Era para ser mais uma tranquila viagem mensal,
partindo do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, em outubro de 1853.
Algumas horas depois do Vapor Pernambucana ter
partido da Barra do Rio Grande, o tempo virou bruscamente. A nossa conhecida
lestada atingiu a embarcação quase no meio da viagem, já no litoral
catarinense. Durante três dias e noites a embarcação balançou ao sabor das
ondas, totalmente fora de controle, sem qualquer visibilidade. Depois encalhou
e naufragou ao sul do Cabo de Santa Marta, na Vila da Laguna. Dezenas de
passageiros e tripulantes mortos. Entre os sobreviventes estava o marinheiro
Simão que, exímio nadador, salvou várias pessoas, inclusive cinco crianças. Pelo ato de coragem e
humanidade foi homenageado pelo Governo Imperial e Comércio do Rio de Janeiro.
Seis de
outubro de 1853. O Vapor Pernambucana deixa a barra do Rio Grande com destino
ao Rio de Janeiro. O navio traz, além da tripulação, muitos passageiros, num
total de 124 pessoas.
Um navio a vapor em 1853. |
O vapor
Pernambucana já tinha história. Foi o segundo navio a ostentar esse nome na
Marinha do Brasil. Nos anos de 1848-49 foi fretado à Cia. Brasileira de
Paquetes a Vapor para transportar tropas da Bahia e do Rio de Janeiro para
Pernambuco, Província convulsionada pela chamada “Revolta Praieira”.
Em 1853 retornava
as suas viagens rotineiras e regulares no trajeto de cabotagem no trecho entre
o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com parada em Nossa Senhora do Desterro,
atual Florianópolis, para abastecimento.
A citada
empresa promovia a ligação marítima entre a corte, capital do Império (Rio de
Janeiro) e os portos do Norte e Sul do país. Era responsável também pela
distribuição da correspondência postal, peça fundamental na implementação das
decisões políticas da monarquia.
Havia
interesse, além do aspecto comercial, de integrar politicamente e
administrativamente as províncias do país.
Voltemos à viagem
O dia estava
nublado e o mar calmo, nada demonstrando o que estava por vir.
Já fora da
barra do porto de Rio Grande, alguns quilômetros ao norte, o tempo muda
repentinamente. Um forte vento Leste (a famosa lestada) passa a soprar, com um
forte temporal desabando em seguida.
O comandante da
embarcação, 1º tenente João da Silva Branco, sem maiores opções, dá ordens de
continuar a viagem.
Sem forças
para vencer as ondas e o vento o navio fica totalmente perdido, vencido pelas
forças da natureza.
Três dias e
noites depois, em 9, o vapor com suas máquinas esgotadas e já fazendo água, vai
dar à praia do Morro Grande ou Campo Bom, ao sul do Cabo de Santa Marta, na
Laguna (hoje Jaguaruna) onde encalha por volta das 11 da manhã.
Desespero
Era de
desesperar qualquer um. Três dias e noites ao mar, perdidos, sacolejados daqui
pra lá, sem avistar terra, já quase sem esperança de sobreviver, com a ameaça
de a qualquer momento a embarcação afundar.
Manoel Joaquim de Almeida Coelho, em sua “Memória Histórica da Província de Santa
Catarina”, editada e publicada em 1854, portanto no ano seguinte aos
acontecimentos, e reimpressa em 1877, narra sobre o acontecimento:
“A confusão, sempre natural nestes conflitos, e o
desejo da salvação da vida, animou quase toda a tripulação (com o respectivo
prático José Maria Olival) e muitos passageiros a se arrojarem ao mar, em
demanda da praia; mas ali, antes de chegarem, alguns foram vítimas desse
arrojo”.
O jornal Correio Catharinense, de 30 de novembro
de 1853, editado em Florianópolis, já que Laguna ainda não possuía imprensa à
época, descreve o desastre, certamente baseado em testemunhos de alguns dos
sobreviventes:
“No dia 8 pela tarde perorou o tempo e à noite o
navio lutava com um dos mais fortes temporais, daqueles que costumam cair nas
costas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O vento tinha a força de um tufão, o mar se tinha
tornado em altas montanhas, que pareciam cobertas de areia, e o vapor lutava com
a morte, levado pela caprichosa e terrível agitação das vagas.
Foi uma noite de cruéis angústias e ansiedades;
muitas vezes esteve o navio quase submergido e os pobres passageiros outras
tantas viram a morte. Tantas lutas tinham esgotado as forças do infeliz navio e
os mares haviam arrebatado seus dois escalares”.
Simão, o marinheiro herói que salvou 13 vidas
Entre os
marinheiros havia um de nome Simão, português, natural
da cidade de Cabo Verde, na África.
Saul Ulysséa,
numa crônica sobre naufrágios acontecidos na Laguna, publicada anos depois no
jornal O Albor, escreve sobre esse
personagem:
“Foi notável neste naufrágio, a coragem e destreza
de um preto, português, natural de Cabo Verde. Era um homem forte e exímio
nadador. Foi o primeiro a chegar a terra, onde descansou algum tempo, voltando
para bordo, de onde conduziu um cabo para terra. Apesar de fortíssimas ondas, os
passageiros e a tripulação admiravam a maneira como o nadador as vencia. Por
meio do cabo foram salvas muitas vidas”.
Já no segundo
dia, deram por falta de uma senhora com seus cinco filhos. Continuavam a bordo,
pedindo socorro. O navio já começava a desmanchar-se. Nosso herói Damião, sem
vacilar se atira ao mar e salva cada uma delas, trazendo-as a nado para terra.
Treze vidas ele salvou.
Já o jornal Correio Catharinense, assim descreve o
feito do marinheiro Simão:
“Treze vezes foi o marinheiro Simão de terra a
bordo, nadando, guiado pelo cabo, e de cada vez salvava uma vida; quando depois
de muitas viagens a força parecia abandoná-lo, parava um instante, deitava-se,
revolvia o corpo na areia e partia de novo. É mister atribuir este grande
esforço não só a coragem, como aos sentimentos de humanidade de que é dotado o
marinheiro Simão, e ele merece o duplo galardão de corajoso e de sensível:
estas duas qualidades reunidas em um só homem constituem um tipo raro e digno
de maior admiração”.
O dia seguinte
Os
sobreviventes foram abrigados provisoriamente na casa do inspetor de Campo Bom,
Jesuíno de Souza Machado, situada a uma légua da praia, onde receberam comida e
roupas e foram amparados pela esposa e duas filhas do inspetor.
“Na manhã seguinte (10), relata ainda o
Correio Catharinense, via-se pela praia restos do navio, o mastro já tinha caído e o meio do navio mergulhado até a
proa. Os naufragados estavam na casa do inspetor aguardando transporte para o
centro da Laguna. Para trás deixavam sepultados os cadáveres de seus infelizes
companheiros. Na Vila da Laguna foram recebidos como bons irmãos e carinho
possível.
A notícia do naufrágio chega às autoridades da
Laguna
A notícia do
naufrágio chegou às autoridades e à população da Laguna. Logo o subdelegado de
polícia José Antônio Fernandes Vianna, acompanhado dos cidadãos tenente-coronel
Jerônimo Coelho Netto, major Francisco de Souza Machado, capitão Custódio José
de Bessa, Domingos Custódio de Souza e o vigário da paróquia da Laguna
Francisco de Santa Isabel, mais uma força da Guarda Nacional, se apresentou no
local da tragédia, oferecendo ajuda.
Oitenta e duas
pessoas foram salvas e quarenta e duas morreram afogadas, rolando pelas areias
da praia.
Dos
sobreviventes, “menos de dez preferiram voltar por terra para o Sul”.
Setenta e dois
chegaram ao centro da Laguna no dia seguinte e foram abrigados em várias casas.
Logo foi feita uma subscrição entre os mais abastados da cidade.
Diz Coelho em
seus escritos:
“O importe da subscrição foi oferecido ao
comandante do navio e passageiros do vapor para o empregarem no que fosse
mister, porém eles recusaram aceitar quantia alguma, e somente aceitaram alguma
roupa e fazendas que com o mesmo importe se compraram e se lhes ofereceu”.
Os anfitriões lagunenses
“Receberam os tripulantes, famílias e passageiros
em suas casas o major Francisco de Souza Machado Cravo, capitão Custódio José
de Bessa, José Pacheco dos Reis, coronel Jerônimo Coelho neto, tenente-coronel
José Antônio Cabral e Mello, vigário Francisco de Santa Isabel, cirurgião
Moraes e delegado de polícia José Antônio Fernandes Vianna”.
O adeus e a carta de agradecimento pela
hospitalidade
Os naufragados
sobreviventes ficaram na Laguna até o dia 16 seguinte, quando, por problema de
calado em nossa barra, despediram-se e foram até Imbituba onde através de
transbordo em botes, tomaram o vapor Guapiaçu,
comandado pelo 1º tenente Theotônio Raymundo de Brito, em direção ao Rio de
Janeiro, com breve parada na Ilha de Santa Catarina (Nossa Senhora do Desterro).
Antes, deixaram
uma carta de agradecimento à hospitalidade dos lagunenses, que tão bem o
receberam num momento de grande infortúnio.
Eis o teor da
carta:
Agradecimento dos naufragados:
“Ilmos. Srs. João Pacheco dos Reis, dr. Moraes,
coronel Jerônimo Coelho Netto, tenentes-coronéis José Antônio Cabral e Mello,
Antônio José da Silva, comandante superior Domingos José da Silva, major
Francisco de Souza Machado Cravo, Antônio Joaquim Teixeira, capitães Custódio
José de Bessa, Luciano José da Silva, delegado José Antônio Fernandes Vianna,
vigário Francisco de Santa Isabel, José Dias Soares, Domingos Custódio de
Souza, João José de Souza, inspetor de Campo Bom Jesuíno de Souza Machado, e
mais senhores que involuntariamente deixamos de mencionar.
Os abaixo-assinados faltarão ao mais sagrado dos
seus deveres se ao deixarem a cidade da Laguna para continuarem a sua viagem
para o Rio de Janeiro, não manifestassem seu reconhecimento, e de todos os mais
seus companheiros d’infortúnio, pela proteção que, após do seu naufrágio, de vós
receberam: os cuidados e desvelos com que depois, como pais, lhes tendes
prodigalizado, suprindo-lhes tudo o que preciso lhes tem sido para suavizar sua
desgraçada sorte.
Aos abaixo assinados presentemente não lhes resta
outro meio senão este, de vos patentear sua eterna gratidão, reservando-se
para, em ocasião mais oportuna, fazer público vossas sublimes qualidades,
generosidade e filantropia com que a todos tratastes, e os inúmeros recursos
que lhes proporcionastes, a fim de nada lhes faltar e poderem esquecer sua
desgraça.
Agradecei, pois, senhores, em nome de todos os
naufragados do vapor Pernambucana, ao bom, generoso e hospitaleiro povo de
vossa Cidade a avidez com que à porfia nos encheram de obséquios; pedindo-vos
mui respeitosamente que aceiteis este nosso agradecimento que nada mais tem de
valor do que a expressão dos corações daqueles que tanto vos devem.
Para onde a sorte nos for favorável, levaremos
imortal lembrança de vós, e contas sempre com o nosso débil préstimo; por toda
a parte bendiremos e com saudades nos lembrarão vossos nomes, restando-nos
pedir ao Altíssimo pela vossa prosperidade, e que a vós e a vossas famílias
dilate a vida por muitos anos. Laguna, 16 de outubro de 1853”.
Nomes dos sobreviventes
Coelho não
traz os nomes de alguns dos sobreviventes que subscreveram a Carta. Mas pesquisando
novamente no jornal Correio Catharinense,
editado em Desterro (atual Florianópolis), edições de novembro daquele ano, que
trouxe reportagens sobre o fato, pude anotar alguns deles:
· Tenente-coronel
Carlos Resin e sua filha; um soldado e um criado;
·
1º
tenente da Armada, A.J. Crivello d’Ávilla;
·
Capitão
M.G.C. Barros, sua mulher e uma cunhada;
· José
Antônio de Calasam Rodrigues, sua mulher, 3 filhos, 2 escravos e 1 criado;
·
Dr.
Augusto Victorino Alves Sacramento;
·
Alferes
Arsênio J. de Souza;
·
Tenente
José Betbesé de Oliveira Neri;
·
Antônio
José de Freitas;
·
Damião
Francisco Martins de Moura, e um escravo;
·
Benjamin
Aveline, 1 filha e 1 escravo;
·
Capitão
José da Silva Pinheiro;
·
Felisardo
José Rodrigues;
·
Joaquim
José Mendes Pintado e 1 escravo;
·
Luiz
Vieira da Cunha e sra., com cinco filhos;
· Luiz
Correia de Mello, comandante do vapor; o mestre e o despenseiro;
· Criados
da câmara, Camilo e Francisco; e o 1º e 2º maquinistas (nomes não citados).
Total: 42 pessoas, das 72 que chegaram a Laguna.
Como se pode constatar,
na lista publicada no jornal com os nomes de alguns dos que se salvaram, além de não constar vários
nomes (fica-se nos genéricos: filhos, filhas, criados, escravos, maquinistas...),
não consta o nome de Simão, o herói que salvou 13 vidas. Pode estar incluído
como um dos tripulantes (mestre, despenseiro, foguista ou maquinista).
Quanto à
senhora e seus cinco filhos salvos pelo marinheiro Simão, obviamente é a esposa
de Luiz Vieira da Cunha (assinalado em negrito), como consta na relação, afinal é a única com essa
prole.
D. Pedro II (Brasil) e D. Pedro V (Portugal) homenageiam o marinheiro Simão
Chegando ao
Rio de Janeiro, o marinheiro Simão recebeu das mãos do imperador D. Pedro II,
medalha de ouro de distinção pelo feito do salvamento de vidas. No anverso da medalha a efígie do imperador e seu brasão, e no reverso o dístico: "Ama o próximo como a ti mesmo". Na Praça do Comércio da então capital do Brasil, um busto do marinheiro Simão foi erigido.
O comércio do Rio de Janeiro lhe fez uma dotação de dez contos de réis, uma excelente soma à época e muitos daqueles que ele salvara lhe proporcionaram de presente outras quantias.
O comércio do Rio de Janeiro lhe fez uma dotação de dez contos de réis, uma excelente soma à época e muitos daqueles que ele salvara lhe proporcionaram de presente outras quantias.
No Arquivo
Nacional de Portugal, graças à internet e edições fac-símiles, encontrei dois documentos onde Rodrigo da Fonseca Magalhães, ministro do Reino, em 14 de
dezembro de 1853, em nome de El Rei (D. Pedro V), concedeu medalha de ouro ao
marinheiro e conterrâneo Simão, “Dando assim um testemunho público de grande
apreço em que tenho tão relevante serviço prestado à humanidade”.
Na medalha a efígie da rainha Dona Maria II e no reverso, entre duas palmas a frase: "Ao mérito, filantropia, generosidade - Ao súdito português Simão - 7 de outubro de 1853.
Na medalha a efígie da rainha Dona Maria II e no reverso, entre duas palmas a frase: "Ao mérito, filantropia, generosidade - Ao súdito português Simão - 7 de outubro de 1853.
Infelizmente,
mais dois documentos - e estes oficiais- que não citam o sobrenome do marinheiro Simão e maiores
pormenores de sua vida. Um personagem que parecia ter sumido das páginas da história durante muitos anos, mas graças a pesquisadores e historiadores podemos saber mais um pouco sobre ele, hoje em dia.
Quem era o marinheiro Simão
Simão Manuel Alves Juliano, ou, como passou a ser conhecido após o incidente: Simão Salvador.
Quem era o marinheiro Simão
Simão Manuel Alves Juliano, ou, como passou a ser conhecido após o incidente: Simão Salvador.
Retrato do marinheiro Simão do Vapor Pernambucana. Óleo sobre tela, 93cm x 72,6cm, de autoria de José Correia de Lima. Museu Imperial de Belas Artes, Rio de Janeiro. |
Era natural de Penha da França, da Ilha de Santo Antão, Arquipélago de Cabo Verde. Filho de Ana dos Santos Pedrinho e Manuel Alves Juliano.
Bem cedo deixou sua terra natal em busca do pão de cada dia. Em 1853, como já vimos, era marinheiro do navio a vapor Pernambucana, quando se deu os acontecimentos narrados acima.
Quando os sobreviventes do vapor Pernambucana se despediram da Laguna e de quem tão bem os acolheu naquele momento de infortúnio, o Correio Catharinense registrou o adeus, e caprichou nas tintas poéticas. Aproveito para terminar este texto que já se estendeu em demasia. Mas ainda bem que há quem goste dessas histórias:
Bem cedo deixou sua terra natal em busca do pão de cada dia. Em 1853, como já vimos, era marinheiro do navio a vapor Pernambucana, quando se deu os acontecimentos narrados acima.
Em 15 de abril de 1854, a Real Sociedade Humanitária do Porto concedeu-lhe medalha de ouro de 1ª classe, entregue em sessão solene pública realizada naquela data.
Em uma das paredes do salão nobre dos Paços do Concelho da Ribeira Grande, Simão também foi homenageado com sua óleo gravura.
Ao falecer, suas medalhas foram adquiridas pela Câmara Municipal do Concelho da Ribeira Grande e estão expostas no Salão Nobre daquela Casa.
Quando os sobreviventes do vapor Pernambucana se despediram da Laguna e de quem tão bem os acolheu naquele momento de infortúnio, o Correio Catharinense registrou o adeus, e caprichou nas tintas poéticas. Aproveito para terminar este texto que já se estendeu em demasia. Mas ainda bem que há quem goste dessas histórias:
“Na despedida da Laguna, bastantes lágrimas se
derramaram. Não eram estranhos que se despediam, eram pessoas a quem a
humanidade e a desgraça tinham nascido com os laços da gratidão e da piedade”.
Que ótimo resgate de nossa história, Valmir. Imagino o trabalhão que deu. Mais um capítulo bem escrito e pesquisado. Wilmar Coelho
ResponderExcluirPassou em documentário na TV (sobre museus) que uma gravura com a imagem de Simão está exposta em um Museu ao lado de grandes personagens brasileiras.
ResponderExcluirFato muito relevante, pois não se trata da imagem de um negro, mas de um pessoa negra e identificada.
Parabéns Valmir. Luiz Fernando
Descobri que uma antepassada minha parente faleceu neste naufrágio. A esposa do Ten. Coronel Carlos Resin (chegou a brigadeiro), chamada Claudina de Campos Resin. Ele se salvou com a filha.
ResponderExcluira onhb faz a gente andar por lugares que eu nunca imaginei
ResponderExcluirPrecisamos conhecer melhor a história do negro no Brasil.
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