"Um país sem história,
padece", sublinhou em seu discurso o major Tadeu Poerschki Pacheco de
Oliveira, comandante da 3ª Companhia do 63º Batalhão de Infantaria do Exército,
sediado em Tubarão, durante a solenidade de comemoração ao Dia da Vitória.
O evento, promovido pelo próprio Exército, com apoio do coronel da reserva Laranjeira, residente em nossa cidade, lembrou os 74 anos do fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, quando países aliados venceram o nazifascismo.
O evento, promovido pelo próprio Exército, com apoio do coronel da reserva Laranjeira, residente em nossa cidade, lembrou os 74 anos do fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, quando países aliados venceram o nazifascismo.
Já o capitão de corveta da Capitania dos Portos da Laguna, Aldo Carvalho dos Santos salientou em seu discurso a participação de estudantes à solenidade: "Isso é muito importante, eles são o futuro da nação e merecem conhecer fatos de nossa história".
Major Tadeu Poerschki Pacheco de Oliveira, comandante da 3º Cia do 63º Batalhão de Infantaria, discursa sobre a data. |
A
solenidade aconteceu na manhã de hoje (9), na Praça dos Ex-combatentes da
Laguna, aos pés do busto do pracinha Clito Antônio Araújo, lagunense, morto aos
24 anos, na Itália, durante o conflito.
O fim da guerra na Europa, com a derrota
formal da Alemanha nazista, ocorreu em 8 de maio de 1945 e foi considerado o
maior e mais sangrento conflito de toda a história da humanidade e que teve
cerca de 60 milhões de mortes.
Tais Sutero/Gecom/Divulgação/PML |
Foto: Elvis Palma |
Veterano
Jamil Correa foi homenageado
O veterano Jamil Correa da Silva, 92
anos, com problemas de audição em consequência de um acidente durante o período, tendo servido
na Marinha Mercante Brasileira, em nosso litoral, recebeu uma comenda
do prefeito municipal.
Emoção e resgate da memória marcaram o
evento, com a participação de alunos das escolas municipais das localidades de
Estreito e Bentos, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, autoridades
e pequeno público.
Seu Jamil narra emocionado que ficava em um navio mercante na
costa do Brasil. Lembra também dos navios da Marinha Brasileira fazendo toda a
segurança.
Ele descreve:
“Um dia fomos avisados que nosso navio seria bombardeado por
um submarino. Recebemos um SOS de outro navio. Foi na correria de abandonarmos
o navio e embarcar em uma baleeira que perdi minha audição. Caí em um poço no
navio e furei os tímpanos. Nosso navio foi bombardeado, mas graças a Deus
conseguimos nos salvar. É uma lembrança muito viva dentro de mim”.
Jamil Correa. Veterano de guerra. |
Seu Jamil deposita flores no monumento ao lagunense Clito Araújo. |
Foto: Elvis Palma |
Foto: Elvis Palma |
Jamil Correa emocionado. Taís Sutero/Gecom/Divulgação/PML |
Palestra
sobre a participação da FEB
Ana Cláudia e Eduardo Reis Mendonça, com réplicas do uniforme da FEB. Aulas de história sobre a Segunda Guerra. |
"Queremos que as pessoas conheçam
cada vez mais sobre o conflito", disse Ana.
Já Eduardo em rápida conversa com este blog, disse que “o objetivo
principal é manter viva a história não somente dos pracinhas, mas a história
das Forças Armadas na Segunda Guerra Mundial. São fatos esquecidos que quase a
gente não vê em livros escolares”.
Foto: Elvis Palma |
Soldado
lagunense morto em combate
A participação brasileira foi de 6 de
setembro de 1944 a 2 de maio de 1945. Foram 239 dias de combate dos soldados da
Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália.
Entre
eles, o soldado lagunense Clito Antônio de Araújo, que integrava a 4ª Cia do 6º
RI (Regimento de Infantaria Ypiranga), morto aos 24 anos, por estilhaços de
granada, em novembro de 1944.
Clito
Araújo nasceu na localidade de Siqueiro, na Laguna (hoje pertencente à Pescaria
Brava), em 1920. Era filho de Antônio Ciríaco de Araújo e Fernandina Medeiros
de Araújo.
Foto: Elvis Palma |
Seguiu
viagem junto a outros companheiros lagunenses, como Ezio Pagani, Manoel Ismael
da Silva, Waldemar Apolônio Antunes, Sadi Silva Fermino, Jovino Salvador da
Silva, Walfrido Oliveira de Souza, Manoel Moura de Jesus, Manoel Mariano do Nascimento, Waldemar José da Rosa, Bernardino Vieira de Andrade, Aristolino Francisco, Milton Fonseca, David Lemos, Manoel Moura de Jesus (Manú), Bernadino Vieira de
Andrade, Antônio Juvenal Corrêa e Valdiniro Abrahão Pereira (Xavante), entre
outros.
Esse
primeiro escalão brasileiro com 5.075 soldados desembarcaria em Nápoles em 16
de julho de 1944. O total efetivo chegaria a 25.334 participantes, com 956
soldados vindos do solo catarinense.
Trinta e oito foi o total de soldados da região da Laguna que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), além dos que participaram
na Marinha de Guerra e Mercante, como Humberto Bicca, Waldy Sant'Anna, Gercino de Freitas e Jamil Corrêa da Silva, entre outros.
Para ler mais sobre Clito Antônio
Araújo, ver sua foto e como foi sua morte nos campos da Itália clique aqui
Valmir, se não fosse as redes sociais, sites e blogs, nada seria divulgado. Imprensa e televisão caladinhos, não noticiaram nada sobre 0 8 de maio de 1945. O Brasil foi à guerra mas o brasileiro não tem memória. Morreram brasileiros em defesa da democracia. Um herói lagunense, Clito Araújo. Parabéns por quem organizou o evento e parabéns por divulgar.
ResponderExcluirEdison de Andrade
Que bom que estamos vivendo outro momento com o retorno dos atos cívicos e buscando a memória dos nossos verdadeiros heróis. Parabéns
ResponderExcluirGeraldo de Jesus
Essa Praça tá sempre abandonada, suja, monumento sem pintura. Ano passado nessa silenidade foi uma vergonha, prefeitinho prometeu melhorar passou um ano e nada. Cadê a presidente da Fundação Lagunense de Cultura? Até as flores colocadas no busto foram doadas pela funerária vizinha. E ainda vão ali querendo elogios. Nada fizeram.
ResponderExcluirJosé de Abreu de Oliveira
"solenidade"
ResponderExcluirJosé de Abreu de Oliveira
Valmir, devia ter uma Lei Municipal obrigando aos professores de história a contar a história do nosso município, esses fatos e personagens, aos estudantes da rede escolar. A maioria desconhece. Uns palestrantes para contar isso e não só a história de Anita.
ResponderExcluirHélio Silva Fonseca
Faço minhas as palavras do Hélio. Que essa história seja contada aos alunos da rede escolar. Que seja impressa essa matéria e distribuída aos alunos.Que palestrantes contem como foi. Um dia, espero, o Brasil vai mudar. Esses são nossos verdadeiros heróis.
ResponderExcluirLourival de Souza Florianópolis