Dentre as relíquias histórico-religiosas existentes em nossa Matriz, encontram-se a imagem do nosso padroeiro e a tela de Nossa Senhora da Conceição pintada por Victor Meirelles em Roma, em 1856.
O próprio corpo da igreja como um todo é um bem maior, prédio edificado em 1735 em estilo barroco com quatro altares folheados a ouro.
Além delas, existe a chamada relíquia de Santo Antônio, peça que foi exposta aos fiéis durante as recentes festividades em honra ao padroeiro.
O ostensório dourado contendo a relíquia (falange) de Santo Antônio em exposição durante as festividades deste ano, defronte ao altar de Nº Senhora do Bom Parto. Foto: Isabel Lameira |
Histórico
A relíquia de
primeiro grau (uma falange) de Santo Antônio foi trazida da Basílica de Pádua (Itália)
dentro de uma pequena urna em 1971 pelo padre Claudino Biff, então pároco da
nossa Matriz.
O Vaticano
considera relíquia de primeiro grau as partes do corpo de um santo.
Já pedaços das
vestes ou de acessórios como chapéus, etc., são consideradas de segundo grau.
Relíquias de
terceiro grau é qualquer objeto que o santo tenha usado ou tocado.
O empréstimo
Nos
dias 12 e 13 de março (sexta e sábado) de 1971, a dois dias de sua posse como
governador nomeado de Santa Catarina, o lagunense Colombo Machado Salles esteve
em visita à Laguna.
Aqui foi
recepcionado com grande festa pelos lagunenses, seus muitos amigos e
familiares.
Almoços,
jantares, desfiles de bandas, militares e escolares marcaram o período que aqui
esteve.
Na noite de
sábado foi realizada uma Missa em Ação de Graças na nossa Matriz, quando o
então pároco Claudino Biff ofertou a Colombo Salles uma Bíblia e uma pequena
urna contendo o fragmento de um osso (falange) de Santo Antônio.
A relíquia, em
caráter de empréstimo, visava permanecer em poder do governador durante seu
mandato (1971-1975).
A concessão foi
efetuada após o Papa Paulo VI haver dado a devida autorização, já que o objeto
pertence ao patrimônio da Igreja.
O gesto teve
caráter sentimental, pois Santo Antônio era padroeiro espiritual de Colombo
Salles, falecido aos 97 anos em 14 de novembro do ano passado.
O retorno da
relíquia
Em 4 de junho
(sexta-feira) de 1999, durante a trezena de Santo Antônio dos Anjos, em que foi
orador, o ex-governador Colombo Salles em rápida cerimônia às portas da
igreja, devolveu a urna com a relíquia às mãos do pároco Antônio Gerônimo Herdt tendo como
testemunha o prefeito da Laguna João Gualberto Pereira.
Diversos
contratempos nos anos anteriores haviam impedido o retorno da valiosa peça à
nossa cidade.
À ocasião,
registrei em duas fotos exclusivas o especial momento para meu jornal Tribuna
Lagunense.
Alguns meses depois, a
histórica e sagrada peça foi colocada sob proteção num ostensório dourado. É a
relíquia que agora foi exposta aos fiéis, durante as últimas noites das trezenas, como mostram as duas primeiras fotos acima, de Elvis Palma e Isabel Lameira.
Outras relíquias pelo Brasil
Em várias igrejas, santuários e mosteiros do Brasil existem relíquias de santos e mártires do cristianismo.
Em Nova Trento (SC), no Santuário, existe em exposição um osso do braço da Santa Paulina.
Na cidade de Terenos, no Mato Grosso do Sul, no Santuário de Santo Antônio de Pádua, existe um pedaço mumificado da pele do rosto do santo.
Na Igreja de São Francisco, em Salvador, na Bahia, há um relicário com fragmento do osso do fêmur de São Francisco de Assis. No Mosteiro de São Bento, em São Paulo, existem relíquias de vários santos beneditinos.
São relíquias veneradas por milhares de fiéis, que acreditam poder interceder por suas necessidades e intenções de oração a Deus.
As celebrações e festividades em torno dessas relíquias atraem devotos de todo o país e até mesmo de outras partes do mundo, no que conhecemos como turismo religioso.
Oooba bom retorno.
ResponderExcluirQue legal Valmir, isso é o que chamo de uma boa reportagem sobre a história da nossa Laguna. Muita gente não sabia disso, eu também. Continue com teu trabalho, faz falta.
ResponderExcluirValmir, retorno nota 10 com estrelinha. Não sabia dessa preciosidade. Essa relíquia devia ser exposta em dias determinados, atrairia muitos fieis, como falasse no texto, o chamado turismo religioso. Outras cidades promovem visitas e bençãos. A Laguna é rica e não sabem aproveitar.
ResponderExcluirValmir, daqui de Joinville te envio, com muita alegria, o meu abraço fraterno, não só pela matéria sobre a relíquia do nosso Santo, como, também, pelo teu retorno, encerrando o teu período de recolhimento intelectual. Seja bem-vindo!
ResponderExcluirAmigo Valmir, parabéns pelo resgate
ResponderExcluirda matéria do Tribuna Lagunense.
Colaborei na época do Tribuna com
uma coluna sôbre problemas e propostas para Desenvolvimento
de Laguna. Bons tempos.
Parabéns.
ResponderExcluirSaudades das matérias que fiz
no Tribuna sôbre problemas e
propostas para desenvolvimento
do Município em coluna mensal
É esclarecedor! Durante a festa deste ano, ficou subentendido que teria sido um 'presente' de Colombo Salles.
ResponderExcluirOlá, Michel. Bem isso. A minha esposa participou da trezena, na sexta-feira (07), e a narrativa que me trouxe, foi bem essa: a de que a relíquia fora ofertada pelo nosso ex-governador.
ExcluirCom certeza uma história que merecia ser exposta para todos . Esta relíquia só reforça a proteção que o nosdo padroeiro tem por nós. Parabéns Valmir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirIsabel Lameira
Mais uma importante informação sobre a nossa amada Laguna e o "Santo Toninho". Só a título de curiosidade, em Nova Trento está exposta a parte do osso do braço amputado de Madre Paulina. Obrigado Valmir e grande abraço amigo.
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