terça-feira, 18 de setembro de 2012

E a Laguna não fica com nada?

Por conta das obras da ponte que vão acontecer em Cabeçuda, na BR-101, equipe do Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia (Grupep) da Unisul há algumas semanas realiza escavações no sambaqui daquela localidade.
Até o momento onze esqueletos, artefatos líticos e adornos foram encontrados numa pequena área onde ficará o 10º pilar da nova ponte.
Calcula-se em 4 a 5 mil anos a idade deste sambaqui, um dos mais ricos da região.

Reportagem da sempre atenta Amanda Manger, estampada na edição de hoje do jornal Diário do Sul, aborda o assunto.
Sabemos que esse tipo de salvamento é realizado – e exigido por lei – quando existem obras que impactam um sítio arqueológico, como pontes, túneis, rodovias, barragens e lagos.
Sabe-se que do sambaqui de Cabeçuda já foram retirados muitos materiais e mais de 300 esqueletos em escavações anteriores. Onde foram parar? Onde estão? Para onde foram levados?
O que também chama a atenção na matéria do DS é quando salienta que “Todo o material retirado do local será levado para o laboratório do Grupep, na Unisul, em Tubarão”.

E aí fiquei matutando com meus botões: e a nossa cidade não fica com o material para futuras exposições à população? Afinal o sambaqui está situado na Laguna.
A verdade é que há muito tempo deveria ter sido criado em nossa cidade um Museu do Sambaqui, que constituiria em mais uma atração histórica, cultural e turística de grande monta, além de preservar a história de nossos antepassados, dos primeiros habitantes que aqui chegaram e viveram.
Mas os governantes parecem não se interessar pelo assunto.  Vejam vocês quanto material dos nossos sambaquis foi e continua sendo levado daqui.
E ninguém diz nada, ninguém fala nada, não há um protesto, uma reivindicação pelo material escavado, como se fosse normal levar da nossa cidade as descobertas.
Alô, alô prefeito, alô, alô vereadores, alô, alô Iphan, o que dizem? Fica por isso mesmo? Não vamos reivindicar o material retirado?

Para ler a matéria do DS basta clicar em:

2 comentários:

  1. Valmir, que coisa triste isso. Não dá pra acreditar cara. Um grande abraço e obrigado pelas informações.
    Gero Perito

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  2. Infelizmente ainda não temos um representante que possa fazer algo para Laguna, e que estamos perdendo uma parte de nossa história. Porque não expor no museu?

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