quarta-feira, 18 de novembro de 2015

De meia-dúzia em meia-dúzia... a vaca vai pro brejo

Sempre que confrontado com críticas a sua administração, o prefeito Everaldo dos Santos em entrevistas à imprensa e emissoras de rádios e TV, saca sempre do coldre seu bordão predileto:
 - Os descontentes não passam de meia-dúzia de pessoas na Laguna.

O grupo de meia-dúzia varia. Ora é meia-dúzia de desocupados que fica pelas esquinas somente criticando; às vezes é meia-dúzia que vive nas redes sociais fazendo fofoca. 
Na semana passada foi meia-dúzia de servidores da prefeitura chamada de folgados; ou meia-dúzia de professores que vive de atestado. Enfim, Everaldo escolhe o grupo conforme as circunstâncias.

Discurso cansativo
Esse discurso também já cansou, não cola mais, deu o que tinha que dar, até porque essa “meia-dúzia de seis” de descontentes a que se refere o prefeito está cada vez maior. A julgar pelo que se ouve nas ruas e "andam falando alto pelos botecos e gritam nos mercados que com certeza", e se lê nas mensagens das redes sociais.

Desastrada entrevista pra rádio de Tubarão
Ainda semana passada, na terça-feira, em entrevista por telefone a radialista Vera Mendonça, da Band, da vizinha cidade de Tubarão, o prefeito soltou o verbo, como todo já sabem.
Diz um ditado popular que roupa suja se lava em casa... mas o prefeito escolheu uma rádio da região, de cidade vizinha, para soltar suas críticas. Enfim...

Sobraram críticas e acusações pra muita gente, inclusive servidores municipais, e também à diretoria/administração do Hospital Senhor Bom Jesus dos Passos. 
Sobre o Hospital da Laguna, entre outras coisas, disse que “é um poço sem fundo” e “que há necessidade de uma auditoria nas contas, salários”.

Indignação
A desastrada entrevista foi reproduzida nas redes sociais e provocou – e nem poderia ser diferente - a indignação de muita gente, principalmente dos atingidos pela verborragia do prefeito. 
Jogou mais lenha na fogueira às vésperas de uma manifestação pacífica de servidores por atraso nos vencimentos. Protesto que aconteceu na quinta-feira e que reuniu mais de 300 pessoas pelas ruas da cidade, fato inédito na cidade Juliana.

Filmagens, fotos, entrevistas, reportagens em jornais e nos noticiários de televisão correram o estado e foram reproduzidas, obviamente, na internet.

Feita a bobagem, reconhecido o erro, começou toda uma pressão e aconselhamento político de alguns assessores e correligionários do PMDB para que de algum modo se estancasse a má repercussão da entrevista. Foi quando surgiu a sugestão de uma carta aberta. 
Cartas abertas parecem ter virado moda na cidade. Ontem a direção/administração do Hospital da Laguna emitiu mais uma. Assunto para o próximo post.

Carta aberta do prefeito
Nesta segunda-feira (16), quase uma semana após a polêmica entrevista, faltando dois minutos para meia-noite, uma carta aberta à população foi publicada no site da prefeitura e rapidamente reproduzida por algumas páginas de redes sociais.

Nela, o prefeito Everaldo pede desculpas aos servidores da prefeitura e diz que de "forma impensada usou termos desapropriados", "que em nenhum momento seu raciocínio era dirigido a todo o funcionalismo", "tampouco é a favor do fim da estabilidade".

E finaliza a carta do prefeito: “Reconheço, reitero e venho a público pedir perdão primeiramente a todos os funcionários públicos e, consequentemente, a toda a população de Laguna pelas palavras que geraram todo esse mal-entendido”.

Saliente-se que não há, na citada carta, pedidos de desculpas e perdão à diretoria/administração do Hospital. 

A carta de Everaldo dos Santos terá surtido efeito político? Só o tempo dirá. Diz a voz popular que palavra lançada e flecha atirada... 
Mas se retratar, pedir desculpas, é um direito de qualquer um, reconheçamos.
Terá o prefeito aprendido a lição? Duvido muito.

Repito que só o tempo irá responder porque até hoje, por exemplo, muitos ainda dizem por aí que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria chamado os aposentados de vagabundos - expressão que ele realmente nunca utilizou. Pelo menos não dessa forma. Mas explorada pela oposição, a maldade colou como uma tatuagem em FHC.

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Para ler a carta na íntegra do prefeito Everaldo, se o leitor tiver ainda paciência e curiosidade, basta clicar aqui

Um comentário:

  1. Votei nele por alternância de poder mas eu sabia em quem estava votando, infelizmente muitos o achavam salvador porém não mais o recordavam do seu tempo de vereança, logo não me assusto com as atitudes acima descritas...Durante quase duas décadas foi vereador, o que fez em termos legislativos? Não me recordo de nada. Enquanto tivermos que votar no menos pior não vejo lampejos de luz no final do túnel. Mais uma eleição se aproxima, cenário nem um pouco animador. Mari Ghedin

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