quinta-feira, 14 de junho de 2012

A gente entende (II)

De vez em quando sinto falta de comentários de algumas pessoas que, no passado, tanto se manifestavam criticamente aqui no blog e em conversas por aí, pessoalmente ou em redes sociais na internet.
Estranho as ausências, as lastimo, mas fazer o quê? Penso que às vezes a gente acaba ferindo sem querer algumas suscetibilidades. Ossos do ofício.
A verdade muitas vezes machuca e hoje em dia expor incoerências, mostrar veias e intestinos é o que mais atazana a vida e a consciência de muitos.

Mas aí vem um amigo, chega outro na rua e me fala que fulano ou sicrano não é mais o mesmo, transformou-se, metamorfoseou-se. Quase não é mais visto, vive calado, não entra mais em divididas, nem tem mais opiniões sobre nada.
E por qual motivo?

Aí vem a explicação: é porque o fulano ou sicrano está à espera de fechar um negócio (ou até já fechou) com algum político; ou então assumiu um cargo qualquer; ou está de mãos dadas com um candidato a prefeito ou a vereador às próximas eleições. Em suma: está de rabo preso.

Às vezes acontece justamente o contrário. Sujeito não tolerava nenhuma crítica ao seu “chefinho”, a quem só elogiava, afirmava que estava tudo a mil maravilhas na Laguna cidade em que não via problemas, se manifestava em redes sociais tornando-se raivoso advogado de defesa de alguns políticos.
De repente muda de posição e passa a criticar atos e fatos da cidade. Há quem estranhe a súbita mudança de atitude.
Eu não. Quando isso acontece logo entendo e mato a charada. É que o sujeito deve ter recebido um vergonhoso pé na bunda.
E é dito e feito, fato logo comprovado.

Pois é isso aí. Um cargo para si ou para um filho, um patrociniozinho aqui outro ali ou um dinheirinho extra, operam verdadeiros milagres. Mandam às favas a consciência.

Já o disse aqui há meses que a gente entende a mudança de certas posições. De ativo a passivo ou de passivo a ativo. Questão de gosto, evidentemente.

3 comentários:

  1. Coisas de cidade pequena, caro amigo, lembra que comentei com voce tempos atras, numa pequena cidade onde mais de 60% vive do erário, seja ele municipal ou estadual, entendemos o silêncio. A falta de oportunidades nas áreas privadas fomenta este muro de berlim virtual.

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  2. Há falta de oportunidades,sem dúvida, mas também existe acomodação. Muitos querem emprego, não serviço. E todos querem cargos.

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  3. Caro Valmir, outro dia potei isso no meu facebook, hj as pessoas seguem tendencia, e como vc falou: estão acho que quietos pra ver que tendencia seguir, o que melhor lhe convier...
    " _ Caros amigos:
    Sei que acima de qualquer coisa, o cidadão pode manifestar sua vontade, sua tendência política, pq agora é assim né, a maioria das pessoas não são mais partidárias, e sim, elas seguem tendências.(repito a maioria, não são todas) Igual a moda, hj segue um estilo, daí não era como queria que fosse, então amanhã segue outro. Tá dificil entender, ou melhor nem tentem, pessoa x que na úl...tima eleição, estava no lado oposto da pessoa y, pq naquela época a tendência era outra, hj x e y no mesmo lado, no palanque de ontem não valiam nada, hj são parceiros, é pq os oposto se atraem ou falando em moda hj a tendência é outra, o que valia há 4 anos atrás não vale mais hj? Não se tem mais ideologia política, hj o que acontece são ideologia de interesses? Espero que vença a ideologia de interesse do cidadão, o interesse para a melhoria de nossa cidade, que se forem para um lado ou outro, para o lado que for que faça o bem comum."

    Um abraço
    Cláudia

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