domingo, 19 de julho de 2015

Nota de falecimento+

Faleceu na manhã deste domingo, o músico Antônio Souza (Catarina), aos 94 anos.
Corpo está sendo velado na sala mortuária da funerária Santo Antônio dos Anjos (ex-Cine Roma), avenida Colombo Machado Salles, e sepultamento vai ocorrer amanhã, 20, segunda-feira, às 10 horas.
Sentimentos aos familiares e amigos.

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Reproduzo abaixo, escrito publicado aqui nesta página há cinco anos, em homenagem ao “seu” Catarina, inclusive com uma foto dele que fiz ali no Jardim Calheiros da Graça:

Catarina: no batuque do samba
Na certidão de nascimento está registrado como Antônio Souza, nascido lagunense em 18 de maio de 1921, mas se alguém procurar pelo nome, dificilmente o encontrará.
É conhecido como “Catarina”, alcunha carinhosa recebida do amigo de saudosa memória João Juvêncio Martins, o João “salame”. Era aposentado do porto e trabalhou também no Colégio Comercial Lagunense.
Em 2010, no Jardim Calheiros da Graça

Começou cedo no samba. Jovem tocava na bateria da Escola de Samba Brinca Quem Pode, da Roseta, mas morava no morro, bem ao lado da sede da Escola de Samba Mangueira.
Não deu outra. Virou mangueirense, tocando pandeiro, instrumento que igualmente executava no famoso bloco CACARECO, de “seu” Íris, do bairro Magalhães.

Depois, com a cisão, foi um dos fundadores da Escola de Samba Vila Isabel, em 13 de maio de 1958, cuja sede, em princípio, foi em sua casa, nos altos da rua Júlia Nascimento, no Morro da Nalha, e depois construída num terreno ao lado. Hoje a sede da Escola está situada na rua Osvaldo Aranha.
Tocou a primeira cuíca no ano de 1970, emprestada por Manoel Fortes, no bar e restaurante Monte Carlo, palco de gloriosas serestas e rodas de samba. Não parou mais. Foram tantos carnavais...
Foi trompista da S.M. Carlos Gomes de 1937 a 1977; e S.M. União dos Artistas, de 1977 a 1982.
"Seu" Catarina, com sua inseparável cuíca, no quintal
de sua casa, nos altos do Morro da Nalha, em 1996. 
Jornal Tribuna Lagunense
Integrou também, por mais de 30 anos, o Regional da Glorinha, tocando reco-reco.
Em 2004 foi tema-enredo da Escola de Samba Vila Isabel.
Em 2010, o "Embaixador do Samba" como "seu" Catarina foi denominado, foi homenageado na 29ª Semana Cultural da Laguna, inclusive com uma Noite de Seresta.

Casado com dª Maria do Carmo, companheira sempre presente em todos os momentos de sua vida. O casal teve seis filhos: Álvaro - o Vavo, já falecido -, Mário (Marecha), Antônio José, Neusa, Marilda e Maria Aparecida, que herdaram o batuque nos pés, o samba no sangue e o amor à Vila Isabel no coração.

Hoje, aos 89 anos (idade da época que fiz a reportagem), está afastado dos desfiles. Mas sua paixão pela música, pelo samba continua, me confessou quando o encontrei ainda semana passada, sentado em um banco do Jardim Calheiros da Graça, acompanhado de suas filhas. E  fotografei com carinho este velho sambista da nossa Laguna que merece os aplausos do público.

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