Ele nasceu no
bairro Magalhães, em 23 de julho de 1929, e com apenas um ano de idade veio morar
no bairro Roseta (atual Progresso) onde reside até hoje.
É filho de Zoê
Fernandes de Souza e João Ranulfo de Souza. Seu pai trabalhava nas obras da
empresa Cobrasil, que construiu os molhes da nossa Barra.
Futebol lagunense
Nelson João de
Souza, ou Nelson Dedinho, como é carinhosamente chamado e conhecido, desde
criança era apaixonado por futebol.
O apelido de uma
vida toda veio do avô que lutou na Guerra do Contestado e nas escaramuças
perdeu um dos dedos da mão. O apelido se estendeu aos descendentes.
Foi estofador na
fábrica de móveis do “seo” Antônio Teixeira, ali na antiga Praça da Bandeira,
hoje República Juliana, defronte ao Museu Anita Garibaldi.
Trabalhou ao
lado de Hélio Pereira (de quem aprendeu os macetes da profissão), de Jucemar
Pinto, Otávio dos Passos, Alberto Guedes (Dudu, meu tio), Luiz Guedes e Orlando Carvalho.
Aos 12 anos já
tinha organizado um time em seu bairro: o Rua da Frente F.C.
Aos 15 já estava
disputando o campeonato juvenil, pelo Fluminense, do Campo de Fora.
Com 20 anos, em
1949, fundou o Bangú, time filiado à Liga Amadora Lagunense de Futebol (Lamal).
Dois anos depois
já jogava como aspirante no Flamengo de nossa cidade, arquirrival do Barriga
Verde F.C. Logo tornou-se titular da agremiação. Foi a primeira vez que calçou
um par de chuteiras.
Flamengo F. C. em 1951: Em pé: João Júlio Oliveira, Walter, Jupy, Tyrone, Barrica, Barbacena, Fernando e Batista Abrahão. Agachados: Jairo, Dario, Nelson, Neri e Nelson Souza (Dedinho). |
Em 1952
transferiu-se para Criciúma, vestindo as camisas dos times Boa Vista e depois do
Próspera, com contrato assinado. Ficou pouco tempo logo retornando a nossa cidade
natal. Foi jogar no Vasquinho do Magalhães. Braz Barreto, presidente do time
lhe escalou para jogar de zagueiro, posição que iria atuar dali em diante.
Sagrou-se campeão amador da cidade em 1953.
Formou
dupla de zaga com Jupy Viana
No ano seguinte
ingressou novamente no Flamengo, formando dupla de zaga com Jupy Viana, de
tantas alegrias. Júlio Marcondes de Oliveira era presidente do time.
Nelson (Dedinho) João de Souza. |
Encerrou sua
carreira futebolística em 1957, numa memorável partida contra o Barriga Verde
F.C.
Foi quando o
Flamengo findou suas atividades, com o campo de futebol onde jogava sendo
cedido ao governo do estado para construção do Conjunto Educacional Almirante
Lamego (Ceal).
Em sua opinião o melhor jogador que presenciou foi Élcio Bianchini: - “Um craque, tinha uma classe com a bola, jogou pelo Barriga Verde depois foi para o Figueirense. Aliás, os três jogadores do Barriga Verde que ainda estão vivos são o Élcio, Dalmo Faísca e Darci Corrêa”.
Em sua opinião o melhor jogador que presenciou foi Élcio Bianchini: - “Um craque, tinha uma classe com a bola, jogou pelo Barriga Verde depois foi para o Figueirense. Aliás, os três jogadores do Barriga Verde que ainda estão vivos são o Élcio, Dalmo Faísca e Darci Corrêa”.
Álbum de figurinhas de futebol
Em tempos de
Copa do Mundo e de álbum de figurinhas com jogadores internacionais, também
tivemos o nosso álbum, regional. A foto do “seo” Nelson, de nº 77, foi estampada
no disputado “Álbum Balas Esportivas”, cujas figurinhas vinham embrulhadas na
Bala Seleções, de 1951, ao lado dos companheiros daquela época, para toda a posteridade.
É casado com dª
Selma (Flamenguista) e seu filhos são Gelson Luiz, Ronaldo Luiz, Nelson Magno,
Paulo Roberto, Magda Regina e Sayonara.
E antes que eu
me esqueça, o “seo” Nelson é Internacional.
Prestes em
completar 89 anos, no próximo mês de julho, “seo” Nelson possui uma excelente
memória e a sabedoria que só o tempo pode dar. Relembra com exatidão partidas
de outrora, resultados, nomes de times e jogadores, conta “causos”.
Autor de hinos, coralista e professor de
religião
É um verdadeiro álbum
vivo de recordações não apenas do futebol lagunense, mas sobre a origem do
bairro onde sempre residiu, das primeiras famílias, da música, da religião.
Foi professor de
Ensino Religioso na Escola Comendador Rocha, tendo composto o Hino daquele
estabelecimento escolar.
É também autor
do Hino à Nª Sª Auxiliadora, padroeira do bairro Roseta (hoje Progresso).
Durante muitos anos integrou o Coral Santo Antônio dos Anjos, desde sua criação, em 1948. Foi ministro da
Eucaristia.
É autor de um
livreto contendo um “Histórico da Capela Nossa Senhora Auxiliadora”, que bem
merece uma reedição patrocinada.
A avó paterna do
“seo” Nelson, Tomazia Altina de Souza, vinda de Imaruí em 1928, passou a
residir no Morro da Roseta, no final do Campo de Fora, onde ministrava aulas de
catequese. Juntamente com as religiosas Nail Ulysséa e Maria Cabreira, e do
padre Bernardo Philippi, encetaram vitoriosa campanha para aquisição de uma
casa que servisse de primeira capela do bairro, o que foi feito.
“Seo” Nelson
anos depois seguiu os passos religiosos da avó, sendo tesoureiro e presidente
da Comissão Diretora da Igreja Nª Sª Auxiliadora.
Foi o
responsável, juntamente com sua diretoria, pela aquisição de terrenos e
construção do Salão Social de Convivências, ao lado da igreja, e inaugurado em
1º de maio de 1985.
Merece ser homenageado
Nelson João de Souza
(Dedinho). Eis um cidadão lagunense que há muito tempo está a merecer
homenagens da nossa sociedade, através de seus representantes. Afinal foram
anos de serviços prestados principalmente na área cultural, em prol de uma
Laguna melhor.
Que a Fundação
Lagunense de Cultura na próxima Semana Cultural, faça essa homenagem; ou quem
sabe, através da Câmara de Vereadores.
Parabéns por contar sobre Nelson dedinho. Realmente um craque do passado, pessoas simples, boníssima. Aposto que muitos não conhecem sua história.
ResponderExcluirEdison de Jesus
Parabéns Valmir, e que os senhor Nelson "Dedinho" tenha o reconhecimento merecido.
ResponderExcluirSão pessoas assim quem merecem ser homenageadas mas eles só lembram de politicos e de seus interesses. Gente em cargos comissionados que não entendem nada de cultura.
ResponderExcluirJosé de Abreu Andrade
Merece todas as homenagens meu pai. Quanto orgulho de ser sua filha, de trazer comigo seus ensinamentos. Obrigada Valmir. Sayonara
ResponderExcluirEsse é meu pai. Homem simples, de poucas palavras, que conseguiu criar seis filhos com toda a dificuldade dos anos 60 e 70, e que muito fez pelo bairro onde morou praticamente toda sua vida. Parabéns pai. Obrigado Valmir, pela homenagem.
ResponderExcluirJuntamente com Don Gregório foi fundador do Coral Santo Antônio em fevereiro de 1948. Luís Eduardo Ulysséa Rollin
ResponderExcluirQue lindo, Valmir. Amei. Tomara que seja feita a devida homenagem na Câmara dos Vereadores como " Cidadão Lagunense". Seu Nelson merece. Silvana Guedes.
ResponderExcluirParabéns pela matéria sobre este grande senhor! Merecida homenagem
ResponderExcluirGrande orgulho desse meu mano!
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