No dia 10 de
fevereiro de 1980, o acervo da Casa de Anita, localizada na Praça Vidal Ramos,
era revigorado com a solenidade de entrega de uma pequena urna (sarcófago) de
madeira. Em seu interior, um punhado de terra retirada da Landa Pastorara, em Mandriole (Itália), local da primeira sepultura da heroína de dois mundos, Anita
Garibaldi.
A doação à prefeitura da Laguna, feita pela “Societá Conservatrice del Capanno Garibaldi”, composta de
garibaldinos da Emilia Romagna, coroava de êxito um
trabalho do maçom Salun Jorge Nacif, irmão da Loja Fraternidade Lagunense e
membro do Conselho Municipal de Cultura.
Salun durante
cinco anos manteve intensa correspondência levando sua solicitação junto às
autoridades italianas.
O garibaldino
Guerrino Guerrini, presidente da Società, providenciou o envio. A urna contendo
a terra da sepultura veio via diplomática das Embaixadas do Brasil e Itália.
E trazida a Laguna pelo deputado federal Adhemar Guisi.
A entrega foi
formalizada pelo vice-cônsul da Itália em Santa Catarina Arno Suarez Cuneo, com
a presença do prefeito da Laguna Mário José Remor, do vice João Gualberto
Pereira, do secretário de Educação e Cultura José Paulo Arantes, do diretor do
Museu Anita Garibaldi Manoel Américo de Barros, do historiador Wolgang Ludwig Rau,
do deputado Adhemar Ghisi, entre outras autoridades.
Presente
também à solenidade, o major Mário Boronzi, membro da Associação Garibaldina,
grafólogo, escritor e historiador, que veio da Itália para conhecer a nossa
cidade.
Na
oportunidade, o dr. Adib Abrahão Massih fez a alocução, ressaltando o valor
histórico para o patrimônio municipal. (A madeira da urna necessita de restauração, tantos anos passados).
O arquiteto,
historiador e escritor Rau também discursou e fez um pequeno relato sobre as sete sepulturas de Anita na Itália e explicava:
“A terra foi recolhida da primeira sepultura de
Anita, na Landa Pastorara, a uma distância de 800 metros da Casa Guiccioli, em
Mandriole, onde Anita morreu ao anoitecer de 4 de agosto de 1849, nos braços do
marido Giuseppe.
O garibaldinos e seus adeptos, consagraram o
local, construindo uma alameda de acesso, com uma monumental coluna erguida,
com lápides de mármore contando o que ali aconteceu”.
E finalizou Rau:
“Considerando a universalidade da matéria e do
espírito, onipresentes por força do Grande Arquiteto do Universo, Deus, esse
punhado de terra arenosa da planície lacustre de Comacchio e de Ravena, ao ser “depositada”
na “Casa de Anita”, formaliza o simbólico retorno ao rincão natal da famosa
filha da Laguna, Ana Maria de Jesus Ribeiro, esposa dileta do grande José
Garibaldi, da nossa Anita Garibaldi”.
Muito boa a matéria. Desconhecia como foi. José de abreu. Florianópolis.
ResponderExcluirFatos e atos, bem registrados, como esse seu, Valmir Guedes, aperfeiçoam e reforçam nossa amor pela história da nossa Laguna Amada, cuja Câmara de Vereadores, em 09.12.2011, me concedeu o honroso e por mim tão desejado o Título de CIDADÃO LAGUNENSE. Parabéns Valmir por seus excelentes trabalhos de escritor/blogueiro e jornalista/historiador.
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