quinta-feira, 8 de julho de 2021

Tomba e desaparece o que restou da Árvore de Anita

 
Com as chuvas e o vento na semana passada, tombou de vez o que restava da centenária Árvore de Anita, situada no Jardim Calheiros da Graça, na Praça Vidal Ramos, no Centro Histórico da Laguna.
Um canteiro vazio e a placa mostrando o passado.
Conforme informações que obtive, o velho tronco, apodrecido e oco da figueira foi ao chão. Em seu lugar ficou o buraco do descaso que atravessou várias gestões. O que restou teria sido recolhido por funcionários da prefeitura.
No lugar da Árvore ficou o buraco do descaso.
Desde a década de 1990 a árvore apresentava problemas sem que nenhuma providência fosse tomada. Aos poucos foi secando, folhas caindo, galhos quebrando. 
A Árvore de Anita foi morrendo aos poucos, abandonada.
Em meu jornal Tribuna Lagunense de 30 de abril de 1999 abordei o problema e aqui mesmo neste Blog alertei sobre o fato várias vezes. 
Os links com as matérias estão ao final deste texto.
A centenária Árvore de Anita em seu último registro. Apenas um tronco.

A histórica figueira, nascida na quilha da carcaça do Barco Seival, da frota de Giuseppe Garibaldi, foi transladada e replantada naquele local em 1921, portanto há exatos cem anos, em cerimônia cívica que contou com um Grupo de Escoteiros e autoridades. Uma placa inaugural em prata foi afixada e depois se perdeu. Uma outra foi colocada num pedestal de granito em 1949, na gestão do prefeito Alberto Crippa.

A Árvore vira agora mera lembrança em álbum e pastas virtuais de fotografias. Mais uma a compor o rol do “já teve”.

Espera-se que pelo menos uma muda da originária árvore seja ali plantada em substituição à centenária figueira, com direito a discursos, novas placas e muitas fotos para compor o book de algumas vaidosas autoridades. E que seja cuidada e preservada!

E a Árvore de Anita tem alguns “filhotes”, como o existente em frente ao Ceal em nossa cidade.
O "filhote" da Árvore de Anita, defronte ao Ceal.
Há alguns anos, nosso pesquisador e historiador Antônio Carlos Marega recolheu algumas sementes da chamada “Árvore de Anita” e plantou-as no quintal de sua casa. 
Quando vingaram, uma das mudas da figueira foi doada pelo Marega à professora Márcia Brígido e plantada no pátio defronte à Escola de Ensino Médio Almirante Lamego - Ceal, numa pequena solenidade reunindo estudantes.
É a árvore da foto acima.

Na década de 1970 outra muda foi plantada no imóvel da família do arquiteto e historiador Wolfgang Ludwig Rau, no bairro Encantada, em Garopaba. O ato foi oficializado com certidão municipal assinada pelo prefeito da Laguna, Saul Baião em 29 de março de 1971. Há um pequeno monumento no local assinalando o fato.

Para ler mais sobre o assunto basta clicar aqui e aqui

4 comentários:

  1. Edson de Almeida09/07/2021, 07:54

    Nunca deram bola pra Árvore de Anita essa é que é a verdade. Foram outros que plantaram então não interessa. Por isso criam fatos novos.

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  2. Lembro quando grupos de turistas paravam ali para fazer fotos. Era um ponto turístico. Triste.
    Geraldo de Jesus

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  3. Por que não se faz uma muda híbrida também como se fez com a Rosa? Duraria pelo menos mais.

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  4. É Valmir... você disse tudo e um pouco mais, já que esta matéria complementa com riqueza de detalhes o que foi comentado na anterior, enquanto a árvore agonizava e pedia socorro. Mas, como já foi dito por você e outros em diversos meios de comunicação... a Laguna em parte está entregue a gestores públicos que não prezam pela história da Laguna. Assim, quem não tem conhecimento para atuar e atender de forma adequada os requisitos do cargo (Prefeito, Secretário de Cultura e outros)... iria se importar com simbolos históricos (monumentos diversos, locais de referência e quaisquer outros). Chega a ser ridículo ouvir e ver propagandas sobre a Laguna, convidando os turistas para conhecerem a História da Cidade e, na realidade pouco ou nada fazem para preservar.
    Abraço do Adolfo Bez Filho - Joinville / SC.

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