fotógrafo na foto. Dinheiro estava ganhando ele - e muito - com os
patrocínios da exposição.
Mas claro, que fique bem explicadinho, tudo e sempre em nome da Laguna, mas levando o dele.
Sem falar de e-mails e telefonemas de pessoas conhecidas, pedindo uma
informação, uma dica. Quando sei, forneço, mas na maioria das vezes nem um: - obrigado babaca, recebo de
retorno.
Mas como diz um amigo meu: – Quem manda ser tanso!
É o tal negócio: enquanto houver cavalo...
Portanto, não liga leitor, é somente um desabafo deste tanso (e quadrúpede), de decepções e ingratidões nesta área, na vida, como todo mundo tem e recebe, normal, infinita, afinal a gente “semos” humanos e não queremos só comida.
É o tal negócio: enquanto houver cavalo...
Portanto, não liga leitor, é somente um desabafo deste tanso (e quadrúpede), de decepções e ingratidões nesta área, na vida, como todo mundo tem e recebe, normal, infinita, afinal a gente “semos” humanos e não queremos só comida.
“Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?" Já cantavam e perguntavam
os Titãs.
Valmir, não é questão de ser tanso, isso é questão de caráter, que hj em dia parece estar em extinção.
ResponderExcluirAna Barzan
Valmir cada um de nós que curte escrever e fotografar de vez em quando se depara com uma surpresinha. Há uns dois anos eu procurava artigos sobre o Chachá na internet e, lá pelas tantas, o trecho de um texto me deixou contentinha mas, de repente me dei conta: aquele estilo me era familiar. Fiquei me perguntando onde eu já havia lido a matéria. Então me dei conta, era um excerto de crônica minha mesmo! E estava publicado sem a menor cerimônia para ilustrar uma tela do artista num site. Nenhuma citação da fonte, nenhuma menção a minha autoria. Pois é... E temos muitas outras cositas sobre esses meninos espertos que só usufruem e não dizem nem um muito obrigado. Há dias que a gente se aborrece mesmo, porque tudo isto que flui das nossas redações demanda tempo e trabalho. Na verdade a gente adora produzir algo que provoque a busca do conhecimento então prossigamos, ainda assim, sempre divulgando e acrescentando. Sempre somando . Abraço grande. Ma Fatima B. Michels.
ResponderExcluirAmigo, sei muito bem do que falas e entendo o teu desabafo. Eu, não pesquiso, não procuro, não vou atras, apenas escrevo meus devaneios quando a "cachola" pensa um pouquinho e ja tive VÁRIOS textos "surrupiados", na integra, e publicados em "jornais"(?) por Laguna a fora. E quando perguntava sobre a fonte a resposta era: - Ah, esqueci de citar. é mole?
ResponderExcluirMas perdi as esperanças com estes analfabetos literários. Copiam, publicam se vangloriam como se fossem seus os textos, fotos e afins, mas o que me dá satisfação é que nosso "trabalho", no meu caso, teimosia mesmo, é tão bem feito que tem gente que copia. hehe.
FORTE ABRAÇO.