sábado, 9 de março de 2013

Há que se também fazer o trivial, o arroz com feijão, o chamado bê-a-bá

Na política e em toda administração, seja pública ou particular, lições são ministradas diariamente. Devemos aprender com elas e não cair nas tentações e em velhos erros do passado, alguns até grosseiros.
Pena que muitos não costumam fazer o dever de casa.

O governo anterior da Laguna preocupou-se muito em elaborar projetos e a buscar vultosas verbas para executá-los. Pois bem. Algumas dessas obras foram intermináveis, de recuperações de velhos casarios. E outras de duvidoso aproveitamento, como o chamado restaurante-escola, ou escola-restaurante, sei lá, o que dá no mesmo porque até hoje não funcionou.

As queixas sobre os problemas da cidade se avolumavam, o descontentamento era geral e bastava ter olhos para ver e ouvidos para ouvir a voz rouca das ruas para se perceber a triste realidade, principalmente nos últimos quatros anos.
Pouco adianta falsos elogios vindos de radialistas e jornalistas baba-ovos (incluídos, inclusive, em folhas de pagamento) quando esses louvores não condizem com a realidade. Ninguém engana mais ninguém.

O prefeito anterior quando inquirido em entrevistas em rádios e jornais sobre as dificuldades do dia a dia da sociedade lagunense, alegava sempre que eram pontuais e do alto de sua conhecida soberba e alegada formação e conhecimento político, não resolvia esses problemas que angustiavam o dia a dia dos munícipes. Seus olhos e vontade estavam além, certamente num outro horizonte inatingível a nós mortais.

Os problemas eram muitos, repito, e as reclamações também e de pontual em pontual foram se avolumando. Sem ouvir ninguém, nem alguns assessores, achando-se dono da verdade, bem por isso levou uma surra nas urnas, não elegendo sua sucessora.

Eis uma das lições que ficaram e que deveria ser bem aprendida por futuros gestores, inclusive o prefeito atual Everaldo dos Santos.
De nada adianta PACs, PECs e POCs, se problemas cotidianos da sociedade não forem resolvidos.

Porque o que atinge o sujeito e sua família, o que o irrita e mexe com sua dignidade e o frustra em suas esperanças de um futuro melhor, é o buraco e/ou mato em sua rua, a lâmpada de iluminação do poste queimada, a escassez de remédios e médicos nos postos de saúde, o teto da escola ameaçando despencar sobre a cabeça de seu filho, a falta de abrigo de passageiros, o transporte de passageiros precário, a cidade menosprezada e feia, praças e monumentos sujos e abandonados, etc.
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A ausência de um tampão de bueiro, de uma lixeira, de uma faixa de segurança, faz mais estrago político que um adversário se queixando em bares, ou uma crítica em coluna de jornal.
Por exemplo. Ignorar requerimentos de vereadores, que são o espelho e o canal de ressonância da sociedade, não atendê-los rapidamente em suas queixas e buscas de soluções, é o caminho mais rápido e curto para o fracasso de um chefe de Executivo. É bem verdade que há que se dar um tempo, desconto e certa tolerância por dificuldades iniciais em uma administração. Mas não muito.

Podem-se organizar grandes festas carnavalescas, mostrar tomadas, interruptores e repúblicas, abusar de vultosos recursos para isso e para aquilo, mas se providências não atingirem diretamente os problemas de varejo da cidade, não buscar-se resolver dificuldades cotidianas do cidadão, o administrador está trilhando caminhos errados e já sobejamente conhecidos.

Um comentário:

  1. O que nos falta caro amigo é inovação, eu ainda continuo me valendo daquela máxima, fazer o mais com menos, este é o caminho. Infelizmente depois que colocaram na boca dos "inocentes" a palavra gestor tudo mudou, subiu-se nas nuvens e nunca mais olharam para o umbigo.

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