quinta-feira, 9 de maio de 2019

Dia da Vitória (fim da Segunda Guerra Mundial) foi comemorado na Laguna

"Um país sem história, padece", sublinhou em seu discurso o major Tadeu Poerschki Pacheco de Oliveira, comandante da 3ª Companhia do 63º Batalhão de Infantaria do Exército, sediado em Tubarão, durante a solenidade de comemoração ao Dia da Vitória.
O evento, promovido pelo próprio Exército, com apoio do coronel da reserva Laranjeira, residente em nossa cidade, lembrou os 74 anos do fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, quando países aliados venceram o nazifascismo.
Capitão de Corveta Aldo Carvalho dos Santos, delegado da Capitania dos Portos da Laguna; e o major Tadeu Poerschki Pacheco de Oliveira, comandante da 3º Companhia do 63º Batalhão de Infantaria do Exército.
Já o capitão de corveta da Capitania dos Portos da Laguna, Aldo Carvalho dos Santos salientou em seu discurso a participação de estudantes à solenidade: "Isso é muito importante, eles são o futuro da nação e merecem conhecer fatos de nossa história".
Ex-prefeito Adílcio Cadorin fez uma alocução ao tema, relembrando fatos do conflito.






Major Tadeu Poerschki Pacheco de Oliveira, comandante da 3º Cia do 63º Batalhão de Infantaria, discursa sobre a data.




A solenidade aconteceu na manhã de hoje (9), na Praça dos Ex-combatentes da Laguna, aos pés do busto do pracinha Clito Antônio Araújo, lagunense, morto aos 24 anos, na Itália, durante o conflito.
O fim da guerra na Europa, com a derrota formal da Alemanha nazista, ocorreu em 8 de maio de 1945 e foi considerado o maior e mais sangrento conflito de toda a história da humanidade e que teve cerca de 60 milhões de mortes.
Tais Sutero/Gecom/Divulgação/PML
Aliás, registre-se que um dia antes, como bem fotografou Elvis Palma, sempre atento, foram os próprios soldados do Exército (3ª Companhia do 63º BI) em mutirão, que promoveram uma limpeza na Praça, pintura do monumento e placas, além de um óleo no busto, que estavam abandonados pelo poder público municipal. Leia-se Fundação Lagunense de Cultura. 
Foto: Elvis Palma
E isso vem de muitos anos e continuou, desde a realização do evento no ano passado, quando o local estava abandonado.

Veterano Jamil Correa foi homenageado
O veterano Jamil Correa da Silva, 92 anos, com problemas de audição em consequência de um acidente durante o período, tendo servido na Marinha Mercante Brasileira, em nosso litoral, recebeu uma comenda do prefeito municipal.
Seu Jamil narra emocionado que ficava em um navio mercante na costa do Brasil. Lembra também dos navios da Marinha Brasileira fazendo toda a segurança.
Ele descreve:

“Um dia fomos avisados que nosso navio seria bombardeado por um submarino. Recebemos um SOS de outro navio. Foi na correria de abandonarmos o navio e embarcar em uma baleeira que perdi minha audição. Caí em um poço no navio e furei os tímpanos. Nosso navio foi bombardeado, mas graças a Deus conseguimos nos salvar. É uma lembrança muito viva dentro de mim”. 
Jamil Correa. Veterano de guerra.
Seu Jamil deposita flores no monumento ao lagunense Clito Araújo.
Foto: Elvis Palma
Foto: Elvis Palma

Jamil Correa emocionado. Taís Sutero/Gecom/Divulgação/PML
Emoção e resgate da memória marcaram o evento, com a participação de alunos das escolas municipais das localidades de Estreito e Bentos, Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, autoridades e pequeno público.

Palestra sobre a participação da FEB
Ana Cláudia e Eduardo Reis Mendonça, com réplicas do uniforme da FEB. Aulas de história sobre a Segunda Guerra.
Após a solenidade, no auditório da Capitania dos Portos, o casal de guias de turismo e apaixonados por história, Ana Claúdia Camargo Mendonça e Eduardo Reis Mendonça apresentou uma interessante e educativa palestra sobre a participação brasileira na Segunda Guerra. Os dois são paulistas, membros do Grupo de Reencenação Histórica Monte Castelo, situado em São Paulo e trajavam uniformes da época. Residem há dez anos em Santa Catarina, no Balneário Rincão.
"Queremos que as pessoas conheçam cada vez mais sobre o conflito", disse Ana.
Foto: Elvis Palma
Já Eduardo em rápida conversa com este blog, disse que “o objetivo principal é manter viva a história não somente dos pracinhas, mas a história das Forças Armadas na Segunda Guerra Mundial. São fatos esquecidos que quase a gente não vê em livros escolares”.

Soldado lagunense morto em combate
A participação brasileira foi de 6 de setembro de 1944 a 2 de maio de 1945. Foram 239 dias de combate dos soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália.

Entre eles, o soldado lagunense Clito Antônio de Araújo, que integrava a 4ª Cia do 6º RI (Regimento de Infantaria Ypiranga), morto aos 24 anos, por estilhaços de granada, em novembro de 1944.

Clito Araújo nasceu na localidade de Siqueiro, na Laguna (hoje pertencente à Pescaria Brava), em 1920. Era filho de Antônio Ciríaco de Araújo e Fernandina Medeiros de Araújo.
Foto: Elvis Palma
Fez parte do 1º Escalão da FEB a embarcar para o teatro das operações na Itália, em 2 de julho de 1944, a bordo do navio general Mann.

Seguiu viagem junto a outros companheiros lagunenses, como Ezio Pagani, Manoel Ismael da Silva, Waldemar Apolônio Antunes, Sadi Silva Fermino, Jovino Salvador da Silva, Walfrido Oliveira de Souza, Manoel Moura de Jesus, Manoel Mariano do Nascimento, Waldemar José da Rosa, Bernardino Vieira de Andrade, Aristolino Francisco, Milton Fonseca, David Lemos, Manoel Moura de Jesus (Manú), Bernadino Vieira de Andrade, Antônio Juvenal Corrêa e Valdiniro Abrahão Pereira (Xavante), entre outros.

Esse primeiro escalão brasileiro com 5.075 soldados desembarcaria em Nápoles em 16 de julho de 1944. O total efetivo chegaria a 25.334 participantes, com 956 soldados vindos do solo catarinense.
Trinta e oito foi o total de soldados da região da Laguna que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), além dos que participaram na Marinha de Guerra e Mercante, como Humberto Bicca, Waldy Sant'Anna, Gercino de Freitas e Jamil Corrêa da Silva, entre outros.

Para ler mais sobre Clito Antônio Araújo, ver sua foto e como foi sua morte nos campos da Itália clique aqui

6 comentários:

  1. Valmir, se não fosse as redes sociais, sites e blogs, nada seria divulgado. Imprensa e televisão caladinhos, não noticiaram nada sobre 0 8 de maio de 1945. O Brasil foi à guerra mas o brasileiro não tem memória. Morreram brasileiros em defesa da democracia. Um herói lagunense, Clito Araújo. Parabéns por quem organizou o evento e parabéns por divulgar.
    Edison de Andrade

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  2. Que bom que estamos vivendo outro momento com o retorno dos atos cívicos e buscando a memória dos nossos verdadeiros heróis. Parabéns
    Geraldo de Jesus

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  3. Essa Praça tá sempre abandonada, suja, monumento sem pintura. Ano passado nessa silenidade foi uma vergonha, prefeitinho prometeu melhorar passou um ano e nada. Cadê a presidente da Fundação Lagunense de Cultura? Até as flores colocadas no busto foram doadas pela funerária vizinha. E ainda vão ali querendo elogios. Nada fizeram.
    José de Abreu de Oliveira

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  4. "solenidade"

    José de Abreu de Oliveira

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  5. Valmir, devia ter uma Lei Municipal obrigando aos professores de história a contar a história do nosso município, esses fatos e personagens, aos estudantes da rede escolar. A maioria desconhece. Uns palestrantes para contar isso e não só a história de Anita.
    Hélio Silva Fonseca

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  6. Faço minhas as palavras do Hélio. Que essa história seja contada aos alunos da rede escolar. Que seja impressa essa matéria e distribuída aos alunos.Que palestrantes contem como foi. Um dia, espero, o Brasil vai mudar. Esses são nossos verdadeiros heróis.
    Lourival de Souza Florianópolis

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