quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Desfile das Escolas de Samba da Laguna – o verdadeiro carnaval do povo

 “Um povo sem o resgate de sua cultura, jamais será um povo feliz”


As fotos de Elvis Palma e Marco Bocão mostram
o povo na rua prestigiando as Escolas de Samba
A satisfação do público foi imensa ontem à noite na rua Gustavo Richard, no Centro Histórico da cidade, quando do desfile das cinco Escolas de Samba da Laguna.
Antes mesmo das 22 horas as calçadas estavam completamente lotadas. Voltaram as cadeiras e os bancos de madeira colocados ao longo do trajeto. Retornaram os idosos e as crianças sentadas aos meios-fios ou brincando no intervalo entre uma Escola e outra. O povo foi pra rua.
Voltou o desfile das Escolas de Samba ao centro, local de onde nunca deveria ter saído. Era esta a opinião unânime. Concordo plenamente.

Retorno às origens
Falar aos dirigentes das Escolas de Samba no retorno do desfile ao centro é assunto polêmico. Mas eis um tema que tem que ser mais bem estudado, discutido e repensado. A verdade é que o sambódromo não emplacou. Seja pela distância, falta de estrutura no local e ao ser redor ou o que for.

O retorno do desfile das Escolas de Samba ao Centro Histórico talvez seja a redenção, ressurreição ou reoxigenação do nosso carnaval do povo. Muitas vezes situações têm que ser readequadas ao cenário econômico e social atual.
Tudo evolui, dizem muitos dos dirigentes que por isso acham que dificilmente o desfile retorna ao centro histórico. Mas é de se pensar. Talvez passe por aí a sua salvação.

Um desfile nascido em menos de uma semana
Os problemas foram muitos até sair o repasse da verba para o carnaval, os reduzidos R$ 60 mil do governo do estado e mais R$ 5 mil da prefeitura. Mesmo assim em menos de uma semana os dirigentes e foliões conseguiram botar as Escolas de Samba na rua, com muita garra.
Agora fiquem certos de uma coisa: cada vez mais o Estado vai dispensar a ajuda oficial às agremiações.

As Escolas desfilaram com reduzidos componentes, sem carros-alegóricos, muitos de camisetas e fantasias incompletas, mas a alegria era contagiante.
Estão de parabéns os abnegados dirigentes que mantém viva a chama de uma cultura que atravessa os anos e gerações.

Péssima estrutura
Péssima foi a infraestrutura montada às pressas pela prefeitura – aliás, que estrutura? – iluminação que deixou a desejar, um palanque improvisado de última hora e o som que se limitou ao caminhão, sem caixas ao longo da via. Até a corda de náilon foi comprada às pressas e amarrada até em postes e placas de sinalizações, na falta de muitos mourões. E sem sanitários químicos. E sem arquibancadas.

Enfim, quase tudo isso foi falado pelo presidente da Liga das Escolas de Samba, Júlio (Coxa) Silva, quando de seu desabafo minutos antes da partida de sua Escola Os Democratas, às 3 da manhã. Bem por isso foi aplaudido.

Quem é contra quebrou a cara
Para aqueles que torcem contra – e são muitos - ao nosso tradicional carnaval das Escolas de Samba, dizendo inclusive que ele já era porque só atrai meia-dúzia de pessoas, o recado foi dado pelo povo, o melhor jurado que pode haver.

A multidão postada ao longo da rua Gustavo Richard na noite de ontem, varando inclusive a madrugada, é a melhor resposta pra essa gente. 

PS: Algumas fotos do desfile das Escolas de Samba daqui a pouco.

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