Como
facilmente se percebe, os votos da Marina no 1º turno foram praticamente
transferidos para Aécio no 2º turno. Houve também um aumento significativo dos votos válidos.
Na terceira e última
parte da consagrada trilogia biográfica sobre Getúlio Vargas, o escritor Lira
Neto reconstitui os acontecimentos políticos e pessoais mais importantes dos
anos finais do ex-presidente. Entre a deposição por um golpe militar, em
outubro de 1945, e o suicídio, em agosto de 1954, o livro revela como a
história do Brasil se entrançou com a vida de Getúlio, inclusive enquanto
afastado do poder.
“Entrei para o
governo por uma revolução, saí por uma quartelada”, lamentou-seGetúlio Vargasnuma
carta enviada de seu exílio rural em São Borja (RS), em novembro de 1945, ao
amigo e correligionário João Neves da Fontoura. Depois de quinze anos no
Palácio do Catete, emendando na sequência da Revolução de 1930 a chefia dos
governos provisório e constitucional e a ditadura do Estado Novo, Getúlio fora
obrigado a se retirar para sua região natal, na fronteira entre o Brasil e a
Argentina, pelos mesmos militares que haviam apoiado seu projeto nacionalista
de poder. Os tempos estavam mudados, a Segunda Guerra Mundial já era história e
ao ex-ditador, convertido num modesto estancieiro, apenas restavam às
distrações das cavalgadas, do mate e dos charutos.
Mas Getúlio, animal político com aguçado senso
de sobrevivência, não estava totalmente acabado, apesar do que pensavam os
jornais do Rio de Janeiro, quase todos alinhados ao conservadorismo da União
Democrática Nacional (UDN) e do Partido Social Democrático (PSD). Sua filha
Alzira - que havia permanecido na capital federal na companhia do marido,
Ernani do Amaral Peixoto, e da mãe, Darcy - tornou-se uma espécie de
embaixadora plenipotenciária do getulismo, possibilitando ao ex-presidente
perscrutar os bastidores do governo do general Eurico Gaspar Dutra e manter o
controle sobre o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Com sua consagradora
eleição ao Senado e as imunidades de constituinte, em 1946, Getúlio pode voltar
ao Rio de Janeiro num primeiro movimento de preparação do almejado retorno ao
Catete. Mas a hostilidade aberta da oposição udenista e as tentações de uma
velhice tranquila no pampa gaúcho fizeram de seu mandato parlamentar pelo PTB
um breve interlúdio do confinamento em São Borja, com raras aparições em plenário.
Alzira, sempre no Rio, permaneceu no entanto sua conselheira e informante
privilegiada por meio de detalhadas cartas-relatórios.
Apesar da derrota de candidatos que havia
apoiado nas eleições regionais de 1947 e 48, Getúlio deu sinais à imprensa, com
a sagacidade que lhe era peculiar, de que poderia tentar reconquistar o protagonismo
político. O movimento queremista, que jamais havia se apagado, explodiu em todo
o país, exigindo a candidatura do senador e “pai dos pobres” à presidência da
República.
O retorno triunfal
ao Catete, com a esmagadora votação obtida nas eleições de outubro de 1950, deu
início a um dos períodos mais conturbados da política brasileira. A oposição
ferrenha do udenismo e da imprensa, personificada pelo jornalista Carlos
Lacerda, combateu incessantemente todas as iniciativas populares (ou
populistas) do segundo governo Getúlio. Realizações como a fundação da
Petrobras e o aumento do salário mínimo foram ofuscadas por um sinistro clima
de guerra psicológica.
O “mar de lama”
denunciado à exaustão por seus inimigos manietou o envelhecido presidente,
dividido entre os afagos à classe trabalhadora e a obediência devida à praxe
anticomunista da Guerra Fria. O atentado a Lacerda - coberto ainda hoje de mistérios
e para o qual o livro apresenta múltiplas possibilidades e versões -, no início
de agosto de 1954, foram a senha para a precipitação dos acontecimentos. Acuado
por um iminente golpe militar, Getúlio chegou a esboçar uma resistência, mas, politicamente
isolado, preferiu o suicídio à desonra da renúncia.
Nos sessenta anos desse desfecho trágico, Lira
Neto reconstitui todos os lances do tenso xadrez político que se entrelaçou com
os últimos anos da vida de Getúlio. Amparado numa minuciosa pesquisa, que
incluiu centenas de livros e milhares de páginas de manuscritos e documentos
originais, o autor elucida um período capital da história do Brasil e interpreta
a personalidade de seu mais importante ator político no século XX.”
Engenheiro
Eduardo Nicolazzi convidando os leitores deste blog, principalmente os que
residem na capital catarinense, para o lançamento de seu livro “Gerenciamento de equipes – Formação e
orientação de gestores”, editora Insular.
Evento
vai acontecer na próxima quarta-feira, 15, às 15 horas no hall da sede da Eletrosul, no
bairro Pantanal, em Florianópolis.
Nesta quarta-feira, entrando no último trimestre do ano, rapidinho o Natal está aí e também 2015, nada melhor que ouvir O QUE FOI FEITO DEVERA, de Milton Nascimento e Fernando Brant, no show Tambores de Minas, que marcou o retorno de Milton aos palcos, após graves problemas de saúde. Vejam e ouçam a beleza da canção, com as palavras iniciais de Milton e a primeira parte na voz gravada de Elis. Outros outubros virão... outras manhãs plenas de sol e de luz... E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir... Nem vá dormir como pedra e esquecer o que foi feito de nós.
O Que Foi Feito Devera
Milton Nascimento
O que foi feito, amigo, De tudo que a gente sonhou O que foi feito da vida, O que foi feito do amor Quisera encontrar aquele verso menino Que escrevi há tantos anos atrás
Falo assim sem saudade, Falo assim por saber Se muito vale o já feito, Mais vale o que será E o que foi feito é preciso Conhecer para melhor prosseguir
Falo assim sem tristeza, Falo por acreditar Que é cobrando o que fomos Que nós iremos crescer Nós iremos crescer, Outros outubros virão Outras manhãs, plenas de sol e de luz
Alertem todos alarmas Que o homem que eu era voltou A tribo toda reunida, Ração dividida ao sol E nossa vera cruz, Quando o descanso era luta pelo pão E aventura sem par Quando o cansaço era rio E rio qualquer dava pé E a cabeça rolava num gira-girar de amor E até mesmo a fé não era cega nem nada Era só nuvem no céu e raiz
Hoje essa vida só cabe Na palma da minha paixão Devera nunca se acabe, Abelha fazendo o seu mel No canto que criei, Nem vá dormir como pedra e esquecer O que foi feito de nós.
Recebi dos abnegados voluntários do “Projeto Gatos dos Molhes”, o texto abaixo,
que nos conta um pouco sobre o trabalho desenvolvido por eles.
Camisetas também estão sendo comercializadas,
no valor de R$ 25,00, em prol do Projeto. Adquira a sua.
***
“Há muitos anos a população lagunense e de
algumas cidades vizinhas vem abandonando gatos nos Molhes da Barra. Lá os gatos
se reproduzem, brigam entre si por fêmeas e território, lutam para sobreviver e
como se não bastasse, ainda sofrem maus tratos de humanos.
Com o Projeto
Gatos dos Molhes, está se resgatando e castrando, assim evitando a
procriação e conseguindo lar para se adaptarem a vida doméstica. Não temos um
local para deixarmos os gatinhos, por isso dependemos de lar temporário.
Dependemos também de doações para realizarmos
as castrações e alimentarmos os gatos.
Esse projeto teve início no dia 28 de janeiro
de 2014, e já foram castrados 33 e doados 30 gatinhos. Os que não foram
adotados por não se adaptarem a ambientes fechados foram devolvidos aos Molhes.
Inicialmente viviam aproximadamente 80 gatos
no local, hoje são aproximadamente 40, desses 40 apenas 3 já estão castrados.
Contamos com a ajuda de vocês para continuar
esse trabalho que com muito esforço tem dado certo”.
Ao ouvir o “Creio em Ti” cantada por Agnaldo
Timóteo, relembro sempre da voz inesquecível (soprano) da professora Maria de Lourdes Barros, quando interpretava esta canção nas trezenas
de Santo Antônio dos Anjos.
Dias antes de seu falecimento, já enferma,
debilitada, Maria de Lourdes a cantou pela última vez. Os seus já fracos pulmões
e a emoção não a deixaram continuar. Professora Maria José Maurício intercedeu
e finalizou o “Creio em Ti”.
A emoção de quem presenciou a cena e sabia o que estava ocorrendo foi tamanha
que levou muitos fiéis às lágrimas.
What A Wonderful World, legendado, e na voz de Louis
Armstrong, com imagens (cenas) do filme “Good Morning Vietnã”, com Robin Williams, morto há
algumas semanas.
Duas obras de arte, que não me canso de ouvir
e rever.
Faleceu às 6h30m da
manhã de hoje, no Hospital Socimed, em Tubarão, vítima de infarto, o promotor
aposentado lagunense Ennio Ezequiel de Oliveira, aos 92 anos.
Viúvo, e com
familiares e amigos em nossa cidade, deixa os filhos Ennio, Nilza, Érida Janini,
João e Evandro e mais 10 netos.
Dr. Ennio, membro da Associação Catarinense do Ministério Público, OAB /SC 102 (jubilado) colaborou
com inúmeros jornais na região, inclusive em meu extinto Jornal Tribuna
Lagunense, onde assinava uma coluna versando sobre os mais variados assuntos de
interesse dos leitores e da Laguna. Utilizava o pseudônimo CASTELAR, como ficou mais conhecido. Jornal O Correio em algumas edições mais recentes, vinha reproduzindo vários de seus escritos.
Até o dia 28 de agosto vindouro, as
obras do escultor, pintor e restaurador Adilson Barros estarão expostas nosso
Espaço Cultural Richar Calil Bulos – Chachá.
A exposição conta com alguns móveis
restaurados, diversas esculturas e pinturas, muitas delas representando pés,
que são umapeculiaridade do artista.
PÉS DE
BARROS
Por Suyan de Melo
“Adilson
de Barros Machado nasceu em Laguna, no verão de 1966, tendo se iniciado como
autodidata na arte desde os seis anos, quando fazia imagens de santos com a
argila vermelha de seu próprio quintal. Já com dez anos, passou a esculpir arte
sacra em madeira, utilizando um martelo como marreta e uma chave de fenda como
formão. Já na adolescência e juventude, tendo trabalhado com o pintor Artur
Cook na oficina de serigrafia deste, acabou por adotá-lo também como mestre no
ofício da pintura. Paralelamente, conheceu de perto o trabalho do artista João
Rodrigues, o Mestre Portuga, que o inspirou a adentrar no barroco, esculpindo
em madeira. Barros viria a trabalhar por dois anos no ateliê de Portuga.
Na
sequência, Barros passou por uma fase bastante efusiva em seu processo
criativo, trabalhando em paralelo com as técnicas mais diversas de que
dispunha, para, posteriormente, decidir-se pela escultura e entalhe em madeira
como foco principal. Adilson, que teve incursões no teatro e na
literatura, possui especial predileção temática por pés, seja esculpindo-os em
madeira e pedra, seja desenhando-os em grafite, ou ainda pintando-os em tinta
acrílica sobre tela. Porém, seja qual for a plataforma, uma constante se
destaca: seus pés nunca possuem pares, e nunca se repetem.
Perguntado
sobre a dita fixação, explica que começou a fazer pés no projeto do SESC
chamado Pretexto III, como uma referência crítica ao mau uso dos pés, no
sentido “dos grandes que não sabem caminhar sem pisar nos pequenos”, primeiro
inspirado a fazer pés de pedra, passando depois a dar-lhes vida em outros
materiais.
Além
dos pés, Barros também destaca sua predileção no afazer artístico, por rostos,
anatomias, movimentos e detalhes em geral.
Aproximadamente
em 1998, passou a trabalhar sua arte também a partir de materiais coletados na
natureza, especialmente na praia.
Especificamente neste processo criativo com tais
materiais, costumava coletar objetos como conchas, cordas e tocos de madeira,
após fotografá-los in locu,
fotografando também, nestas ocasiões, resíduos como esqueletos de peixes e
outros.
Quando perguntado sobre o porquê de fazer o que
faz, responde que porque tem o seu dom, algo talvez ligado à mediunidade, além
de ser seu refúgio da turbulência dos dias, embora se frustre quando vê sua
obra se deteriorando ou quando pensa sobre a deterioração da arte em geral.
Atualmente
trabalha com madeira, criando colunas, molduras e carrancas, estas últimas
mesclando barroco e arte moderna, com incidência especial de figuras africanas,
além de cerâmica, com o que se poderia chamar de “carrancas oníricas e outras
figuras imaginárias”, e grafite, com desenhos e caricaturas”.
Na década de 80, o rock nacional vivia seu
período de maior glória. Dezenas de bandas surgiam pelo país.
O gênero, que apareceu na década de 50 nos Estados
Unidos, atravessou os anos.
Dizem os especialistas que quem gravou o primeiro
rock no Brasil foi Nora Ney, cantora de samba-canção. "Rock around the Clock", deBill Haley & His Comets(trilha do filmeSementes da Violência), em
outubro de1955, para a versão
brasileira do filme.
O rock atravessou a década de
60 no Brasil, com a Jovem Guarda. Na década de 70 surgem os ícones Rita Lee,
Lobão,Raul Seixas, entre outros em seus
variados estilos, inclusive os chamados rock rural e o hard progressivo.
No Rio de Janeiro, no verão
de 1975 foi organizado o pioneiro festival de rock no Brasil, o "Hollywood Rock", com patrocínio da Cia
Souza Cruz.
Na década de 80 o rock se
popularizou de vez no país. Surgiram bandas em São Paulo, Brasília, Bahia, Rio
de Janeiro e em outros estados. Algumas delas cultuadas pelos fãs até hoje. E
muitas ainda em atividade.
Enfim, não vou me estender
sobre a história do rock no Brasil, até porque há muito material em livros,
inclusive na internet. O objetivo deste texto é falar sobre a história do Rock
Laguna.
Para quem se interessar sobre
o rock no Brasil de 1955 a 1984, e de 1985 a 2000, basta clicar em:
Em janeiro de 1985 acontece o Rock in Rio, o
maior concerto da história do rock, com um público estimado em 1 milhão e meio
de pessoas, realizado na Barra da Tijuca. Veio artista de todo o mundo e contou
com bandas internacionais e brasileiras, algumas iniciantes.
O rock entrou na ordem do dia e ganhou
manchetes e matérias em toda mídia.
O Rock
Laguna 1
No ano seguinte, 1986, embalado pelo sucesso
do Rio de Janeiro, o empresário tubaronense Evaldo Marcos, dono da Cosmos
Produções, apoiado por um grupo de patrocinadores, propôs aos administradores
do município da Laguna (prefeito João Gualberto Pereira, vice Rogério
Wendhausem – 1983-1988), a realização de um Festival de Rock a ser realizado em
nossa cidade, nos mesmo moldes do que foi feito na Cidade Maravilhosa. Guardadas
as devidas proporções, evidentemente.
A Prefeitura da Laguna apoiou o evento com a
cessão do local, o Estádio Municipal do Laguna Esporte Clube – LEC, mais tarde
batizado de Estádio Municipal João Batista Wendhausen Moraes, em homenagem ao vereador
lagunense, morto prematuramente.
Secretário municipal de Cultura, Turismo e
Esporte, Hézio Heleodoro de Souza dizia que havia interesse que o evento entrasse
para o calendário turístico da cidade.
Assim, o Rock Laguna 1 foi marcado para sua
realização nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro de 1987.
A divulgação se iniciou por todo o Brasil e
principalmente nos estados do sul. Assim como, à medida que iam sendo contratados,
os nomes das bandas, cantores e cantoras do rock nacional.
Na primeira noite, uma sexta-feira, a partir
das 21 horas se apresentaram as bandas “Camisa de Vênus”, com seu rock
agressivo; na sequência as meninas do “Sempre Livre” com seu som romântico;
depois fechou a noite o “Grupo Tubarão”, som pesado que fez a plateia delirar.
Na noite seguinte, sábado, “Encaixe Postal”,
“Ave de Rapina”, “Kromo”, “Expresso”, “Inteligence”, “Engenheiros do Havaí” e
“Titãs”.
Os Titãs fizeram o grandioso show de abertura.
No domingo ventava forte e chovia e os shows
foram transferidos para a noite seguinte, segunda-feira, a partir das 20 horas.
O encerramento do Rock Laguna 1, foi com
“KM-7”, “Zero” e “Lobão”.
Lobão abriu o espetáculo e o público cantou
todas as músicas.
No final, com o frio que fazia no local, Lobão
subiu novamente ao palco e juntamente com o Grupo Zero cantaram “Me chama”, de sua autoria.
- "Chove
lá fora e aqui tá tanto frio...”.
O Rock Laguna 1 foi sucesso absoluto, com um
público estimado em 15 mil pessoas por noite.
Divulgação da Laguna a nível nacional. A Rede Bandeirantes
de Televisão, por exemplo, noticiou a promoção em seu noticiário.
Rock
Laguna 2
Em 1988, o empresário Evaldo
Marcos promoveu novamente o evento.
O Rock Laguna 2, aconteceu nas
noites de 5, 6 e 8 (sexta-feira, sábado e segunda-feira) de fevereiro, no mesmo local do ano anterior.
As apresentações marcadas para
domingo, dia 7, por causa da chuva, tiveram que ser transferidas para
segunda-feira, repetindo assim, coincidentemente, o acontecido no ano anterior.
Na primeira noite se apresentaram as
bandas “Vício Difícil”, “TNT”, “Taranatiriça”, “Garotos da Rua” e “Titãs”.
Os Titãs foram o destaque,
encerrando o show com muito rock. Banda Taranatiriça também não decepcionou.
No sábado, com um grande público e
agito, a banda lagunense “Ave de Rapina”, “Tubarão”, “Celso Blues Boy”, “Kid Abelha”
e “Ultraje a Rigor”.
O Kid Abelha empolgou a plateia
que cantou e dançou na voz e figurino da
vocalista Paulinha.
O
lagunense Fernando Faria, o filho do Tuba, não tem?, postou também no You Tube,
duas gravações feitas pelo seu primo Eduardo Caruso de Castro Faria, da
apresentação do Kid Abelha no Rock Laguna 2, em 1988. 4m42s de duração em "Lágrimas de Chuva" e 3m41s em "Nada tanto assim". Histórico.
O Ultraje a Rigor levou o público
feminino ao delírio quando o vocalista Roger na apresentação de uma canção do
primeiro álbum, de maior sucesso, e tema de abertura da novela Brega &
Chique, tirou a camisa e baixou as calças, mostrando a cueca na cor azul.
- Pelado, pelado, nu com a mão no bolso...
(...)
Indecente
É você ter que ficar
Despido de cultura
Daí não tem jeito
Quando a coisa fica dura
Sem roupa, sem saúde
Sem casa, tudo é tão imoral
A barriga pelada
É que é a vergonha nacional
(...)
Fernando
Faria também postou, gravado pelo seu primo Eduardo, a apresentação de “Ciúme”,
do Ultraje a Rigor. São 4m35s., um dos seus maiores sucessos.
Os shows previstos para domingo e
realizados somente na noite de segunda-feira, trouxeram “Nenhum de Nós”, “Defalla”,
“Eggo Tripp”, “Heróis da Resistência” e “Tim Maia”.
Na banda Eggo Tripp o destaque do
baterista Pedro Gil, filho de Gilberto Gil. No Heróis da Resistência, Leoni,
ex-Kid Abelha fez um excelente vocal e performance corporal.
A apresentação de Tim Maia
decepcionou. Não cantou integralmente sequer uma música. Reclamava de tudo. Dos
músicos de sua banda Vitória Régia, do som. Entre uma interrupção e outra
cantou sucessos de seu repertório: “Primavera”, “Você”, “Dia de Santo Reis”,
“Um Dia de Domingo”.
Mas se não fosse assim, não seria
o grande Tim Maia, não é verdade? Acreditava-se que ele nem vinha para a
apresentação, como já havia acontecido inúmeras vezes em sua carreira.
Ainda na segunda-feira à tarde,
antes do show, Tim Maia foi visto no centro histórico da Laguna comprando uma
camiseta com dizeres sobre a cidade, na Loja Lapa Confecções. Tamanho EG, off course.
Johnny Bass postou este vídeo no You Tube, feito pela RBS TVSC, onde Cacau Menezes entrevista Tim Maia no Ravena Cassino Hotel e Paulinha Toller do Kib Abelha, momentos antes de subir ao palco.
O fim de semana na Laguna foi movimentado.
A cidade recebeu milhares de fãs provenientes da região sul do país. Mas veio
gente de outros estados, como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Rock Laguna 3
Dez anos depois, em
1998, nas noites de quinta, sexta-feira e sábado, 5, 6 e 7 de fevereiro, foi
realizado pelo mesmo empresário Evaldo Marcos, em sua terceira versão, o Rock Laguna
3.
O prefeito era João
Gualberto Pereira, e vice Rogério Wendhausen, eleitos em 1996, os mesmo
administradores da Laguna quando da realização dos dois primeiros eventos.
Uma espécie de
revival.
Na quinta-feira, a
banda Os Titãs, com o show “Acústico”, foi o destaque.
De acordo com a
produção, 4 mil pessoas estiveram presentes.
Na sexta-feira, a
roqueira paulistana Rita Lee agitou a plateia.
Antes, Stonkas Y Congas, de Florianópolis se
apresentou. O público de cerca de 2 mil pessoas, se abrigava numa lona que foi
montada sobre o gramado do estádio municipal.
Logo em seguida a banda
Imigrant,coverde Led Zeppelin e Pink Floyd, levantou
o pessoal, num esquenta para a grande atração da noite.
A apresentação da
maior roqueira brasileira, com o show “Santa Rita de Sampa”, começou exatamente
à uma hora da manhã, conforme exigência e durou 1h e 15m.
Rita foi toda
simpática e cativou o público logo no início quando exclamou: “Laguna, você me dá água
na boca!”.
A banda da Rita Lee era formada
por Roberto de Carvalho (guitarra), Beto Lee (guitarra), Lee Marcucci (baixo),
Paulo Zinner (bateria), Maurício Gasperini (vocal, violão e percussão e teclado)
e PG Cecheto (teclado). No dia seguinte, no hotel, quando da partida de Rita Lee e banda para Florianópolis para o voo para São Paulo, consegui conversar alguns minutos com a maior roqueira do Brasil, que também autografou um CD com seus maiores sucessos. Fotógrafo André Luis Bacha registrou o momento.
No sábado, a banda
Planet Hemp, criada pelo Marcelo D2 e Skunk em 1993, no Rio de Janeiro, se apresentou
com seu rap rock. Apresentou vários sucessos de seus dois discos “Usuário”
(pelo qual ganhou o Disco de Ouro) e “Os cães ladram mas a caravana não para”,
como “Legalize já” e “Queimando tudo”.
Pequeno
público
O público esperado decepcionou durante o Rock
Laguna 3. Não passou de 4 mil pagantes, num local idealizado para receber 10
mil pessoas.
Diversos fatores contribuíram para isso.
Primeiro dez anos tinham se passado da última
realização e o rock brasileiro já não tinha o mesmo boom musical dos anos 80. Outros
gêneros musicais tinham surgido, como o Axé.
Conhecidas bandas de rock tinham ficado pelo
caminho. E faltou também maior divulgação do evento.
Sobre o pequeno público presente comparado aos
dois Rock Laguna da década de 80, o próprio empresário e produtor Evaldo Marcos
reconhecia que “Os tempos eram outros. As bandas antes não circulavam tanto
pelo país. Hoje, no interior, há muitos shows", comentou Evaldo à imprensa
na época.
Enfim, o Rock Laguna marcou época
e até hoje é lembrado pelos fãs.