quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sobre história, pesquisadores e historiadores – A Coleção TerraBrasílis

Sou um admirador confesso do jornalista e escritor Eduardo Bueno. Tenho suas obras, principalmente a excelente Coleção TerraBrasílis, pela Editora Objetiva, composta de quatro volumes. Há outros em preparação.
Eduardo Bueno é gaúcho, tradutor, jornalista e escritor, nascido em 1958. Na redação do jornal Zero Hora recebeu o apelido de Peninha, em homenagem ao repórter do jornal A Patada, criação de Walt Disney.

Seu estilo de escrever é vibrante, mesclando minúcias do Brasil colonial com o clima aventureiro. Possui uma biblioteca com mais de 4 mil volumes sobre a história colonial das Américas e descobriu um filão ao escrever sobre a história do Brasil, tema que já havia abordado na elaboração de fascículos para os jornais Zero Hora e Folha de São Paulo.

Numa entrevista a revista Isto É, afirmou que a maior mentira ensinada pelos livros tradicionais de história do Brasil, é que ela tenha sido mansa, pacífica e feita por grandes homens.
Seus livros vendem muito bem e são adotados por escolas.

Eduardo Bueno é minucioso pesquisador, com a vantagem para o leitor e outros pesquisadores, de que enumera e cita as fontes onde foi buscar as datas, nomes, curiosidades e demais informações. Faz o o que é certo. E mostra para o leitor as diversas versões, opiniões, contradições. Até porque para escrever sobre fatos históricos há que se ter como base, documentos, fontes primárias e uma vasta bibliografia. Lida, relida e consultada. 
Alguns pesquisadores-escritores neófitos podem trabalhar conjecturas sobre isso e aquilo. Mas não passam disso: conjecturas. Até porque de muitos dados não se tem certeza e grandes historiadores que nos antecederam divergem entre si sobre muita coisa.

Para escrever e falar sobre o Brasil Colonial (incluindo aí, a Província de Santa Catarina com suas Desterro, Laguna, São Francisco do Sul e Planalto Catarinense) há que se ler muito Francisco Adolfo deVarnhagen e Affonso Taunay. Capistrano de Abreu é obrigatório, além de Sérgio Buarque de Holanda. Estes somente pra começar. Sem falar nos nossos, Lucas Boiteux, Oswaldo Rodrigues Cabral, Pe. João Leonir Dall'Alba, Walter Piazza e outros tantos, e mais recentemente João Carlos Mosimann.

Além de consultas e leituras de coleções, arquivos empoeirados, jornais e documentos. Queimar pestanas em bibliotecas, horas e horas. Se dedicar realmente ao tema pesquisado e não trabalhar com algumas suposições baseadas no “achismo”.
Do contrário é reunir algumas informações pescadas aqui e ali, inclusive em rápidas consultas nos Googles da vida, e propor teses. E muitas vezes sem o devido crédito a quem chegou antes. E foram muitos.

Veja algumas capas de livros da Coleção TerraBrasílis e resumos das obras feitos pela Editora Objetiva:

Volume I –A VIAGEM DO DESCOBRIMENTO”:
“Entre na caravela de Cabral. Circule por entre soldados e marujos, pilotos árabes e astrólogos judeus, intérpretes hindus e nobres lusitanos. Descubra o que comiam e quanto ganhavam esses homens. Viaje com eles por mares temptestuosos e calmarias enervantes. Saiba que forças políticas e econômicas moviam a esquadra que chegou ao Brasil, mergulhando no mundo da Escola de Sagres e do Infante D. Henrique – um herdeiro dos Cavaleiros Templários”.

Volume II – “NÁUFRAGOS, TRAFICANTES E DEGREDADOS”:
“São personagens impressionantes da nossa história: os náufragos, traficantes e degredados que chegaram ao Brasil logo depois da descoberta do país, em 1500. Foi uma saga de incríveis aventuras, até agora pouco conhecidas – o que aumenta o fascínio em torno do período mais nebuloso na história da conquista do país”.

Volume III – “CAPITÃES DO BRASIL”:
“Que homens receberam os imensos lotes da nova colônia portuguesa? Por que foram eleitos donatórios e que missão, realmente, viriam a cumprir? A saga dos primeiros capitães do Brasil, entre 1530 e 1550, revela o jogo de poder e ambição da Coroa Portuguesa, e seu projeto para a colonização daquele vasto território na margem oriental do Atlântico, virtualmente abandonado desde a descoberta por Pedro Álvares Cabral”.

Volume IV - “A COROA, A CRUZ E A ESPADA”:
“Neste volume, Bueno traça um panorama impressionante dos primórdios da América portuguesa. Resgata a história da criação do Governo Geral, descreve a construção da cidade de Salvador e a fundação de São Paulo, terminando sua narrativa com a terrível morte do bispo Sardinha, devorado pelos indígenas da nação Caeté, em uma praia deserta da Paraíba”.

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