No início do século XX foi inaugurado um
estabelecimento comercial na Laguna que marcou época na cidade e em todo o
sul do estado, atravessando gerações: o tradicional Café Tupy. Situado no centro, entre as ruas Raulino Horn e
XV de Novembro, o local será palco e testemunha das transformações sociais,
econômicas e políticas da sociedade lagunense. Sua esquina democrática se
transformará em ponto geográfico de referência.
Democráticas esquinas
Muitos foram os lugares onde desde imemoráveis tempos o homem exerceu o
direito de se manifestar. Exprimir-se democraticamente ou aos cochichos,
olhando para os lados temendo eventuais ditaduras e perseguições de
governos, através de suas polícias políticas.
No interior ou defronte às antigas boticas, em armazéns, mercados e
bodegas, cafés e bares, simpatizantes, candidatos e filiados, jornalistas,
artistas e escritores se reúnem em conversas e discussões, compartilhando
dúvidas e sugestões, criando, aliviando tensões, fomentando oposições, criando
resistências e apoios a esse ou àquele governo.
Os cafés sempre foram ponto de encontros democráticos |
Alguns desses locais, bares e cafés, esquinas e ruas ficaram famosos e
são lembrados por gerações.
Em Porto
Alegre: A esquina da avenida Sarmento Leite com
avenida Osvaldo Aranha, no bairro Bom Fim, é um deles. Durante anos foi
conhecida como Esquina Maldita. Nos bares da região reuniam-se intelectuais,
professores e alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A rua da
Praia igualmente é uma via onde pulsam as notícias e novidades assim também
como o Largo da prefeitura.
Em
Florianópolis: A conhecida esquina democrática, entre
a Trajano e Felipe Schmidt, com seu tradicional Ponto Chic, durante anos
abrigou os mais diferentes públicos. Do funcionário do governo que dava uma
fugidinha para um cafezinho e saber das últimas, a jornalistas em busca de
fontes; do vendedor de bilhetes de loteria ao “mordedor” em busca de uns
trocados. Político que se prezava tinha que diariamente dar uma passada por ali
onde facilmente se encontrava vereadores, prefeito, deputados e até o
governador.
Basta ver que o próprio presidente da
República João Batista Figueiredo em novembro de 1979 lá passou para um
tradicional cafezinho e logo depois resultou numa confusão que já vinha desde o
Palácio Cruz e Souza e Praça XV, no episódio conhecido como Novembrada. A
confeitaria do Chiquinho e sua famosa empada também marcou época.
Em Curitiba: A Boca
Maldita, o espaço ao redor de cafés, bancas de revistas e calçadão da rua Luiz
Xavier (Rua das Flores) é um conhecido local no centro da cidade das mais
diferentes manifestações políticas, sociais e artísticas. Há até um obelisco em
homenagem à área.
E também uma confraria que “existe para
debater e criticar tudo sem qualquer restrição, expressando as vontades e
expressões populares”.
O lema da entidade, por paradoxal que
seja é “Nada vejo, nada ouço, nada falo”.
Anualmente há um jantar quando pessoas
recebem o título de “Cavaleiro da Boca Maldita”.
No Rio de
Janeiro: A Confeitaria Colombo, na rua Gonçalves
Dias, criada em fins do século XIX tornou-se ponto obrigatório de uma elite que
desde a República frequentou seus salões desfilando elegância e luxo tão bem
apreciados e descritos pelos cronistas.
Ponto de encontro de artistas,
intelectuais e políticos, como Olavo Bilac, Rui Barbosa, Chiquinha Gonzaga,
Villa Lobos, Getúlio Vargas...
Seus gigantescos espelhos belgas,
mármores e o mobiliário são testemunhas até hoje de mais de um século de
história.
A Rua do Ouvidor igualmente é conhecida
por ser uma das mais famosas da então Capital Federal. Um escritor a ela assim
se referiu:
“A Rua do Ouvidor, a mais passeada e
concorrida, e mais leviana, indiscreta, bisbilhoteira, esbanjadora, fútil,
noveleira, poliglota e enciclopédica de todas as ruas da cidade do Rio de
Janeiro”.
A Cinelândia também vai marcar sua
época.
Em São Paulo: O Vale do
Anhangabaú, as Avenidas São João e Ipiranga, com seu cruzamento
imortalizado na canção Sampa, de Caetano, também são lembradas. E o Centro Novo
com seus bares, confeitarias, restaurantes, livrarias, e estúdios das
principais emissoras de rádio e redações de jornais.
O surgimento do Café Tupy
Em 22 de outubro de 1905, um domingo, surgia na Laguna, na esquina das
ruas XV de Novembro com Raulino Horn, um empreendimento que vai marcar época na
cidade e em todo o sul do estado e se tornar o mais famoso estabelecimento
comercial lagunense: O Café-Restaurant Tupy, de propriedade de Ulysséa e Cia,
tendo como gerente-proprietário, Jacob Ulysséa.
O jornal O Albor assim
noticiou o fato:
Na verdade, era uma troca de nome, uma transformação com pequenas
modificações nas instalações, já que no mesmo local funcionava o Café Lagunense, inaugurado em 1900, do
mesmo proprietário.
Jacob Pinto
de Ulysséa
De acordo com Rogério Ulysséa em seu livro sobre a genealogia da família
Ulysséa, Jacob nasceu na Laguna, em 1º de outubro de 1872. Era filho do
importador e exportador (Casa Ulysséa) português Joaquim José Pinto de Ulysséa
e de Alexandrina Luiza Dias de Pinho Ulysséa. Foi quem construiu, em 1867, a
casa ao lado da Carioca, cópia de uma Quinta de Portugal.
Jacob Pinto de Ulysséa. |
Após o nascimento de sua primeira filha Iracema, retornará a Laguna,
tentando vários negócios na cidade.
Morava no mesmo prédio de seu estabelecimento comercial. Consertava máquinas de costura. A esposa Laura ajudava no sustento da casa, costurando sacos
de alinhagem para o comércio.
“Era boníssimo, querido por todos na cidade. Andava sempre a cavalo e
gostava de nomes indígenas que colocou em todos os seus filhos”, diz Rogério
Ulysséa na genealogia.
Vem daí, leitor, o batismo de seu Café com o nome Tupy, língua falada e
do povo indígena que habitava a maior parte do litoral do Brasil.
Era frequentador do Centro Espírita e da Loja Maçônica, sendo de ambos,
fundador e membro da diretoria.
A festa de
inauguração
A inauguração do Café Tupy deu-se ao meio-dia e foi um grande
acontecimento na cidade, noticiada em jornais.
A Banda União dos Artistas participou quando da abertura das portas, e a
Banda Carlos Gomes fez uma retreta ao entardecer. Diz O Albor, noticiando o fato com detalhes:
“Ao meio-dia
já era muito elevado o número de pessoas que ia levar ao simpático
proprietário, nosso estimado conterrâneo Jacop Pinto de Ulysséa alegre e
efusivos cumprimentos pela criação do útil estabelecimento e percorria todas as
dependências do Tupy: - O buffet, a sala do bilhar, a destinada a diversos
jogos, e a esplêndida entrada ao ar livre, ladeada de dois elegantes galpões,
onde estão colocadas algumas mesas, galpões que arrematam num pequeno chalet
que tem pintado no fundo, caprichosamente, um belo chafariz, cujo efeito, à
noite, torna-se deslumbrante pela luz magnífica do acetileno.
Meia hora
depois, aproximadamente, comparecia a Banda de Música União dos Artistas,
recebida num espocar de foguetes, e, oferecido gentilmente um copo de deliciosa
cerveja aos assistentes, inaugurava-se o Café Restaurant Tupy. Usaram da
palavra n’essa ocasião os nossos amigos dr. Américo Rabello e Antônio Cabral,
aos quais saudaram o fundador d’aquela casa que vinha satisfazer incontestavelmente uma
palpitante necessidade de nosso meio e representava mais um passo dado pela
Laguna na estrada amplíssima do
progresso.
Dispersado o
grande círculo que se formara em torno dos oradores, improvisaram-se logo
partidas de tiro ao alvo, de bilhar de damas, de dominó e de muitos outros
jogos, ao passo que os que não queriam jogar fortaleciam o estômago com doces,
sanduíches, pastéis, queijo, fiambres, etc.
A banda
musical à que já nos referimos permaneceu no Café até 3 horas da tarde,
executando belos trechos de música e atraindo ao estabelecimento muitas
pessoas.
Mais tarde
apresentou-se a “filarmônica” Carlos Gomes, que fez uma magnífica retreta,
mantendo-se o Tupy sempre concorrido e animado até perto da 1 hora da madrugada”.
Como vimos um grande acontecimento, com participação das duas Bandas,
além da boca-livre com gentis copos de deliciosa cerveja, doces, sanduíches,
pastéis, queijos, fiambres... Hummm... E foguetes, muitos foguetes que a cidade,
sabemos todos nós, é fogueteira desde sempre. E a festa foi até à uma hora da manhã!
À luz de bruxuleantes lampiões!
“Além de servir doces e salgados, possuía bilhar, jogo de damas, dominó
e tiro ao alvo. Sua maior atração era um “zonofone” uma espécie de gramofone
(fonógrafo), avô dos toca-discos, e bisavô dos CD's, aonde os fregueses iam ouvir música”. Hoje
diríamos curtir um som. Em 1905!
E tinha até teatrinho em seu interior. Em 18 de fevereiro de 1906, os
jornais anunciavam no Café Tupy a apresentação de “Um variado espetáculo de cenas
cômicas, nas quais tomarão parte o impagável Joca Barbeiro e o afamado Zé
Guedes”.
Este último certamente algum antepassado meu. Mas um Guedes cômico? Tão
difícil... Um ponto fora da curva.
Alguns meses depois do Tupy, já no fim do ano, em 30 de dezembro de 1905, outro estabelecimento do gênero será inaugurado. O Café Cruzeiro do Sul, de propriedade de Adolpho Carlos da Veiga. Situava-se entre a rua Raulino Horn e Primeiro de Março (hoje Barão do Rio Branco). No local já havia funcionado por muitos anos a "Pharmacia Américo, de Manoel Olavo da Rosa.
Em 27 de janeiro de 1907, menos de dois anos após a inauguração, Jacob
põe o Café Tupy à venda “por necessidade de se retirar para fora da cidade”,
explica no anúncio publicado no O Albor.
Jacob Ulysséa após outros investimentos no comércio, mais tarde foi
nomeado fiscal do Imposto de Consumo, inicialmente na Laguna e depois
transferido para Joinville e Itajaí, onde vai falecer, aos 52 anos, em 1925.
Sua esposa Laura falece em 1962, aos 82 anos, em Florianópolis, deixando
extensa prole.
Otávio Teixeira
o segundo proprietário
Quem adquire o estabelecimento é Otávio Teixeira que vai administrá-lo
até 1927, quando do seu falecimento.
Teixeira, o novo proprietário por vinte anos, “vinha encontrar um local
digno”, diz Agenor Bessa numa crônica intitulada “Memórias do Boêmio”,
publicada no jornal O Renovador de 8
de abril de 1989:
“O prédio
que fazia frente para a rua Direita (Raulino Horn), vinha encontrar, além do
salão mais confortável possível, dois varandões que o cercavam pelo sul,
deixando o centro ao ar livre; ditos varandões, cobertos e bem mobiliados,
proporcionavam à sociedade, os momentos mais agradáveis capazes, principalmente
nas noites de verão”, descreve Bessa.
O prédio antigo do Café Tupy. |
À noite, o local era iluminado por lampiões a querosene. Isso até 1915,
quando a cidade passou à luz elétrica gerada por uma usina a óleo, da
prefeitura.
Dois personagens caminham, em 1924, pela rua Direita (Raulino Horn). À direita da foto o prédio do Café Tupy, com o letreiro, já meio apagado pelo tempo, pintado na parede do estabelecimento. |
“Digno de
nota, só o tradicional Café Tupy, de propriedade de Otávio Teixeira. O Café
Tupy na realidade, pouco café vendia; vendia mais cerveja e cigarros “Colossista”,
fabricado por um irmão do proprietário. Era, sobretudo, o ponto onde os grandes
tacos da comuna se reuniam para os jogos de bilhar, cercados sempre de grande
assistência de desocupados que torciam em silêncio”.
Manoel Fiúza
Lima o terceiro proprietário
O terceiro proprietário será Manoel Fiúza Lima, que adquire o velho imóvel,
com o falecimento de Otávio Teixeira em 1927, conforme já informado. O prédio é
demolido para construção de um novo edifício, de dois andares, que é o mesmo
existente até os dias atuais.
Informa Bessa que Fiúza Lima “Em
vista do não pequeno número de familiares, viu-se na contingência de desmanchar
o prédio para construir outro no mesmo local, que pudesse residir com a
família, além de ficar o andar térreo para a parte comercial, substituindo então,
o poético pelo útil”.
Fiúza Lima dotou o estabelecimento de farto sortimento de bebidas e
gêneros alimentícios, como se pode constatar neste reclamo, como então se
denominava a publicidade:
A frequência e o ambiente eram seletos, “liderado pelo proprietário,
Fiúza Lima, homem culto, inteligente e boêmio, deu-nos a impressão de que ali,
era o centro da intelectualidade lagunense”, sublinha Bessa.
Em suas mesas podiam ser vistos, em variados anos, o jornalista José (Zeca) Duarte Freitas
rabiscando suas crônicas para a Rádio Difusora, João Clemente de Carvalho,
Boaventura Barreto, Eitel Bürger Frambach, médicos Ângelo Novi e Paulo
Carneiro, Germano Donner, Pompílio Pereira Bento, Walmor de Oliveira, Manoel Américo de Barros, Dante Tasso, Luiz Remor, Antônio Bessa, Alberto Crippa, Juaci Ungaretti, Joca Moreira, Fernando Guedes (CEF), Giocondo Tasso, Nelson Almeida, Agilmar Machado, Archimedes de Castro Faria, João de
Oliveira, Osmar Cook...
Sem falar dos carnavalescos de todas as épocas, Egeu Laus, Remi Fermino, Zavério Erght e muitos outros, de Blocos, Bolas e Escolas de Samba, “que ali permaneciam a desenvolver palestras das mais elevadas, que prendiam um e outro notívago que lá chegasse”.
Sem falar dos carnavalescos de todas as épocas, Egeu Laus, Remi Fermino, Zavério Erght e muitos outros, de Blocos, Bolas e Escolas de Samba, “que ali permaneciam a desenvolver palestras das mais elevadas, que prendiam um e outro notívago que lá chegasse”.
E finaliza Bessa, poético:
“Eruditos e
boêmios, que necessitavam horas de espiritualidade, procuravam àquelas mesas
para tais encontros, onde a literatura, a filosofia, a história universal, eram
abordadas naqueles momentos em que se confundiam com alguma quantidade de álcool,
o incentivador das ideias adormecidas”.
Logo o local se tornou dos mais conhecidos. Talvez tenha sido sua fase
mais áurea.
Em 1939 era proprietário ou arrendatário do Café Tupy, Tuffi Mattar, conforme pode-se observar nas publicidades nos jornais da época.
Em 1939 era proprietário ou arrendatário do Café Tupy, Tuffi Mattar, conforme pode-se observar nas publicidades nos jornais da época.
Anos depois, com o surgimento do serviço de alto falante Tupã, com sua
corneta instalada na esquina em frente e depois a criação da Rádio Difusora, em
1946, memoráveis crônicas serão ali rabiscadas pelos nossos mais competentes
cronistas, embalados por xícaras de café e rodadas de cerveja. Ali acorrerão
populares para ouvir os resultados das apurações eleitorais. Gritos de torcedores
em comemorações esportivas e aplausos ressoarão nos desfiles carnavalescos.
O mundo político, industrial e comercial, intelectual e jornalístico ali
vai se reunir por gerações. Em suas mesas de tampos de mármore e pés de ferro, confabulações
serão feitas, planos urdidos, dobradinhas formadas. Suas paredes testemunharão nascimentos de
associações, times de futebol, entidades carnavalescas...
Poetas declamarão versos, embalados pelo vento nordeste que certamente
soprará lá fora, dobrando a esquina em rajadas ou ao vento sul, vindo da Lagoa. Músicos comporão partituras e
com seus mais variados instrumentos musicais puxarão acordes que se perderão no
tempo.
Em 1968 o local estava fechado e
deteriorado quando por sugestão do prefeito Juacy Ungaretti, Haroldo Izidro da
Costa (pai do Aurélio do Antigo Big Ben) e mais tarde proprietário da
lanchonete Brasão, assumiu o local em sociedade com seu Iugui Andrade.
Há uma completa reformulação nas instalações, com aquisição de modernos balcões e mesas em fórmica, geladeiras, freezers, etc. Transforma-se numa lanchonete, condizente com aqueles anos. Um ano depois será vendido. Diversos outros proprietários e arrendatários passaram pelo Café Tupy: Otto Pereira, Luiz Moreira, Irê Santiago da Silva, Tuffi Mattar, Pedro Cardoso, Jucemar Fernandes, José de Bem, Luiz de Bem, Rui Silva, etc.
Em meados da década de 1980 o imóvel, de propriedade de Cirilo Faria, novamente encontrava-se fechado, inclusive com tapumes em seu redor. É quando Paulo
Roberto Lopes Magalhães e João Batista dos Santos (Batista da lotérica) o
adquirem em sociedade. Paulo para ali transfere a Instaladora Rádio Elétrica,
que havia pertencido a Aliatar Barreiros e posteriormente vendida a Dário Carvalho e
Batista dos Santos.
Hoje no local do Café Tupy encontra-se a Instaladora Rádio Elétrica e
outras lojas. No andar superior funciona a Associação Comercial e Industrial da
Laguna – Acil, além do escritório da Junta Comercial (Jucesc). A parte superior já foi residência de várias famílias ao longo dos anos. Família Brandl ali morou durante muitos anos.Lembro que o saudoso radialista João Manoel Vicente ali também residiu. No local também funcionou a Câmara de Vereadores.
Evidentemente que existem e existiram
outros locais como palcos democráticos para manifestações. Salões e buffets de clubes como o do Blondin,
Congresso, Anita, 3 de Maio, barbearias, boticas, farmácias, armazéns,
livrarias, bancas e padarias.
Os bares do Mercado Municipal em seu primeiro e segundo prédio, da rodoviária antiga, o Café
Bascherotto, o Monte Carlo, Café do Comércio, Brigitte Bar, o Brasão, Bar do Chico, para
ficarmos em alguns mais recentes.
Mas, o Café Tupy (e sua decantada esquina), talvez – também - pela sua
longevidade, pontifica na liderança como o mais conhecido. Ainda hoje, mesmo
após anos de seu desaparecimento é comum ouvir de pessoas que viveram àqueles
anos, a utilização do nome Café Tupy como ponto de referência.
E nos dias atuais? Existirá uma esquina na Laguna que ainda represente o
palco e plateia onde se mesclam atores e público, em que o pensamento navega em
desconhecidos mares e a palavra é livre? Onde se pratica o hábito desde que o
homem é homem, de falar da vida alheia?
Em qual estabelecimento ainda reúnem-se seres em torno de uma mesa em
busca da ágape fraternal que satisfaça paladares e igualmente forneça respostas
existenciais e espirituais para nossas dúvidas?
Conheci o café tupy. Foi bem isso que escrevesse. Ali se reunia a elite política de Laguna. Depois virou simples lanchonete. Mais uma coisa que Laguna já teve. Dá uma saudade... E uma tristeza. José de Abreu
ResponderExcluirO Café Tupy e sua esquina movimentada na política e no carnaval. Aliás aquela rua ali junto com a miscelânea foi passarela de muita gente. Valeu Valmir pela lembrança e informações. Wilmar Coelho
ResponderExcluirBom dia! Quanta informação para nos deleitarmos com nossas histórias. A propósito: Em floripa,quando passou por lá o Gal. Figueiredo, em 1979, não seria o Senadinho? Posso estar enganada... Enfim, adorava o local porque lá nos fundos, nos fornos da Imperatriz, meu pai trabalhava. Era na madrugada dos desfiles de carnaval que ele sempre vinha nos trazer aquele pãozinho quentinho... Eita tempo bom!
ResponderExcluirObrigada mais uma vez!
Oi Fátima, o Ponto Chic na esquina da Trjanao com Felipe, era também chamado de senadinho. Diariamente ali batia ponto, o "senador" Alcides Ferreira, trajado num terno branco e era assim conhecido. Bebia seu café no pires. Figuraço da Ilha. Bem por isso, todo local onde se reúnem algumas pessoas para comentar a vida alheia, a política, o futebol, etc. é conhecido como "senadinho".
ExcluirValmir, o Zé Guedes deve ser o meu bisavô, conhecido por suas piadas e peças que pregava nas pessoas. Segundo alguns parentes, ninguém escapava de suas brincadeiras, que muitas vezes, acabavam mal para ele.
ResponderExcluirPor muito tempo foi da família Brandl. Sou filha de Ema Brandl, hoje moro no Ceará
ExcluirLAGUNA SAUDADES.tanara filha de Emma e Barboza
ResponderExcluirTupy fazia parte da minha adolescência depois dos desfiles de Carnaval íamos comer o famoso misto quente acompanhado de refrigerante Teen maravilhoso época que não volta mais.
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