domingo, 28 de agosto de 2022

Professor e diretor Joel dos Reis: merecida aposentadoria

 
Na última sexta-feira (26) com festa – claro, não fosse ele um legítimo e festeiro Baeta - e um jantar de bom gosto e delicioso, nosso querido professor e diretor Joel dos Reis comemorou sua merecida aposentadoria.
Joel dos Reis
Foram anos de muita labuta e dedicação como professor e que culminou carreira como assistente de direção e depois como diretor da Escola de Educação Básica Comendador Rocha.
Lá estivemos presentes junto aos seus familiares e inúmeros amigos para dar um abraço no Joel. Que agradeceu a presença de todos, da sua família de sangue e da família Comendador Rocha.
A atual e dinâmica diretora Tatiane de Oliveira Marques fez emocionante retrospecto, relembrando passagens  da vida pessoal e profissional do Joel e sublinhando sua tão conhecida alegria, vontade de viver e de servir. 
Norberto Amorim que foi diretor daquela instituição de ensino por muitos anos, também lá esteve para dar o abraço ao colega.
Aproveite sua caminhada Joel, trilhando novos caminhos e com a consciência tranquila por uma missão cumprida de uma vida dedicada à Educação. D. Adelina e Paulinho Baeta com certeza estão contentes na espiritualidade. Você merece!
Fotos: Siomara Flores Duarte e Valmir Guedes Júnior.
Tatiane Marques a atual diretora da Escola de Educação Básica Comendador Rocha e Joel dos Reis.


                                           











        
Julita e Adriana Gomes, ela diretora-adjunta da Escola de Educação Básica Comendador Rocha.






       
Margarete, Joel  e Julita. Três professores merecidamente aposentados.





Tatiane e Siomara.








quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Canal no Youtube aborda as histórias dos navios "Laguna" publicadas aqui no Blog

“Navios e Histórias” é um canal criado no Youtube por Luiz Carlos dos Santos Córdova Júnior.
Todos os domingos é postado um vídeo sobre a história de um navio militar ou civil com relevância histórica.
Além disso, todas as quintas-feiras é feita uma live falando de navios e classes de embarcações que passaram pela nossa Marinha do Brasil.

O autor é pesquisador apaixonado por temas náuticos, Engenheiro Civil e Segurança do Trabalho pela Univali e Doutorando em Desenvolvimento Regional pela Furb, de Blumenau.
Foi grumete e aprendiz de marinheiro na Escola de Aprendizes Marinheiros de Santa Catarina - EAMSC na Turma PAPAII no ano de 1997. Serviu a bordo da F-49 Fragata Rademaker. 
É Modelista naval amador. Atualmente leciona no Centro Universitário Avantis - Pólo de Balneário Camboríu/SC.

Através de minha pesquisa sobre o encalhe e naufrágio do navio Laguna I e o desaparecimento do navio Laguna II publicadas aqui no Blog, Córdova produziu um vídeo para seu canal, complementando-o com fontes, gravuras e efeitos gráficos e visuais que utiliza em suas pesquisas. 
Ele diz: “Essas histórias causam arrepios e despertam paixões por quem as contam e em quem as ouvem!”.

Uma excelente abordagem, um verdadeiro documentário com 12m31s com material de qualidade. Assista:

O endereço do canal “Navios e Histórias” no Youtube é: 


Se inscreva no canal e dê seu like.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

O adeus a Raquel Netto Lopes

     Cidade amanheceu triste com a notícia do falecimento de Raquel Netto Lopes, aos 67 anos, no Hospital Unimed em Tubarão.

Corpo está sendo velado na Sala Mortuária Santo Antônio da Casa Funerária Gomsan, saindo o féretro às 17 horas para o Crematório São Matheus, em Capivari de Baixo.
Raquel, viúva de Eduardo Luiz Schiefler Lopes (Piston) falecido em 27 de janeiro de 2015, deixa os filhos Cláudia, Andrezza e Luiz Eduardo e dois netos.
Sentimentos aos familiares e amigos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Um lagunense na “Coleção Barcos do Brasil”

 
Recebo em mãos do modelista Luiz Lauro Pereira Júnior, o livro “A Coleção Barcos do Brasil”, editado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan em 2019 com 285 páginas.
A publicação apresenta uma amostra ilustrada da riqueza e diversidade do patrimônio naval brasileiro.
São fotografias de 110 modelos de barcos tradicionais que integram a Coleção Barcos do Brasil, tombada pelo IPHAN e parte integrante do acervo permanente do Museu Nacional do Mar, localizado em São Francisco do Sul (SC).
A Coleção foi idealizada pelo professor Dalmo Vieira Filho e pelo navegador Amyr Klink, que estimularam brilhantes modelistas navais – Conny Baumgart, Luiz Lauro Pereira Jr. e Carlos Heitor Chaves – a trabalhar na reprodução em escala de embarcações tradicionais de todo país. Neste volume estão organizadas conforme tipologia e região geográfica de ocorrência e acompanhadas de uma breve ficha técnica.
Entre os modelos produzidos pelo lagunense modelista Luiz Lauro, há a extinta “canoa de convés” que era bastante comum nas águas de nossas lagoas e antigamente podiam ser vistas ancoradas nas Docas do nosso centro histórico.

Saliente-se que a capa da publicação é uma reprodução de um modelo “Baleeira de Casco Trincado”, produzido por Luiz Lauro.


Um lagunense e seus livros

      Recebo em mãos dois livros autografados pelo autor, o lagunense Aroldo Arão de Medeiros.
    “Viajando com as palavras”, onde Aroldo conta divertidas crônicas de fatos e viagens; e “Deitado sem fazer nada” – Crônicas de um aposentado que já está com a vida ganha”.
Os dois livros com ilustrações de Syllas Mariz.

Aos 18 anos o lagunense Aroldo foi estudar em Joinville e lá se formou em engenheiro mecânico. Depois ingressou na Celesc onde trabalhou até a sua aposentadoria. Mora em São José (SC), com a esposa filhos e netos e vem seguidamente a nossa terra natal em visita aos familiares e amigos.
Já lançou mais duas obras: “Retrato de uma família” (1999) e “Panela de Crônicas” (2011).
O autor Aroldo Arão de Medeiros
Aroldo é filho do “seo” Arão Silvino de Medeiros ali do Magalhães e que há poucos dias completou seus 97 anos bem vividos e de d. Pedra (in memoriam). 

Diz Adolfo Stotz Neto na contracapa da primeira obra que:
“Aroldo percorre o teclado com o coração. As pontas dos dedos apertam nervosamente as letras, com a pressa dos que querem contar mais uma estória.
As crônicas neste livro nos revelam quem é o Aroldo, sua fé inquestionável, sua moral cristã, sua alegria de contar o que viveu e o que imaginou.
Recheados de bom humor, cobertos por sua visão de mundo, desfilam personagens típicos do sul do Brasil, ilhéus e açorianos com seus maneirismos de gente simples e sábia. Não se esqueceu de nos presentear com a visão poética dos que amam o belo, dos que apreciam a beleza feminina, dos que amam a vida nos olhos das mulheres visitadas pela sua admiração.
Ler este ensaio é entender o autor, partilhar da sua vida, alegrar-se com seu mundo encantado e feliz”. 

Já o nosso professor Zé Mala no segundo livro faz a seguinte resenha: “Para suas crônicas, o escritor Aroldo Arão de Medeiros, se inspirou na sua infância, mocidade e primeiros amores.
A crônica é um gênero literário sem compromisso, mas compromete quem escreve o que está em sua mente, causando o sabor do seu instante, dos fatos acontecidos e que guarda como recordações acontecidas.
A crônica é o espaço em que o escritor transmite o que observa, opina, reivindica, ironiza, expõe emoções.
Nesse livro, há pequenas histórias criadas a partir de observações de pessoas ou fatos do cotidiano.
A crônica nem sempre é uma crônica. Um dia ela é poema como em “Passeio de barco”. Outro dia ela é lembrança como em “Conversa com minha mãe”. Outro dia ela é uma piada como em “Vizinha chorona”.
Ela dá ou permite uma grande liberdade de expressão.
O que não falta no Brasil é assunto para crônica. As crônicas estão prontas, só esperando para serem colhidas e postas no papel. É este prazer que o autor pretende partilhar com os leitores.
Em cada uma dessas crônicas, o prazer e a reflexão esperam pelo leitor”.

sábado, 20 de agosto de 2022

Jornal da Cidade, de Tubarão, repercutiu matéria deste Blog

 
Jornal da Cidade, de Tubarão, em sua edição desta sexta-feira (19) deu destaque de capa na matéria publicada aqui no Blog sobre viagens de ônibus na década de 1950 entre a vizinha cidade azul e Porto Alegre.
O Jornal da Cidade, de grande leitura na região sul, tem entre seus colunistas Arilton Barreiros, Raul Sartori e Sibéle Cristina.
Destaque para Matheus Aguiar, comentarista esportivo e coordenador de Jornalismo na Rádio Cidade 103,7 FM.


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Viajantes do passado: 13 horas de Porto Alegre a Tubarão

 
Percorrendo quilômetros pelas faixas de areias de praias, enfrentando buracos e lama, arriscando-se a atolamentos, atravessando canais e rios em precárias balsas, com ônibus sendo puxados até por juntas de bois.
Assim era o transporte rodoviário nas décadas de 1940 a 1960 na região sul catarinense. Desafio para pioneiras empresas e também para motoristas e passageiros. 
Um viajante do passado narra uma dessas viagens feita em abril de 1950.

Quem hoje viaja em confortáveis e rápidos ônibus interestaduais entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ou vice-versa, com percursos feitos em poucas horas por rodovias asfaltadas e duplicadas, não imagina os primórdios do transporte rodoviário aqui no sul do estado.
Na década de 1950, por exemplo, uma viagem de Porto Alegre a Tubarão podia levar 13 horas. Trajeto em grande parte feito pelas faixas de areias das praias do sul.
Um ônibus da empresa Santo Anjo da Guarda com itinerário Florianópolis-Porto Alegre atravessa sobre a balsa no canal da barra da Laguna.
Para e de Florianópolis, não era diferente. Os ônibus iam e vinham em grande parte do percurso passando pela faixa litorânea e sujeitando-se às oscilações das marés.
Entre Porto Alegre e a capital catarinense ou vice-versa se dependia da travessia sobre precárias balsas no canal da Barra da Laguna e também sobre o Rio Mambituba, em Torres. O trajeto por Laguna até Jaguaruna, com início na Passagem da Barra, se dava em terra de chão batido, como então se dizia.
Pioneiros ônibus e funcionários da Empresa Santo Anjo da Guarda. (Trajeto Porto Alegre-Tubarão) Foto: Divulgação/Site da Empresa Santo Anjo.
Os pioneiros proprietários das empresas de transportes arriscavam seu capital em investir neste setor ainda tão incipiente em infraestrutura terrestre. E os passageiros e motoristas não menos pacientes e corajosos em enfrentar os trajetos das viagens.

As três antigas pontes
O gargalo do Canal das Laranjeiras, na Cabeçuda era atravessado somente por canoas e pela velha Ponte da Estrada de Ferro Tereza Cristina, inaugurada em 1º de setembro de 1884, para transporte de carga e passageiros.
A segunda ponte ferroviária (e exclusivamente ferroviária), construída paralela à antiga, denominada Henrique Lage foi inaugurada em 14 de março de 1947, com grande festividade, presenças de autoridades e da nossa Banda Musical União dos Artistas.
As três pontes sobre o Canal das Laranjeiras, na Cabeçuda, na Laguna. A primeira de 1884; a segunda de 1947 e a terceira de 1959.
Somente em 18 de julho de 1959 em caráter experimental foi aberta ao trânsito público a ponte rodoviária sobre o Canal das Laranjeiras, na Cabeçuda, construída também em paralelo às duas ferroviárias e executada pelo então Departamento Nacional de Estradas e Rodagens – Dner.
A partir desta data é que se eliminou o maior ponto de estrangulamento do sistema rodoviário no sul catarinense. É quando as linhas de transporte público abandonam o antigo trajeto Laguna-Jaguaruna. 

Diário de uma viagem 
Em 1950 o correspondente em Tubarão do jornal lagunense O Albor narrou as peripécias de uma viagem dessas.
Ele contou pelas páginas do tradicional semanário que levou 13 horas para completar o trajeto Porto Alegre-Tubarão, enfrentando água, lama e buracos com o ônibus sendo até puxado por juntas de bois.
É um interessante relato de uma viagem feita no dia 22 de abril de 1950, portanto há 72 anos, narrado com suas peripécias e seus percalços.

Viajando de ônibus de Porto Alegre a Tubarão em 1950
                                                  (Correspondente do Jornal O Albor)
 
“Entre Tubarão e Porto Alegre correm diariamente ônibus de passageiros das empresas Delta e Santo Anjo. Geralmente viajam lotados, conduzindo gaúchos que vêm para o balneário da Guarda ou catarinenses que se dirigem à capital gaúcha.
Dia 22 regressamos de Porto Alegre num ônibus da Delta. Partimos às 4 horas: às 6 estávamos em Santo Antônio (da Patrulha) saboreando o aromático café com saborosos sonhos que o restaurante Boas-Vindas fornece aos viajantes.
As estradas do vizinho estado são de primeira ordem: largas, macadamizados longos trechos, outros asfaltados e ainda outros com faixas de cimento.
Até Arroio do Silva, balneário de Araranguá, viajamos bem, a boa velocidade.
Ao entrarmos no caminho que liga a praia à cidade de Araranguá, começou o suplício dos passageiros: buracos, lama e água em enormes extensões, provocando solavancos no veículo.
O motorista Emilio Guimarães, hábil que é, envidava esforços para proporcionar viagem menos penosa aos seus passageiros, mas sem resultado.
A excelente rodovia entre Araranguá e Rio Mãe Luzia, que o incansável engenheiro Annes Gualberto construiu com tanto carinho – na qual teria dispendido boa soma – está em mau estado em vários lugares.
Não nos foi possível transitar pela Estrada do Morro da Fumaça, em virtude de não permitir o seu péssimo estado uma viagem sem riscos.
O motorista Emilio resolveu trazer-nos pela estrada de 13 de Maio, que as chuvas da última semana deixaram enlameadas e com buracos.
Em certa altura o sr. João Eduardo Bergmann forneceu-nos uma junta de bois para arrastar o ônibus numa boa distância.
Mais adiante, no morro próximo à propriedade do sr. Adolfo Bortoluzzi, ficamos novamente imobilizados. Não fora a bondade do sr. Bortoluzzi, nosso prezado e velho amigo, que gentilmente ofereceu-nos outra junta de bois que puxaram nosso auto até terreno seco, lá teríamos pernoitado.
Populares e um guapo gaúcho, nosso companheiro de viagem, auxiliaram com enxadas na remoção da lama.
Chegamos aqui às 17 horas, exaustos. Todos demos graças a Deus em termos feito o percurso dos 410 quilômetros em 13 horas apenas.
Se algum dia for concluída a rodovia Tubarão-Criciúma, as viagens desta cidade a Porto Alegre se farão em 10 horas no máximo, quando a praia estiver boa e a balsa do Mampituba der passagem”.

domingo, 7 de agosto de 2022

Os 97 anos de Arão Silvino de Medeiros

         Aniversariando seus bens vividos 97 anos nesta segunda-feira (8), o sr. Arão Silvino de Medeiros. 
      Comemoração aconteceu no último sábado (6) no Clube 3 de Maio no Magalhães quando o aniversariante recebeu familiares e dezenas de amigos que o cumprimentaram pela data. 
 Banda Musical Carlos Gomes com o maestro Deroci se fez presente executando dobrados e o tradicional “Parabéns a você”.
“Seo” Arão lenda viva da nossa música acompanhou com seu pistom e fazendo marcação com o pé o dobrado “Dois corações”, arrancando aplausos dos presentes.

Histórico
Arão Silvino de Medeiros nasceu na Laguna em 8 de agosto de 1925 na localidade do Bananal, às margens da Lagoa Santo Antônio dos Anjos. Aos vinte e cinco anos veio morar no bairro Magalhães.
Trabalhou na construção da Ponte Henrique Lage sobre o Canal das Laranjeiras, na Cabeçuda. Trabalho duro, picando pedra.

Ingressou na Banda Musical Carlos Gomes e aprendeu a tocar pistom. O instrumento musical vai ser seu companheiro a vida toda. Tocou em festas religiosas e bailes carnavalescos. Aniversários e enterros. Na alegria e na tristeza executava seus acordes com seus companheiros músicos. Atravessou gerações entre retretas, tocatas e concertos. 
Desligou-se da Banda Carlos Gomes em 1997, aos 72 anos depois de 46 anos como músico desta corporação musical.
Casou com a primeira namorada, d. Pedra Maria ou Pedrinha, como carinhosamente a chamava, de saudosa memória, companheira também de uma vida. Tiveram oito filhos (Maria de Lourdes, Lucimar, Aroldo, Maria Aparecida, Zulamar, Adilton, Adriano e Adilson), este último falecido aos trinta e três anos. Mais netos e bisnetos.
Cristão católico pertence ao Movimento de Irmãos da Paróquia Nª Sª dos Navegantes, no Magalhães. Já foi tesoureiro e presidente do Conselho para Assuntos Econômico Paroquial (Caep). Homem de fé, de ação e de atitudes.

Durante muitos anos se alguém chegasse em sua casa e não o encontrasse já sabia: ele estava no porto, na banda ou na igreja.
Deu hóstia aos enfermos, cobrou dízimo, varreu a calçada e pintou o meio-fio de sua rua. 
E viajou muito. A pé, bicicleta, trem, ônibus, carro, navio e de avião. Longas viagens com familiares. Cruzando os mares, de transatlântico, pela Europa. Foi a Veneza e navegou de gôndola. Foi à Ilha de Murano e se apaixonou pelos vidros trabalhados. Foi a Roma e viu o Papa.

 Teve um irmão gêmeo, o Abraão, morador da vizinha Imbituba. Os dois foram conferentes de carga nos portos de suas cidades. Até suas aposentadorias.
Seu filho Aroldo numa crônica publicada no livro de sua autoria “Viajando com as palavras”, indaga aos seus leitores:
-Se um livro fosse escrito sobre a vida de meu pai, Arão Silvino de Medeiros, que título teria?
·        Viajante contumaz.
·        Vizinho especial.
·        Orgulho de família.
·        Família, banda e igreja.
·        Homem de palavra.
·        Deu aos filhos tudo o que conseguiu. 

Olha meu caro Aroldo, penso que todos esses predicados reunidos demonstram um pouco quem é o “seo” Arão. Mas, como eu disse, ainda é pouco.
Mais do que o listado acima, ele é um homem justo, honesto e bom.
E isso basta aos olhos de Deus.

Os parabéns ao "seo" Arão pelos seus 97 anos. Felicidades e muita saúde.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Tito Castro, o piloto lagunense que morreu em acidente aéreo

 
Ele era um jovem lagunense aqui nascido em 1923. Em nossa cidade cursou seus primeiros anos escolares e fez muitos amigos com seu carisma e educação.
Depois passou a morar em Curitiba, onde foram residir seus pais.
Cedo realizou seu maior sonho, tornando-se piloto da aviação brasileira.
Quem foi o tenente Tito Teixeira de Castro que faleceu aos 25 anos, recém-casado, vítima de acidente aéreo? 

Tito Teixeira de Castro era filho da lagunense Ana (d. Nininha) Teixeira de Castro e do lageano Euthálio Cyro de Castro. Casaram-se em 1920 em nossa cidade e nos anos seguintes nasceram os filhos Djalma, Sarita, Tito Castro e Vanda.
Seu pai veio transferido para Laguna em meados da década de 1910, como escriturário do Porto de nossa cidade, funcionário que era do então Departamento Nacional de Portos e Navegação.
Piloto aéreo, o lagunense Tito Teixeira de Castro.
Logo Euthalio se enturmou em nossa sociedade, fazendo inúmeras amizades. Foi secretário do Clube Blondin em várias gestões, da Banda Musical União dos Artistas (1927-1928) e do Clube Tiro de Guerra 137. Foi membro da comissão em prol da construção do Asilo de Mendicidade Santa Isabel (1934) que tinha em Joana Mussi a maior baluarte.
O filho Tito Castro estudou no Grupo Escolar Jerônimo Coelho, Colégio Stella Maris e os primeiros anos no Ginásio Lagunense.

Em fins da década de 1930 seu pai foi transferido para o porto de Itajaí e pouco depois para o de Paranaguá, com a família passando a residir em Curitiba.
Tito foi estudar no Ginásio (hoje Escola de Ensino Fundamental) Belmiro César daquela capital.
Com a 2ª Guerra, o jovem Tito Castro, em meados de 1943, se apresentou ao Exército Brasileiro e seguiu para o Rio de Janeiro. Após a aprovação em várias etapas seguiu, com bolsa de aperfeiçoamento, para os Estados Unidos onde foi brevetado com distinção por escola de aviação daquele país. De regresso ao Brasil foi lotado como tenente-aviador na 5ª Base Aérea de Curitiba (PR). 

Em 1945 esteve com seu avião na terra natal
Em março de 1945 o jornal O Albor noticiou que Tito Castro esteve na Laguna no dia 1º do mês pilotando avião da Base Aérea de Curitiba. Estava acompanhado por um engenheiro civil contratado pela Base daquela capital para escolher o melhor local para construção de um campo de aviação (um pequeno aeroporto) em nossa cidade.
Escolhido o local foi ele, seis anos depois, oficialmente inaugurado em 22 de julho de 1951, na ainda desértica região da Praia do Mar Grosso.
O tenente-aviador Tito Castro (à direita) quando esteve na Laguna em março de 1945.
Quando da visita, Tito Castro foi recebido pelos seus inúmeros jovens colegas e amigos de seu pai com um coquetel no Clube Blondin. Foi muito cumprimentado pela carreira que abraçou. À ocasião, discursou o médico Paulo Carneiro, presidente do Clube e grande amigo de seu pai, que reiterou a sinceridade da homenagem ao aviador lagunense. 

Casamento
Em 11 de março de 1948 Tito Castro casou-se com Suzana Aguirre de Castro. A bela cerimônia foi realizada na Catedral Metropolitana de Curitiba. 

Quatro meses depois, o acidente fatal
Manhã de primavera, sábado, 9 de outubro de 1948, quando o monomotor biplano “Bechkraff” começava a alçar voo na Base Aérea de Curitiba. Era para ser uma simples operação experimental, em observação de técnicas de funcionamento.
Cerca de 30 metros de altura o motor do avião entrou em pane e logo a seguir a aeronave espatifou-se contra o solo, incendiando-se.
O lagunense tenente-aviador Tito Teixeira de Castro, 25 anos, comandante do aparelho e o 3º sargento José Antônio Milano, 26 anos, faleceram instantaneamente.
Ficaram feridos o 2º sargento Orestes Carmargo (33 anos) e os 3ºs sargentos Casemiro Karmann Filho (27 anos) e Angelo Miranda Caldeira (26 anos).
Os corpos de Castro e Milano foram sepultados com honras militares na tarde do mesmo dia no cemitério municipal.
Manchete do jornal paranaense O Dia de 10/10/1948.
O jornal estadual do Paraná O Dia registrou:
“A morte desses dois moços foi grandemente sentida nesta capital, onde souberam granjear a simpatia e amizade de grande número de pessoas que os admiravam, pelos seus dotes de coração e caráter”. 

De Tito Castro seus amigos da Base Aérea assim afirmaram:
“Era um dos melhores da Base Aérea. Bom e leal companheiro possuía as qualidades que se pode exigir de um companheiro de armas”. 

Já o lagunense capitão Oscar Aires de Souza assim se expressou pelas páginas do nosso jornal O Albor:
“Quando cheguei a Curitiba para servir na Base Aérea, com aquele sorriso acolhedor, Tito cumprimentou-me e manifestou a sua alegria por ser eu também um lagunense.
Dai por diante começou nossa amizade que cada vez mais se robustecia, ao notar não só suas qualidades profissionais, como a sua esmerada educação e seu caráter bem formado. Do comandante até o último soldado todos o estimavam”.

Homenagens póstumas
Em solenidade acontecida em 19 de novembro daquele ano na Base Aérea de Curitiba, em juramento à Bandeira Nacional pelos novos recrutas da Força Aérea Brasileira, foram entregues medalhas e condecorações a vários oficiais, suboficiais e sargentos da Aeronáutica.
Nessa ocasião foi entregue aos familiares de Tito Castro, a Cruz de Guerra da Aviação, com palma e significado de Mérito.
Em 2 de fevereiro de 1950 o modesto hangar pertencente ao então juiz de Direito (mais tarde desembargador) Newton Varella (ele também lagunense e piloto), situado no Campo de Aviação (aeroporto) da Laguna, no Mar Grosso, recebeu o nome de Tito Castro. 
À ocasião, Divo Guimarães Teixeira, avô do homenageado, descortinou uma fotografia do piloto lagunense tão prematuramente falecido.
Placa da rua Tenente Tito Castro, no bairro Navegantes-Laguna.
Em 1951 Tito Teixeira de Castro foi homenageado na Laguna com nome de via pública no bairro Mar Grosso (hoje a rua pertence ao bairro Navegantes), em decreto assinado pelo prefeito e médico Paulo Carneiro.
Tito Castro foi igualmente homenageado com nome de rua no bairro Boqueirão, em Curitiba.