O leitor já deve ter observado, que administrar uma cidade hoje em dia é um
imenso projeto, feito de centenas de outros projetinhos.
A gente fala em problemas pontuais e lá vem sempre a desculpa:
- Estamos elaborando um projeto para resolver.
Assim mesmo, tudo dito e escrito no gerúndio.
Assim mesmo, tudo dito e escrito no gerúndio.
É projeto pra isso, é projeto pra aquilo, até para decidir
os problemas mais triviais. Nada mais se faz sem antes praticar doutos estudos jurídicos sobre o tema e com pareceres de tais e tais órgãos.
Querem tapar buracos nas ruas? Vamos fazer um projeto.
Querem instalar abrigos para passageiros de ônibus? Estamos
elaborando um projeto; Canteiros com flores? Projetos mil; bancos em praças? Projeto pedindo verba.
Arrumar o telhado da Casa de Anita? Estamos aguardando a
aprovação do projeto; Restauração Casa Candemil- Arquivo Público? Projeto em
andamento; Higienização, catalogação e escaneamento do acervo? Projeto está em
Brasília.
Substituir um bueiro quebrado? Estamos estudando sua viabilidade
e vai ser preciso um projeto. Trocar uma placa de sinalização? Aguardem o
projeto; Semáforos? Projeto; Câmeras de Segurança? Projeto; Arrumar os Molhes?
Temos um projeto grandioso para lá; Pintar a estátua de Nossa Senhora da Glória?
Projeto escolhendo a tinta; Limpar e iluminar os pontos turísticos e monumentos? Projetos
aguardando aprovação, e assim por diante.
Antigamente não tinha nada disso e problemas triviais de uma
cidade rapidamente se resolviam com um pouco de vontade e trabalho.
É bem por isso que a coisa não anda, que a máquina emperra.
É muita burocracia, às vezes por nada.
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