06 setembro 2025

A Vila da Laguna em 1822 parabenizou D. Pedro pelo “Dia do Fico”

         
Meses antes da Independência do Brasil em 7 de Setembro de 1822, vereadores da Laguna parabenizaram Dom Pedro pelo Dia do Fico.
 
Foi em 9 de janeiro daquele ano, como aprendemos nos livros, que o então Príncipe Regente D. Pedro declarou publicamente que permaneceria no Brasil, desafiando a ordem da Corte Portuguesa  que exigia seu retorno a Portugal. O Dia do Fico, como ficou conhecido, foi um  acontecimento que entrou para o calendário da nossa história.
Já com o título de Dom Pedro I será aclamado como primeiro Imperador do Brasil em 12 de outubro de 1822.
   Dia do Fico em 9 de janeiro de 1822. Dom Pedro aclamado no Paço Real no Rio de Janeiro pela decisão de ficar no Brasil. Pintura J. B. Debret
A famosa frase pronunciada da sacada do Paço Real, depois Paço Imperial após a Independência, deu nome ao evento: Dia do Fico.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. 

Vereadores da Laguna parabenizam D. Pedro
Em 3 de fevereiro, portanto algumas semanas depois do “Dia do Fico”, a Câmara de Vereadores da Vila da Laguna enviou ofício endereçado ao Príncipe Regente D. Pedro parabenizando pelo ato.
Além dos vereadores, o documento (1) contém assinaturas de outras autoridades da Laguna, entre elas seu capitão-mor, os vigários, juiz ordinário, sargento-mor e escrivão.
Vejam o teor do documento, em que só atualizei a gramática:

“Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna 

Senhor. A fala com que V. A. R. (2) se dignou proferir nesta Corte – Como é para bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto, diga ao povo que fico – com estas Augustas palavras anunciou e fixou V. A. R. a paz, e felicidade perpétua neste vasto Reino do Brasil, foi atalhar os males e perigos que estávamos sacrificados com a ida de V. A. R. para Portugal, foi finalmente rasgar o véu de melancólicas ideias dos ânimos já abatidos, e sucumbidos a milhares de desgraças.

É impossível, Senhor, descrever o júbilo e prazer que se apoderou de nossos corações com esta notícia nesta pequena porção de habitantes desta Vila; uns e outros são testemunhas de tantos regozijos.

Por estes tão gloriosos motivos é que esta Câmara, e mais autoridades representativas deste Povo, como órgão do mesmo vão por meio desta felicitar-se e congratular-se com V. A. R.

Dignando-se a acolher os nossos votos mais agradecidos e sinceros, de servidão, respeito e obediência a V. A. R.

A preciosa vida de V. A. R. Deus a conserve por muitos anos, Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna em vereança de 3 de fevereiro de 1822 – O juiz Ordinário Albino José da Rosa, o vereador Antônio de Souza Pereira, o vereador José Gomes de Carvalho, o vereador Miguel Marques Rabello, o procurador José Pinto de Magalhães, Pedro Pires Salgado, capitão-mor, o vigário da Vara Manoel Fernandes Cruz, o vigário da Igreja Jerônimo Francisco Coelho (3), o sargento-mor José Joaquim de Magalhães Fontoura, o escrivão Rafael Mendes de Carvalho".




1) Esse histórico documento lagunense foi reproduzida pelo jornal Gazeta do Rio de Janeiro de 17 de agosto de 1822.
2) V. A. R. é a abreviatura de Vossa Alteza Real.
3) De acordo com Norberto Ulysséa Ungaretti, esse vigário era tio e homônimo do fundador da imprensa catarinense. (Laguna, um pouco do passado, pág. 54).

 Em 1826, portanto quatro anos depois desses fatos, D. Pedro I em viagem ao sul do país passará por Laguna e aqui pernoitará, assistirá missa, atravessará o canal da Barra, continuando a viagem, como já relatei em matéria publicada no ano de 2012 AQUI neste Blog.

05 setembro 2025

FOTO-RETRÔ

 

Associação dos Escoteiros da Laguna. Ano 1958.

Laguna já teve vários Grupos de Escoteiros. O primeiro, com o nome de Escola de Escoteiros da Laguna foi criado em 1917 por iniciativa de Rennê Rollin. Nos anos 30 cessou suas atividades.
A década de 30 nem tinha terminado e surgiu outro grupo, a Associação dos Escoteiros da Laguna, entidade que durou até a década de 1960.
Na foto acima, de 1958, na então Praça da Bandeira (hoje República Juliana), da esquerda p/direita, os escoteiros Afonso Prates, Cacaio Carneiro, Lupércio Freitas, Edi Bascherotto e Sérgio Faraco.

02 setembro 2025

Da série: Laguna já teve

 Casas Pernambucanas 

Jornal Correio do Sul 22 de julho de 1934
Em 23 de julho de 1932, um sábado, era inaugurada na Laguna uma filial das Casas Pernambucanas, sendo gerente Norberto Fatio. Banda Musical Carlos Gomes abrilhantou o ato.
À época a empresa varejista já tinha 514 filiais espalhadas pelo Brasil, empregando 56 mil pessoas. Eram 6 fábricas no estado de Pernambuco e 3 fábricas no estado da Paraíba.
Em 1970 terá 700 filiais.
Foi fundada em 1908 no Recife pelo sueco Herman Theodor Lundgren.
A empresa trabalhava com três seções: Atacado, Chic e Varejo.
Vendia riscados, brins, chitas, gabardines, colchas, cobertores, casimira, tricoline, flanelas...
Em sua publicidade publicada no jornal Correio do Sul de 22 de julho de 1934, a empresa afirmava: "dispomos do mais sortido e maior estoque da Laguna".
Jornal O Albor de 24 de julho de 1932
A filial lagunense primeiramente era situada na rua Raulino nº 30. Um ano depois mudou-se para a rua Gustavo Richard  nº132, de propriedade de João (Joca) Nunes Neto, que ao lado tinha sua casa comercial. Seus filhos Francisco Carlos Cabral Nunes e Luiz Cabral Nunes ali também trabalharão.
Uma disputa entre herdeiros das Casas Pernambucanas nas décadas de 70 e 80, provocou o fechamento de muitas filiais, entre elas a filial da Laguna.
Em seu lugar na rua Gustavo Richard, tempos depois, a partir de 1975, funcionará a Casa dos Presentes, do jovem Sérgio Castro.
Mais tarde a Tako Papelaria ali também será instalada. Hoje no local funcionam duas lojas de moda feminina, a Tok de Energia e  a TD Jeans.
Ainda hoje as Casas Pernambucanas continua presente em 15 estados do Brasil, com 500 lojas e 14 mil funcionários.
E quem não lembra do icônico reclame, como então se chamava a publicidade e criado em 1962 por Heitor Carillo e que virou bordão da marca: 
"Quem bate? É o frio. Não adianta bater, que eu não deixo você entrar, as Casas Pernambucanas é que vão aquecer o meu lar..."

28 agosto 2025

Faleceu Marianto Fernandes +

 
Cidade acordou mais triste com a notícia do falecimento em Hospital de Tubarão de Marianto Fernandes, aos 86 anos.
Marianto Fernandes
Cerimônia de velório ocorre das 8 horas às 16 h desta quinta-feira (28), na Sala Mortuária Santo Antônio da Casa Funerária Gomsan.      Féretro às 16h para o Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo Antônio dos Anjos.
Sentimentos à esposa Marilda Lopes (Dida), filhos Mariane e Fernando (Mego) e netos Gustavo, Fernanda, Gabriel e Cecilia.
"Adeus, avô querido! Levaremos sempre conosco sua sabedoria e ensinamentos valiosos! Te amo eternamente!", postou seu neto Gustavo numa rede social.
Marianto Fernandes era filho de Oscalino Fernandes e Maria de Lourdes Bessa.
Antiga placa do Ponto de Táxi onde trabalhou e que leva o nome de seu pai. (com um R inexistente). Ano 1974
Marianto trabalhou no Banco Indústria e Comércio (Inco). Mais tarde assumiu como motorista de táxi (chofer de praça, como se chamava), no Ponto de Táxi que leva o nome de seu progenitor Oscalino Fernandes, ali em frente ao Cine Teatro Mussi.

16 agosto 2025

Documentário sobre o Carnaval da Laguna

 

Na 43ª Semana Cultural da Laguna realizada em Julho deste ano, o documentário "Carnavais que Contam Laguna" sobre o carnaval das Escolas de Samba de nossa cidade foi apresentado na tela do Cine Teatro Mussi.
No áudio-visual importantes personagens da nossa maior festa deram seus importantes depoimentos.
Entre eles: Cristian Pavanate Soares, Janice dos Reis, Joel dos Reis, Thiago Laurindo, Júlio César Silva, João (Dão) Souza Júnior, Cláudia F. Sabino, Cida Milezzi, Fátima (Fafá) Regina Marçal, Anderson S. Teodoro, Arnaldo Júnior, Giselle Pavanate Soares, Admar Córdova e Ronaldo P. Vargas.
A direção e edição é de Bruno Matos. Produção: Jheniffer Andrade. Iluminação: Emerson Carneiro. Designer: João Antônio.
Eis um áudio-visual que merece ser assistido pelas novas gerações, além de ser reproduzido pelos órgãos ligados ao carnaval, à educação e à cultura do nosso município, principalmente nas escolas.


06 agosto 2025

FOTO-RETRÔ

 

Ano 1964. Escola Básica Ana Gondin, Magalhães – Laguna. As ótimas e inteligentes Professoras Selma Reis Machado, Henriette Grandemagne Viancin, Rosária Martins da Rosa e Nilza Luz Guedes. Atravessaram gerações ministrando aulas, inclusive em outros estabelecimentos escolares. Selma, Henriete e Nilza são falecidas, de saudosas memórias.


05 agosto 2025

Centenárias Sinfonias - Documentário sobre as centenárias Bandas da Laguna

 

No ano passado foi realizado um excelente documentário intitulado Centenárias Sinfonias - Um tributo às nossas duas Bandas Musicais. 
Convidado, participei como entrevistado, juntamente com maestros e músicos.
O filme, com cerca de trinta minutos, foi lançado na noite de 16 de abril de 2025 e mostrado ao público num telão defronte à Livraria Coruja Buraqueira, na Praça República Juliana. E no mês passado foi postado no YouTube.
Em abril o documentário na Praça República Juliana.
A partir do resgate da história das bandas sinfônicas Sociedade Musical União dos Artistas - SMUA e Sociedade Musical Carlos Gomes - SMCG da Laguna, o filme fala sobre patrimônio, música, formação musical e histórias da Laguna.
O documentário celebra a presença destas duas importantes instituições, conhecidas dos lagunenses desde 1860 (SMUA) e de 1882 (SMCG), que marcam presença em festividades religiosas, procissões e concertos de fim de ano.
O filme aborda não só a história das instituições, que constam entre as mais antigas Bandas Civis em atividade no Brasil, mas também sobre aspectos e personagens marcantes destas, como a presença majoritariamente negra na SMUA no início e metade do século XX e o trabalho de formação e profissionalização que as duas instituições realizam para a carreira de musicista.
O argumento e a direção geral é de SRael Libertu Andrade. Operação de Câmeras nas apresentações: Vanessa Cargnin. Operação de áudio nas entrevistas: Jhander de Souza David. Produção: Djin Samsa. Edição e montagem: Gustavo Avohai. Designer: Aline Kroth. Interpretação de Libras: Badebue Tradução e Interpretação.
O Projeto do documentário foi aprovado pelo Edital Lei Paulo Gustavo - Laguna/2023, executado pela Fundação Lagunense de Cultura, através de recursos do Governo Federal.


04 agosto 2025

Destaques da 43ª Semana Cultural

    Nesta 43ª Semana Cultural da Laguna realizada em dez dias, listo quatro atrações que foram destaques do evento, todas elas realizadas no palco do Cine Teatro Mussi. Parabéns a todos os músicos, maestros e organizadores. Foi um sucesso.:

Camerata Florianópolis


Opus 4


Ave de Rapina

Sociedade Musical Carlos Gomes


31 julho 2025

FOTO-RETRÔ

 

Time de Basquete do Clube Blondin - Década de 1970: Waldir Moraes, Nicodemos Nunes, Tuffi Remor Mattar e Haroldo Machado Pinho (Pancho). Ricardo Zambrano, Jackson (Jacó) de Oliveira e Antônio Carlos Wilke. (Clique na foto para ampliá-la).


29 julho 2025

PARABÉNS LAGUNA PELOS SEUS 349 ANOS!

 

O Vicentista Domingos de Brito Peixoto, fundador da Laguna em 1676. Nossa homenagem.

Domingos de Brito Peixoto – Este, indiscutivelmente, é o nome do pioneiro vicentista ligado à fundação e ao povoamento de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Ele e seu filho Francisco são considerados, da mesma forma, aqueles que impeliram o avanço português em direção ao território do atual Rio Grande do Sul, ao contrário dos bandeirantes, que depredaram a região no começo daquele século.
Assim como Manoel Lourenço de Andrade, em São Francisco e Francisco Dias Velho na Ilha, formavam uma geração de paulistas que vinha para fundar póvoas, expandir o território, criar alternativas econômicas. Nenhum dos três, por sinal, figura na história das inúmeras bandeiras que percorreram o Brasil em busca de índios ou pedras preciosas. Mas foram os três, sem dúvida, que contribuíram para ocupação definitiva de Santa Catarina e expansão para o Rio Grande”.

(Mosimann, João Carlos. Catarinenses, Gênese e História. Edição do autor -2010. (Pág. 111). Prêmio do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2009 – Fundação Catarinense de Cultura).

04 março 2025

FOTO-RETRÔ - CARNAVAL PARTE 4 (FINAL)

   Para encerrar nesta terça-feira nossa série sobre o carnaval de outrora, encontro em meus arquivos uma foto datada de 1962, da rua Raulino Horn, onde eram realizados o pré-carnaval e a continuação do desfile oficial. A "Rua do Carnaval" como era então denominada. 

Carnaval da Laguna em 1962 -Rua Raulino Horn. Tema da ornamentação: Xangai ou Shanghai. Acervo: Valmir Guedes Júnior.

   Note a ornamentação (e tínhamos ornamentação, ao contrário de hoje) cujo tema naquele ano era Shangai. Perceba as tradicionais cordinhas para separar o público. Lembrando que o sentido do tráfego era inverso ao de hoje.
   À esquerda, uma parte da placa da Instaladora Rádio Elétrica, do seu Aliatar Barreiros; em seguida a placa circular, tradicional, da Galeria Gigante.
   À direita, o restaurante Brasília, que não lembro (nem podia, tinha dois anos de idade), mas que ficava ao lado do Café Tupi, e onde mais tarde vai se instalar a Panificadora Imperatriz, de Archimedes de Castro Faria.

A passarela sobre a rua Raulino Horn

   Bem no meio da via vemos uma passarela suspensa. É sobre ela que quero falar.
   A ideia foi do gerente da Rádio Garibaldi, saudoso radialista João Manoel Vicente.
   Há muitos anos ele me contou numa conversa que naquele ano da década de 1960 criou um fato novo para disputar a audiência com a coirmã e concorrente, a Rádio Difusora.

    A mais antiga estava instalada na esquina da Praça Vidal Ramos, entre as ruas Duque de Caxias e XV de Novembro e, por isso mesmo, melhor posicionada nas transmissões da folia.
   A Rádio Garibaldi, cujo proprietário era o ex-prefeito da Laguna e naquele ano já deputado estadual Walmor de Oliveira, tinha seus estúdios (veja a placa luminosa sobre a marquise) instalados sobre a sinuca do Macuco (ao lado do restaurante e bar Monte Carlo). 
   No local hoje funciona a loja By Chelo Surf Shop. Observem à direita a corneta (boca de ferro) sobre a marquise. Eram as nossas "caixas de som" de outrora..
   João Vicente criou então essa passarela suspensa de um lado ao outro da rua, com os locutores (radialistas) e comentaristas da emissora postados numa posição superior para a transmissão do desfile.
   Uma novidade, um luxo!


O trajeto do desfile

   O desfile oficial começava no início da rua Conselheiro Jerônimo Coelho (com formação na rua Oswaldo Rodrigues Cabral), contornava o Jardim Calheiros da Graça, descia pela estreita XV de Novembro e virava à direita na Raulino Horn, terminando (dispersão) na Praça da Bandeira, hoje Praça República Juliana.
   Ufa!... e isso tudo era feito sem desafinar, sem “atravessar” o samba, com carros alegóricos desviando de galhos e fios, e passistas sambando sobre paralelepípedos.
   Já o pré era no sentido inverso, começando na Praça da Bandeira (hoje República Juliana) e virando à esquerda na XV de Novembro com dispersão na Praça Vidal Ramos.


03 março 2025

FOTOS-RETRÔ - CARNAVAL - PARTE 3

   Continuando nossa série, alguns registros de jovens foliões e foliãs de carnavais passados.    
   Alguns personagens são até fáceis de identificar, suas fisionomias quase não se alteraram ou mudaram muito pouco. Outros nem tanto.
   Mas para conhecê-los a gente conta com os leitores deste Blog, sempre tão atentos aos mínimos detalhes. 
   E quem sabe alguns deles, participantes, ao se identificarem nas fotos, possam citar os nomes de colegas, em carnavais de outrora que ficaram na saudade. 
   Vai neste post também duas fotos de arquibancadas postadas na rua Conselheiro Jerônimo Coelho, a passarela de carnaval. Uma de um bloquinho de casais e outra do público. 
   Clique nas fotos para ampliá-las.

Ano 1973. Bloco das lindas Pintoras no Clube Congresso Lagunense. Em pé, da esquerda p/direita:
 Jaqueline Alcântara, Cleide Ungaretti Branco, Marcília Soccas, Rosana Novi (Reichmann), Maria Antônia Gomes Amboni, Maria José Gomes Amboni, Lisdelize Barreiros (Meira), Gizi Siqueira (Mafra) e Fernanda Mussi. 

Agachadas: Luzana de Carvalho (Kamers), Edelweiss Simas de Aguiar, Carmen Lúcia Laranjeira, Suelena da Silva Rollin, Julita da Silva Barreiros (Guedes) e Liliane Willemann (Ungaretti). 

   Diz a Julita que todas as meninas adentraram ao salão cantando a canção de Sérgio Sampaio de grande sucesso na época: "Eu quero é botar, meu bloco na rua/Brincar, botar pra gemer"...



Bloco das Jovens Floristas em meados da década de 1960, ano de 1967, com a Bandeira do Cordão Carnavalesco Bola Preta, no Obelisco da Praça Almirante Lamego (hoje Praça União dos Artistas), no Campo de Fora. 

   Entre as componentes, Amélia Izabel Silva, Sônia Carpes (Lameira), Tânia Alves, Magali Nicolazzi (Bez), Rosa Maria Ungaretti Branco, Viviane Crippa, Janete Speck (Pereira), Maria Lúcia Rollin, Marilúcia Schiefler Lopes (Joaquim), Sônia Candemil de Oliveira, Glorinha Bessa Haberbeck, as irmãs Elen Menezes e Elis Schneider. 

   Quem mais? Quem mais?



   Década de 60. Cordão Carnavalesco Bola Preta Infantil, junto ao Obelisco do bairro Campo de Fora. 

   Entre os meninos estão Jorge Mussi, Ismael, Adolfo Veiga Silva, Dagoberto da Silva Martins, José Paulo Silva, Fred Crippa, Zezé, Franja, Júlio Teixeira, Júlio Marcondes.


   Década de 60. Em arquibancada montada entre o Clube Blondin e o Banco do Brasil, um Bloco animado de casais. 

   Entre os componentes, na primeira fila, Maria Salete Remor e Munir Soares de Souza, Liane Laranjeira com o marido, Maria Amélia e Otto Siqueira. Lá em cima, na frente do rapaz de sombreiro, Nilza Luz e César Guedes. Reconhece mais alguém?

   Na arquibancada, década de 60, sentadinhos aguardando o desfile, reconheço o seu Benjamin Nicolazzi (de gorro) e o médico e ex-prefeito da Laguna Dr. Paulo Carneiro, logo atrás. 

   No centro da foto, separados por pequena cerca, imagino que sejam os jurados. E bandeirolas a enfeitar o local. Mas o povo se divertia.


01 março 2025

FOTOS-RETRÔ - CARNAVAL - PARTE 2

   Anos finais da década de 1990, precisamente em 1998 e 1999.  As turmas da chamada Terceira Idade se destacavam no Bailes de Carnaval realizados no Clube Blondin e depois, pelo estado precário do prédio, passaram para o Clube Congresso Lagunense.

Ano 1999 - o Bloco das Melindrosas. Frente do Clube Blondin.

   Cada ano era uma fantasia diferente e luxuosa com o pessoal se divertindo a valer em seus organizados bloquinhos, com direito às entradas triunfais no salão ao som de tradicionais marchinhas. Um luxo!

Ano 1999 - O Bloco do Sesc (da Toalha). Clube Blondin.


Ano 1999 - Bloco das Espanholas. Frente do Clube Blondin.

   

Ano 1999 - Bloco da Rede Feminina. Hall de entrada do Clube Blondin. Observe, na parede a galeria de fotos dos ex-presidentes da Sociedade e as placas em bronze que desapareceram.

1998 - Bloco das Ciganas. Clube Congresso Lagunense.

   Maria de Lourdes Simas, Roselir Andrade (Nena),  Teresinha Cardoso de Souza, Telma Oliveira Bacha, Zulma Sant’Anna, Dª Belinha, Maria Amélia Barbosa Siqueira, Maria José Maurício, Emery Massih, Tânia, Sony Ungaretti Branco, Sônia Crippa, Maria Odécia Moraes, Márcia Pigozzi, Zezé de Souza, Nadir Carneiro Mendes, Benta Marçal, Marilanda Felício, Rute Zabot, Didi Rita, Toninha Casagrande, Maria Garcia Costa (Vênus), Léa, Norma Zapelini, Lourena Pacheco Guedes (minha mãe) e tantas outras que esbanjavam alegria mantendo uma tradição na Laguna que se perdeu no tempo. 

   Muitas já partiram e ficaram na saudade e lembranças em familiares e amigos e deixaram suas alegrias e participações.

   Se encontrou nas fotos? Reconhece algum familiar? Alguém? 

   Deixe nos comentários.


28 fevereiro 2025

Faleceu a dª Tidí, aos 96 anos

   Faleceu nesta manhã, aos 96 anos, Alcides de Jesus Andrade, mais conhecida como Tidí.
   Moradora da Praça República Juliana, dª Tidí representou o ser humano querido e bondoso e que a todos tratava com educação e carinho.
   Foi verdadeiramente, na acepção da palavra, uma guerreira.

Henrique Abrahão Netto (Coca) e Alcides de Jesus Andrade (Tidí). Foto: Valmir Guedes Jr.

   Foi o anjo da guarda da maioria dos membros da família Netto e desde a infância e juventude deles, dª Tidí zelou por eles e os prezou muito. Bem por isso o amor que todos eles tinham por ela a quem chamavam de vó.
   Há muitos anos, em 12 de dezembro de 1995 para ser exato, a fotografei em sua casa ao lado do seu querido Henrique Abrahão Netto, o Coca, que estava de aniversário neste dia, e falecido em abril de 2023 e a quem dedicava especial atenção. É a foto estampada acima e é assim que sempre vou lembrar dos dois. 
   A Cerimônia de velório, ocorre entre às 18:00h e 23:00h de hoje (28/2), na Sala Mortuária Santo Antônio da Casa Funerária Gomsan, reiniciando às 08:00h deste sábado (01/03), saindo féretro às 10:00 hs para o Cemitério da Cruz. 
   Sentimentos a todos os familiares e amigos.


27 fevereiro 2025

FOTOS-RETRÔ - CARNAVAL - NA PAREDE DA MEMÓRIA - PARTE 1

   A partir desta quinta-feira (27) e até terça-feira da semana que vem publicarei algumas fotos dos nossos carnavais do passado.
   

   São registros, alguns raros, que mostram pessoas, espaços e ornamentações que marcaram época e que ficaram na memória e na saudade de muitos de nós que vivemos e/ou presenciamos aqueles momentos.

   Década de 1970. A foto mostra o radialista Walmor Silva da Rádio Garibaldi em cima do tablado de madeira montado na rua Conselheiro Jerônimo Coelho, transmitindo e buscando entrevistar a professora Siniria Maria dos Santos Souza, eterna Porta-Bandeira e Nilton Aguiar da Costa Mestre-Sala da Escola de Samba Vila Isabel. 

   Considerado até hoje por muitos foliões e por membros da velha guarda das nossas Escolas de Samba, como João (Dão) Souza Júnior e o radialista João Carlos Wilke, como a melhor dupla neste quesito ao longo da história do carnaval lagunense. Assino embaixo. 

   Realmente, o porte da professora Siniria, sua maneira elegante e sorridente em conduzir o pavilhão da Escola e o samba no pé do saudoso Nilton, com seus mil rodopios, salamaleques e sua alegria, cativando a todos. Eram sempre muito aplaudidos.

   Ornamentação

   A ornamentação das passarelas do nosso carnaval, rua Jerônimo Coelho, Raulino Horn e XV de Novembro era simples, de plásticos coloridos cobrindo losangos e quadrados de sarrafos de madeira com lâmpadas em seus interiores. Ornamentação simples, mas existiam. 
   Hoje, não há mais ornamentação.
   Os holofotes eram diminutos, também simples, sem a potência comparada com os watts das lâmpadas de hoje com seus leds e spots. Não havia a chamada iluminação de cena. 

   Ano 1974, gestão de Francisco de Assis Soares. Rua XV de Novembro, que ainda não era calçadão e aceitava veículos, com sua ornamentação simples. Os fuscas dominavam o cenário e, observem, já haviam surfistas na área. 

   À esquerda, a porta de entrada onde ficavam os fornos da Panificadora Imperatriz. À direita, a icônica Miscelânea.

   Mas as centenas de lâmpadas cumpriam suas finalidades e iluminavam a fantasia da passista, realçavam o estandarte da Escola e faziam brilhar os instrumentos musicais da bateria.

   Fiz esta foto com minha pequena Kodak Instamatic 54X, no carnaval de 1982. Posicionei-me defronte ao Clube Congresso. Passavam vinte minutos do meio-dia, como assinala o relógio da matriz. 

   Já não havia mais o tablado, a chamada passarela em madeira, como se pode observar. 

   À direita, defronte ao Banco do Brasil, o palanque reservado às autoridades e jurados. As arquibancadas metálicas para o público estavam lá. Uma novidade. No meio delas à esquerda e também à direita, no meio da foto, as cabines abertas para as duas rádios, Difusora e Garibaldi. 

   Sem falar na ornamentação da rua Jerônimo Coelho em caixas de madeira forradas de plástico com desenhos, dependuradas em fios de arame. E os simplórios holofotes instalados em postes de eucalipto.

   Tudo parecia mais simples, mas o carnaval da Laguna era considerado o melhor do estado e, em alguns momentos, o terceiro melhor do país.
   Para cá se dirigiam turistas de toda Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, Paraná e da Argentina.
   Vinham em busca do carnaval famoso, das apresentações das Escolas de Samba, da alegria contagiante de um povo alegre, fraterno e anfitrião por excelência e que sabia brincar e se divertir.
   O Mar Grosso? Bem... o Mar Grosso era para banho de mar, era só praia. 

   E como o sol não parecia o mesmo de hoje, usava-se o óleo Cenoura & Bronze ou o creme Rayito de Sol para acelerar o bronzeamento.

   Rua Conselheiro Jerônimo Coelho. Passarela do carnaval, com seu tablado elevado em madeira, onde os Blocos (e depois as Escolas de Samba) passavam e se apresentavam. 

   Ao fundo, o palacete de João Tomaz de Souza. Edificação que em 1968 foi derrubada para construção daquele feioso caixote do Banco do Brasil, num dos maiores erros arquitetônicos que se produziu no Centro Histórico da Laguna. 

   O carrinho de pipoca, claro, também era tradicional. Lá no alto do Morro da Glória, a torre repetidora da TV Piratini (TV Tupi) já se fazia presente.

   Havia simplórios palanques, bancos de madeira e cadeiras em fórmica tomadas emprestadas às cozinhas. Eram postados desde cedo ao longo das calçadas das vias. E amarrados aos postes e uns aos outros para ninguém levar ou trocar de lugar. 

   Todo mundo em busca de um melhor ângulo. Quanto mais perto do palanque oficial, melhor. Era ali que se davam as apresentações.

   Ano 1978, gestão de Mário José Remor. Mais uma vez a rua Conselheiro Jerônimo Coelho iluminada, ornamentada e lotada com um público aguardando as Escolas de Samba. 

   Observem a ornamentação e a iluminação simples, mas que clareava muito bem. As crianças sentadas no meio-fio, a tradicional cordinha separando o público estava lá e o palanque pequeno e simples ao fundo destinado às autoridades.

   Crianças se sentavam nos meios-fios das ruas e se contentavam com um mero saquinho de pipoca. Algumas famílias levavam água da Carioca e garrafa térmica com café e lanches em caixas de isopor (os coolers de hoje) para atravessarem à noite.
   E tudo era tão demorado... Varava-se a madrugada.
   Os tempos eram outros, evidentemente, mas felizes são os que o viveram. Pelo menos tem o que contar. 
   Se é que ainda há quem queira ouvir essas histórias, mergulhados que estamos todos nós nas telas fosforescentes e hipnotizantes de celulares.
   Tudo isso passou, como tudo passa, e hoje são imagens e lembranças que fazem parte de um passado nas folhas do livro da memória, cada vez que o folheamos.


Faleceu Dourival de Oliveira, o Tofinha+

   
   Faleceu ontem à noite (26/2), no Hospital Senhor Bom Jesus dos Passos, onde estava internado, Dourival de Oliveira, o Tofinha, aos 84 anos, morador do Centro Histórico. 
   Velório acontece nesta quinta-feira(27), das 10h às 11h na sala mortuária Cristal da Funerária Cristo Rei, proximidades do Ceal. Sepultamento no Cemitério da Glória.
   Sentimentos aos familiares e amigos.
   Prefeito Peterson Crippa da Silva decretou três dias de luto no município, em homenagem ao Dourival de Oliveira pelos relevantes serviços prestados ao povo lagunense e à Administração Pública Municipal.

   Dourival de Oliveira, o Tofinha, nasceu na Laguna em 20 de fevereiro de 1941, filho de Avani Nascimento e Guiomar de Oliveira.
   Após os estudos primários realizados na Escola Básica Comendador Rocha formou-se em 1977 em Técnico em Contabilidade pelo Colégio Comercial Lagunense – CCL.
   Antes exerceu a profissão de alfaiate, ofício aprendido com o saudoso Osmar Brum com quem trabalhou, além do Valentim, na alfaiataria Royal.
   Dourival ou Tofinha como era carinhosamente mais conhecido, é casado com Vera Lopes de Oliveira. Deixa a filha Daniela (Dani) Lopes, que em sua redes sociais escreveu: "Meu eterno amor. Te amo além da vida. Descanse em paz, pai".
   Desde jovem Tofinha começou a participar e colaborar com entidades sociais e recreativas da Laguna.
   Na década de 1960 atuou pelo time amador de futebol São Paulo F.C., do bairro Campo de Fora.
   Foi membro na década de 1980 da diretoria da Sociedade Recreativa União Operária.
   Trabalhou na prefeitura em diversos setores, entre eles a contabilidade.
   Nas décadas de 1970 e 1980 foi membro da Comissão do Carnaval lagunense, exercendo a presidência em 1981 e 1982.
   Em 1982 Dourival foi candidato a vereador pelo PDS, obtendo 139 votos e ficando na suplência.
   Foi presidente da Sociedade Recreativa Anita Garibaldi e do Grêmio Estudantil Lagunense, além de vice-presidente da Sociedade Recreativa Sete de Setembro, no bairro Campo de Fora. Foi diretor técnico e treinador do União F.C.

Ano 1994, quando da apresentação da Sociedade Musical União dos Artistas em Erechim (RS), onde classificou-se em 1° lugar. À esquerda, Maria de Lourdes Rollin Schiefler (vice-presidente) e à direita Valéria Santana Tavares (tesoureira) e Dourival de Oliveira (Tofinha) (presidente). Surgia uma jovem geração de músicos comandada pelo maestro Sérgio Honorato. Fonte: Livro "Sociedade Musical União dos Artistas - Atravessando os Séculos", de autoria de Valmir Guedes Júnior.


   Ingressou nas fileiras da diretoria da Sociedade Musical União dos Artistas em 1977 como 1º secretário.
   Em 1986 por eleição, assumiu a presidência desta sociedade musical, reelegendo-se por dez vezes consecutivas.

Ano 1987 - Diretoria da S. M. União dos Artistas: Em pé, da esquerda p/direita: Cid Agostinho Siqueira (1° tesoureiro), Antônio dos Reis (Regente), Adélcio de Oliveira, Edemar Nascimento (Kiko), Adenir (Caputera), Adelaido Sebastião Pires (Diretor de Patrimônio), Aldo Rodrigues (Zelador) e Romeu Natal (Conselho Fiscal). Sentados: Lourival Silveira (Conselho Fiscal), Antônio de Pádua Heleodoro de Souza (Orador), Dourival de Oliveira (Tofinha) (Presidente), Manoel dos Santos Bessa (Vice-presidente) e Guilherme Oliveira. Fonte: Livro "Sociedade Musical União dos Artistas - Atravessando os Séculos", de autoria de Valmir Guedes Júnior.

   Trabalhou sempre buscando recursos para manutenção e aquisição dos instrumentos, além de novos uniformes e obras de melhoramentos na sede da Banda.

(Biografia publicada no livro "Sociedade Musical União dos Artistas - Atravessando os Séculos", de autoria de Valmir Guedes Júnior).

26 fevereiro 2025

Placas de monumentos históricos precisam ter moldes, além de segurança

   Com essa onda de furtos de todo tipo de material reciclável, principalmente alumínio e cobre, a Fundação Lagunense de Cultura (FLC) e o Iphan deveriam providenciar urgentemente moldes em gesso (ou silicone) das placas de bronze com gravuras em alto-relevo fixadas no Monumento de Anita, Monumento de Tordesilhas e Monumento aos Trabalhadores.
   É como diz o antigo ditado: "Seguro morreu de velho e o desconfiado ainda está vivo".
   Os autores artistas das históricas e valiosas peças, como Antônio Caringi e Leão Veloso, não estão há muito tempo entre nós e seria uma perda valiosa, histórica, se essas relíquias fossem furtadas/depredadas.
   Com os moldes, uma espécie de backup-patrimonial-artístico, teríamos assim cópias autênticas desses objetos, o que minimizaria um eventual e criminoso sumiço, porque poderiam ser refeitas das matrizes, dos modelos originais.
   Além, é claro, da necessidade de câmeras de vigilância 24 horas, melhor iluminação, manutenção e maior segurança nesses locais.

Monumento ao Trabalhador: obra de Leão Veloso.


Anita Garibaldi em sua fuga pelo Rio Canoas: obra de Antônio Caringi.

   Como se dizia antigamente, depois da porta arrombada não adianta tranca de ferro. 
   Como foi o caso do desaparecimento do chamado Sino do Povo, no alto da escadaria do Museu Anita Garibaldi, furtado na madrugada de 4 de agosto de 2016 e até hoje não encontrado.
   Alô, alô Iphan! Alô, alô Fernando Nunes Ilíbio, presidente da Fundação Lagunense de Cultura. Está dada a dica.


25 fevereiro 2025

As máscaras que causam terror. Na política e no carnaval

   No pré-carnaval realizado na rua Raulino Horn, uma imagem por trás da vidraça de uma das janelas de um dos antigos e centenários casarios da Praça República Juliana ficou registrada.

O mascarado da série Pânico do casarão n° 53 da Praça República Juliana.

   A cena chamava a atenção do público e dos foliões e, em muitos instantes, até assustando alguns poucos desavisados.
   Bem poucos, realmente. Máscaras não parecem assustar mais ninguém. Nem adultos, nem jovens, nem idosos, nem crianças em tenra idade. 
   A verdade é que outras cenas horrorosas e outros mascarados da política lagunense assustam muito mais. Causam verdadeiro terror.

As lentes de Elvis Palma também captaram na mesma janela a figura com uma outra máscara assustadora. A de hóquei, do personagem Jason, da icônica série Sexta-Feira 13.

   Mas com suas máscaras de Pânico e de Jason de Sexta-Feira 13, a citada figura apenas assistia de camarote o desfile, como já aconteceu no ano passado, e dançava ao som dos tambores e tamborins. 
   Entrou ele também, o mascarado (ou seria mascarada?) no clima de carnaval.
   Quem seria a estranha criatura?