sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O Obelisco do centenário da República Catarinense

Aproximava-se o aniversário do centenário da República Catarinense, com sua tomada da Laguna e o histórico e romanceado encontro de Giuseppe Garibaldi com Anita.
Em 29 de julho de 1939 faria cem anos da data em que aconteceu a proclamação da República Catarinense, da janela do prédio do Paço Municipal, onde hoje funciona o Museu Anita Garibaldi.
O Obelisco, após sua inauguração em 1939.
Pouco mais de um ano antes, em março de 1938, Antônio Bessa, proprietário do jornal O Albor, e os colunistas do semanário encetaram ampla campanha em prol da comemoração da futura data do centenário.
Em maio de 1938 uma comissão de festejos foi criada. Dentre os nomes, certamente muitos antepassados de leitores aqui do Blog. Ficou assim constituída:

Comissão de festejos
Presidente de honra: Nereu Ramos. Presidente: Giocondo Tasso. 1º vice-presidente: Antônio P. da Silva Medeiros. 2º vice-presidente: Padre Bernardo Philippi. 1º secretário: José Freitas. 2º secretário: Alyrio J. Alcântara. 1º tesoureiro: Pompílio Pereira Bento. 2º tesoureiro: João Nunes Netto.
Membros: Oscar Leitão, João Guimarães Cabral, Álvaro Catão, Salvato Pinho, Jacinto Tasso, Luiz Severino Duarte, Saul Ulysséa, Humberto Zanella, João Silva de Oliveira, Olímpio Pacheco dos Reis, Francisco Martins Fonseca e Júlio de Oliveira.
Comissão de publicidade: Antônio Bessa, João de Oliveira, José Freitas, João Rodolfo Gomes, Mário Mattos, Ruben Ulysséa, Romeu Ulysséa, Acari Silva, Acari Fiúza Lima, Mário Cabral, José Pinto Varela Júnior, Saul Ulysséa, Otávio Bessa, Rui Marques, Manoel Bessa, João Clemente de Carvalho e Álvaro Pinto da Costa Carneiro.
Comissão de finanças: João Guimarães Cabral, Luiz Severino Duarte, Francisco Martins Fonseca, Álvaro Catão, João Silva de Oliveira, Salvato Pinho, Euzébio Mendonça Nunes, Pedro Rocha, Antônio Batista da Silva, Humberto Zanella e Olímpio Pacheco dos Reis.
 Quatro anos antes desses acontecimentos, em 20 de setembro de 1935, o Rio Grande do Sul havia comemorado com brilhantismo, e em grande solenidade, o Centenário Farroupilha, numa promoção dos governos, federal e estadual.

Os do contra
Quando a Laguna se propôs a comemorar a histórica data de sua própria República, algumas vozes se levantaram contra a efeméride.
Alguns historiadores catarinenses da época alegavam os crimes cometidos, principalmente o chamado saque a Imaruí e a morte cruel do padre Araújo Vilela que, a favor em princípio da República, depois se rebelou contra as atrocidades cometidas por ela.
Alguns historiadores chegaram a emitir pareceres ao Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina “de que não se deve festejar o centenário em virtude de se ter verificado muitos fatos deploráveis no desenrolar daquele acontecimento histórico”.
Aventou-se também, que o clero era contra as comemorações do centenário por causa da participação da maçonaria na República. Mas depois, provou-se não ser verdade esse motivo, tanto que missa campal foi realizada pelo pároco local, como veremos adiante.

Desânimo
Num editorial de capa, o jornal O Albor insurge-se aos contrários, dizendo: “O esplendor da festa que estava programada está, pois, imensamente comprometida, tendo o desânimo contaminado à alma dos próprios moços, tanto assim que os brilhantes literatos José (Zeca) Freitas, Ruben Ulysséa, Romeu Ulysséa, João Rodolfo Gomes e Mário Cabral, desistiram de fazer circular a “Revista Farroupilha”.
Era uma publicação prevista em contar pelas mãos e pontos de vistas de vários escritores e jornalistas lagunenses, a história da Revolução Farroupilha e o capítulo abrangendo Laguna. Imaginem o valor histórico e literário da revista nos dias atuais.
O Albor ainda ressalta a coincidência de datas e a incoerência de historiadores e autoridades catarinenses contrários aos festejos, tendo em vista que a República Catarinense findou na Laguna, em 15 de novembro de 1839, derrotados os farroupilhas na batalha naval à entrada da Barra.
No mesmo dia, 50 anos depois, em 1889, A República seria proclamada no Brasil pelo marechal Deodoro da Fonseca.
A primeira República plantada pela ponta da espada de David Canabarro; já a segunda pela ponta de outra espada, a de Deodoro.

Sugestões às comemorações
Como sempre acontece, uma comissão foi formada com vistas aos preparativos ao evento. O jornal O Albor por sua vez, dava sugestões pelas suas páginas:
·        Inauguração dos prédios do Posto de Saúde e Agência da Capitania dos Portos;
·        Inauguração do Campo de Aviação (Aeroporto);
·        Inauguração do Busto de Jerônimo Coelho;
·        Inauguração da moderna e nova sede do Clube Blondin;
·        Inauguração de uma Escola Profissionalizante, pelo Governo do estado;
·        Inauguração da nova Estação da Estrada de Ferro no bairro Campo de Fora;
·        Lançamento da pedra fundamental do Asilo de Mendicidade;
·        Procissões de Santo Antônio dos Anjos e Nossa Senhora dos Navegantes, fora de suas datas consagradas;
·        Lançamento de selo com a esfinge de Anita Garibaldi;
·        Obras de arte, como pinturas e busto de Anita Garibaldi;
·        Revista Farroupilha;
·        Etc.

Era um ambicionado programa que, por um motivo ou outro, acabou não se realizando naquela data.
Mas as comemorações aconteceram. Mais modestas, é bem verdade, mas nem por isso deixam de ser dignas de registro.
Praticamente a maioria das obras propostas e elencadas acima seria concretizada meses, anos e até décadas depois, como foi o caso do busto de Jerônimo Coelho, no Largo do Rosário, inaugurado somente em 28 de julho de 1981.
Faltando poucas semanas para a data, o jornal O Albor ainda protestava e se indignava, dizendo:

“Parece que pouco se fará e talvez nada se viesse a fazer se o ilustre prefeito Giocondo Tasso – constituindo-se a sentinela vigilante das glórias do nosso passado – não mandasse erigir um artístico Obelisco na antiga Praça da República, diante do qual irão desfilar os colegiais, os esportistas e os atiradores do Tiro de Guerra 137”.

Curiosidade
A título de curiosidade: a Praça da República era chamada anteriormente a antiga Praça do Paço do Conselho (conhecida popularmente como Praça da Cadeia), depois denominada Praça Conde D’eu, Praça da República, Praça Conselheiro Mafra, Praça Anita Garibaldi, Praça da Bandeira e finalmente, pela Lei nº 14/71, assinada pelo prefeito Saul Ulysséa, a atual Praça República Juliana.
A então Praça Conselheiro Mafra (hoje República Juliana), à direita, em 1910.
Comemorações
Assim, em 22 de julho de 1939, um sábado, deu-se início as comemorações, no que hoje poderíamos chamar de uma variável cívico-militar de uma Semana Cultural, esta evidentemente criada décadas depois.
Neste dia, há cem anos, explicava o jornal O Albor didaticamente aos seus leitores, foi proclamada a República Catarinense pelo decreto nº 22 do Governo Juliano. “O povo lagunense desde os fins do século passado se habituou a rever nesta data um dos episódios mais fascinantes do seu longo passado histórico”.
Já no dia 29 de julho de 1839 ocorreu a sessão solene da Proclamação da República Catarinense, com confecção de ata pelos vereadores no Paço do Conselho.

Cidade Juliana e não República Juliana
Saliente-se que a denominação “Juliana” não foi conferida à República, mas à Vila da Laguna, elevada à categoria de cidade e de capital. “Cidade Juliana”, assim foi denominada naquele curto período e que consta em documentos da época e em matérias no jornal O Povo, órgão de imprensa que publicava os ideais e as notícias republicanas.

Programação
A programação do centenário foi extensa, com sessões cívicas, cerimônia religiosa, muitos discursos, bandas, hinos, foguetes (não poderiam faltar) e baile. Penso ser interessante um resumo aos leitores. No dia 22, no mesmo horário das 16 horas, aconteceram simultaneamente duas Sessões Cívicas, uma no Ginásio Lagunense e outra no Cine Palace. Em idêntico horário. Coisas da Laguna.

No Ginásio Lagunense
No tradicional estabelecimento escolar, a sessão contou com grande número de autoridades, professores, alunos e familiares.
Presidiu a sessão e compondo a mesa, o diretor do Ginásio, Germano Donner; Ari Pereira Oliveira, juiz de Direito da Comarca; Marcílio João da Silva Medeiros, promotor público; professor Paulo Gailit, secretário; e os professores Ruben Ulysséa, José Pinto Varela Júnior, Mário Greenhalgh Cabral, Romeu Ulysséa e Joaquim Brasil Cabral.
A tarde ia ser longa e prometia em discursos, como era usual à época.
Tomou à palavra o diretor Germano Donner, justificando as homenagens aos heróis de 1839.
Em seguida discursou a aluna da 5ª série, Edith Menezes d’Aquino, lendo estudo sobre a República Catarinense.
Logo após, a aluna Rosa Janeiro Fortes, 4ª série, narrou como os fatos se desenrolaram nos 106 dias da República.
Já as figuras heroicas de Anita Garibaldi e João Henrique, foram exaltadas pelos alunos da 3ª série, Maria Lígia de Oliveira e Nagib Feliz.
O Combate de 15 de Novembro foi relembrado pelo aluno da 4ª série Aderbal Alcântara, “arrancando merecidos aplausos da culta assistência”.
Os acontecimentos de 1839 “em palavras repassadas de patriotismo”, foram proferidas pelo aluno da 5ª série, Aurélio Oliveira Costa.
Usou ainda da palavra, fechando o ciclo dos alunos, Antônio Roxo Filho, da 3ª série, que teceu sobre os heróis de um século atrás.
O pessoal já tinha tomado uma aula de história por quase duas horas, quando, por fim, o professor José Pinto Varela Júnior “evocou o homérico episódio do transporte, por terra, da frota naval farroupilha”.
A cerimônia foi encerrada com todos cantando o Hino Nacional e assinaturas na ata da sessão. Muita gente gostou e se apressou para assistir a outra Sessão Cívica que acontecia naquele instante a poucos metros dali.

No Cine Palace
No Cine Palace, depois Cine Arajé e mais tarde Rádio Difusora, na Praça Vidal Ramos, a sessão já tinha começado.
A dependência daquela casa de diversões (Naquela ocasião, arrendada ao Sr. Epiphânio Joaquim Nunes Medeiros, mais tarde proprietário do Cine Roma), já se encontrava lotada muito antes da hora do início do evento.
“Numerosas famílias, figuras representativas das nossas classes conservadoras, comissões de alunos e professores, além da Banda União dos Artistas, davam um aspecto imponente ao recinto”, realça O Albor.
Abriu a sessão o prefeito Giocondo Tasso, ladeado por Ari Pereira Oliveira, juiz substituto em exercício da Comarca.
Em seguida a palavra foi dada ao professor Ruben Ulysséa.
O educador lagunense fez uma exposição pormenorizada das causas que determinaram a República Catarinense. Com testemunhos e citando documentos, mostrou que os lagunenses não foram adesistas de última hora. Que a insatisfação social, política e econômica já vinha há muitos anos sendo gestada na sociedade lagunense e sulina.
Analisou ainda as figuras de Garibaldi, Anita, Canabarro, João Henrique Teixeira e padre Villela de Araújo.
Foi aplaudidíssimo pelos presentes.
Este discurso pode ser lido em sua íntegra no livro “Laguna Memória histórica/Ruben Ulysséa.- Letra Ativa, 2004. Págs. 86 a 92.
Usou da palavra logo após, o promotor público da Comarca, Marcílio Medeiros (futuro desembargador), que discorreu sobre as tradições de honradez e patriotismo da gente lagunense. Terminou por concitar a juventude a imitar o exemplo de seus antepassados.
Em seguida, a jovem Francelina Barreto, em nome da mulher brasileira, reverenciou a memória de todos os que tombaram em defesa dos ideais republicanos da terra barriga-verde.
Em visita aos seus familiares à ocasião, e convidado, discursou o acadêmico Pery Barreto, que falou aos seus conterrâneos, “demonstrando largos recursos oratórios”.
Por fim, encerrando a sessão, o jovem lagunenses acadêmico de Direito, Armando Calil Bullos (futuro deputado estadual por Laguna, dali a alguns anos), mostrou toda sua eloquência. “Não foi, pois, surpresa a sua magnífica oração, num final que empolgou toda a numerosa assistência”, sublinha o jornal O Albor, periódico que me socorri para escrever estas páginas.
A Sessão Cívica terminou com todos cantando o Hino Nacional.

No dia 29, a inauguração do Obelisco

Às 10 horas da manhã, sábado seguinte, em altar especialmente erguido na então Praça Conselheiro Mafra (defronte ao futuro Museu Anita Garibaldi), o vigário da paróquia Bernardo Philippi celebrou missa campal.
O Albor assim descreveu a cena:

“Foi uma cerimônia sobremaneira impressiva. Na manhã radiosa, aquele logradouro, literalmente cheio pela multidão que acorrera a assistir ao ato religioso, oferecia um aspecto imponente.
Formando os lados de um grande triângulo, postavam-se, em perfeito alinhamento, os atiradores do Tiro de Guerra 137, e os alunos do Ginásio Lagunense, dos Grupos Escolares Jerônimo Coelho e Professora Ana Gondin, do Colégio Stella Maris e da Escola Comendador Rocha.
No vértice, sob as respectivas bandeiras, as Bandas Carlos Gomes e União dos Artistas”.

Cerimônia religiosa
A cerimônia religiosa contou com a presença do representante do Interventor Federal no estado de Santa Catarina, Nereu Ram, Asteróide Arantes, do prefeito da Laguna, Giocondo Tasso, autoridades, estudantes, professores e populares.
Um “afinado coral de vozes entoou cânticos sacros durante a celebração da missa”.
Padre Bernardo Philippi lembrou os deveres dos cidadãos para com a pátria. “Evocou o heroísmo dos lagunitas da epopeia farroupilha”.
Ao ser erguida a santa hóstia, a Banda Musical União dos Artistas executou o Hino Nacional.
Terminada a cerimônia religiosa, aconteceu a inauguração do monumento. Num gesto simbólico, prefeito Giocondo Tasso, e Asteróide Arantes cortaram a fita que prendia o pavilhão nacional à base de granito. Duas placas de bronze destacavam-se, uma de cada lado:
“À Anita Garibaldi, Heroína dos Dois Mundos, sua terra natal”.
“Aos heróis lagunenses da epopeia de 1839”.

Anos depois, mais duas placas serão afixadas no Obelisco.
A primeira delas em 1987, na 1ª gestão de João Gualberto Pereira/Rogério Wendhausen (1983-1988), trazia os nomes dos lagunenses Voluntários da Pátria, na Guerra do Paraguai.
A outra, em 1989 quando da passagem do Sesquicentenário da República, na gestão Nelson Abrahão Neto/Zeno Alano Vieira (1989-1992). Ambas as placas foram furtadas. 
Eis as fotos das duas placas:

Continuando a cerimônia, o prefeito Giocondo subiu ao pedestal e proferiu seu discurso, dizendo em breves palavras:

“Erigido pelo governo municipal, para perpetuar a memória dos bravos lagunenses tombados pelo ideal republicano na gloriosa jornada de 1839, e principalmente concretizar uma homenagem da Laguna à intrépida mulher que conquistou na história o título de Heroína dos Dois Mundos. Este Obelisco transformará o local onde está plantado em altar das mais caras tradições. E nos grandes dias de nacionalidade, quando o pavilhão auriverde tremular neste mastro assinalando as glórias de nossa pátria vos podereis recordar que os lagunenses em todos os tempos também lutaram e se sacrificaram pela grandeza do Brasil”.

O redator do jornal O Albor, presente ao ato, estava inspirado. Anota e descreve em sua pequena caderneta palavras poéticas sobre o Obelisco de granito:

“Há um tempo sóbrio e majestosos nas suas linhas verticais, que pretendem ganhar a altura, como o sonho de liberdade daqueles cuja memória perpetua, o Obelisco da Praça Conselheiro Mafra é um monumento que vem, sem dúvida, enriquecer o patrimônio da cidade. Como um marco, a assinalar o local onde o povo, vibrante de entusiasmo, ouviu, há um século, a proclamação da Câmara Municipal, evoca ainda a figura extraordinária da Heroína dos Dois Mundos e a bravura dos heróis que pereceram em 1839, legando à posteridade o exemplo do seu sacrifício e da sua fé nas instituições democráticas”.

No Ginásio Lagunense
Às 14 horas daquele dia, novamente aconteceu uma recepção no Ginásio Lagunense (hoje prédio da Biblioteca Pública Romeu Ulysséa).
Membros do Centro Acadêmico XI de Fevereiro (Faculdade de Direito) e da Associação Cultural Luiz Delfino, de Florianópolis, foram recepcionados pelo diretor Germano Donner, do então tradicional estabelecimento escolar de ensino. Os visitantes, juntamente com os alunos e professores, foram reunidos no salão principal.
O aluno Volnei Colaço de Oliveira (filho de João de Oliveira), com apenas 11 anos fez uso da palavra. O professor Mário Cabral saudou os acadêmicos, em nome dos alunos do Ginásio.
Em nome do Centro Acadêmico XI de Fevereiro e Associação Cultural Luiz Delfino, usaram da palavra os acadêmicos Nunes Varella e Walmor Wendhausen, entidades das quais eram presidentes, respectivamente.

Caravana da saudade
Naquele mesmo horário, uma caravana dirigiu-se à Barra da Laguna para depositar sobre as águas do canal, braçadas de flores como símbolo de viva homenagem aos intrépidos lagunenses que ali sucumbiram pelo ideal republicano de 1839.
Às margens do canal encontravam-se, o representante do interventor federal no estado, o prefeito municipal, membros da comissão de festejos, populares e os músicos das Bandas União dos Artistas e Carlos Gomes.
Usou da palavra, José Dias Barreto, inspetor de Rendas do estado.
Em seguida o prefeito e o representante do interventor tomaram a lancha “Souza Bandeira”, de propriedade da Fiscalização do Porto, e percorreram um longo trecho do canal, bem defronte ao Fortim Atalaia, onde se deu a Batalha de 15 de novembro de 1839. No local, sobre as águas, lançaram braçadas de viçosas flores.

Inauguração da Cruz Iluminativa e procissões
Já às 15 horas, no centro da cidade, padre Bernardo Philippi benzia a Cruz Iluminativa, que foi colocada no topo do Morro Santo Antônio, atrás da matriz, onde até hoje se encontra (sobre esta cruz, ver post publicado anteriormente aqui).
Em seguida, as homenagens do Centenário de 1939 foram finalizadas no período diurno com as procissões pelas ruas da cidade das imagens do padroeiro Santo Antônio dos Anjos e Nª Sª dos Navegantes. “A esse cortejo, diz o jornal em ampla reportagem, incorporaram-se todas as associações religiosas, colégios, grupos escolares e grande massa popular”.
As festas comemorativas encerraram-se somente naquela noite, já madrugada, com um baile promovido pela prefeitura nos salões do Clube Congresso Lagunense.

Em 1964 o Obelisco é retirado e transferido
Nos últimos dias de julho de 1964, portanto vinte e cinco anos após sua badalada inauguração, o Obelisco, na já então denominada Praça da Bandeira, é retirado e transferido para a pequena Praça Almirante Lamego, no início do bairro Campo de Fora.
O Obelisco hoje, na Praça Almirante Lamego.
 A mudança do local do Obelisco se deu sem maiores pompas, sem bandas, discursos e maiores questionamentos. Uma transferência sem razão de ser, em minha opinião. Totalmente errônea.
Era o velho monumento que se ia, com o novo tomando o seu lugar. Como na vida.
Lá está esquecido, sem qualquer cerimônia ao longo dos anos, até os dias atuais.
Em seu lugar original foi levantado o pedestal com a Estátua de Anita Garibaldi, monumento inaugurado em 20 de setembro de 1964.
Mas aí é outra história.

2 comentários:

  1. Páginas páginas de verdadeira história. Parabéns Valmir. Laguna merece. Geraldo de Jesus

    ResponderExcluir
  2. Que altas pesquisas Valmir. Já merecem um livro. Edison de Andrade

    ResponderExcluir