Joneci Manoel Cândido,
o “sargento Joneci”, marcou época no carnaval da Laguna.
Sargento reformado da
Polícia Militar de Santa Catarina, contagiava a todos com sua alegria,
principalmente no carnaval de rua. Além disso, sempre tinha uma história, uma
piada, um “causo” para contar entre os amigos.
Era figura obrigatória no carnaval do Bloco da Pracinha, onde apresentava anualmente seus
personagens e mensagens hilárias, críticas, com suas frases de duplo sentido.
Quase sempre desfilava
em dupla com o irmão, o “seu” Claudinor (Nonô) Cândido, do famoso sinuca, não
tem?
Nonô e Joneci no carnaval
de 2012. Foto de André Luis Fotografia. Enviada por Renato Souza. |
Poucas semanas antes
de seu falecimento nos encontramos na fila dos caixas do Banco do
Brasil. Entre uma risada e outra, conversamos por mais de vinte minutos.
Indaguei qual seria o
personagem para o carnaval do ano seguinte, de 2014. Ele me confidenciou e pediu
segredo, para o efeito da surpresa. Guardei, mas agora posso revelar.
Disse que ia sair com
um ralador e um côco pela metade pendurado ao pescoço. No cartaz ao peito o
aviso: “O HOMEM DO CÔCO RALADO”.
- A maldade e conclusão ficariam por conta das mentes das pessoas, disse
ele à ocasião. Uma fantasia que, infelizmente, não chegou a vestir.
No carnaval do ano de 2013, seu último, desfilou pela praça e avenidas, compenetrado, sério,
segurando uma vara entortada com o cartaz onde se lia: “O HOMEM DO PAU TORTO”.
Não havia quem não o
fotografasse, pela criatividade e a dubiedade da frase, lógico.
Joneci foi quem
batizou o hoje conhecido Bar Necrotério, na Praça Souza França, no Magalhães.
Quando adentrou ao
ambiente no primeiro dia de funcionamento do local, ainda sem nome, Joneci
exclamou aos presentes:
- Mas parece o formato do necrotério lá do
hospital.
Pronto! Estava batizado o bar do Clodoaldo de Bem.
De uma conversa entre ele, Vedelino Marçal e Dorival, surgiu a ideia de uma corrida em torno da Praça. Flavinho Marçal e Waldizinho Sant'Anna ouviram a conversa, bancaram a ideia e nascia então a Corrida de São Silvelho, de grande sucesso e fazendo uma analogia a São Silvestre de São Paulo.
Esse era o Joneci, que
gostava de uma pescaria e de fazer amigos e os tinha de todas as faixas etárias. Foi da diretoria da S.R. 3 de Maio e da Escola de Samba Xavante.
Faleceu em 6 de junho
de 2013, aos 73 anos no Hospital de Caridade em Florianópolis e foi sepultado
no dia seguinte na Laguna, deixando uma grande lacuna no nosso carnaval de rua.
Já ouvi falar nele e conheci demais pessoas aqui citadas .
ResponderExcluirLaguna e suas figuras folclóricas! Para não esquecermos dos bons tempos.
ResponderExcluirTudo isso sintetizou numa única palavra: SAUDADES.
ResponderExcluirÓtima crônica. Parabéns, Valmir! Eu lembro do Joneci!
ResponderExcluirEsta aí, uma boa oportunidade pra ter de volta a corrida de São Silvelho. Em homenagem a eles.
ResponderExcluirParabéns Valmir, show de lembranças.Ele era ótimo. Certa vez ele me contou que tinha um binóculo tão potente quê olhava do molhes para a ilha dos lobos, e que o mar quando batia na pedra dá ilha molhava a lente do binóculo Aqui no molhes. Isso queria lente potente kkkkk.
ResponderExcluirJornalista de varias tintas carnavalesacas. Parabens Guedes.
ResponderExcluirEra meu amigo, muitos papos e muitas risadas juntos. Desfilava também pelo Xavantes. Grande pessoa e ser humano. Saudades.
ResponderExcluirTive o prazer de ser seu amigo. Figura impar, pessoa do bem. Muita risada juntos. Saudades.
ResponderExcluirEterno vô Joneci. Tenho orgulho de dizer que este homem é meu avô. Saudades dos finais de semana na casa do Magalhães
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