sexta-feira, 21 de março de 2014

Do meu amigo Jornalista Márcio Dison, sempre sensível, inteligente e verdadeiro:

O TEMPO EM QUE O FUTURO IMEDIATO
ERA PRESENTE DO INDICATIVO

Houve um tempo em que os gestos tinham mais sentimento
abriam-se portas, Bom Dia!,Obrigado!, tudo ao natural
sem pompa e circunstância,o falso, exagerado.

Houve um tempo em que as palavras tinham mais significado
valiam seu peso em lei, jamais soltas ao vento desigual
sem a banalização do verbo, ora roto, esfarrapado.

Houve um tempo em que fluía da sinapse de neurônios
um rio caudaloso de palavras e do diálogo com os afluentes
vertia a mais cristalina verdade. As palavras nasciam
muitas e aos borbotões entabulavam sentenças
(de diversas cabeças) e abençoadas orações.

Houve um tempo em que a palavra tinha um selo,
o aperto de mão. Seu empenho era forma de contrato
algo que uma assinatura jamais poderia sê-lo.

Houve um tempo e hoje há apenas este poema ultrapassado.

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