"Na voz de Aliatar Barreiros", assim o radialista João Manoel Vicente o apresentou pela última vez no programa "Relicário Musical" na década de 1990, diretamente dos estúdios da Rádio Garibaldi. Nos teclados, Luiz Carlos Ambrozini acompanhava o cantor e executava os maravilhosos acordes de "13 de Junho", música e letra do pianista Murilo Ulysséa, em homenagem ao nosso Santo Padroeiro.
Ouça ao final desta matéria.
Aliatar da Silva Barreiros, filho de Francisco da Silva Barreiros Júnior e Julita Baptista Barreiros, nasceu na Laguna, em 13 de agosto
de 1921.
Ouça ao final desta matéria.
O crooner do Jazz Lagunense Aliatar da Silva Barreiros. |
Foi em sua juventude que começou o gosto pela
música. Já aos 16, 17 anos participava,
junto com amigos músicos, de serenatas e serestas, interpretando velhas
canções. Os amigos aprovavam a bela voz, melodiosa e o incentivavam sempre a
cantar nas apresentações.
Paralelamente fazia os cursos de eletricidade e
eletrônica, mais tarde montando uma oficina e loja, a tradicional Casa Rádio
Elétrica, que funcionou durante muitos anos sob sua direção na Rua Raulino
Horn.
Apresentava-se como vocal, ou crooner como então se chamava, em festas, aniversários e
casamentos. Entre os músicos que lhe acompanharam nessa época estão João
Martins, Manoel Bessa e Antônio dos Reis (Cacique).
Aliatar Barreiros cantando num baile de carnaval na década de 40, acompanhado dos músicos João Martins e Manoel Bessa. |
Depois, na década dos Anos Dourados de 1950,
participou do Conjunto Jazz Lagunense formado por conhecidos músicos de nossa
cidade, como Antônio e Pedro Maria, Hélio Dias, Luiz Carlos Ambrozini, João
Mendes, Ricardo Brandl, Hermógenes Maria dos Santos e João Roberto, entre outros.
O Conjunto Jazz Lagunense, além dos palcos da cidade, era constantemente convidado para apresentações em tradicionais sociedades de todo o sul do estado.
O Conjunto Jazz Lagunense, além dos palcos da cidade, era constantemente convidado para apresentações em tradicionais sociedades de todo o sul do estado.
Também criou, junto com o pianista Murilo Ulysséa e
o pandeirista (percursionista) Sebastião Santiago, o Conjunto Big Trio, com apresentações
todos os sábados ao meio-dia no palco da Rádio Difusora, no programa “Audições
Prolar”.
"Prolar" era uma empresa seguradora que Ulysséa era o representante em nossa região.
Entre as músicas que mais Aliatar gostava de cantar
estão “Rosa de Maio”; “13 de Junho”, de Murilo Lima de Ulysséa; “Carinhoso”, de
Pixinguinha; “Mulher”; e “Cedo para Amar”.
"Prolar" era uma empresa seguradora que Ulysséa era o representante em nossa região.
Numa rara foto, da esquerda p/direita: Manoel Bessa, João Martins, Murilo
Ulysséa, Antônio dos Reis (Cacique), João Mendes e Aliatar Barreiros,. Início da
década de 50.
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Em 20 de fevereiro de 1954 casou-se com Ranúzia
Lopes, tendo como padrinhos o casal, ele o pianista Murilo Ulysséa e Jureda (Guedes) Brum Ulysséa.
O Big Trio acabou tendo em vista a morte prematura
de Murilo Ulysséa, vítima de aneurisma em viagem de trem para a nossa cidade em 27 de setembro de 1954.
Até o ano de 1957 Aliatar Barreiros ainda se
apresentou inúmeras vezes com o Jazz Lagunense.
Depois, com o fim do Conjunto, foi dedicar-se às suas atividades profissionais, cantando esporadicamente em reuniões familiares e de amigos.
Depois, com o fim do Conjunto, foi dedicar-se às suas atividades profissionais, cantando esporadicamente em reuniões familiares e de amigos.
Faleceu em 6 de maio de 2000, aos 78 anos, deixando saudades de
sua voz e de suas interpretações ao microfone dos maiores sucessos de nossa
música popular brasileira.
“NA VOZ DE ALIATAR BARREIROS, 13 DE JUNHO”.
Anos depois, no Programa “Relicário Musical”, pela Rádio Garibaldi, o radialista João Manoel Vicente o apresentou assim:
"Na voz de Aliatar Barreiros, 13 de junho".
É uma linda canção com letra e música do lagunense pianista Murilo Ulysséa, sucesso nas décadas de 1950 e 1960, em homenagem ao nosso Santo Padroeiro.
"Na voz de Aliatar Barreiros, 13 de junho".
É uma linda canção com letra e música do lagunense pianista Murilo Ulysséa, sucesso nas décadas de 1950 e 1960, em homenagem ao nosso Santo Padroeiro.
Nos teclados, Luiz Carlos Ambrozini,
que há poucos dias nos deixou.
Uma rara gravação de presente aos nossos leitores.
Uma rara gravação de presente aos nossos leitores.
13 de Junho
(Letra e
Música de Murilo Ulysséa)
“Treze de
Junho
Quando o dia
vem chegando
Foguetes no
ar estourando,
Em louvor ao
padroeiro
Nossa Laguna
Toda ela
comemora
Magalhães,
Campo de Fora
Na
cidade...o dia inteiro
E a
tardinha,
Quando a
brisa rumoreja...
O velho sino
da igreja...
Convida os
fieis a orar,
Laguna
inteira,
A seu santo
preferido
A Santo Antônio
querido
Não se cansa
de louvar.
Jovens...
Muitas
jovens às dezenas,
Vão sempre a
todas as novenas
Ao padroeiro
implorar.
Que ele
Não esqueça
seus pedidos,
Dê a todas
um marido,
Pra n’ele
sua fé aumentar.
Santo
Antônio...
Oh! Meu santo
milagroso,
Venerado e
tão bondoso,
Um pedido
vou lhe fazer...
Jamais
esqueça –
Esta terra
abençoada,
Esta Laguna
adorada...
Laguna que
me viu nascer".
Muito legal. Não conhecia. E que legal a música de Santo Antônio. Memória histórica musical da nossa Laguna.
ResponderExcluirGeraldo de Jesus
Assim, aos poucos, a gente vai resgatando um pouco da história musical da nossa Laguna.
ExcluirAmigo Valmir, estás a oferecer uma preciosidade incrível.
ExcluirSaudades desta Terra Amada.
Grande abraço Luiz Néry Miranda. Fazes parte da memória do rádio lagunense. Agradeço a leitura.
ExcluirMaravilha de postagem!Recordar é viver!!!
ResponderExcluirMeu pai sempre falava que Murilo Uysséa era sua fonte de inspiração no piano . Considerava-o um dos maiores pianistas que ouviu . Tanto que no seu piano , lá em nossa casa , tinha um porta retrato com uma foto de Murilo Ulysséa em uma apresentação no Congresso Lagunense. Parabéns pela publicação ao trazer a lembrança de grandes músicos lagunenses como os destacados .
ResponderExcluirComplementando: inclusive meu pai falou que muito aprendeu de piano com Murilo Ulysséa e tinha muito orgulho em ter tocado piano com ele . Sentia-se privilegiado .
ResponderExcluirOuvir nossos cantores os chamados crooner de antigamente é tudo de bom. Linda voz do seu Aliatar.
ResponderExcluirEdison de Andrade
Meu caro Valmir,
ResponderExcluirGrande, muito GRANDE teu trabalho sobre nosso querido Tatá, assim o chamava. Aliatar foi meu grande amigo, com ele tive bons momentos desde sua oficina na Praça da Bandeira, bons momentos da Casa Rádio Elétrica. Com Aliatar e Ranuzia participei do baile no Congresso em que esse Clube apresentou o RC 7. Para Casa Rádio Elétrica fiz quantas chamadas publicitárias objetivando sonorizar a loja nas noites pré Natal. Muito senti seu desaparecimento e lendo teu arquivo volto ao passado, volto aos bons tempos. Parabéns - Carlos Araujo Horn
Agradeço a leitura Carlinhos e os comentários que enriquecem o post
ExcluirAbraço
Aliatar Barreiros, pessoa maravilhosa, bondoso, gentil, singular sinto saudade até hoje, voz linda, super talentoso, bela recordação.
ResponderExcluirSou esposa do Murilo Ulysséa Júnior, filho do Murilo Lima Ulysséa. Ficamos muito felizes com esta matéria! Obrigada!
ResponderExcluirÓtimo. Só faltou te identificar. Agradeço o comentário.
ExcluirValmir o Murilo Ulyssea era casado com a irma de minha mae que sao de tua familia. Lembro os ensaios na casa do Aliatar eu ficava sentado na porta, pois o tio Murilo sempre me levava para assistir os ensaios. Eu tinha uns 6 ou 7 anos. Mas lembro muito bem.
ResponderExcluirQue voz bonita! Meu vizinho tantos anos, um jeito tão tímido, jamais pensei que ele tivesse sido um artista. Laguna já teve uma história artística riquíssima. Onde se escondem, agora, nossos artistas?
ResponderExcluirMinha mãe cantava essa música para meu pai tocar.
ResponderExcluirObrigada pela postagem, meu pai João Mendes adora a profissão de músico.
ResponderExcluirImagino que seja a Marilda Carneiro Mendes. É isso? Faltou a identificação. Agradeço a leitura.
ExcluirTio Aliatar,junto com tia Ranúzia, sempre foram presentes em minha vida;crescemos dentro da casa dele,desde que minha avó lá morava.Amigo dos irmãos e familiares,tinha uma ligação muito forte com meu pai,se davam muito bem.Só tenho boas recordações dele e da família que Deus me permitiu ter.Obrigada tio por tudo,que onde estiveres estejas na luz junto daqueles que te amaram.Obrigada Valmir,meu marido amado,por essa homenagem bem merecida ao querido tio.Saudades dele e de todos que partiram,que estejas na luz.
ResponderExcluirO depoimento e testemunho de uma sobrinha é importante, minha querida.
ExcluirOlá Valmir!!!!
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa em que nos apresentou que a Laguna também foi o berço de boas orquestras, conjuntos musicais e claro nossas centenárias Bandas Carlos Gomes e União dos Artistas. Com relação ao Sr. Aliatar que tão bem foi lembrado... tive a satisfação de conhecê-lo enquanto comerciante proprietário da Casa Rádio Elétrica, onde por diversas vezes comprei os últimos lançamentos e sucessos da época (anos 60 e início de 70), que eram discos (compactos e LPs)... depois em Fita K7 que era o que tínhamos naquele tempo.
Grande abraço do seu amigo de Joinville – SC (Adolfo Bez Filho)
Agradeço o comentário Adolfo. E a leitura do Blog. Sempre ligadinho. Abraço.
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