quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Luiz Lauro Pereira Jr. – Modelista de embarcações, brilhando lá fora

Recebo das mãos do Luiz Lauro Pereira Jr., o Laurinho, filho do Lauro Pereira e da dª Geninha, não tem? Duas obras de grande valor e que ainda não possuia em minha biblioteca. Desde já agradeço ao Laurinho pela lembrança.

O livro “Barcos do Brasil”, editado pelo Iphan em 2011, que reproduz a exposição do mesmo nome, que reuniu 89 modelos de embarcações tradicionais brasileiras que fazem parte da Coleção Alves Câmara Século XXI.
A confecção de réplicas na escala 1:25 dos “barcos do Brasil” foi iniciada em 2005 pelo Museu do Mar, com o incentivo do navegador Amyr Klink e o apoio do Iphan. Três dos melhores modelistas navais do Brasil foram contratados para a missão.
Diz o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, que “Carlos Heitor Chaves, Cnny Baumgart e Luiz Lauro Pereira Jr., podem ser considerados três dos melhores e mais experientes modelistas navais brasileiros, profundos conhecedores da história e dos detalhes construtivos dos barcos tradicionais brasileiros”.
Os trabalhos desses três, mais o do artesão Cilfarney de Oliveira, que confeccionou os personagens – marinheiros, pescadores, mestres, timoneiros, remadores, em escala – comporam o Projeto Barcos do Brasil, lançado pelo Iphan em 2008.

A outra publicação, é o 1º Seminário do Patrimônio Naval Brasileiro, composto pelos anais do primeiro seminário do gênero a realizar-se no Brasil e que aconteceu em março de 2005, em São Francisco do Sul –SC, que possui, como vocês sabem, o Museu Nacional do Mar.
Em 168 páginas traz dezenas de fotos e artigos sobre o tema, como “Métodos empíricos na construção naval”, de Armando de Senna Bittencourt; “Viagens de reconhecimento dos barcos tradicionais brasileiros”, de Dalmo Vieira Filho; “Embarcações do Maranhão”, de Luiz Phelipe Andrés; “Projeto de pesquisa sobre o patrimônio naval brasileiro”, de Edson Fogaça; “Piperis, almadas, jangadas”, de Nearco Araújo; “A nova coleção Alves Câmara”, de Carlos Heitor Chaves; “Navegando no modelismo”, de Conny Baumgart; “O restauro da canoa Luzitânia”, de Carlos Eduardo Ribeiro; e “Resgate das embarcações tradicionais regionais”, de Luiz Lauro Pereira Júnior.

O lagunense Luiz Lauro, em dez páginas, aborda a Canoa de Convés, embarcação histórica, típica das Lagoas Santo Antônio dos Anjos, Mirim, Imaruí e rios Tubarão, Capivari, Rio D’una, todas pertencentes ao complexo lagunar. Características, dados históricos, relatos e fotos, são trazidos pelo Luiz Lauro.
A canoa de convés foi utilizada na navegação de cabotagem entres as cidade da Laguna, Tubarão, Gravatal, Jaguaruna, Imbituba e Imaruí. A produção agrícola das pequenas propriedades agrícolas rurais do interior era escoada para ser negociada no cais do mercado público lagunense. Até o final da década de 70 ainda existiam alguns exemplares, diz Luiz Lauro, porém nas décadas posteriores desapareceram por completo.
 
Canoas de convés nas fotos superiores e o movimento no cais da Laguna

Luiz Lauro Pereira Jr. É um apaixonado por barcos e desde cedo estuda seus modelos, procurando conhecer e reproduzir com fidelidade cada detalhe dos barcos históricos que modela.
Constrói seus modelos em casa, nos momentos de folga do trabalho como funcionário da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
Sua coleção, com mais de 30 embarcações, levou dez anos para ser confeccionada e está em exposição permanente no Museu Nacional do Mar, fundado em 1993, em São Francisco do Sul, e sediado nos antigos armazéns do Hoepcke daquela cidade.


São Miniaturas que se encarregam de mostrar como eram as embarcações de diferentes povos ao redor do mundo. Uma beleza!
Luiz Lauro tem um sonho. Seu grande desejo é conseguir um espaço para expor sua obra na cidade natal da Laguna, onde nasceu e vive.
Eis uma sugestão para os nossos governantes, Fundação Lagunense de Cultura, Secretaria de Turismo, Iphan, para quando for inaugurado o famigerado Memorial Tordesilhas, há muitos anos em obras.

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Faz parte da memória sentimental de muitos lagunenses, a canoa de convés. Lembro-me, década de 60, 70, de dezenas dessas canoas lado a lado ali nas docas do cais. O movimento era intenso em descarregar os produtos das zonas produtoras e também em embarcar produtos manufaturados do comércio local. E para isso dezenas de carroças e carrinhos de mão disputavam serviços, com seus tipos populares.

4 comentários:

  1. Simplesmente maravilhoso o trabalho do Lauro. Há uns 4 anos fomos conhecer o Museu do Mar e logo na entrada encontramos obra e biografia do conterraneo. Fiquei emocionada e orgulhosa. Ótima reportagem, Valmir! Aproveito para desejar um Feliz Natal! Fatima Barreto.

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  2. Sou artesão naval e o pouco do que aprendi devo as esses grandes modelistas, na qual tive a grande oportunidade de estudar com alguns e de estar bem próximos de obras de outros por quase três meses e juro que um dia deixei aquele magnifico museu para trás, mais ele nunca saiu de mim!

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  3. Precisaria entrar em contato com o Sr. Luiz Lauro Pereira Jr. por um trabalho, teria como me ajudar, me pasando.o seu telefone de contato e ou pedir para ele me ligar.. ? grato
    048.99972.4764 Victor Hugo Oliveira Silva - Florianópolis.

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  4. Grande artesões, embarcações maravilhosas, perfeitas. Parabéns a todos os participantes do projeto Museu do Mar de São Francisco do Sul-SC e ao Iphan preservando história e artistas de nosso país.

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