terça-feira, 5 de novembro de 2013

Tolo o lagunense não é

Nosso historiador-mor, o lagunense Oswaldo Rodrigues Cabral, já dizia que “O lagunense é gente de brio, é preciso que se previna...Perdoa, mas não esquece. E lá um dia, quando pode, cobra de quem lhe afrontou, com os juros do ridículo, a conta dos agravos...”

E continuava: “Se há gente que descobre o calcanhar de Aquiles do seu próximo num abrir e fechar de olhos é a gente lagunense”.
E mais, escrevia Cabral:

“É uma gente, que tanto ou mais que o carioca, ela cria piadas, surpreende tiques, descobre fraquezas, aplica alcunhas, “põe pitáfios”, alfineta vaidade, desmancha cartazes com uma técnica impecável. Sem alardes. De mansinho, saboreando a piada. Gozando o espetáculo das suas “marionetes”. Animando-as a que se rebolem. Rindo dos rebolados. Soprando que nem bomba de gasolina as vaidades, para depois gozar o prazer de ver o esvaziamento, dando linha aos peixes para sentir o prazer da fisgada, dando corda para que se enforquem os tolos, só para apreciar o triste dos enforcado, e isso tem enganado a muito forasteiro, muito cabra metido a besta”.

E é o que mais se vê por aí, principalmente no meio político. Quantos no passado acharam que eram os tais na Laguna e quebraram a cara cedo cedo? Quantos acharam que estavam eleitos (ou reeleitos) ou feito seu sucessor(a) e foram surpreendidos por uma reação do povo, que não esperavam? Uma reação que não era o que sentiam nas ruas? Nos abraços, nos elogios, cumprimentos e sorrisos?

Mas a história sempre se repete e há os que não aprendem com ela. Mudam os personagens mas o enredo é o mesmo.
Basta um breve retrospecto na nossa história política-administrativa para se chegar a essa conclusão.

Que muitos políticos, principalmente os neófitos, não se deixem enganar. O lagunense pode não falar diretamente, se calar quando lhe convém, não se expor para não sofrer represálias, cidade pequena e tal, mas por dentro não se faz de tolo.
Urde sua resposta quietinho e na primeira oportunidade dá o troco com a pouca atenção que recebe de governantes ocasionais, de representantes que fazem pouco caso de seus problemas mais preeminentes, que não atendem suas reivindicações básicas, que lhe enganam com promessas nunca cumpridas. 
O lagunense percebe ao longe os conchavos, os acertos nos bastidores, o jogar pra platéia.
Se ainda há os que pensam que somos uns amarelos da farinha, papa-siris ingênuos, rapidamente vão descobrir a verdade. E encerrar suas carreiras bem cedo. Alguns até mais cedo do que imaginam.

Tolo o lagunense não é. Nunca foi.

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