sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Policial Militar da Laguna salva jovens de afogamento

Era para ser um passeio tranquilo para apreciar o mar, tomar um banho e se refrescar com a família, num dia quente. Mas em poucos segundos a calmaria virou desespero quando a adolescente A. de 16 anos e seu irmão T. 21 anos foram arrastados pela correnteza nas imediações da praia do Iró, na tarde desta quinta-feira (19). 

Uma guarnição da Polícia Militar, que passava nas proximidades, viu a movimentação e os pedidos de socorro. O irmão, que acompanhava a garota, não conseguiu salvá-la e acabou sendo levado pelas ondas.

Soldado Luiz Felipe Guedes 
acompanhou as vítimas até o hospital. 
O soldado Luiz Felipe Guedes Paines de Almeida entrou no mar, com o uniforme, retirou apenas seus equipamentos de trabalho (colete, cinto de guarnição e armamento) e não perdeu tempo em pensar muito. "Tive que agir rápido", contou.

Ainda fardado nadou até uma das vítimas, um homem de 21 anos, já próximo a um banco de areia, e prosseguiu o salvamento até a adolescente de 16 anos.
Um fraco vento nordeste prevalecia na tarde deste dia 19, com o mar agitado, a correnteza afastava a jovem cada vez mais da praia. 

Na areia, a torcida era grande. Uns olhavam com lágrimas nos olhos, outros gritavam mostrando para onde a força das ondas levava a jovem. A ação demorou 20 minutos. Nos braços do soldado, a garota saiu da água consciente e exausta. Chorando muito, chamava os pais, de mãos dadas com o seu salvador. 
Na areia, o soldado David Garcia Silva, acionou uma guarnição do Corpo de Bombeiro Militar da Laguna.

Passado o susto, vendo a jovem recuperada, quem precisou ser levado ao setor de emergência do hospital foi o soldado devido à falta de ar pelo esforço físico. Recomposto voltou à Guarnição e recebeu aplausos dos colegas. Luiz Felipe Guedes é de Alegrete (RS),. Aprovado em concurso está em nossa cidade há dois anos.
Soldados David Garcia Silva e Luiz Felipe Guedes.
Ao centro o comandante tenente-coronel Jefer Francisco Fernandes.
O comandante da Guarnição Especial de Policia Militar da Laguna, tenente-coronel Jefer Francisco Fernandes, recebeu em seu gabinete os policias militares envolvidos na ocorrência, enaltecendo o ato de coragem de bravura do soldado Guedes (à direita, na foto), por ter arriscado sua própria vida para salvar a vida do próximo, honrando a Instituição Policial Militar.

Perigo chamado “corrente de retorno”
Quem presenciou a cena descreveu que a jovem foi vítima de uma corrente de retorno. Segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, 80% dos afogamentos são provenientes deste fenômeno. 
O vai e vem de ondas no mar produzem um fluxo. Quando as ondas arrebentam na areia, a água que se acumula na beira da praia volta para o mar e, com isso, cria uma corrente de retorno. Na temporada de verão os salva-vidas costumam colocar bandeiras vermelhas na areia para indicar essas correntes perigosas. 

Os bombeiros alertam: caso o banhista fique preso em uma corrente, o mais importante é que ele mantenha a calma. Se ele souber nadar ou boiar, a corrente não vai fazer com que ele afunde. O ideal, segundo os especialistas, é nadar paralelamente à praia até encontrar algum banco de areia, onde ele consiga apoiar os pés no chão. A partir daí, é possível esperar as ondas maiores e nadar junto delas até a beira da praia.

Sinais e características das correntes de retorno: 
- Água marrom e descolorada, devido à agitação da areia do fundo, causada pelo retorno das águas;

- Água com tonalidade mais escura, devido à maior profundidade, sendo atrativas para banhistas desavisados;

- Água mais fria após a linha de arrebentação, significando o retorno de águas mais profundas;

- Ondas quebram com menor frequência ou nem chegam a quebrar, devido ao retorno das águas e à maior profundidade;

- Local onde ocorre a junção de duas ondas provindas de sentidos opostos;

- Local por onde o surfista experiente geralmente entra no mar;
Nas marés baixas, formam ondas do tipo buraco, alimentadas pela água em seu retorno;

- Pequenas ondulações na superfície da água, causando um reboliço, em virtude da água em movimento (pescoço da vala);

- Espuma e mancha de sedimentos na superfície, além da arrebentação, onde a vala perde a sua força (cabeça da vala);

- Ocupação de uma faixa maior de areia, devido ao maior volume de água, provocando uma sinuosidade ao longo da praia (boca da vala);

- Mais difíceis de serem identificadas em dias de vento forte e mares agitados;

- Mais evidentes em marés baixas;

- Perda da força de 5 a 50 metros após a linha de arrebentação.

Fonte: PML/Divulgação. Fotos: Divulgação Polícia Militar da Laguna

Nenhum comentário:

Postar um comentário