Neste fim de tarde de quinta-feira, dezenas de
peixes estão aparecendo mortos ao longo da orla do cais, incluindo as Docas, Lagoa Santo Antônio
dos Anjos, no Centro Histórico.
Além de savelhas, algumas tainhotas e siris são
vistos agonizando sobre as águas.
Um forte odor de urina (uréia?) – constatado
por várias pessoas - também é sentido e emana em toda a extensão.
Causou surpresa que uma das causas atribuídas para
essa mortandade seria a “ausência de ventos que
promovam a circulação da água”, causando a chamada anoxia.
Como assim? Ausência de ventos se
os meses de novembro e dezembro são considerados os mais ventosos na região? Aliás,
nas últimas semanas o tradicional vento nordeste soprou forte em todo o Complexo Lagunar.
As causas ainda são indefinidas,
bem por isso, penso eu, autoridades não podem especular nem afirmar que não há
relação entre as mortes das várias espécies. Com que base?
Há que se aguardar os resultados
dos exames.
Lembro de ter lido, há duas
semanas, uma declaração de uma autoridade da área do meio ambiente em Tubarão, afirmando
que o refino do carvão no acidente lá em Lauro Müller não chegaria ao Rio
Tubarão.
Poucos dias depois o material foi
constatado no Rio.
A verdade é que nossas Lagoas são
a fossa de vários municípios do sul, com seus despejos de poluentes, inclusive
esgoto doméstico, como cansam de denunciar muitos técnicos e estudiosos do assunto. Além disso, ainda há o assoreamento das Lagoas. Em algumas áreas a lâmina d'água é de apenas centímetros.
Quantos seminários ao longo das
últimas décadas foram realizados sobre o assunto? Quantos TCC’s escritos? Quantos projetos que
não saíram do papel?
Basta uma rápida pesquisa na
internet para constatar que o problema vem de longe e poucas medidas foram
tomadas visando resolver ou mitigar essa poluição. São dezenas de matérias em reportagens pela imprensa.
Há a ilusão – inclusive por parte
de muitos pescadores - que o mar é infinito na produção do pescado, mesmo que seus números venha m diminuindo a cada temporada.
Até agora, por exemplo, não lemos
nem ouvimos sobre o quase desaparecimento do camarão, mesmo após
quatro meses de defeso.
Eis um fato que também merece explicações.
Eis um fato que também merece explicações.
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