No seminário realizado semana passada, o Iphan da
Laguna elaborou e apresentou um parecer técnico sobre o caso do Sino do Museu
Anita Garibaldi
No documento, elaborado por Liliane Monfardini, a não substituição do
sino é enfatizada, frisando que o contrário irá ocorrer uma caracterização de
um falso histórico.
Diz
ainda o documento, de acordo com o site da prefeitura, "que o objeto roubado possui um valor simbólico para a população
lagunense. O sino não se trata de um bem tombado, pois não fora mencionado em nenhum
momento no processo de tombamento".
"A instalação de um novo sino, semelhante ao
anterior induz ao esquecimento do roubo do sino, que deve ser reconhecido e
lembrado por todos como uma ação educativa, sobre a perda de bem com valor
simbólico e afetivo, que remetia aos usos e atividades cotidianas do
passado", afirmou a técnica do Iphan.
O Iphan apresentou duas opções:
1 – deixar a sinaleira vazia pelo impacto visual que
ela causa, de sensação de perda. Instalar na lateral da sineira uma placa com a
informação sobre a história do sino, sua função no período colonial e que, atualmente,
o espaço da sineira está vazio em memória do último sino roubado.
2 – mas, se realmente, a população acha necessário
incluir um novo sino, que o mesmo seja uma obra composta por outro material e
desenho, com data de fabricação, de maneira a deixar claro para qualquer
visitante, que se trata de um novo sino em substituição ao anterior. Uma placa
informativa sobre este novo objeto e o fato ocorrido sobre o roubo do sino.
Não entendi a afirmação de que o sino não é um bem tombado.
Pode até não ter sido explicitado, ou não constar em documento, mas se o prédio
o foi, por que a sineira e o sino não o seriam? Não fazem parte do conjunto, assim com as
telhas e aberturas?
Aliás, muita gente não sabe, mas o edifício, considerado um dos mais importantes da arquitetura
luso-brasileira no sul do Brasil, foi tombado como Patrimônio Histórico
Nacional em 5 de março de 1954, sendo um dos relatores do documento o poeta
Carlos Drummond de Andrade.
A segunda opção que o Iphan apresentou sobre o caso do sino coincidiu com a mesma
sugestão que apresentei aqui dia 14 último, dias antes do tal seminário. Simples questão de bom senso, penso eu.
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