segunda-feira, 8 de abril de 2013

Vale somente o tal do QI (Quem Indica)

Quando vejo alguém assumindo um cargo completamente estranho a sua formação, fico pensando com meus botões: como pode? Falta no mínimo bom-senso e autocrítica do indicado e também de quem o indicou.
Na iniciativa privada isso é praticamente impossível. Sem experiência ninguém é contratado, há que se entrar até como estagiário e galgar degraus, aprendendo. Ou passar em concursos, o que muita gente não consegue, porque não quer estudar.
Aliás, há mais de cem vagas nas obras da ponte, mas a grande maioria quer é uma boquinha numa prefeitura. Dá mais status, sabe? E é somente meio expediente. Na verdade estão a procura de cargo não de serviço.

Sujeito assumir um cargo de primeiro escalão seja ele no âmbito da administração municipal, estadual ou federal, sem entender bulhufas do que vai assinar, do que vai conversar com técnicos da área e decidir, é muita ousadia. Mas é o que mais acontece por aí.
E não me venham com aquela historinha de que se ele for bem alicerçado, se estiver bem assessorado, vai se dar bem. Prosódia. Conto da carochinha, papo furado. Não vai se dar bem não! Vai ser, no mínimo, um joguete, um pau-mandado, um sim Senhor! E os resultados vão sobrar para alguém, principalmente a população.

Por exemplo:

Um político (ou não) que não entende nada de educação, que não sabe o que é a Lei das Diretrizes Básicas da Educação - LDB, que não sabe o que é um sala de aula, que não manja da relação docente-discente, que não leu o Plano Nacional de Educação, que não sabe o que foi o pó-de-giz, não pode se dar bem.

Um político (ou não) que não entende nada da Saúde, que não é da área, não tem perfil nem curriculun, que mal sabe diferenciar um melhoral de uma cibalena, não pode se dar bem.

Um político (ou não) que não entende nada de engenharia, não sabe ler um projeto, não sabe argumentar com um ajudante de pedreiro quanto vai de cimento e areia, um cálculo estrutural, o que é sustentabilidade, o que é mecânica de solos, não pode se dar bem.

Um político (ou não), que assuma uma pasta de cultura, mas que não conhece pessoas ligadas á área, nunca participou de um lançamento de livro, desconhece atores e grupos teatrais, músicos, artesãos, folclore, é alheio, em suma, a história da cidade, não pode se dar bem.

Um político (ou não) que assuma, junto com assessores, uma pasta de turismo, mas nunca viajou, não conhece outras paragens, nada organizou em entretenimento, nem almoça fora ou participou de uma reunião do setor, não pode se dar bem.

Que o leitor me desculpe, mas sou pragmático. Cada macaco no seu galho. Pode até ser indicado, faz parte do processo político, infelizmente neste Brasil varonil, mas tem que ser dentro de seu metiê. Fora disso é improvisação, é acomodação de apaziguados.

Além do mais, por todos os atos, decisões ou ausência delas, tomados por subordinados quem deve responder e assumir responsabilidades, é quem foi eleito para governar. Foi nele em quem votamos. Não escolhemos assessores de primeiro, segundo ou terceiros escalões. Não vale transferir culpas, buscar culpados. E desculpas já ouvimos muitas nos últimos anos, votamos por mudanças.

Evidentemente hoje em dia vale exclusivamente o tal do QI (Quem Indica) e quase que exclusivamente a filiação partidária e votos arrecadados.
Há muitas exceções por aí. Mas o tal do QI é o que conta. Tristemente.

5 comentários:

  1. Caro Valmir, fora as indicações tipo "cala a boca" ou "boca alugada" estas sim estão cheias por todos os reinos, paragens e sítios. Em tempo não gostei da foto do blog, prefiro a anterior, mas continuo seu seguidor risos forte abraço

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  2. Valmir,

    não seria sustentação no lugar de sustentabilidade?

    Atenciosamente;

    Renan Silveira Abreu

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  3. Prezado, agradeço a leitura, mas a palavra é sustentabilidade mesmo.
    Engenharia de sustentabilidade:
    Conceito: Gestão de Recursos Naturais que tem como objetivo administrar os recursos naturais de forma inteligente, de tal forma que se tenha progresso sem agredir o meio ambiente, buscando o desenvolvimento sustentável de uma organização.

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  4. Meu caro, nada impede que o termo sustentação também fosse utilizado no lugar. O sentido seria outro, mas não fugiria do tema.

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