Faleceu na noite deste domingo, por volta das 19 horas, vítima de enfarte, enquanto dormia, Paulo Canhola, o “Palomba”, aos 77 anos. Figura das mais
conhecidas, ligada aos meios futebolísticos.
Corpo
está sendo velado na sala mortuária da funerária Central de Luto Cristo Rei, ao lado do Ceal e sepultamento
vai ocorrer às 16 horas no cemitério municipal.
Nossos
sentimentos aos familiares e amigos, principalmente a esposa Leila (Lita). Lá se vai o seu "papai".**************
Paulo Canhola, o “Palomba”
Uma das
memórias do nosso futebol, principalmente dos jogos locais dos áureos tempos do Barriga Verde
F.C.
Palomba era um sujeito de muitas histórias, jogador de futebol que também o foi, como tantos outros, como o lagunense Mengálvio, meio-campista do Santos e da Seleção Brasileira, de quem era amigo. E dos seus irmãos Figueiró: Luiz Marona e Beneval (já falecidos) e Tuíco, que brilharam no futebol gaúcho.
Palomba era um sujeito de muitas histórias, jogador de futebol que também o foi, como tantos outros, como o lagunense Mengálvio, meio-campista do Santos e da Seleção Brasileira, de quem era amigo. E dos seus irmãos Figueiró: Luiz Marona e Beneval (já falecidos) e Tuíco, que brilharam no futebol gaúcho.
Sempre
me socorria - dele, do Dalmo Faísca ou do “seu” Nelson (dedinho) Souza - quando queria
saber de antigas escalações de times da cidade, em desbotadas fotografias do passado.
Ainda
semana passada, quase meio-dia, o encontrei ali perto do calçadão da XV de Novembro.
-Guedes, ele me chamou ao longe. Logo notei seu ar preocupado, sem o costumeiro sorriso.
Explicou
que não encontrava o seu carro e que a Leila (Lita) o esperava em casa para o almoço. Já tinha dado duas voltas pelo Jardim o procurando,
apertado o alarme de busca e alerta junto à chave de ignição, e nada.
-Será
que roubaram? Ou é o “alemão” já me pegando? Indagou, brincando.
-Nada disso, retruquei, querendo consolá-lo. Essas coisas acontecem nas melhores famílias, meu caro Palomba. É
porque deves ter estacionado o carro em local diferente do lugar que estás
acostumado a parar todos os dias. Saísse da rotina. Só isso. Já
aconteceu comigo e certamente com um monte de gente por aí.
E propus ajudá-lo a procurar o veículo.
E propus ajudá-lo a procurar o veículo.
Acompanhando seus passos vagarosos, no estilo bonachão, lá
fomos nós com os olhos atentos nos estacionamentos e conversando sobre o Vasco, seu time de coração.
Ao
passar pela esquina do antigo Café Tupi comentei que havia lido certa vez que
quando essas coisas acontecem, esses tipos de esquecimentos, a gente deve procurar
fazer uma ligação indireta, uma espécie de retrospectiva dos últimos momentos do que sumiu.
-Como
assim, indireta?
-Procurar
lembrar algum detalhe, um fato acontecido ou percebido, por exemplo, logo ao descer do carro. Não lembras de nada?
Ele
olhou pra mim certamente estranhando a conversa. Coisa de doido, deve ter pensado. Se ele
não lembrava nem onde havia deixado o carro, como iria lembrar de algum detalhe? Ora bolas!
Alguns passos adiante parou de repente e me olhou novamente. Seu ar de preocupação havia sumido e já estava sorrindo.
Sim!
Sim! Agora lembrava, quase gritou. Quando desceu do carro tinha visto um bonito tênis na vitrine de uma loja e pensou em comprá-lo. Dito e feito. Havia estacionado seu
carro em frente à Rainha Calçados, na rua Gustavo Richard. Lá estava ele.
Chegando ao lado do veículo, abriu a porta para entrar, deu um obrigado pela ajuda e disse:
-Guedes,
a tua ideia deu certo mesmo hein? Valeu! Vamos lá em casa almoçar? Tomar uma cervejinha?
Agradeci o convite, respondi que já tinha compromisso, ficasse para outro dia.
Dei
tchau, ele também deu tchau e foi assim que me despedi para sempre de Paulo
Canhola, o Palomba.
Muito obrigado, meu amigo! Vc descreveu a essência do meu velho... Esse era o Palomba!!! Saudade que só ameniza com essas doces lembranças!
ResponderExcluir