sábado, 23 de setembro de 2017

Pinturas ou pichação do centro histórico?

No início desta semana um grupo de alunos da Udesc que participava da chamada vivência “Cultura em Meio ao Caos” pintou com tintas coloridas alguns elementos do Centro histórico, que é protegido por tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Sem autorização do órgão, os estudantes coloriram estruturas como postes, tapumes de obras, além de trechos de algumas calçadas.
Fotos postadas nas redes sociais dividiram opiniões.
O Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da Udesc divulgou nota em que critica as intervenções feitas durante a vivência “Cultura em Meio ao Caos”, cuja atividade foi organizada e ministrada por acadêmicos.
O Centro alegou que “não recebeu a informação de que as intervenções seriam de tamanho porte e principalmente que as mesmas não haviam sido autorizadas pelo Iphan”.
 “As ações de poucos estudantes desinformados ultrapassou a responsabilidade e a autorização tanto do Centro Acadêmico quanto da própria Udesc”, diz o documento, informando que está sendo providenciada a limpeza e recuperação dos danos. Alguns locais ainda continuam com as pinturas, com a rua Rafael Bandeira, Barão do Rio Branco e Duque de Caxias.

Sobre a polêmica o arquiteto e professor Dagoberto Martins, que já foi responsável pelo Iphan em nossa cidade, escreveu o seguinte artigo e o enviou para este Blog:

*********
A polêmica ação dos estudantes
Arquiteto Dagoberto Martins

Por acaso alguém se perguntou o porquê da manifestação dos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Udesc nos passeios públicos do Centro Histórico da Laguna? Alguém entrou em seu mérito?
Sabemos que o meio acadêmico tem o DNA do inconformismo.

Tempos atrás, quando discutíamos as vantagens de lutar pela implantação do ensino superior em Laguna dizíamos, além dos argumentos econômicos, que a massa crítica inerente ao meio acadêmico significaria um contraponto a zona de conforto em que costumam se estabelecer os poderes constituídos. Sejam eles públicos ou privados, e isso seria muito bom.
Pois é, aconteceu...
Os alunos estão sendo cidadãos, e estão absolutamente corretos, pois exercem seu direito de indignação. Chamam atenção para os diversos atentados que os agentes públicos e privados, repito, cometem contra regras básicas de mobilidade urbana.
Têm razão em todos os pontos que levantaram e poderiam ir mais além esse excesso de formalidade levantado e praticado pela reação imensa, diga-se de passagem, esconde nossos problemas.
Não precisamos apenas de cenário teatral, precisamos também de “vida” no Centro Histórico.                    
Vamos ouvir esses gritos, ou é melhor fingir que está tudo ok?
Vale refletir sobre isso. Circulem pelo Centro nas noites de fim de semana e saberão a que me refiro.  
A cidade será boa para o turismo quando for boa também para seus moradores.

9 comentários:

  1. O lado bom disso tudo, é que chamou a atenção, do abandono que está por toda a cidade.

    ResponderExcluir
  2. Concordo plenamente com o Dago. As pinturas, além de chamar a atenção para os problemas, ainda ressaltam os perigos que os pedestres estão correndo ao transitarem por estas calçadas.

    ResponderExcluir
  3. Alguns pseudos paladinos foram a rede social gargantear que a ação foi uma vergonha e uma afronta a cidade. Digo eu vergonha é votar nos políticos de Laguna. Alguns deveriam enviar a cabeça dentro da privada após anos colocando seus "representantes" que nada produzem de útil. Foco na mensagem e evoluam com os novos. A ação não foi perfeita deveria ser maior mas me diga você : tem alguem fazendo algo pela preservação do patrimônio histórico? Laguna abandonada e o que sobra sao grupos interessados em seus interesses se é que me entendes. #bandos

    ResponderExcluir
  4. Ao ver as pinturas, achei que eram marcações para correção. Que pena. Transitar com cadeiras de rodas pelo centro histórico é inviável por causa dos postes sobre as calçadas, mas uma melhoria no passeio seria de grande ajuda!

    ResponderExcluir
  5. Tambem concordo! As pinturas sõ realcaram o estado precario que se encontram as calcadas do centro da cidade, verdadeiras armadilhas para os transeuntes alem de enfeiarem a cidade.

    ResponderExcluir
  6. É uma vergonha o estado das calçadas. Buracos e mais buracos. A responsabilidade é dos proprietários mas se não fizerem devia a prefeitura cobrar. Prédio do hotel rio branco obras tão paradas há meses e ninguém diz nada. Nem iphan nem prefeitura. Nossas otoridad3s só tem papo. Edison de Jesus.

    ResponderExcluir
  7. O grande problema é que o atual prefeito e assessores pensam que estão fazendo uma otima gestão. 10 meses e até agora nada. Muito blablabá. Tá igual ao anterior, o Everaldo. A cidade imunda cheia de lixo não há nem varredor. Acorda Mauro Candemil. Wilmar Coelho.

    ResponderExcluir
  8. Só quem defende esse prefeito são os puxa sacos de sempre pendurados nas tetas de cargos. E como tem . Jose de Abreu Florianópolis

    ResponderExcluir
  9. Parabéns Valmir por trazer a matéria, parabéns Dagoberto pela abordagem. Quem sabe assim nossas autoridades saiam do estado de letargia. A crítica e alerta dos alunos foram válidas sim. Tem gente que não gostou porque estão acostumados ao puxas saquismo dos que acham tudo de bom por causa dos seu cargos. Geraldo Andrade

    ResponderExcluir