quarta-feira, 5 de junho de 2013

Oclândio Siqueira – “Em Cantos da Alma”

No feriado de quinta-feira passada, Corpus Christi, encontro (encontramos) o advogado e escritor Oclândio Siqueira no caminhar tranquilo pelas ruas do centro histórico de nossa cidade, ao lado de sua amada Adelina, sempre muito simpática e atenciosa.
 
Oclândio Siqueira
Por incrível que pareça não conhecia Oclândio Siqueira pessoalmente, somente através de fotos e da leitura de seu ótimo livro “Em Cantos da Alma”, lançado aqui com grande sucesso em junho de 2005, no Clube Blondin e um mês após, na Livraria Catarinense do Beiramar Shopping, em Florianópolis. Tenho meu exemplar guardado e sempre consultado, lido e relido.
E é tão bom conversar com uma pessoa inteligente, de vasta cultura e prodigiosa memória e que me surpreende dizendo que é leitor deste Blog, que o acessa diariamente, além de ter lido meus livros, o que me envaidece sobremaneira, não posso negar.

Na obra, Oclândio mescla desde o seu envolvimento ao movimento estudantil (ele foi presidente da União Estudantil Lagunense - UEL, por dois mandatos) até as festinhas do tempo em que se ouvia muita Jovem Guarda. Tempos de engajamento político-estudantil, de esplendor democrático, de valores outros.


A construção do então Conjunto Educacional Almirante Lamego – Ceal, na década de 60, sendo vistoriada pela Diretoria da União Estudantil Lagunense. Na foto, da esquerda p/ direita: Odilo Afonso Lindermann Jr., Francisco Carlos Zanella Nunes, Carlos Augusto Baião da Rosa, Jorge Sidney Abrahão, Jorge Speck, Juarez Fonseca de Medeiros.
De terno e gravata Pedro Floriano Jr. (Pepê), seguido por João Carlos Pacheco, Inezita K. Silva, Myrna Bianchini, Selva Salles Teixeira, Maria Adelaide Salles, Lúcia Cabral Baumgarten e Oclândio Siqueira. (Clique na foto para ampliá-la).
 
E conta muitas histórias. Escreve como se estivesse num papo gostoso com amigos, no sofá de uma sala, bebericando um cafezinho. E são tantos causos que a gente ri muito em sua leitura. Das figuras populares que viveram na Laguna, passando pelo carnaval, cinema, futebol, viagens e homenagens a amigos, familiares, professores e escolas. E traz dezenas de fotografias (e sinceramente lamento o tamanho reduzido de algumas delas). E poemas, que o homem é poeta e dos bons.

Louvo e consulto sempre seu livro porque além de ser muito bem escrito, traz reminiscências de uma época em que não temos outros registros escritos, fontes primárias, a não ser o contido no jornal O Albor e na memória de quem viveu àqueles anos. Como sou de geração posterior, nascido em 1960, tenho especial interesse nos acontecimentos desta década. Tempos de mudanças.

Oclândio Siqueira é natural de Orleans, nascido em 26 de Fevereiro de 1945. Passou parte da infância e da adolescência na Laguna. O envolvimento com a política ainda em sua juventude abriu caminho para sua vitoriosa candidatura a vereador, em 1966.
Assumiu, aos 21 anos, o mandato na Câmara de Vereadores de nossa cidade, pela Arena. Depois, tornou-se advogado e fez carreira na direção geral do Banco do Estado de Santa Catarina – Besc, ocupando inclusive diversos outros cargos no governo do Estado. Colaborou também na área do esporte catarinense, ocupando a diretoria de Tênis do Lagoa Iate Clube e como juiz dos Tribunais de Justiça da Federação Catarinense de Tênis -FCT, da Confederação Brasileira de Tênis - CBT e da Federação Catarinense de Futebol - FCF.

Reside em Florianópolis, mas sempre está por aqui, em contato com familiares, amigos e com as lembranças de um tempo que não volta mais, a não ser nas páginas da memória quando as folheamos.
Casado com Adelina, o casal tem seis filhos: Ismênia, Oclândio, Glauce, Paulo, Thaís e Bruno. Em 1989 chegou Renata.

***
Como estamos nos festejos em comemoração e honra ao padroeiro da Laguna, reproduzo aqui, da lavra de Oclândio Siqueira, o poema:

SANTO ANTÔNIO DOS ANJOS DA LAGUNA

Pelas estreitas ruas da amada terra,
Movido pela crença firme da tua gente,
Caminhas com olhar fixo e imponente,
Espalhas sentimento de esperança.

O sorriso expressivo da tua imagem que encanta,
Iluminada nas noites serenas da secular trajetória,
No alto os clarões agigantam-se em aplausos,
No solo a grandeza do homem que encerras.

Nas tardes frias, ensolaradas ou sombrias,
A brisa sopra folhas de imperiais palmeiras,
Contemplas ao sair do templo e sob acordes,
Semblantes que se sucedem e remontam a tua história.

Não há o que não ouças com o clamor,
Mesmo que ainda julgadas perdidas,
Prostram-se diante de ti em oração...
Buscam a graça que tu sempre transformas em vida.

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