“Um povo
sem o resgate de sua cultura, jamais será um povo feliz”
As fotos de Elvis Palma e Marco Bocão mostram o povo na rua prestigiando as Escolas de Samba |
Antes mesmo das 22 horas as calçadas estavam
completamente lotadas. Voltaram as cadeiras e os bancos de madeira colocados ao
longo do trajeto. Retornaram os idosos e as crianças sentadas aos meios-fios ou
brincando no intervalo entre uma Escola e outra. O povo foi pra rua.
Voltou o desfile das Escolas de Samba ao
centro, local de onde nunca deveria ter saído. Era esta a opinião unânime. Concordo plenamente.
Falar aos dirigentes das Escolas de Samba no retorno do desfile ao centro é assunto polêmico. Mas eis um tema que tem que ser mais bem estudado, discutido e repensado. A verdade é que o sambódromo não emplacou. Seja pela distância, falta de estrutura no local e ao ser redor ou o que for.
O retorno do desfile das Escolas de Samba ao
Centro Histórico talvez seja a redenção, ressurreição ou reoxigenação do nosso
carnaval do povo. Muitas vezes situações têm que ser readequadas ao cenário econômico
e social atual.
Tudo evolui, dizem muitos dos dirigentes que por isso acham
que dificilmente o desfile retorna ao centro histórico. Mas é de se pensar. Talvez
passe por aí a sua salvação.
Um
desfile nascido em menos de uma semana
Os problemas foram muitos até sair o repasse
da verba para o carnaval, os reduzidos R$ 60 mil do governo do estado e mais R$
5 mil da prefeitura. Mesmo assim em menos de uma semana os dirigentes e foliões
conseguiram botar as Escolas de Samba na rua, com muita garra.
Agora fiquem certos de uma coisa: cada vez
mais o Estado vai dispensar a ajuda oficial às agremiações.
As Escolas desfilaram com reduzidos
componentes, sem carros-alegóricos, muitos de camisetas e fantasias
incompletas, mas a alegria era contagiante.
Estão de parabéns os abnegados dirigentes que
mantém viva a chama de uma cultura que atravessa os anos e gerações.
Péssima
estrutura
Péssima foi a infraestrutura montada às
pressas pela prefeitura – aliás, que estrutura? – iluminação que deixou a
desejar, um palanque improvisado de última hora e o som que se limitou ao
caminhão, sem caixas ao longo da via. Até a corda de náilon foi comprada às pressas e amarrada até em postes e placas de sinalizações, na falta de
muitos mourões. E sem sanitários químicos. E sem arquibancadas.
Enfim, quase tudo isso foi falado pelo presidente da Liga das Escolas de Samba, Júlio (Coxa) Silva, quando de seu
desabafo minutos antes da partida de sua Escola Os Democratas, às 3 da manhã.
Bem por isso foi aplaudido.
Quem é
contra quebrou a cara
Para aqueles que torcem contra – e são muitos
- ao nosso tradicional carnaval das Escolas de Samba, dizendo inclusive que ele
já era porque só atrai meia-dúzia de pessoas, o recado foi dado pelo povo, o
melhor jurado que pode haver.
A multidão postada ao longo da rua Gustavo
Richard na noite de ontem, varando inclusive a madrugada, é a melhor resposta
pra essa gente.
PS: Algumas fotos do desfile das Escolas de Samba daqui a pouco.
PS: Algumas fotos do desfile das Escolas de Samba daqui a pouco.
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