“Há algo de ameaçador num silêncio
muito prolongado”. (Sófocles)
Quem
adentrasse ontem à noite ao plenário da Câmara de vereadores da Laguna se sentiria assistindo a um velho filme do cinema mudo. No gênero comédia. Ou drama, a
escolher.
Por
longos 10 minutos, no chamado Grande Expediente, o vereador Roberto Kleber (Kek) Lopes Rosa (PP) ficou postado à tribuna da Casa, em silêncio. Nas mãos trazia algumas
folhas de papel com anotações, mas não as leu.
Nunca
antes na história do Legislativo lagunense tal fato foi registrado, ao que me
lembre.
O silêncio
foi uma forma de protesto do vereador? Oficialmente a mudez do nobre edil significou
o quê mesmo?
O
vereador, tão falante em outros momentos, conhecido por seus discursos em altos decibéis, não se explicou.
Quererá
ter constrangido alguém?
O
público presente ficou atônito, entre risos, espirros e tosses. Os demais
vereadores, incrédulos, a tudo assistiram, testemunhais de uma cena insólita.
O
presidente da Mesa poderia ter interrompido o silêncio? Sim, mas não o fez. Por quê?
O
horário do Grande Expediente, convenhamos, deveria ser utilizado com muito mais
aproveitamento em defesa dos anseios da população lagunense.
Ou não
há problemas em nossa cidade que necessitem de amplos debates e busca de soluções?
Ou o silêncio fala mais alto sobre alguns fatos que estão acontecendo?
Ou o silêncio fala mais alto sobre alguns fatos que estão acontecendo?