sexta-feira, 24 de julho de 2020

O encalhe e naufrágio do navio Laguna

Era uma manhã de segunda-feira, 24 de outubro de 1921. A cidade se preparava para receber o navio Laguna, proveniente do Rio de Janeiro, que realizava este trajeto de cabotagem há muitos anos. Algumas pessoas, amigos e familiares dos passageiros já se dirigiam ao cais do centro da cidade para recepção, como era de costume.

Já nas primeiras horas do dia o posto semáforo situado na elevação mais alta da cidade, conhecida como Morro do Pau de Sinal (hoje Morro da Glória), já assinalava a aproximação da embarcação à barra dos molhes e seu adentramento.
 Vapor Laguna encalhado nas pedras da Barra da Laguna. Foto: acervo do autor.
O mesmo semáforo minutos depois alertava, através do hasteamento de três bandeiras, que o navio havia encalhado. Logo a notícia correu pela cidade.

O Vapor Laguna era um paquete de porte médio, com 49m8cm de comprimento, 8m6cm de largura, pesando 525 ton.
Fabricado pelo Estaleiro inglês Seath T. B. & Cia. Batizado com o nome de Alexandria, o vapor foi incorporado em 1890 à frota da Empreza Esperanza Marítima, sediada no Rio de Janeiro, então capital da República.

Em 1920 havia sido vendido ao Lloyd Brasileiro, continuando a fazer o mesmo trajeto de quase 30 anos entre Laguna e a então capital federal, transportando passageiros e mercadorias.
Era bastante conhecido da população lagunense, sempre participando das festividades de Nossa Senhora dos Navegantes, onde, ancorado no cais, embandeirava seus mastros. Vários de seus marinheiros eram nascidos na Laguna.

O Vapor Laguna transpôs a barra e o seu conhecido e perigoso banco de areia. Porém, logo após rebentou o gualdrope, que são cabos que vão por cada bordo enrolar no tambor da roda do leme onde o timoneiro governa a embarcação.
Desgovernado, o Laguna encalhou nas pedras do costão do Morro da Ponta da Barra, abrindo água na proa. Felizmente, todos os passageiros foram salvos juntamente com a tripulação.
Detalhe da foto ampliada mostra tripulantes e passageiros ainda a bordo do Vapor Laguna à espera de salvamento.
Um rebocador facilmente o teria retirado dali, conduzindo-o ao estaleiro para reparos. Mas, por incrível que pareça, não havia rebocador no movimentado porto da Laguna.
Os seguintes oficiais compunham o paquete Laguna:

Comandante: Ranulfo José de Souza
Imediato: Francisco José da Rocha
Chefe de Máquinas: José Antônio de Souza
1º piloto: Orlando Pires
2º piloto: Pedro Cabral
Comissário: Antônio Boaventura

Entre os passageiros que estavam a bordo, o coronel João Pinho, Salvato Pinho e Junqueira Botelho, comandante do Vapor Flamengo; além de Eugênio Magalhães e João Afonso.
Botelho, na qualidade de comandante de embarcações, disse à imprensa ser o acidente lamentável, “não cabendo nenhuma responsabilidade ao comandante do paquete Laguna. O gualdrope que partiu era novo”, sublinhou por fim.

   Rebocadores são chamados
O agente do Lloyd Brasileiro em Florianópolis era o dr. Heitor Blum, que recebeu um telegrama às 11 horas da manhã, remetido pelo comandante do Vapor Laguna, comunicando o desastre.
O documento solicitava que fosse imediatamente enviado ao local o rebocador Florianópolis. O comandante desconhecia que este rebocador estava encostado, condenado pela Capitania dos Portos.
Outro rebocador, de nome Lomba foi enviado. Às 12 horas um novo telegrama informava que a situação era crítica e que as máquinas já estavam paradas.

Às 19h30 o rebocador Lomba, abastecido de carvão, seguiu para Laguna. No comando o capitão-tenente Adalberto Cotrim Coimbra.
Também foi requisitado o rebocador Eolo, de Itajaí, comandado por Apolinário Brandão, que chegou à capital às 22 horas partindo em seguida para Laguna e levando a bordo o almirante Portilho Bastos; o comandante do porto, Manoel de Gouvêa Coutinho e Euzébio Machado, funcionário do Lloyd Brasileiro.

“O Eolo foi antes a Fortaleza de Santa Cruz, receber mangotes para serem aplicados às bombas e de lá seguiu para Imbituba, onde foi buscar uma chata da Companhia Lage e rebocá-la para o porto da Laguna”, diz o jornal O Estado, de Florianópolis, em sua edição de 25, dia seguinte ao encalhe.
Nesse ínterim, com as horas passando à espera dos rebocadores, as águas invadiram o porão da proa e o compartilhamento de máquinas do vapor.
 Rebocador Eolo, ancorado no Porto da Laguna, que veio de Itajaí para ajudar no resgate do Vapor Laguna. Acervo do autor.
Ao chegar ao local do sinistro para verificar sua extensão e abrir o inquérito marítimo, o capitão do porto Manoel de Gouvêa Coutinho e o almirante Portilho Bastos afirmaram ser possível o salvamento do navio, desde que os serviços começassem imediatamente.
O capitão do porto declarou preliminarmente que o acidente foi devido a imprevistos materiais e naturais.
Os serviços de descarga já haviam sido iniciados e também o desmonte de equipamentos para aliviar o peso da embarcação, que estava presa por quatro espias. Um guindaste a vapor foi providenciado e retirava equipamentos metálicos que vinham a bordo para a Companhia Carbonífera de Urussanga.

Proveniente de Florianópolis, a bordo do navio Max da firma Hoepcke Irmão & Cia, um dia depois chegou à Laguna, o comandante Carlos de Abreu para dirigir os trabalhos de salvamento do navio.

Com o mesmo objetivo, juntos também chegaram o maquinista Colombo Pires e o escafandrista de nome Luiz Hubert, cedido pela firma Lage & Irmãos. Este último profissional veio se juntar ao seu colega de profissão, escafandrista Athanásio Feijó, da Companhia de Melhoramentos da Barra da Laguna.
O Max também trouxe em seus porões uma bomba centrícula, ferros e uma espia.
O que parecia fácil e de rápida solução foi se tornando demorado, com opiniões divergentes quanto a métodos de salvamento.
O navio Laguna ancorado no cais do velho porto (imediações da Capitania dos Portos), todo embandeirado na Festa dos Navegantes, na década de 1910.
Um mês se passou
Passado quase um mês, no dia 20 de novembro, o jornal O Albor noticiava numa pequena nota que haviam retornado no dia 19 a Florianópolis pelo rebocador Lomba e pelo paquete Oyapock, respectivamente, o almirante Portilho Bastos e Manoel Gouvêa Coutinho, membros encarregados da comissão de salvamento do navio.

Na mesma edição, O Albor trazia estampada a informação de que havia chegado a Laguna o paquete Oyapock, de passageiros e mercadorias, da mesma companhia proprietária do Vapor Laguna, a Lloyd. Trazia a bordo uma nova comissão para continuar os trabalhos de salvamento do vapor Laguna. Vinha direto do Rio de Janeiro, designada pelo diretor do Lloyd Brasileiro, Buarque de Macedo.

A comissão era composta pelo inspetor de máquinas João Vicente da Cruz, pelo prático-mor José Antônio de Araújo e mais treze operários, entre escafandrista, carpinteiros, bombeiros e maquinistas.
Sobre o navio Oypock que havia chegado ao porto lagunense, O Albor se derrama em elogios, descrevendo que era elegante e luxuoso e que havia sido muito visitado durante a estada no porto. Era dotado de “intensa iluminação elétrica, inúmeros, espaçosos e higiênicos camarotes de primeira classe, uma elegante sala para senhoras e um vasto salão para refeições”.

Ao fim da nota, o editor aproveitava para ressaltar que os comerciantes da Laguna iriam se dirigir à diretoria do Lloyd Brasileiro a fim de que este navio substituísse o Vapor Laguna em viagens regulares Rio de Janeiro-Laguna. Com isso a publicação já demostrava que não havia mais esperanças de salvamento para este navio.
Ressalte-se que durante muitos anos a imprensa e comerciantes lagunenses também fizeram ampla campanha junto ao governo federal solicitando um rebocador permanente para o porto da Laguna. Nunca foram atendidos.

   Uma entrevista provoca protestos
Em sua edição de 22 de novembro de 1921, o jornal O Estado, de Florianópolis, trouxe uma entrevista com o contra-almirante Portilho Bastos, sobre o encalhe do Vapor Laguna com explicações sobre os serviços de salvamento que foram efetuados durante quase um mês.

Bastos preliminarmente conta à reportagem como recebeu a notícia do encalhe do navio Laguna e os preparativos que empreendeu para a viagem até Laguna. Depois narra as providências tomadas. É um verdadeiro relatório pormenorizado dos trabalhos efetuados, repleto de termos técnicos.
Julgo interessante reproduzi-lo aqui, em seus principais trechos, até para enriquecer esta pesquisa e melhorar o entendimento dos serviços de salvamento realizados, há quase cem anos, num navio encalhado na Barra da Laguna:

“Ali chegados, tratamos de melhorar o espiamento do paquete e demos começo à descarga de seus porões, serviço este já iniciado por bordo, com talhas patentes, visto que os guinchos para este serviço só podiam funcionar com vapor”.
Tratamos de procurar em terra e colocar a bordo uma caldeira e bem assim bombear a vapor para atacar o esgotamento preliminar, necessário neste caso.
Efetuada a descarga dos porões, com os dois mergulhadores, fomos conhecer da verdadeira situação do navio.
Para o aparelhamento do esgoto, retiramos uma bomba a vapor de 70 ton do rebocador “Eolo”; outra de 25 ton do paquete inutilizado “Paulo de Frontin”; outra de 25 ton da obra do porto e outra que requisitamos do rebocador “Florianópolis”.
O serviço foi coroado de excelente êxito, ficando inteiramente esgotado, com exceção do porão de vante onde existem os rombos.
Foram vedadas por meios diferentes as anteparas dos compartimentos estanques do porão de vante para as caldeiras e máquinas e assim, os da máquina para o porão de ré, como também a cravação do túnel da hélice, que passa por esse porão.
Depois de executar este serviço, verificamos existir no porão de vante 4 rombos, sendo um de 1m60cm de comprimento por 1m20cm de largura e os outros de 25cm mais ou menos; o maior está situado ao centro da braçola da escotilha a vante, junto ao pé de carneiro, e os outros a bombordo e dois a boreste.
Foram fabricadas duas camisas de colisão, feitas de lona nova, dobrada.
Depois da execução daqueles serviços, ficamos convencidos que precisávamos aliviar a proa do navio, parte em que está situado o porão, o qual permanecia cheio d’água, acompanhando o nível da maré e onde se apoiava, tendo pela parte interna uma pedra no maior rombo com 11 e meia polegada para dentro. Assim tratamos de retirar deste mesmo porão, três grandes tanques de ferro, que pelas suas capacidades, nos dariam um deslocamento suficiente, e mais setenta e três barris de óleo vazios, obtidos na estrada de ferro.
Aqueles tanques foram preparados com dois tubos, um suficiente para o seu completo esgotamento e outro para entrada de ar, os quais, um foi por nós colocados em posição conveniente, isto é, a boreste, à ré do porão, sendo que o outro das mesmas dimensões deveria ser colocado à mesma posição a bombordo e o terceiro à meia nau, por entre a ré do porão de vante, todos no mesmo porão já citado e assim os barris deveriam ser colocados, distribuídos convenientemente atracados ao fundo do porão por meios de cabos nos pés de carneiro.
Ordens foram dadas para que as amarras, ferros, paus de carga, enfim, todo peso existente à proa fosse retirado de bordo ou passado para a ré do navio.
Dois foram os ensaios feitos para esgotar o porão das máquinas e caldeiras, os quais deram excelentes resultados tendo-se esgotado até abaixo dos estrados e daí não baixando mais. Assim deixou-se equilibrar o navio sobre o fundo.
O porão de ré, assim como os compartimentos para ré, depois de esgotados foi mantido com pouca água, pois era isso de toda conveniência”.

No final do texto, no último parágrafo, o contra-almirante informava que essa foi a situação deixada à nova comissão que havia sido enviada pelo Lloyd Brasileiro à Laguna para assumir a continuação dos trabalhos.

Encalhado sobre pedras?
De tudo o que foi dito, do extenso relatório técnico bem produzido e publicado no jornal O Estado, o que causou indignação e revolta às autoridades e imprensa lagunense, levantando os ânimos críticos, foi uma afirmativa logo no começo do texto: a de que o paquete Laguna estava “encalhado sobre pedras existentes no banco da entrada da barra”.
Eis um tema que despertava paixões, uma invenção maldosa que já vinha de alguns anos, parecendo ser até uma campanha orquestrada, se dizia, para desqualificar a barra da Laguna e prejudicar seu porto. Hoje falaríamos, utilizando uma expressão atual, tratar-se de uma fake news.
O tempo realmente mostrou que nunca existiu naquele local um obstáculo em forma de pedra ou laje.
Na verdade, o encalhe do Vapor Laguna se deu após a transposição do banco de areia, já dentro das águas da barra, por um problema mecânico, o encalhando desgovernado nas pedras do costão da Ponta da Barra.

Na edição de 4 de dezembro, em forte editorial com o título “Respondendo”, o jornal lagunense O Albor comprou a briga e contestou a tal afirmação do almirante:

“Custa-nos a crer que um oficial da nossa Marinha de Guerra, com a responsabilidade que lhe devia pesar os assuntos hidrográficos da nossa costa, tivesse a facilidade de incorrer em tamanho deslize profissional.
Ora, todo o mundo sabe que o banco existente em nossa barra sempre foi constituído simplesmente por camadas de areias móveis, que ora se deslocam para a direita, ou para a esquerda; daí o se constatar que hoje a barra está para o sul, e amanhã para o norte.
Também, é do conhecimento de todos que à proporção que o molhe tem avançado para o mar, o banco da nossa barra vai recuando para fora, o que fica exuberantemente provado não existir rochedo algum no banco da nossa barra e sim que ele é constituído por camadas arenosas que se movem ao léo das correntes marítimas e das águas do Rio Tubarão.
Em resumo: o “Laguna” não bateu em pedra alguma no banco, porquanto no banco não há pedra”.

   Divergências
Houve desde o início dos trabalhos, divergências entre os técnicos e os chefes da comissão de salvamento do Vapor Laguna.
De acordo com a Revista Santelmo, publicação editada na Laguna por Lucas Bainha, em sua edição de nº 1, de 1º de janeiro de 1922, o resgate da embarcação, encalhada em 21 de outubro, poderia ter sido efetuada até o dia 2 de novembro, já que o mar até a esta data manteve-se calmo.
 Vapor Laguna dois meses após seu encalhe, já sem a chaminé, sendo desmontado.
Foto: Acervo do autor.
Após esta data “caiu forte vento nordeste, a barra engrossou e o navio começou a ser fustigado pelas ondas, alargando o rombo produzido pelo mar”.
A revista também afirma que o escafandrista Athanásio Feijó propôs que o único meio para salvar o navio “seria o emprego de flutuantes: pipas, balões, etc”. Também sugeria que não era possível tapar os dois buracos da embarcação porque em cada um havia a ponta de uma pedra “que devido aos movimentos do navio estavam em constante movimento, crescendo e aparecendo outros”. Os encarregados não lhe deram ouvidos.

Uma quadrinha zombeteira
Na mesma edição alguém usando o pseudônimo Nico, publicou umas quadrinhas com o título “Roça no mar?” zombando da situação do navio. Fez uma troça, como então se dizia:

Chamar ao “Laguna” roça?!..
É coisa de algum brejeiro
Mas, ainda mesmo de troça
Convém mais, ser verdadeiro.

No mar, que o arrecife coça,
Há pescado, há pesqueiros,
Navios que sem deixar mossa.
O cortam, belos, ligeiros.

Em nobres fins, diferentes
Barras por abrir, fechar...
Náufragos de suas correntes...

Para as medir - comissões,
Como também de salvar...
- Com faces de tubarões.

Em sua edição de nº 3, a Santelmo lamenta que os serviços de resgate no navio Laguna estavam parados:

“Tivemos sempre um pouco de esperança enquanto víamos prosseguir os trabalhos para o seu salvamento, mas, agora que tudo está paralisado, foram-se, também, as nossas esperanças, não só de vermos novamente aquele belo paquete cortar as águas da nossa baía, como também a de ver outro paquete substituí-lo”.

Proposta de salvamento recusada pelo Lloyd
Em outro trecho da mesma reportagem somos informados que uma proposta de salvamento da embarcação, feita por um conhecido industrial da Laguna, havia sido recusada.

“Parece-nos que o Lloyd Brasileiro tem interesse que o Laguna não seja salvo, porquanto sabemos que se recusou a aceitar a proposta do sr. Arcângelo Bianchini. Que prejuízo podia ter o Lloyd em aceitar essa proposta? Nenhum”.

Bianchini era um forte industrial de nossa cidade, construtor do cais de granito em forma de elipse do velho porto, da grande murada de pedra do cemitério da Irmandade e da construção do prédio do então Grupo Escolar Jerônimo Coelho, inaugurado em 1912, entre outros empreendimentos de vulto.
   
  O fim
A mesma revista em sua edição nº 5 do mês seguinte, 28 de fevereiro, trouxe a triste notícia final: “O vapor Laguna vai ser abandonado por se tornar impossível o seu salvamento”.
 De fato. Os dias se passaram formando inexoráveis meses e anos. Nem a primeira ou segunda comissão de técnicos para salvamento do navio conseguiram resgatá-lo.
Retirada a maior parte de suas peças e casco de madeira lá ele ficou depositado. Seu esqueleto, carcomido pela maresia e indiferença dos homens desapareceu sob as águas do mar grosso.
Ficou sua história e o seu passado glorioso de viagens idas e vindas entre o Rio de Janeiro e Laguna. Ficaram suas fotografias em preto & branco, amareladas pelo tempo que a tudo corrói e tudo consome.

10 comentários:

  1. Já tinha visto está foto em algum lugar mas não sabia da história desse navio. Parabéns pela pesquisa.
    Geraldo de Jesus

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  2. Bela história. Mais uma de um naufrágio em Laguna. Já dá um outro livro.
    Edison de Andrade

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  3. Valmir o Arcangelo Bianchini era meu bisavo por parte dos Paganis. De fato ele construiu o cais do porto central o Jeronimo Coelho um outro semenhante em Tubarao acho que o antigo Ana Gondin e a primeira reforma da Estrada do Rio do Rastro. Agora a muralha do ceminterio da Igreja Matriz nao foi ele. O engenheiro da obra foi o Dr Colombo Sales. Alias o meu avo Alexandre Pagani foi quem ensinou o Dr. colombo de como deveria ser feita a dita muralha. Palavras estas ditas para mim pelo Dr. Colombo, disse que foi uma liçao de engenharia dada pelo meu avo. Um abraço.

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  4. Caro Valmir, Parabéns pela bela matéria.
    Aproveito para te questionar se terias alguma foto do "Vapor Santo Antônio" que pertencia ao meu bisavô - o lagunense Teotônio Baptista - e fazia a rota Rio de Janeiro-Laguna-RJ, trazendo mantimentos para a cidade. Abraços. Henrique.

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  5. Valmir... boa noite!
    Desta vez você foi realmente longe no tempo, buscando um evento ocorrido a quase um século, já que em 21/10/21... próximo ano completa 100 anos. Como tenho muito interesse na História da Laguna, nos eventos que tiveram impacto no seu dia a dia ou de certa forma na sua gente, sempre busquei informações sobre o naufrágio do navio Laguna que era na época muito “querido” por todos lagunenses, pelos motivos que você muito bem apresentou. Mas, não fui muito feliz nas minhas pesquisas e mesmo tendo meu sogro o Sr. Luiz Nicolazzi Junior (seo Lulu, que faleceu em 02/01/2018 com 102 anos de idade e com uma memória muito boa), algumas vezes comentado comigo que na ocasião tinha uns 6 ou 7 anos e ainda lembrava deste evento que teve grande impacto na cidade. Segundo ele, por muito tempo o pessoal fez “romaria” até os molhes para acompanhar os trabalhos... que para alguns entendidos tinha algo estranho, como a antiga prática de “acidentar” as embarcações já bem velhas (no caso do Laguna com 30 anos), para receber o seguro do navio e muitas vezes também o da carga a bordo. Entretanto, acabou prevalecendo que foi realmente um acidente ocorrido logo após o barco já ter adentrado o canal... e neste momento terem se rompido as correntes (gualdrope) fazendo com que não tivesse mais o leme sob comando, provocando rapidamente o encalhe nas pedras. Na sequência os esforços (!!) para salvar o navio, segundo sua excelente explanação... é que são duvidosos, visto os erros cometidos, assim como, o aparente descaso da companhia proprietária (Lloyd Brasileiro).
    Nota – com relação a bomba a vapor que foi retirada do paquete inutilizado “Paulo de Frontin”, meu sogro também comentava ser um navio velho e abandonado que estava ancorado no cais, próximo onde hoje é o Supermercado Angeloni. Este navio já não tinha mais a máquina e demais elementos de navegação, estando apenas o casco flutuando e servindo de trapiche para os pescadores locais. Entretanto, nos anos 30 quando começou a ser construído o porto de Imbituba, este navio foi comprado e seguiu rebocado para após ter sido carregado com pedras, ser afundado para servir de base para o cais do porto de Imbituba, que já tinha uns quatro navios sendo utilizados para a mesma finalidade.... mas, isto já é outra história.
    Grande abraço do seu amigo de Joinville – SC (Adolfo Bez Filho)

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  6. Valmir, primeiramente meus parabéns por mais uma aula. O que se nota, é que a entrada da boca da barra, deve ter além dos banco de areia, pedras, é uma "cabeça de burro enterrada".

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  7. O seu Valmir é fora de série. Esplêndido

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  8. Parabéns por essa linda aula.Somos apaixonados por Laguna e suas ricas histórias, mas precisamos de alguém culto e informado que nos atualize de nosso passado. Novamente parabéns e muito Obrigado.

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  9. O comandante e o chefe de máquinas eram tio-avós do meu pai, tenho fotos deles pequeninos e vou acrescentar sua brilhante pesquisa ao livro de histórias da nossa família.

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