segunda-feira, 15 de junho de 2015

A noite em que Santo Antônio dos Anjos foi ali e já voltou

O 13 de junho de 2015 vai ficar registrado na história religiosa da Laguna. Um sábado com intervalos regulares de chuva. Hora fracos, hora com mais intensidade.
Este ano, conforme a programação, a Transladação do padroeiro da Laguna sairia da igreja Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Progresso, a nossa antiga Roseta. Desde cedo moradores, principalmente na rua Almirante Lamego, enfeitavam a frente de suas casas com balões, faixas, tapetes, numa multicolorida homenagem à passagem de Santo Antônio dos Anjos da Laguna.

Fim de tarde, centenas de fiéis lotavam a igreja Auxiliadora, enquanto o padre Lenoir rezava a missa. No lado de fora, a cada minuto chegava mais gente de todos os bairros, inclusive de outros municípios, com capas de chuva, sombrinhas e guarda-chuvas. Casais, crianças e idosos.
17 horas, 17h e 30m e nada da Imagem aparecer. Foi quando chegou o aviso, vindo da Matriz, de que não haveria a tradicional Transladação devido à chuva, que não era tão forte assim, diga-se de passagem.

Incredulidade geral dos fiéis. Decisão de não sair teria sido tomada por membros da diretoria da Irmandade e também do padre, que é a última voz a decidir. Registre-se que houve discordância quanto à decisão.
- Santo Antônio aguarda o ano inteiro para sair, alegava, acertadamente, um irmão da Irmandade. 
Ar de desânimo e decepção nos festeiros, afinal trabalharam durante um ano, inúmeras reuniões, para justamente ver coroada de êxito a grande noite.
Com a notícia, na última hora centenas de pessoas se deslocaram à pé e às pressas do bairro Progresso ao centro da cidade. Alguns ainda duvidando do que estava ocorrendo. Frustração geral.

E mais uma vez, de última hora, depois de algumas reclamações e pitis, decidiu-se que o Santo iria somente até a rótula da avenida Colombo Salles e retornaria à Matriz. E assim foi feito, seguido da queima de fogos. O Santo foi até ali e logo retornou. Sem banda e música.

Na procissão de domingo outra indecisão. Também chovia, chuva fraca, garoa com intervalos. Se seguissem o mesmo critério da noite anterior também não haveria a procissão, deduziram centenas de fiéis. E por isso mesmo muitos ficaram em suas casas. 

Deduziram errado, porque aconteceu a procissão, que devido às obras no centro histórico, da rua Voluntário Fermiano (do Fogo) o cortejo religioso tomou a Jacinto Tasso, Celso Ramos (defronte ao CEAL), vindo pela avenida Colombo Salles, Osvaldo Cabral, Osvaldo Aranha, Voluntário Carpes e Jerônimo Coelho. 

Fogos, promessas, orações e muita emoção, até porque a fé em Santo Antônio dos Anjos da Laguna está acima de tudo, de questiúnculas, egos, vaidades, pormenores, indecisões e decisões errôneas. 
Ele fica, nós passamos.
Mas que o público na procissão foi diminuto, lá isso foi.

***

Podem falar o que quiserem, e este Blog está sujeito à críticas, mas no tempo do padre Toninho (Antônio Gerônimo Herdt), o Santo ia pra rua de qualquer jeito e fazia todo o trajeto, com chuva, vento ou frio.
Não tinha esse lhem-lhem-lhem, esse vai-não-vai. O santo saia e pronto! Gostassem ou não gostassem alguns. E todo mundo gostava.

5 comentários:

  1. Realmente meu caro Valmir. Lembro que em 1974 aconteceu algo semelhante, mas todos sabiam qual era a previsão do tempo a tempo. Nessa época um fusca com uma "corneta" em cima, nessa época não tinha essa de "trio elétrico" anunciava que de qualquer maneira haveria procissão, chovesse canivete ou não. Um ano de preparativo para que? para nada? ninguém reclamava.e a imagem sorridente fazia todo o trajeto, e os festeiros seis ou oito, faziam o percurso alegres olhando de um lado para o outro. Bons tempos, aquele. - Carlos Araujo Horn

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  2. concordo plenamente, inclusive senti falta dos bons tempos do pinhão vendido quentinho na praça e neste vi somente bares ambulantes vendendo "capetas", barraquinhas vendendo guloseimas e quinquilharias (péssimos exemplos).
    Ademir M Martins

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  3. O pinhão estava sendo vendido dentro do Centro Cultural, assim como canjica, quentão, cachorro quente, salgadinhos, doces, churrasco....

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  4. O que escutei nestes dias a respeito da famosa festa do "Santo Antônio" foi demais. Acho que tem gente com a orelha mais vermelha do que nunca, As barracas que sempre ficava até uns dias a mais voaram rapidinho e o estacionamento naquele lugar voltou a funcionar. Festa mesmo eram aquelas cheia de foguetes de vara, o pessoal olhando para cima e correndo, e tinha os locais marcados: Na saida do Magalhães, na Pracinha, em toda extensão da Paixão, ("seu" Pirata, Navegação João Martins, entre outros) O grosso ficava para o final da translasdfação e procissão.- Carlos Araujo Horn

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  5. Realmente na época do padre Antôninho era diferente.

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